Shooting Star escrita por valeriafrazao


Capítulo 4
Capítulo 3 - A Primeira Vista




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POV Edward

Quarto de Edward Cullen, 27 de dezembro de 2009.

 

Eu podia ouvir o som da chuva que caia do lado de fora da casa e podia ouvir o som dos poucos carros que passavam pela rua molhada aquele horário da noite.

 

Revisando em meus pensamentos as formas como eu poderia fazer com que a partir de agora as coisas dessem certo na minha vida e como eu poderia seguir adiante sem ter Tânia ao meu lado, mas, bem... eu já não há tinha mais ao meu lado há algum tempo.

 

Eu havia me despedido, não havia?

 

Eu havia jurado que iria seguir em frente afinal era isso que ela queria e então era isso que eu faria.

 

Mas ainda assim, eu não via como conseguir aquilo dar certo, eu até poderia seguir com a minha vida, eu poderia trabalhar, estudar e eu até iria a Londres, mas me apaixonar, amar alguém como eu a amei, isso eu nunca poderia fazer.

 

Mas se o combinado era tentar, então era isso que eu faria, eu iria tentar.

 

Eu ainda não havia dado a noticia a minha família sobre a minha decisão aguardando as festividades do final do ano passarem para poder dizer a eles o que eu havia decidido, mas eu sabia o quão felizes eles ficariam por mim, na visão deles eu estaria apenas tentando voltar a ter uma vida normal.

 

Emmet passaria dois meses na terra do Big Ben afim de participar de um curso ao qual ele havia ganho uma bolsa para sua universidade, tinha algo haver com estudos relacionados a uma lenda antiga e pelo pouco que meu irmão me contou recentemente arqueólogos e historiadores haviam feito uma grande descoberta em Londres e era por isso que Emmet estava indo para lá.

 

Apesar de estar completamente envolvido com o curso e com as pesquisas que seriam feitas, na tentativa de me convencer Emmet me disse que haveria muito tempo livre para passarmos juntos, como um “tempo de irmãos” e se eu bem conhecia Emmet este tempo entre irmãos seria regado a festas, bebidas e mulheres.

 

Mesmo que ainda a idéia não me agradasse e meu humor não estivesse dos melhores para este tipo de acontecimento eu havia me decidido a ir e eu não iria voltar atrás.

 

Enquanto divagava em meus pensamentos o sono começou a tomar minha consciência, não demorando muito para que o estágio da inconsciência me dominasse.

 

A inconsciência era boa, ela abafava a dor em minha vida me levando a lembranças de passado de uma maneira que não me fazia sofrer, por muito tempo eu preferia estar dormindo a estar acordado, essa era a única maneira que eu encontrava de sentir Tânia em meus braços, tocar seus cabelos, sentir seu cheiro.

 

O sono foi avassalador me tomando rapidamente antes que eu pudesse perceber ou resistir, mas eu não queria resistir a ele então deixei que meus olhos se fechassem para mais uma vez sonhar com ela.

 

Abri meus olhos e fitei através da noite escura o branco do teto do meu quarto, ainda era tarde e eu ainda conseguia ouvir o barulho da chuva, eu podia até sentir o cheiro da grama molhada do lado de fora.

Afim de buscar o sono de novo me mexi na minha cama procurando os cobertores que agora estavam na metade do meu corpo, a noite estava um pouco fria.

Me virei de lado na cama encolhendo todo o meu corpo buscando me aquecer.

Quando girei meu corpo por completo na cama eu me vi de frente de um rosto. Havia alguém ao meu lado, deitada em minha cama, dormindo tranquilamente.

A primeira reação de qualquer pessoa em são consciência seria a de gritar, ou sair correndo, ou mesmo acordar a pessoa estranha e tirar algumas satisfações, mas estranhamente eu não consegui fazer nada disso.

Tudo que consegui fazer foi olhar para aquele estranho rosto iluminado por fracos raios que a luz da lua trazia para o meu quarto e admira-lo.

