Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 22
Lucy 1 x 0 Draco


Notas iniciais do capítulo

AAAH que amores vocês ♥
Obrigada por não abandonarem a fic, viu? Estou muito feliz mesmo, OBRIGADA *_*
Nesse cap não acontece muita coisa, mas acho que vai ser um bom agradecimento pelas reviews lindas do cap anterior.
Espero que amem (ou odeiem) MUAHAHA
Cap. dedicado para a Siquinha ♥ AUHSUAHSA (não me mate amore)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311323/chapter/22

Lucy numerou suas opções em um simples pensamento:

1- Ela poderia ir até a mesa, se sentar, conversar e comer civilizadamente com os convidados TÃO queridos, e depois voltar para o quarto depois de eles irem embora.

2- Ela poderia ir embora.

3- Ela poderia fingir um desmaio ou

4- Falar que iria lá fora procurar seu miguxo Draco, e sem querem se “perder” no jardim.

É. A ultima opção era a mais agradável. Lucy descongelou os pés e sorriu forçadamente. Foi até a mesa e cumprimentou Lúcio e Narcisa, ainda sorrindo.

— É um prazer tê-los aqui na... — ela hesitou — Nossa casa.

Snape pareceu satisfeito.

— Que graça de menina, Severo! — comentou Narcisa, parecendo encantada com Lucy.

— Eu posso ir procurar por Draco lá no Jardim, Snape? — ela pediu, lhe lançando um olhar mortífero enquanto Narcisa e Lúcio não prestavam atenção. Snape assentiu. Ela fez uma mesura rápida e saiu com passos leves e graciosos. Poderia ter convencido até eu mesma com essa. Lucy sorriu consigo mesma e abriu as portas de madeira branca da entrada principal, a fechando e praticamente correndo para o Jardim, finalmente livre.

Ela caminhou por entre os pinheiros, observando as flores cheias de orvalho e esfregou os braços. Estava frio e tudo tinha congelado sob a luz azul da lua. Lucy olhou para as próprias mãos. Nunca pareceram tão pálidas. Ela se sentou num banco de madeira, e deitou-se, observando o céu com nuvens cor de pérola e algumas estrelas brilhando fracamente. A Lua minguante era como um pingente decorando a imensidão azul marinho. Lucy pensou em como gostaria que os Gêmeos estivessem ali para eles voarem por dentre as nuvens. Ela sorriu, fechando os olhos, se lembrando da sensação do estômago revirando.

— Está pensando nos seus dois namorados, Weasley? — uma voz irônica e fraca surgiu. Lucy se levantou abruptamente e apontou sua varinha, com um reflexo involuntário (ou até voluntário) para Draco Malfoy.

— Que desagradável surpresa, Malfoy. — Lucy o mirou. Ele usava um sobretudo preto e um sorriso descartável nos lábios finos. Seus cabelos loiros estavam quase tão pálidos quanto sua pele. Ele era branco e preto, como algo falso.

— Ah, pode ter certeza que a única desagradável surpresa foi a minha, a saber que você tinha se mudado para cá, Weasley. — disse ele, se sentando no banco onde Lucy estava deitada.

— Deu de me chamar de Weasley agora? — ela continuou com a varinha empunhada. Ele revirou os olhos.

— Pode abaixar essa varinha, não seja ridícula. — ele bateu na parte do banco ao seu lado. Lucy riu.

— Ainda bem que você já está sentado, se não eu recomendaria fazê-lo enquanto me espera. — disse ela, guardando a varinha no bolso de sua calça. Ela estava apenas com uma regata preta, e calças largas. Mal trocou de roupa ao chegar. Apenas se livrou da capa da Sonserina.

— Com frio? — ele levantou as sobrancelhas. Lucy estreitou os olhos, o que havia de errado com ele?

— Não. — ela negou friamente.

Ele deu de ombros e olhou para o céu. Lucy sentiu algo muito estranho em seu semblante. Estava calmo, com os braços relaxados ao seu lado e sua máscara sarcástica e arrogante estava bem longe dali. O que ele estava fazendo? Ele a encarou.

