Pov Lucy 

 Entrei na sala de Poções ao lado de Violet, a sala possuía um cheiro curioso. Sentamos perto da mesa do professor, pois era um dos poucos lugares que sobrara logo um homem alto, com um olhar gélido e uma capa preta que esvoaçava quando ele andava entrou na sala encarando os alunos sem dizer uma única palavra e então fez a lista de chama, porém assim que foi dito o meu nome encarou-me, alguns alunos fizeram o mesmo... Eu juro que até agora não entendi exatamente o porquê.

- Abram o livro na pagina 478. - Ele disse sem nenhum vestígio de emoção em sua voz. Enquanto os alunos abriam seus livros, ele escreveu no quadro negro: Prof. Snape

Gelei de imediato, como pode ele ter o meu sobrenome? Tudo se desvanecera a minha volta, e eu apenas podia ver seu nome escrito no quadro, senti uma figura negra parada defronte de minha carteira, olhei para cima... Era ele, desviei o olhar do quadro e encarei seus olhos, que pareciam ser um túnel escuro e sem fim. Ele pigarreou.

- Senhorita Lucy. - Disse ele sério, evitando dizer meu sobrenome, diferente de como ele faz com todos os alunos. - Creio que você já saiba muito bem a matéria levando em conta sua falta de atenção.

 - Ér... - Simplesmente não consegui responder à ele, em cima da minha tentativa de explicação ele me interrompeu.

- Menos vinte pontos para Sonserina

E senhorita Lucy comece a ler antes que eu realmente perca a paciência com você.

Minutos depois ele começou a explicar sobre a poção Morto-vivo, pedindo em seguida que os alunos fizessem a poção.

 É simplesmente incrível como eu não consigo entender absolutamente nada de poções, mesmo tirando notas máximas em todas as outras matérias.

A sala estava em um silêncio um tanto assustador da parte dos alunos e o Professor Snape andava de um lado para o outro da sala criticando praticamente a todos. Ele parou em minha mesa.

 - O que é isso senhorita Lucy? - Ele disse seco 

- A poção que o senhor o senhor pediu. - Disse inocentemente.

- Tenho certeza que a poção não é cor-de-laranja - Ele disse se aproximando de mim. - Refaça - Ele disse e então fez com que tudo que havia no caldeirão sumir, suspirei profundamente e comecei ler o livro para tentar fazer a poção novamente. E de novo, e de novo... Qual é desse professor?

 A aula acabou, depois de todas as minhas suplicas mentais à Merlin, levantei-me rapidamente e comecei a andar em direção a porta. Senti uma mão gelada em meu ombro e estremeci por inteiro, não quis me virar.

 - Senhorita Lucy, eu quero dar uma palavra com você. – Ele disse frio, virei-me cuidadosamente e o encarei, voltando para minha mesa. Assim que todos saíram ele veio até mim.

 - A senhorita acha que essa aula é uma brincadeira? – Disse se aproximando de mim cada vez mais de mim.

 - Não – Disse firme olhando em seus olhos, a última coisa que queria era que ele pensasse que eu sentia medo de sua posição diante de mim.

 - Então trate de fazer direito às poções se não quiser ser expulsa da minha aula. – Ele disse batendo a mão em minha mesa.

 - Desculpe, eu tenho um pouco de dificuldade na tua matéria – Disse cedendo.

 - Compareça á minha sala depois do jantar. Pode ir para sua próxima aula.

 Peguei minhas coisas e sai quase que correndo das masmorras e fui para as próximas aulas, e então tudo foi mais tranquilo.

 No meio do caminho esbarrei em um garoto, de olhos claros e cabelos loiros.

 - Desculpe-me – Murmurei e então recolhi o meu material do chão, ele se agachou e me ajudou.

 - Sou Simas Finnigan. – Disse sorrindo em quanto entregava um de meus livros. – Te vi na aula de poções hoje.

 - Nem me lembre daquela aula – Minhas bochechas queimaram. – Aquilo foi um vexame total.

 - Não ligue para o professor Snape, ele normalmente é assim com todos.

 O garoto era muito simpático, fomos guardar nossos materiais, ele não tirava os olhos de mim o tempo inteiro, e isso me deixava um pouco aflita.

 - Quer almoçar comigo hoje? – Sugeri sorrindo.

 - Lucy, eu sou da Grifinória, não posso ficar na mesa dos Sonserinos, regras da escola. Mas de qualquer forma a sua casa jamais aceitaria isso.

 - Desculpe, não sabia. – Disse sorrindo fraco.

 - Nos vemos depois do Jantar? – Ele disse em um tom animado.

 - To tecnicamente em detenção com o Snape – Fiz uma careta e ele riu.

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 Jantei rapidamente e fui para o meu quarto, deitei na cama desejando não ter que ver aquele professor novamente. Separei os livros que eu levaria e fiquei apenas deitada olhando para o teto... Pensando. Eu normalmente prefiro pensar do que falar, mas parece que algo nessa escola não me permite simplesmente.

 Olhei no relógio, logo percebi que já estava atrasada, peguei meu material e sai correndo em direção as masmorras o mais rápido possível, recuperei meu fôlego ao chegar em frente á sala do professor Snape, contei até cinco para voltar á minha expressão séria e bati na porta.

 - Entre. – Ouvi ele dizer monótono, apesar que já me acostumei com isso. Abri a porta devagar tentando observar tudo a minha volta, fechei a porta e fui em direção á uma mesa perto dele. – Senhorita Lucy, você irá tentar fazer novamente a poção Morto-Vivo.

 Perdi as contas de quantas vezes eu havia feito aquela poção, toda vez que eu terminava ele pedia para refaze-la, e de novo e de novo,

 - Terminei. – Disse desanimada.

 - Ele com um simples balançar da varinha limpou meu caldeirão. – Faça outra vez. – Disse seco e frio olhando em meus olhos, meu sangue ferveu.

 - O senhor só pode estar brincando, eu já fiz essa poção corretamente varias vezes, por favor, passa para outra coisa. – Disse me alterando, porém tão seca e firme quanto ele, então ele se levantou, seus olhos pareciam sair faíscas, eu realmente havia o deixado nervosa.

 - Enquanto você viver, jamais se altere comigo novamente. – Ele estava quase que em cima de mim, eu apenas assenti e então ele gritou – Refaça!

 Eu já estava com um certo ódio dele, como ele pode ser tão arrogante? Mas mesmo com tudo isso uma coisa são saia da minha cabeça... Por que nossos sobrenomes são iguais? Refiz a poção novamente em silêncio, sabia que ela estava perfeita e apenas pedia para a detenção acabar logo, mostrei-o a poção.

 - Muito bem. – Soou como um pensamento e não como um elogio. – Está dispensada, te vejo amanhã na aula. – Ele disse fazendo tudo do caldeirão sumir novamente,

 Uma voz em minha cabeça berrava para que eu apenas saísse e fosse para meu quarto, mas não tinha como, era inevitável. Eu realmente tinha que perguntar.

 - Professor, poderia fazer-lhe uma pergunta? – Disse me levantando, automaticamente me aproximando dele, ele assentiu e então eu prossegui. – O senhor faz ideia por quê nossos sobrenomes são iguais?