Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 49
Working


Notas iniciais do capítulo

Então, espero que gostem desse ^~^



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Acordei com meu celular vibrando embaixo do travesseiro. Era o despertador. 5 da manhã. Meus olhos pareciam resistentes em abrirem, mas consegui forçar minhas pálpebras.

Yamamoto dormia do meu lado, parecendo uma criança, com a cara amassada no travesseiro e a boca levemente aberta. Dei um bocejo, sorrindo logo em seguida com aquela imagem.

– Ok, Elgin. –Falei num sussurro e fiquei de pé, bocejando de novo. Fui até o banheiro, pulando os corpos adormecidos ao meu redor. Passei por cima de Dante, também dormindo. E como ele era bonito daquele jeito.

Sacudi a cabeça, continuando a jornada até o banheiro. O sono provavelmente me dava pensamentos imbecis. Fechei a porta, com os olhos ainda pesados.

Devo ter gastado uns 15 minutos pra acabar de trocar de roupa, vestindo a clássica camiseta laranja e uma calça jeans. Além do cabelo preso num rabo de cavalo e o cordão que Yamamoto me devolvera antes de ir dormir.

Olhei a paisagem no anel, vendo o vale tempestuoso. Deixei a imagem para trás, saindo com cuidado do chalé. Consegui um copo de café no pavilhão. Não gostava da bebida, mas precisava acordar.

Estava na porta de Quintus bem na hora, ainda sonolenta. Ele abriu a porta de seu quarto, um sorriso fraco. Bocejei de novo, murmurando bom dia.

– Bem, pode começar arrumando essas coisas. – Ele apontou para o quarto. – Não se preocupe em deixar o lugar brilhando, só dê uma ajeitada nas coisas.

– Tenho algum tempo limite? – Ele deu de ombros.

– Se conseguir acabar antes das 6, fico grato. Agora, com licença, vou tomar um banho.

Ele me deixou sozinha no quarto. Peguei meus fones, cantarolando a música que passava por eles. Am I Wrong? Adorava aquela música. Fora Yamamoto quem me mostrara.

Sem me preocupar muito com o tempo, comecei a arrumar a cama. Comecei a arrumar a mesinha ali depois. Joguei alguns papéis de bala e embalagens de refrigerante diet na lixeira.

Foi quando estranhei. Dentro da cesta de lixo havia um papel de um projeto aparentemente complexo, com um delta de assinatura. Franzi o cenho. Não deveria ser algo assim tão alarmante, mas não pude deixar de notar.

Voltei a arrumar a mesa, empilhando algumas folhas, sem saber o que eu deveria jogar fora. Não encostei no computador. Abri as cortinas e dobrei as roupas jogadas sobre uma cadeira. Me parecia suficiente.

Estava prestes a abrir a porta quando meu anel começou a formigar. Quintus abriu a porta, esquentando um pouco o metal. Imaginei se ele era algum ser da mitologia q eu desconhecia. Seria uma boa explicação, afinal, o próprio Sr. D não era um deus?

Mas era diferente. Porque na verdade, o que havia de estranho nele era sua aura. Me incomodava. Como se eu estivesse encarando uma laranja mofada há vinte anos.

– Pronto? Isso foi rápido.

– Algo mais? – Ele mandou que eu o seguisse. Passei a ajudá-lo com algo relacionado com os Jogos que o Acampamento normalmente realizava. Não prestei muita atenção no que estava fazendo.

O Acampamento começou a fervilhar. Fomos para o Pavilhão, tomar café com os outros. Dessa vez pude me sentar na mesa do 11. Ele disse que não precisaria mais de mim até segunda ordem.

– Como vai o novo emprego? – Japa perguntou.

– Não tem nem duas horas e eu já quero me matar. – Falei, pegando um copo de café. Dante franziu o cenho. – O que?

– Não toma café. Sempre achou horrível.

– Você quer me ver morta? – Falei, apoiando a cabeça na mão. – Eu odeio café, mas preciso ficar acordada.

– Se você morre, quem eu vou atazanar? – Ele falou, rindo.

– Vai se ferrar, Dante. – Tomei o copo de café quase todo de uma vez.

Acabei de comer e deixei o Pavilhão, simplesmente querendo ficar longe de Quintus. Yamamoto foi comigo treinar com minhas espadas. Fazia tanto tempo que eu não lutava.

Ele também não parecia muito hábil. Mas foi bom para desenferrujar. Ele saiu com algumas marcas roxas. Eu também. Mas ainda assim ríamos.

– Isso foi bom. Quero dizer, pra sofrimento e dor. – Ri, sentando ao seu lado na grama.

– Ah, você gostou. Tem alguns novos roxos. E me deu alguns também.

– É, sou sadomasoquista. – Ele disse, sorrindo daquele jeito torto.

– Sai daqui, esquisito. – Falei, empurrando-o.

– Não sou, diga-se de passagem. – Ele disse, ficando de pé. – Seu chefe.

– Droga. – Fiquei de pé também, esperando Quintus. – Pois não?

– Preciso falar com Clarisse, poderia chamá-la? E levá-la até o Pavilhão.

– Sim, senhor. – Imaginei que Clarisse estaria no seu chalé ou com sua lança. Tentei no chalé, respirando fundo.

– Clarisse. Clarisse La Rue. – A garota atravessou a porta, carregando a bendita lança. A cara dela me parecia bem feliz, o que significava que ainda parecia de mau humor.

– O que você quer, Elgin?

– Quintus quer falar com você. – Falei, respirando fundo.

– O que ele quer?

