Caro Stephen... quer dizer, pai.

Como eu já havia pedido permissão anteriormente, estou indo agora para aquele acampamento que comentei com você durante o jantar de quinta passada. Fui orientada a não levar celular, pois a área em que estaremos não tem sinal; mas como sou teimosa, e você sabe que sou, levarei mesmo assim. Ou seja, se precisar de mim, estarei ao alcance do telefone. Peguei um de seus canivetes (aquele vermelho que a vovó te deu verão passado e você sequer tirou da caixa porque esqueceu dele) para o caso de precisar. Não vou demorar muito por lá, prometo. É bem capaz que eu mergulhe no mar do tédio antes mesmo que sinta minha falta. Nunca esqueça que te amo, você é o melhor pai do mundo e também a coisa mais preciosa da minha vida. Muito mais precioso que aquela cópia da peça “A Megera Domada” de Shakespeare de séculos atrás que mantenho trancada a milhões de chaves.

Até logo, amo você!

Amy