Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 8
Getting To The Camp


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo tá meio fraco,mas eu até que gostei do capítulo :)



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Scirus começou a chutar a poeira. Chad olhou pras pernas de bode dele antes de começar a gritar.

– O QUE INFERNOS ERA AQUILO? – Ele apontou pra mim,ofegando. – De onde você tirou a bijouteria mágica?

– Era um manticore. Terríveis de matar.

– Ok, o que infernos está acontecendo? – Ele estava gargalhando,nervoso.

– Eu talvez possa explicar,depende de quanto já saibam.

Chad gritava alguma repsosta pra Scirus, mas eu não ouvi. Fiquei olhando o anel reluzir sob o sol,que iluminava o fim do beco.Eu achei que era uma tentativa ridícula de me comprar de Hades,papai,sei lá como chamá-lo.

Mas não. Era uma arma.Ou duas,ou sei lá quantas.Eu queria ver o que eu podia fazer com o anel,mas acho que aquele não era o momento exato.

– Por que as pessoas não vieram nos ajudar? – Ele estava basicamente colapsando.

– Não podem ver o que nós vimos,não é? – Scirus concordou. – Então,qual é a coisa das pernas peludas?

– São de bode,como sei que você sabe. E o termo correto é sátiro. – Ele guardou a flauta,as calças,os tênis e o gorro. Ele tinha o cabelo meio desgrenhado,numa tentativa frustrada de esconder os chifres.

Chad voltou a gargalhar. Fiquei olhando pra ele enquanto ele cerrava os pulsos e ficava sussurando pra si mesmo “eu estou sonhando”.

– Eu preciso levar vocês pro acampamento. Não sei porque nenhum protetor sentiu a aura de vocês aqui antes.

– O que?

– Eu te explico depois,Chad.

– Principalmente se considerarmos que vocês são dois.

– Três,Scirus. Dante,irmão de Chad também é um.

– Ah,ele tem a mesma idade que vocês?

– Meu irmão é quase três anos mais velho.

– Espera,se as pessoas normais não conseguem ver os monstros como Trianna conseguiu ver aquele bicho na estrada?Porque ela viu,não viu,El?

– Viu.O minotauro,é ela viu.

– Alguns deles consegue ver pela névoa.

– Névoa?

– É o que esconde os monstros dos olhos dos mortais. Agora,deixem as outras perguntas pra lá,precisamos ir.

– Scirus, eu não posso sair assim,com a roupa do corpo e pronto.

– Você mora muito longe?

– Não,nem eu nem Chad.

– Vamos logo,então. Temos que ir antes de outro ataque.

Peguei uns dois livros e joguei dentro da mochila,por baixo de umas roupas e do meu dinheiro. Não parecia uma boa ideia abandonar todo o dinheiro, mas eu seria uma completa idiota se saísse pelo país com todo aquele dinheiro.

Scirus estava ficando agitado, então escrevi um bilhete para o cara que alugava o apartamento,dizendo que sai para um acampamento de verão. Ainda tínhamos duas semanas de aula, mas eu não precisava de notas mesmo.

Fomos para a casa de Chad,que também pegou pouca coisa. Tentou falar com Dante ou a mãe,mas nenhum deles estava em casa. Paramos na frente do prédio,enquanto ele parava um táxi.

Ele já tinha colocado o gorro,a calça e os tênis de novo. Quando ele falou o endereço o taxista achou que fosse brincadeira, afinal que tipo de mãe deixa três adolescentes irem sozinhos para Long Island?

Scirus tirou algumas notas dos bolsos e mostrou bem descaradamente pro taxista. Tinha uma grana boa ali.

– Pra onde você está levando a gente,Scirus? – Eu estava sentada no meio e sussurrava,pro taxista não nos ouvir.

– Acampamento Meio-Sangue,é pra onde todo semideus vai. É o único lugar seguro pra vocês. – Chad ainda tentava ligar pra Dante ou pra mãe,mas nenhum deles atendia. – O que me leva a pergunta, como vocês conseguem ter celulares?

– Trabalhando pra pagar a conta no fim do mês – Olhei pra ele curiosa, qual era o problema com celulares – Por que?

– Essas coisas atraem os monstros. Na verdade, a aura de vocês atrai monstros, e essa aura só vai se intensificando com os anos. Por isso fiquei surpreso, por vocês só começarem a serem caçados agora.

O taxista parou no meio do nada. Eu podia ver as ondas se quebrarem e molharem a areia,mas não tinha nada aqui além disso. Só um morro com um pinheiro no topo. A viagem demorou um pouco.

As estrelas começavam a pontilhar o céu e o vento enchia o ar com um perfume de morangos frescos.Scirus começou a andar na direção do morro,quando viu que nem eu nem Chad o seguíamos.

– Vamos logo,já está ficando tarde.

– Chega,Scirus. Eu não vou a lugar nenhum se você não explicar o que está acontecendo,agora.

– Vocês são semideuses, correm perigo aqui fora e precisam subir.

– Sério.

– Não dá pra ser mais claro sem mostrar o acampamento.

– Não tem nada aqui,além da costa. – Foi a primeira vez que Chad falou desde que deixamos o Brooklyn.

– Confiem em mim,ok? Se vocês não gostarem de alguma coisa eu dou um jeito, mas podemos,por favor,subir?

Chad chegou ofegante no alto,mas eu simplesmente não sentia nenhuma diferença. É simplesmente como se eu tivesse ficado deitada por uns 15 minutos.