— Confusa Snape? — ele riu, jogando a cabeça para trás. — É claro que está. Deve pensar o que estou tramando ou por que não fiz algo estupido ainda.

Lucy não podia negar, então continuou calada.

— Não pode esperar nada menos das pessoas não é mesmo? — ele tirou o sobretudo e o jogou para Lucy. Ela o deixou cair no chão. Ele se levantou — É claro que não, olhe só para tudo o que está passando.

Ele se aproximou e a olhou. Suas palavras poderiam até ter sido venenosas, mas seu tom foi sincero... Acolhedor? Lucy fechou os olhos e respirou o ar frio. Quando os abriu, ele tinha sumido. Ela olhou o sobretudo preto no chão e ponderou as palavras de Malfoy. Ela nunca parou para pensar sobre seu modo defensivo sobre as pessoas. Mas ela tinha motivos para tratá-lo assim, é obvio que tinha. Ele tinha contado mentiras para Rita Skeeter, não tinha? Lucy pegou o sobretudo do chão. Mas isso não justificava sua maneira defensiva de qualquer jeito. Ela apenas pensava tanto antes de fazer. Mas isso era bom, não era?

Ela vestiu o sobretudo e ignorou o perfume de Malfoy como uma abelha ignora a cor da flor que vai recolher o pólen. E várias coisas passaram pela sua cabeça. Tracey, que uma vez a abraçara como um verdadeiro amigo, e depois a humilhara em público. Violet, que ela pensava ser tão generosa, e depois virou as costas para ela. Pensou em Georgie, e seus olhos molhados lhe pedindo desculpas um milhão de vezes por derrubá-la do balanço, por não comprar a boneca que ela queria, por ter gritado com ela, por ter a deixado com Snape. Pensou em Snape, com seus olhos gélidos e negros sendo tão indiferente sobre ela ser sua filha, olhando com tanta paixão para Jane em seus sonhos e depois a tratando com dor e ódio nos olhos. Pensou por ultimo em Jane, que poderia nunca conhecer um dia e em seus olhos azuis, lembrou-se de suas dezenas de fotos nas paredes do quarto de Snape, pensou na marca-negra no seu braço, no braço de Snape, no braço de Doria. Está fugindo, Lucy. Fugindo.

Ela piscou. Uma única lagrima escorreu pelo seu rosto e Lucy pode jurar que ela congelou. Sempre foi tão defensiva por ter que ser forte, por não ter o luxo de ser fraca muitas vezes e por não ter escolha de confiar nas pessoas. As pessoas que ela mais confiava a traíram. Menos Fred. Menos Jorge. Eram tudo o que ela tinha agora, e ela já sabia o que iria fazer. De alguma maneira, sempre soube.

— Bom dia Senhori... Lucy! — Lynn cantou, balançando as pernas de Lucy. A bruxa se levantou com um susto.

— Por Merlin, Lynn! — ela agarrou as cobertas para mais perto. Lynn tinha aberto as cortinas, nevava lá fora, mas o quarto estava agradavelmente quente com a lareira acesa. Lucy sentiu algo estranho. Mirou seus braços. POR MERLIN, ainda estava com o sobretudo de Malfoy! Ela o tirou abruptamente e o jogou no tapete.

Lynn a olhou, confusa, mas depois sorriu.

— Hoje é véspera de Natal! — Lynn colocou uma bandeja sobre o colo de Lucy com pedaços de bolo, pãezinhos fumegantes, e uma bela xícara de chá. Lucy inspirou a agradável fumaça que saia da xícara.

— Como sabia que eu gosto de chá de hortelã, Lynn? — ela perguntou, surpresa, já enfiando um pouco do bolo na boca.

— É o preferido do Senhor seu Pai, Lucy.

Lucy parou de mastigar.

— Pensando bem, pode me trazer um pouco de chocolate quente?

Depois do seu agradável café, explicando partes do plano para Lynn, Lucy vestiu uma calça de lã de cós alta, uma camiseta verde que ganhara do irmão de Georgie, dizendo “Vai, Irlanda” e um suéter branco. Ela desceu as escadas e descobriu que os Malfoy provavelmente ficariam para a Noite de Natal.