Eu podia sentir sua respiração quente e suave enquanto ela dormia tão tranqüila quanto um anjo no céu.

Fiquei imóvel, era estranha a sensação pela qual fui absorvido de que eu não devia incomodar aquela estranha na minha cama.

Percebi que seus ombros estavam descobertos e então puxei um pouco do cobertor para ela, mas meu movimento deve tê-la acordado por instantaneamente seus olhos se abriram.

Parei de respirar com a visão dos olhos mais lindos que eu já havia visto em minha vida. Eles eram de um castanho que me lembravam chocolate derretido.

Mesmo com a pouca claridade do quarto eu podia ver nitidamente a intensidade daqueles olhos, o calor e a energia que emanavam deles, como algemas que me prendiam para que eu não desviasse meus próprios olhos daqueles a minha frente.

A estranha sorriu para mim com uma intimidade como se nos conhecêssemos a anos, como se fosse completamente normal o fato de ela estar deitada em minha cama.

Seu sorriso era ainda mais bonito que seus olhos e estranhamente eu me sentia bem em tê-la ali.

 

Tentei levar minha mão até seu rosto, eu queria tocá-la, senti-la, mas antes que eu alcançasse sua face o sorriso iluminador que ela mantinha nos lábios desapareceu.

Intercedi meu movimento juntando minhas mãos no travesseiro e apóie minha cabeça sobre elas, só então percebi que a estanha estava exatamente da mesma maneira que eu.

Eu sorri com a coincidência  e ela devolveu me o sorriso, voltando aquele sorriso iluminar de segundos atrás.

- Como se chama? – Perguntei a ela.

- Isabella. – Ela respondeu com uma voz que soava como musica. – Mas me chame de Bella.

- Bem Bella, o que faz na minha cama? – Perguntei sem nenhum tipo de receio ou raiva, mas eu tinha que perguntar, afinal eu tinha que saber não é?

Bella me olhou com tamanha intensidade que por uns instante me perdi no castanho dos seus olhos.

- Estou aqui para salva-lo.

- Me salvar? – Questionei confuso.

- Sim. – Ela respondeu calmamente. – E você devera me salvar também.

E antes que eu pudesse fazer qualquer outra pergunta a imagem de Bella desapareceu lentamente diante dos meus olhos.

Entrei em total desespero, apalpando o espaço vazio ao meu lado, chamando por seu nome.

Estranhamente eu me sentia desesperado em não ter a presença dela ali. O que estava acontecendo comigo?

- Bella, Bella. – Eu gritava seu nome, mas ela já havia partido.

 

- Edward acorde!  Mano, vamos acorde cara. – Emmet  estava sentado na beirada da minha cama e suas mãos chacoalhavam fortemente meus ombros na tentativa de me acordar.

 

Levantei em um solavanco quando a realidade tomou de volta minha consciência de maneira que eu fiquei sentando sobre a cama, meus olhos encontraram com os de meu irmão que ainda segurava firmemente em meus ombros.  Sua expressão beirava a confusão.

 

- Er.. Emmet, você já pode me soltar cara.

 

- Desculpe  - Ele respondeu soltando-me. – Cara foi mal, eu vim aqui para ver se você já estava acordado, eu queria falar com você e quando entrei você estava gritando, você deveria estar sonhando.

 

Eu olhei meu irmão tentando entender o que ele havia acabado de ver e depois levei minhas mãos ao rosto na ânsia de eu mesmo compreender o que havia acabado de sonhar.

 

- Ed, quem é Bella?

 

- Bella? – Eu provavelmente havia falado enquanto sonhava.

 

- Sim Ed, Bella? Você estava chamando por este nome quando eu entrei. Quem é ela?

 

É eu realmente tinha falado enquanto dormia, o que era estranho já que eu não tinha esse hábito noturno.

 

Emmet continuou a me encarar enquanto esperava por uma resposta, mas o que eu iria dizer? Eu mesmo não sabia quem era Bella. Preferi dizer a verdade.

 

- Não sei. – E eu não estava mentindo.