– Eu sei lá. – Dei de ombros. – Olha, só vamos logo, sim? Ele vai estar no Pavilhão.

– Eu não vou. Ele vai querer encher minha paciência.

– Clarisse, você gosta de sinceridade, sim? Então ai vai uma verdade, eu não poderia ligar menos pro assunto entre vocês.

– Muito menos eu.

– Então só vai e finja que está ouvindo. Facilite para todas nós.

– O que isso facilita pra mim?

– EU NÃO TE ARRASTAR PELO CABELO ATÉ LÁ. – Berrei, começando a perder minha paciência. – Clarisse, eu acordei às cinco da manhã. Seu dia NÃO vai ser pior que o meu.

– Tem certeza que não é filha de Ares? Sempre tão explosiva e irritada.

– Clarisse, eu , de novo, não ligo. – Falei, respirando fundo. – Agora anda.

– Já vou, garota. – Ela deixou o chalé, rindo. Os outros campistas próximos fingiam que não me viam.

Decidi ir para a praia, respirar um pouco. Se aquilo era o primeiro dia, eu enlouqueceria logo.

Aquele lugar tinha um poder mágico de me acalmar. Me sentei na areia, de olhos fechados. Será que eu não podia bloquear aquele nervosismo? Eu nem me lembrava daquela “habilidade”, mas não parecia fazer efeito agora.

Abri os olhos, suspirando. Eu só precisava me acalmar e suportaria aquele “emprego”. Só isso.

Vi Dante de pé, pouco mais perto da água. Parecia pensativo, estado quase inédito de se presenciar. Assobiei, fazendo-o se virar. No entanto, quando viu que era eu quem o chamava, me ignorou.

– Que? – Respirei fundo. – Dante!

Nem menção de se mover. Fiquei de pé, caminhando até ele. Não correu, mas também não me olhou.

– O que há com você? – Silêncio. – Vou ter que te derrubar?

Ainda assim, ele não disse nada. Respirei fundo, cerrando os punhos.

– Dante, você já viu que eu não estou bem hoje, então você poderia fazer a gentileza de não me ignorar?

– Vai caçar aquele japonês dos infernos, que tal? – Ele falou, agressivo. – Também não estou com saco pra te aguentar.

– Uou, o que aconteceu com você? – Ele voltou a me ignorar. – Quer saber, você devia ter morrido quando caiu naquele abismo, levar essa ignorância junto.

– O que? – Ele pareceu meio indignado, mas sinceramente, não queria saber. Voltei para o chalé, esquecendo a calma e tranquilidade de segundos atrás.

Fiquei sentada na escada da entrada, os fones ligados. Sabia que a maioria dos campistas ainda não gostava que eu usasse aparelhos como celulares, mas ficaram tranquilos ao me verem colocá-lo no modo avião. Sem sinal algum.

– Elgin. – Chad apareceu, sorrindo. – O que foi?

Suspirei. Ele se sentou ao meu lado, preocupado. Chad ainda era especial para mim. Talvez aquela dúvida dentro de mim fosse simplesmente burrice minha e Chad fosse o cara da minha vida. Dante fosse só o babaca gostoso.

– El, o que foi? – Ele falou, me despertando.

– Dante é um bosta. – Ele deu uma risada fraca, bagunçando o cabelo.

– Descobriu hoje? O que ele fez?

– Deixa pra lá. Foi ele quem começou. – Cruzei os braços sobre os joelhos. – Como você está?

– Confuso. Tenho tentado esquecer o caso do céu, mas...

– Deve ter sido...pesado. Em todos os sentidos.

– Eu ouvia você chamando. Dante também. – Ele disse, sério. – Sempre que estava quase caindo, um dos dois me chamava.

– Chad, eu queria ter chegado antes... – Ele me interrompeu com um beijo leve.

– Eu não sei mais como estamos, mas...Eu senti falta disso. – Ele disse, escondendo o rosto.

– Chad, eu... – Não sabia o que falar.

– A gente devia voltar. Amigos, sabe? – Ele falou, me encarando de novo. Sei que você está bem...confusa.

– É, acho que serve como adjetivo. – Falei, encarando o chão.

– Ei, está tranquilo. – Ele falou, sorrindo. – Acontece. Principalmente com dois caras mais bonitos que eu ao redor.

– Você é bom demais. Mais do que eu mereço. – Falei, sorrindo fraco. – Você sabe que nunca fui de gostar de gente rude e irritante, mas...

– Dante te conhece como a palma da mão. E o outro, Yamamoto, ele entrou na sua vida quase que de imediato.

– Valeu, Chad.

– Ainda sou o melhor amigo, certo?

– Está pedindo uma friendzone?

– É minha posição, estou reclamando-a.

– É, você é. – Pensei em tirar a corrente com o anel, mas ele segurou minha mão.

– Pode ficar.É até bom termos uma palhinha do seu humor. – Sorri. – Obrigado, Elgin. Por tudo.

– Obrigado por entender. – Falei, meus olhos ardendo. Ainda assim, nenhuma lágrima de seja lá qual sentimento fosse, caiu.

– Se Dante te conhece como a palma da mão dele, eu te conheço como se fosse você. – Sorri. – E ele deve estar confuso. Ou com raiva. Da reclamação.

– Quis falar com ele, mas só faltou ele me bater. – Falei, tirando os fones.

– Vou falar com ele para largar de ser imbecil. Pode deixar. – Sorri, agradecida. – Te vejo depois.

– Tchau. – Fiquei de pé, voltando para dentro do chalé.


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Notas finais do capítulo

O que acham? Até a próxima povo lindo ^~^



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