Ela entrou a Sala de jantar e saudou os seus “queridos convidados” com mais um sorriso falso. Malfoy não estava ali. Narcisa parecia a adorar, e Lúcio apenas a tolerar. Ela se aproximou de Snape sentado na mesa, e fazendo um imenso esforço, se curvou para sussurrar em seu ouvido.

— Snape, você tem alguma vassoura? — ela perguntou, enfiando um pãozinho no bolso da calça. Snape fez uma careta.

— Tem uma guardada no porão. — disse ele. — Mas devo avisar que não é a mais moderna e...

— Ótimo! — ela sorriu, dessa vez sinceramente e Snape a encarou, surpreso. Ela se repreendeu mentalmente, se despediu dos demais com mais uma cansativa levada de sorrisos forçados. Estava pegando o jeito da coisa.

Ela correu pelos corredores até onde Lynn a ensinou ser a cozinha para quando precisasse da elfo. Bateu na porta e já foi entrando.

— Lynn? — ela chamou a elfo, ao mesmo tempo em que abria a boca. Ali, naquela cozinha havia pelo menos uma dúzia de elfos domésticos trabalhando, que automaticamente a reverenciaram. Lucy sorriu para todos e agradeceu, enquanto Lynn corria até ela.

— Me chamou Lucy?

— Sim, Lynn, escuta... Onde fica o porão? — ela perguntou. — Quero pegar algo lá.

Lynn a puxou pelos corredores, que pareciam nunca acabar, até descer uma escadaria de madeira branca suja, que terminou numa porta de madeira dupla.

— Obrigada Lynn. — Lucy deu o pãozinho que enfiou no bolso para Lynn, e a elfo o engoliu de uma vez, agradecendo e indo embora.

Lucy se virou para as portinhas e as abriu, produzindo um som nada agradável, que ecoou pelo porão. Ela segurou a varinha e sussurrou Lumus, procurando o interruptor. Quando o ligou, notou que o porão era maior que imaginava, cheio de móveis cobertos por lençóis brancos cheios de poeira. Milhares de coisas se encontravam aqui e ali, mas nenhuma vassoura. Lucy revirou os olhos e procurou algo em sua mente da Biblioteca.

Empunhou a varinha.

Accio Vassoura! — ela esperou, esperou. E nada. — ACCIO VASSOURA!

Nada. Ela caminhou pelo porão, procurando algo e suspirou. ZERO. Nada. Ela chutou um volume coberto por um lençol e se arrependeu. Seu pé afundou no lençol, ela tropeçou e caiu em uma superfície macia e gelada. Ela agarrou a varinha, atenta. Estava na parte externa da casa, de frente a nada menos que um Campo de Quadribol. Ela assoviou. Era menor que o de Hogwarts, obviamente, mas era muito belo de se ver. Com um gramado coberto de neve, e um lago congelado ao lado. Lucy se levantou do chão e se aproximou. Tirou um pouco da neve do suéter, e olhou para o céu. Os flocos de neve caiam do céu com uma leveza incrível. Lucy rodopiou se sentindo um pouco estúpida, mas incrivelmente bem. Sempre adorou neve. Encarou as nuvens cinza com um sorriso e enxergou algo passando muito rápido por entre elas. Quando imperceptível, mas lá estava ele. Draco Malfoy voando na vassoura que ela deveria estar voando naquele momento.

O sorriso de Lucy sumiu. Ela virou as costas, esperando sair dali antes de ser vista, mas foi em vão. Logo ele estava voando acima dela.

— Bom dia Snape! — ele gritou, se aproximando ainda mais e ficando na altura da cabeça de Lucy, deitado na vassoura. Lucy notou, que sua máscara estava ali. Com certeza estava — Sonhou com os Weasley?