 

- Ok, se você não quer me contar tudo bem. – Emmet me disse enquanto se levantava da cama.

 

- Não Emm, é sério, eu não estou escondendo nada, eu só... não sei.

 

- Tudo bem  Ed. – Ele já estava alcançando a porta do quarto, antes que ele pudesse sair eu o chamei.

 

- Emm, eu queria falar com você. – Emmet parou diante da porta girando seu corpo em minha direção.

 

- Emm, eu decidi aceitar sua  proposta e isso quer dizer que eu vou a Londres com você. – Tentei colocar em meu rosto o meu melhor sorriso de animação.

 

Eu ainda não havia contado a Emmet ou aos meus pais a respeito da minha decisão.

 

Emm, parou por um segundo coçando a cabeça e então sua reação não foi nada diferente do que eu esperaria dele.

 

Meu irmão parecia uma criança que acabara de ganhar uma viagem para Disney, nem preciso dizer que ele me envolveu em um abraço enquanto me girava no ar, o que me fez sentir que eu era uma menina sendo carregada no colo pelo seu irmão mais velho, esse meu irmão ainda me mata um dia.

 

- Ae Edzinhu vamos para Londres, vamos curtir, sai para baladas, podemos ir ao parque também. Caramba isso vai ser o máximo, imagina só... – Bem, esse era o meu irmão e o que eu podia fazer não é?

 

Emmet me colocou de volta ao chão mas isso não o impediu de continuar a falar e falar enquanto gesticulava com os braços e dava alguns saltos pelo quarto. Alguém pelo amor Deus faz meu grande e cabeçudo irmão calar a boca?

 

Meus pais entraram no quarto em seguida tentando entender o que acontecia ali e então demos a noticia a eles que ficaram tão empolgados quanto Emmet, bom na verdade um pouco menos empolgado, ao menos eles não me pegaram nos braços.

 

Essa viagem marca o meu recomeço, estou recomeçando ou pelo menos tentando viver, viver sem Tânia, sem a pessoa que foi a significado da minha vida, que me fez feliz durante tanto tempo.

 

Agora só restaram as lembranças de um amor que mudou minha vida e eram essas lembranças que eu guardaria comigo, mas havia também uma pergunta e essa eu não saberia se haveriam respostas.

 

Quem era Isabella?

POV Bella

 

Londres, 29 de  Dezembro de 2009

 

- Edward!

 

Meus olhos se abriram e de repente eu simplesmente não sabia onde estava, a ultima coisa de que me lembrava era de estar na frente da minha casa com a decisão de sair da vida da minha família para sempre, mas agora eu me via no alto do que eu achava ser o telhado do One Canada Square (N/A: One Canada Square: É o prédio mais alto de Londres estando na lista dos arranha-céus mais altos do mundo na posição de 191°  lugar.) gritando por um nome que eu nunca ouvira falar em toda minha vida muito menos em minha morte.

 

Fiquei parada por um tempo observando o céu azul claro e limpo daquela manhã de Londres tentando entender como por Deus eu havia chegado até ali. Debrucei meu corpo sobre o beiral do edifício e fiquei observando as minúsculas pessoas e carros que passavam pela rua do prédio.

 

Calculei mentalmente a altura e imaginei o que aconteceria se eu me jogasse, eu morreria de novo ou sairia voando?

 

Preferi não arriscar saber, afinal eu estava morta e não louca, ou pelo menos eu imaginava isso, mas uma coisa eu não entendia, como foi que eu vim parar aqui? E quem raios era Edward?

 

Me concentrei em tentar lembrar das pessoas que conhecia quando ainda estava viva, mas nada. Edward para mim não era ninguém, apenas um nome que eu não sabia de onde havia tirado.

 

Eu realmente deveria estar ficando louca, ninguém havia me  avisado que após a morte existia um estagio de demência. É eu devia estar entrando nele.

 

- Edward – sussurrei para mim mesma enquanto continuava a observar o movimento da rua abaixo.

