Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 19
Boa noite, Cinderela - Capítulo XVIII




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312371/chapter/19

Depois daquela tarde horrenda, o dia amanheceu novamente, apesar de ter amanhecido cinza pelas nuvens carregadas. No moento que saí do meu quarto, Brian correu para falar comigo, ele parecia bravo. Desviei o olhar dele e fingi que não tinha percebido que ele estava andando em minha direção. Ele me jogou contra a parede agressivamente e sussurrou no meu ouvido cuspindo: - Quero que você fique longe da Alice. Foi muito difícil conquistar ela. Ela achava que eu era um deles. Mas, eu nunca fui! Não sou um louco, não sou doente! — Ele saiu e na hora que estava arrumando a minha camisa que ele havia amassado, fui jogado contra a parede novamente: - Ah, outra coisa: se eu souber que os enfermeiros descobriram sobre meu plano de fuga, eu arranco sua cabeça e como os seus miolos como se fosse a mais deliciosa refeição já apreciada por mim. Fui claro? — Empurrei-o e respondi: - Espero que essa seja a ultima vez que você fez uma ceninha dessas, entendeu? Você não sabe do que eu sou capaz, Brian! — Ele deu um soco no meu rosto, me jogou no chão e começou a gritar: - Ah, a bichinha sabe o meu nome, é? — Ele cuspiu no meu rosto e deu três chutes na minha barriga até que eu estivesse sem ar. Haviam muitos pacientes gritando ao redor de nós e alguns pulavam empolgados com aquele espetáculo. Fiquei muito apavorado, a agonia foi tamanha que enfiei minhas unhas no assoalho da sala de convívio, me arrastando para longe daquele louco e deixando uma grande marca de unha no chão de madeira. Mal havia conseguido sair do lugar, Brian puxou-me pela perna e deu outro chute na minha costela. As enfermeiras correram rapidamente pra me socorrer e dois grandes homens seguraram Brian para que um terceiro aplicasse uma injeção em Brian e ele fosse levado para longe de mim.

Acordei na enfermaria. O cheiro de naftalina daquele lugar era insuportável, acho que tinham muitos insetos naquele hospital. Estava um pouco atordoado com o soro que foi aplicado em mim. Meus olhos pesavam para abrir, mas percebi que havia alguém me observando. Fiz muito esforço para abrir os olhos e percebi que era o Brian. Na hora que ele viu meus olhos abrirem, levantou-se vagarosamente e pegou um travesseiro de uma maca ao lado. Só conseguia respirar pela boca, na hora que puxei o ar para que pudesse respirar melhor, fui surpreendido por ele que começou a me sufocar com o travesseiro. Não tinha forças para lutar contra ele, tentava bater em algo para chamar a atenção, mas tudo que conseguia fazer era apertar a colcha da maca fortemente. Na hora que estava quase desmaiando, ouvi que alguém falar: - Chega Brian. Você já nos infernizou demais! — Ouvi um barulho muito forte de ferro sendo amassado contra alguma outra coisa. O travesseiro foi retirado da minha cabeça. Vanessa McClain havia me salvado do Brian, ela segurava o travesseiro em uma mão e uma barra de ferro manchada de sangue na outra. Ela soltou a barra de ferro e me deu um forte abraço. Senti uma gota no meu ombro, uma lágrima da Vanessa havia atravessado a minha camisa. Ela passou a mão no meu rosto e disse: - Não posso nem sonhar em te perder, Rich. Você vai sair desse lugar. Vou te ajudar a sair daqui. Mas, antes preciso te contar algumas coisas que aconteceram enquanto você esteve esse tempo todo fora. Diante da sua reação, decidirei se você ficará aqui por mais uns dias ou sairá daqui agora. Está pronto para as notícias? — Balancei a cabeça em sinal de confirmação, estava apavorado com o que podia vir a ser dito. Ela começou a chorar e falou: - Seus pais não pertencem mais a esse plano. É uma história longa e triste. Não quero acusar ninguém, espero que isso fique claro. Quando você entrou aqui, seu irmão tratou de dar um fim nos seus pais. — Interrompi, enquanto segurava o choro e ordenei: - Só me conte como ele os matou. — Ela levantou as duas sobrancelhas e respondeu: - Eles foram jogados de um penhasco. Naquela noite que você veio para cá, chovia muito. Seu irmão ficou no carro dele esperando que seus pais saíssem do hospital. Na hora que eles saíram e estavam se dirigindo ao hotel da serra, aquele hotel que fica no alto da montanha Abrams, sabe? — Balancei a cabeça confirmando e ela continuou: - Então, eles estavam indo passar uns dias lá. O seu irmão perseguiu eles por toda a subida, imprensando os seus pais contra a ribanceira. Numa dessas, o carro caiu do penhasco, foi esmagado contra as pedras. Era impossível que eles tivessem sobrevivido, porque depois do carro ter caído, houve uma grande explosão. — Fiquei em choque durante alguns minutos observando a Vanessa e repassando aquelas informações na minha cabeça. Uma unica duvida corroeu meu cérebro nos minutos que pensei e perguntei: - Como você descobriu tudo isso, Vanessa? — Ela abaixou a cabeça e começou a chorar ainda mais. Passou a mão no cabelo e mordeu os lábios firmemente. Perguntei novamente: - Como você descobriu tudo isso? — Ela acariciou minha mão e respondeu num tom agudo pelo choro: - Eu estava no carro. Fui cúmplice do seu irmão em tudo.

Balancei a cabeça negativamente, sorri de uma forma terrivelmente irônica e falei: - Me dê um motivo para que eu não pegue você pelo pescoço e quebre cada osso dele. Só um motivo. — Ela colocou seus dedos sobre a minha mão suavemente e respondeu: - Eu vou te tirar desse lugar. Vou lhe dar as provas suficientes para acabar com o seu irmão de uma vez por todas. Confie em mim! — Dei uma forte tapa no rosto dela e respondi: - Sou um predador que a sociedade construiu, Vanessa. — Nesse momento, peguei um garfo que estava no balcão ao lado da minha cama e indaguei: – Quais serão suas ultimas palavras? — Rapidamente ela retrucou: - Boa noite, Cinderela! — Ela tirou uma seringa da bolsa rapidamente e aplicou diretamente no meu pescoço.


Continua...



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo:
Richard Rhodes (Protagonista)
Vanessa McClain (Psiquiatra do manicômio em Westview)
Brian Parker (Namorado de Alice McClain / Paciente do manicômio)

Lugares:
Westview (Cidade Natal do Richard)
Casa de Saúde St. Agostinho (Manicômio)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário De Um Pseudopsicopata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.