Ela parou abruptamente, fazendo ele se chocar contra um pinheiro cheio de neve e cair. Lucy explodiu em gargalhadas. Ela ria tanto e tão alto que por um momento esqueceu-se de tudo. Só por um momento. Ele levantou todo molhado e encarou Lucy. Ela esperava que ele a atacasse ou a xingasse enquanto ela ria, mas então ele riu também. Riu dele mesmo, com ela. E de repente os dois riam tanto que a barriga de ambos doía.

Lucy aproveitou a distração para agarrar a vassoura jogada no chão e sair correndo, ainda rindo. Demorou alguns segundos para ele a seguir, e mais alguns para ela notar que mal sabia como montar uma vassoura sozinha. As vezes que voara, tinha sido na garupa de Fred. Ela simplesmente colocou a vassoura entre as pernas e deu um impulso, flutuando por alguns segundos no ar, mas depois indo de cara ao chão.

Ela riu novamente, se agarrando a vassoura. Ele a alcançou, rindo.

— Que cena mais magnifica Snape! — ele tentou segurar a vassoura, mas ela agarrou com mais força e logo os dois estavam rindo deitados no cobertor gigante de neve que era o gramado do campo.

Quando pararam de rir, finalmente, um silêncio se seguiu. Ela sentiu ele se movimentar ao lado dela. Ela olhou para o lado, ele estava muito perto.

— Pensou no que eu te disse ontem? — ele perguntou. Lucy tentou não fechar a cara.

— Sim, e me lembrei das coisas que você falou para Rita Skeeter. — comentou ela.

Snape 1 x 0 Malfoy

— Ah, claro, e você acredita em tudo que está naquela coluna idiota? — disse ele, e só então Lucy se deu conta da ironia da situação.

Snape 1 x 1 Malfoy

—Todo mundo acredita pelo menos. — falou ela, virando o rosto para cima, não gostando da aproximação repentina dele. Algo se movimentava na sua barriga. Que idiotice.

— Bom, eu não sou todo mundo.

Ele apoiou um cotovelo no chão e a fitou. Lucy virou a cabeça novamente, pela primeira vez considerando que ele estava falando a verdade. Se Skeeter escrevia mentiras absurdas sobre ela, o que a impedia de colocar palavras na boca das outras pessoas?

— É a Lucy defensiva atacando novamente não é? — ele sorriu. Que ousadia, pensou Lucy. Quem era ele para insinuar que ela era duas Lucys? Se é que isso tinha sentido.

Snape 1 x 2 Malfoy

— Olha só quem está falando. — ela se apoiou num cotovelo também, ficando na mesma altura que ele. — O garoto que finge ser um cretino em Hogwarts, mas que na casa do Titio é todo enigmático metido a simpático?

Snape 2 x 2 Malfoy

— Me acha enigmático? — ele sorriu. Lucy revirou os olhos. Não era para ter saído algo parecido como um elogio.

— É o Malfoy cretino atacando novamente? — ela levantou as sobrancelhas.

Ele riu, balançando a cabeça. Por que diabos era tão sorridente?

— Com certeza.

Olhando diretamente nos olhos de Lucy, se aproximou perigosamente. Ela sentiu calor emanando da neve, ou era dela? Ou dele? Ela respirou com dificuldade. Ele ia a beijar, ia a beijar com certeza. Ela deixava ou não? Não dava mais tempo para pensar, seu lábios estavam quase colados e ela não conseguia mais pensar em nada... Apenas em rolar para o lado. O que ela fez.

Seu coração batia muito forte. Ela se levantou.

— É uma pena que eu não goste tanto assim dele. — disse ela, o deixando sozinho com neve derretida onde estava seu corpo.

Snape 3 x 2 Malfoy

Ela não olhou para trás. Conseguiu escutar sua risada.

— Não vai ganhar essa Snape, vai ter que me aturar até o Ano Novo! — ele gritou.

Ela ficou boquiaberta e de costas, lhe mostrou um dedo médio nada arrependido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Fiz besteira? HAHAHA
O cap. de Natal está tipo um dos melhores da fic.
Posto até o Natal ok?
KKKKKKK TO ZOANDO (nossa como eu sou zoeira, hein)
Até mais
xoxo
Clara