 

- Você esta bem? – Uma voz surgiu por traz de mim me fazendo saltar com o susto e eu juro que se já não estivesse morta eu teria morrido de um infarto fulminante naquele momento ou teria caído do telhado daquele edifício.

 

Me virei lentamente procurando de onde vinha o som da voz que eu acabara de ouvir, mas não vi ninguém. É, definitivamente existe um estado após a morte chamado demência.

 

- Aqui! – Senti algo que parecia ser um dedo cutucando meu ombro direito. – Estou aqui! – Dei um novo salto ao sentir o toque sobre a minha pele.

 

Há mais de dois anos eu não sabia o que era sentir contato físico com alguém e agora eu tinha certeza que de alguma forma alguém havia me tocado.

 

Girei  meu corpo para o meu lado direito e então eu a vi.

 

Ela estava parada a minha frente e esbanjava um lindo sorriso, sua pele era branca e pálida como a minha, a figura tinha olhos azuis tão claros como as águas daquelas praias em que você só vê em  filmes do tipo a Lagoa Azul, seus cabelos iam até os ombros em cachos louros tão perfeitos que me lembravam cabelos de anjos.

 

Anjos?

 

Sim, só poderia ser. Alguém lá em cima deve ter sentindo um pouco de pena de mim e resolveu me mandar um anjo para me buscar, bom, mas bem que poderia ter sido um anjo e não uma anja, não é?

“Bella, não reclama que você já esta ganhando mais do que merecia.”

 

- Oi, me chamo Gabrielly. – A anja a minha frente interrompeu minha discussão silenciosa comigo mesma.

“Gabrielly” – Pensei comigo. “Ela deve ser irmã do anjo Gabriel”

 

- Como se chama? Ela me perguntou e só então percebi que até então eu ainda não havia dito uma palavra se que quer. Que coisa mais mal educada para se fazer com um anjo a sua frente. Então juntei as palavras em minha boca e respondi tentando ser o mais coerente possível.

 

- Bella, bem na verdade é Isabella, mas eu prefiro só Bella, mas isso você já deve saber não é?

 

- E por que eu deveria saber Bella? – Ela me perguntou com uma expressão confusa.

 

- Bem, você é um anjo não é? – Respondi. – E anjos devem saber nossos nomes, certo?

 

A expressão confusa de Gabrielly assumiu um riso que logo passou a ser uma gargalhada e eu que não estava entendendo nada fiquei ali observando o que deveria ser a minha passagem só de ida para o céu se contorcer em riso.

 

- Ei qual é a graça?

 

No meio de todo o riso Gabrielly fez um esforço para responder.

 

- Bom Bella. – Ela tentava controlar a risada que saia livremente. – Se eu sou um anjo eu deveria ter um par de asas. – Ela apontou para suas costas. – E talvez uma aureola. – Ela juntou suas mãos em um circulo elevando até a sua cabeça enquanto continuava a sorrir.

 

Mas os anjos poderiam ter se modernizado não é? Afinal tudo hoje em dia é tão moderno e então me toquei do quão estúpida eu estava sendo.

 

Mas... – parei confusa. – Se você não é um anjo, como pode me ver, me tocar?

 

Minha mãe ou Alice nunca haviam conseguido me ver ou me ouvir, quem dirá então me tocar.

 

A única vez em que percebi que talvez minha mãe pudesse ter sentido minha presença foi a ultima vez que há vi, mas nada como isso, a não ser que...

 

- A não ser que... – repeti meu pensamento quase num sussurro.

 

- A não ser que eu seja como você. – Gabrielly concluiu meu raciocínio. – É isto que esta pensando Bella?

 

- Sim. – respondi e então uma onde de pânico me invadiu com a confirmação de que eu estava diante de um fantasma. – Oh meu Deus, você esta morta?

 

- Bom Bella, eu acho que você também, não é?

 

E de repente me senti ridícula, por que eu estava tremendo de medo do fantasma de Gabrielly a minha frente quando eu mesma era um.

 

- Acho que sim. – Respondi um tanto sem graça.