Por um breve segundo tudo que eu podia ver era o pinheiro ao meu lado. Então eu dei mais um passo e me vi dentro de um enorme acampamento. Eu conseguia ver uma quadra de vôlei próxima de uma grande casa,de aparência um pouco antiga. Tinha um tipo de anfiteatro mais a frente,campos de morangos e até uma parede de escalada com lava.

Era bem óbvio que ainda tinha muita coisa que eu não prestei atanção e outros lugares,mas eu perdi o interesse no resto quando vi um conjunto de chalés, em formação de um U.

– Scirus, o que são aqueles chalés?

– Aonde vocês vão ficar,mas antes tenho que levar vocês para o sr. D.

– Sr. D? – Chad acabara de sair de seu transe devido à visão do acampamento.

– É, Dionísio, nosso diretor.

– Não brinca.

Scirus começou a descer a ladeira,eu e Chad seguindo. Não me parecia cheio,ou ao menos os campistas estavam todos em um só lugar.

Ele se dirigia para a casa antiga,perto da quadra de volei,apesar de parecer vazia.Ele ficou parado na varanda,esperando alguma coisa. Todo mundo parecia estar em um pavilhão ao longe.

– O que a gente está esperando? – Scirus pegou uma lata de Coca Cola diet amassada do chão e mastigou um pedaço antes de responder.

– Que o sr. D venha nos receber.

Alguns segundos depois um cara baixinho e acima do peso,com bochechas vermelhas e o pescoço roliço subiu as escadas e se sentou na mesa da varanda.

– Isso é mesmo importante,Scirus? Porque você interrompeu meu jantar.

– Desculpe-me,senhor, mas é que esses dois são diferentes.

Ele fez um jesto com a mão no ar e uma lata de Coca Cola como a que Scirus estava mastigando apareceu. Ele deu um gole.

– Diferentes como?

– Eles têm 15 anos cada, e só foram atacados recentemente.

– Quais seus nomes?

– Chad Maener.

– Elgin Usberco.

– Tudo bem. Estão vivos,que ótimo. Scirus leve-os para o pavilhão e depois para os chalés. – Ele não me parecia verdadeiramente satisfeito conosco, mas não indaguei.

Todos pararam de comer quando chegamos. Eu simplesmente queria me virar e ir embora,toda aquela atenção me incomodava.Chad também não parecia confortável.

Depois de alguns sorrisos e acenos eles se voltaram para os pratos de novo. Um garoto loiro,com uma cicatriz se levantou e indicou pra nos sentarmos com ele.

– Chegaram em boa hora. – Ele conseguiu dois pratos nem sei de onde e nos entregou. – Peçam o que quiserem pra beber.

Olhei pra Chad sem entender,ele retribuiu o olhar.O garoto parecia se divertir com a situação.

– É só falar pro copo. Parece meio ridículo,mas vocês vão se acostumar.

Chad sussurrou algo pro copo,que se encheu de um líquido escuro. Sussurrei pro meu copo também,me sentindo terrivelmente ridícula,que se encheu de Coca Cola diet.

– Então,como você se chama?

– Luke,filho de Hermes. Vocês?

– Chad e Elgin. Então nós somos filhos de Hermes? – Eu sabia que não,mas achei que seria melhor não dizer.

– Não necessariamente,mas pode ser.Na verdade,todo novato vai pro chalé 11 até ser proclamado.

– Por que?

– Hermes é um idiota,tem tantos filhos que é mais provável que os novatos sejam dele também,entende?

– Não muito,mas eu posso me esforçar.

Ficamos mais alguns minutos pelo pavilhão,até todos se levantarem e se juntarem ao redor de uma fogueira. Os filhos de Apolo começaram a cantar alegremente,a fogueira queimando em uma cor alegre e viva.

Uma garotinha sentada ali perto sorriu de leve. Acenei discretamente antes de me voltar para Luke de novo.

– A fogueira muda de acordo o humor dos campistas.E o chalé de Apolo sempre lidera o coro como eu acho que vocês perceberam.

– Qual é o chalé de Apolo?O número.

– 7,e o de Hermes 11.Zeus é o1,Hera o 2,apesar de Hera não ter filhos semideuses.

– Faz sentido,ela é a deusa do casamento e da família.

– Pois é. Enfim,o 3 é de Poseidon,4 Deméter, 5 Ares,6 Atena, 8 Artémis,mas ela também não tem filhos,só suas seguidoras as Caçadoras.

– Atena também não era pra ser virgem?

– Eu não sei bem como funcionam,mas acho que eles nascem com a mãe nasceu. De qualquer maneira,o 9 é de Hefesto,Afrodite 10 e Dionísio 12.

– Hades não tem um?

– Ninguém gosta de filhos de Hades pra falar a verdade,eles trazem mau agouro, mas também ninguém abe de um filho de Hades.

Então se eu decidisse viver aqui teria que ficar pra sempre sendo uma não-proclamada. Depois de um tempo ouvindo as músicas e as conversas paralelas a coisa mais estranha de todas aconteceu.

Foi como um raio cortando um céu,me parecia uma flecha. Passou por cima da cabeça de Chad,fazendo todos olharem pra ele. Ele olhou pra mim,sem entender bem a situação.

Por cima de sua cabeça brilhava em um amarelo incrívelmente forte a imagem de um sol. Os outros campistas desviaram o olhar,mas eu fiquei observando Chad ganhar um tipo de contorno iluminado na mesma cor do sol.

Poucos segundo depois a fogueira voltou a ser a única fonte de luz no lugar. Um a um os campistas começaram a se curvar em sinal de respeito,e eu meio que fiz o mesmo.

– Seja bem vindo,Chad Maener, filho de Apolo.


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Notas finais do capítulo

Ain,que lindas essas pessoas que me deixam review :)



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