 

- Quem é Edward? Você estava chamando por este nome há dois dias.

 

Com Gabrielly a minha frente eu havia me esquecido completamente da duvida que me cercava minutos antes dela aparecer.

 

- Sinceramente não sei, mas perai, dois dias? Eu estou aqui há dois dias? – Como eu poderia me esquecer de estar em um lugar a tanto tempo e como por Deus eu cheguei aqui?

 

- Você não se lembra? – Gabrielly me perguntou apoiando-se no beiral que eu estava minutos antes.

 

- Não, não me lembro. – Encostei ao beiral junto a ela.

 

- Estranho, mas esse Edward era alguma coisa sua?

 

- Sinceramente eu não conheço ninguém que tenha este nome. – Respondi sinceramente.

 

- Realmente estranho, mas sabe Bella, nada é muito convencional nessa nossa nova vida. Eu mesma já vi coisas por ai que eu jamais acreditaria.  – Ela fitava o céu enquanto falava.

 

- Que tipo de coisas? – Perguntei curiosa, até então eu nunca tinha visto outra pessoa como eu – morta – e Gabrielly parecia ser uma garota gentil da qual poderia me explicar essas tais coisas.

 

- Muitas coisas, mas acho que você mesma ira descobrir algumas delas. – Ela me respondeu gentilmente, mas confesso que sua resposta me deixou desapontada.

 

- Como você morreu Gabrielly? – Perguntei a ela, mas logo em seguida percebi quão evasiva era minha pergunta. – Bem, você não precisa responder se não quiser.

 

- Tudo bem Bella, eu morri há um ano em um acidente de carro, aqui nesta avenida mesmo.

 

- Sabe, meu pai é um grande banqueiro e seu escritório fica neste prédio onde estamos agora, mas você pode imaginar que com muito dinheiro se ganha também alguns inimigos e aqui estou eu como o resultado de uma vingança

 

- Você morreu por vingança? Por causa do seu pai? – Perguntei incrédula.

 

- Bom esse é o resumo da historia, mas você tem que entender Bella que o mundo não é perfeito, mas vamos, deixe isso pra lá, me conte como você morreu?

 

- Voce tem razão, o mundo não é mesmo um lugar perfeito. – Eu disse a ela lembrando de minha própria morte. – Eu morri com uma bala perdida. – E então eu contei toda a historia a Gabrielly.

 

Ficamos muito tempo sobre aquele edifício conversando sobre várias coisas, ela me disse que sempre via outras pessoas como nós e justificou o fato de ela estar em locais mais movimentados enquanto eu havia passado os últimos dois anos com a minha família sem sair de casa ser o motivo pelo qual eu nunca havia visto ninguém.

 

Ela também me disse que neste tempo todo nunca havia visto antes alguém que depois de morta perdesse a memória de como fora parar em um determinado local, mas ela também se julgava muito nova nessa coisa toda para entender tudo.

 

Gabrielly me contou como sofrera seu acidente, a maneira como os freios haviam sido cortados e como mais tarde ela descobriu o seu assassino já que como um fantasma ela pode investigar livremente sem ser percebida.

 

Ela realmente era uma boa garota e senti pena por sua vida ter sido interrompida tão cedo quando ela era uma garota tão legal, ela realmente não merecia o fim que a vida havia lhe dado, quanto a mim eu não poderia dizer o mesmo.

 

- Por que acha que ainda estamos aqui? – Perguntei a ela. – As pessoas não deveria ir para um outro lugar? Não vejo sentindo em morrer e continuarmos ao lado das pessoas que amamos.

 

- Sabe Bella, eu me fiz essa mesma pergunta por um bom tempo, mas cheguei a conclusão de que deve haver uma razão, afinal Deus não da pontos sem nó não é?

 

- Sim, mas eu não entendo. Qual a lógica de eu estar aqui?

 

- Uma vez, eu encontrei uma mulher, bem na verdade uma senhorinha, e ela me disse que nós estamos aqui para resolvermos alguma coisa, alguma coisa que ficou pendente enquanto estávamos vivos, talvez Bella seja por isso que estamos aqui.

 

- E o que você deixou pendente? – Perguntei a ela.

 

- Acho que de certa forma eu estou aqui para proteger o meu pai. – Ela me respondeu dando de ombros. – E você Bella?

 

Parei um minuto e depois respondi.

 

- Não sei, talvez minha família, mas eu já pedi perdão a minha mãe e eu sei que ela me sentiu, então não entendo.

 

- Mas você vai entender não se preocupe. – Ela me disse sorrindo e ficamos ali mais um tempo conversando.

 

Seja lá o que fosse meu assunto pendente eu não tinha há menor idéia do que poderia ser, mas eu iria descobrir.

POV Edward

Algum lugar do espaço aéreo de Londres, 29 de Dezembro de 2009.

 

- Bella. – Foi o nome que chamei enquanto sobrevoávamos Londres

 

Olhei para a poltrona ao lado e encontrei os olhos do meu irmão fitando-me de curiosidade, uma curiosidade que começava a me aflingir.

 

Era a quarta vez em dois dias que eu sonhava com ela e eu não tinha a menor idéia de quem poderia ser essa mulher, eu deveria mesmo estar enlouquecendo.

 

- Eu estava sonhando de novo?

 

- Aham. – Emmet respondeu. – Cara quem é essa mulher? Você não vai mesmo me dizer?

 

- Emm, eu já te disse que eu não sei, e depois isso é só um sonho, como é que eu vou saber?

 

- Sei, sei. – Ele me respondeu desconfiado. – Se você tivesse conhecido alguém você iria me contar certo?

 

- Deixe de ser ridículo Emmet, eu não conheci ninguém e sinceramente não acho que vá conhecer tão cedo então para de me perguntar tudo bem?

 

Fechei meus olhos ignorando meu irmão ao meu lado enquanto aguardava que nosso longo vôo pousasse em Londres.

Atenção senhores passageiros com destino a Londres, nosso vôo encontram-se no horário e dentro de 5 minutos estaremos chegando a solo Londrino, conforme o horário previsto para as 17:30 hs.

Peço a todos que a partir deste momento permaneçam sentados em suas poltronas, elevem seus acentos na posição vertical e apertem seus cintos.

A Air Europa Air Lines  agradece a todos a preferência  e deseja aos senhores uma excelente estadia em Londres.

 

E eu realmente queria que minha estadia em Londres fosse excelente o suficiente para apagar da minha memória todos os problemas que caminhavam comigo nos últimos dois anos.

POV Bella

Londres, 29 de Dezembro de 2009.

 

- Onde estamos indo Gabrielly? – Perguntei a ela enquanto caminhávamos pelas ruas de Londres, era estranha a sensação de passar por tantas pessoas e não ser vista, mas Gabrielly havia me dito que queria me mostrar um de seus lugares favoritos na capital Inglesa.

 

- Não chegaremos a tempo se formos assim Bella – Ela me disse enquanto olhava as horas no relógio de um senhor que acabara de passar por nós. -  Você sabe se teletransportar?

 

- Hein? – Parei imediatamente estática onde estava buscando a certeza do que eu acabara de ouvir.

 

- Teletransporte, sair de um lugar e chegar a outro com a força do pensamento, entendeu ou quer que eu desenhe?

 

Ótimo, a única pessoa que eu conhecia que eu poderia manter algum tipo de diálogo eu havia acabado de descobrir que também era louca.

 

- Eu mal sei como fui parar no telhado daquele prédio e você quer que eu me teletransporte, você esta louca Gabrielly?

 

Gabrielly me olhava com um sorriso terno na face que de certa forma me fez lembrar minha mãe, ela parecia alguém pronta para explicar a uma criança como eram feitos os bebês.

 

- Bella, você não parece que já esta há dois anos nesta condição. – Ela apontava para mim enquanto falava. – Existem certas coisas que podemos fazer, ou você acha que vamos andar por ai de ônibus e metro?

 

- E por que não? Quando estava viva era assim que eu me locomovia.

 

- Bella, você não esta mais viva, então existem coisas que você pode fazer, bem pelo visto você ainda não sabe disso, mas deixa eu te explicar, é simples.

 

- Gabrielly, você esta me deixando confusa. – E eu realmente estava, à idéia de viajar somente pensando onde eu queria estar era o tipo de coisa que eu só havia visto em filmes futuristas e não o tipo de idéia pela qual eu imaginasse que pudesse fazer.

 

- Bem, você quer ir aonde eu quero te levar ou quer ficar parada aqui a tarde inteira?

 

- Ok. – Respondi, ainda sem muito entender o que deveria fazer. – Me explique como funciona isso?

 

- Bom você já esteve no aeroporto Internacional de Londres?

 

- Sim, mas... perai você quer ir até o aeroporto internacional? Mas o que vamos fazer lá?

 

- Calma Bella, não se preocupe, você conhece o aeroporto certo? – Eu assenti com a cabeça e ela continuou. – Então você deve pensar nele e fechar seus olhos e você estará lá, simples assim.

 

Senti minha boca escancarar, meus olhos arregalarem e eu poderia jurar que minhas mãos estavam tremendo, o que esta garota tinha na cabeça?

 

- Você esta falando sério? – Com todo o meu esforço foi à única coisa que consegui perguntar.

 

- Claro Bella. Tente não é difícil e em segundos você estará aonde desejar, mas se apresse estamos em cima da hora.

 

- Em cima da hora pra que? – Perguntei.

 

- Bella, você faz perguntas demais, te vejo lá.

 

E então como em um passe de mágica ela desapareceu bem na minha frente diante dos meus olhos, simplesmente pluft.

 

- Gabrielly? – Eu chamei em vão, ela já tinha ido.

 

Ok Bella – pensei comigo mesma. – Você pode, não deve ser tão ruim assim, é só pensar e pluft, você estará lá.

 

Fechei meus olhos, flexionei meus punhos ao lado do meu corpo e pensei no aeroporto, eu havia estado lá apenas algumas vezes quando criança, então eu sabia onde deveria ir.

Passageiros do vôo 1437 Nova York – Londres o desembarque ocorrera pelo portão 3, retirem suas bagagens na esteira 7 e tenham um bom final de tarde.

 

Mal pude acreditar quando ouvi o som dos alto falantes do aeroporto de Londres, eu havia conseguido. Eu tinha me teletransportado. Uau!

 

- Eu consegui, eu consegui. – Eu pulava feito uma criança que acabara de ganhar o presente de natal esperado durante todo ano. Enquanto chutava o ar ao melhor estilo Chaves e fingia alguns soquinhos do tipo Rock – O lutador. – Eu realmente consegui, nossa! Incrivel!

(Musica obrigatória para este trecho) 

 

http://www.youtube.com/watch?v=Cxy0p3qey1w

 

Olhei a minha volta procurando Gabrielly para comemorar meu grande feito, mas não há vi, onde ela havia se metido?

 

- Gabrielly? Gabrielly? – Eu gritava pelo aeroporto lotado de pessoas e malas para todos os lados, mas nada, nenhuma resposta, girei meu corpo no sentido contrario na busca por ela e então encontrei um par de olhos verdes, os mais lindos que eu já havia visto em toda minha vida e estranhamente eles me encaravam os meus olhos como se pudesse me ver, como se eu fosse real.

POV Edward

Aeroporto de Londres, 29 de Dezembro de 2009.

 

Havíamos acabado de chegar a Londres e já tínhamos pegado nossas malas, eu aguardava Emmet que tinha ido tentar alugar um carro para nós no meio do saguão principal do aeroporto quando girei meu corpo tentando avistá-lo e encarei um par de olhos castanhos, os mesmos olhos que eu havia sonhado nos últimos dois dias, e de repente ela estava lá, bem a minha frente.

Sim, era ela.


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