Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 47
What's Left of a Family


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, perdão pelo atraso .q
Segundo, acho que o título é bem sugestivo, mas ok :v
E terceiro, aproveitem ^~^



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– Chad. – Ele estava acordado, sentado na cama. – Trouxe alguém.

Dante parou atrás de mim, a mão na nuca. Chad teria pulado pra fora da cama se ele aguentasse. Yamamoto nos encarava do chão, bocejando. Dante nem olhou pra ele.

– Vivo. Você está vivo. – Chad falava, respirando fundo.

– Eu devia falar isso pra você, bobão. – Eram de novo dois irmãos, brigando por estarem preocupados. – Quer me matar do coração?

– Dante. Como eu parei lá?

– Eu que vou saber? – Dante fechou a cara, suspirando. – Estava andando pelo Mundo Inferior enquanto você morria no alto de uma montanha.

– Ainda não acredito que...conversou com Tri. – Falei, sem pensar. Dante deu de ombros.

– Ela se lembrava de você. Ao menos, quando não estava perdendo para a versão morta dela. – Ele parou por um instante. – Aquele lugar tem tudo pra ser incrível.

– O Mundo Inferior? – Yamamoto perguntou, me fazendo lembrar de sua presença ali.

– É. É tipo uma caverna imensa e...bonita. Com aqueles campos e tudo mais. Parece mesmo com você. O ar sombrio e tudo.

– Cala a boca. – Cruzei os braços, olhando para Chad. – Temos que te levar pra um médico. Ou pro Acampamento.

– Estou melhor.

– Você se esquece que consigo sentir auras? A sua está muito fraca pra alguém que está “melhor”.

– Vamos pra casa. De lá decidimos. – Ele falou, depois de pensar por alguns instantes. – Nossa mãe deve estar preocupada.

– Querem que eu consiga um carro maior? – Yamamoto ficou de pé num salto, as mãos no bolso.

– Precisa roubar algo? – Perguntei, rindo.

– Quando não? – Deu de ombros. – Volto logo. Estejam prontos.

– Tudo bem.

– Roubar? – Chad franziu o cenho. Não por roubarmos um carro. Na verdade, aquilo já tinha ficado recorrente.

– Ele é cleptomaníaco. – Expliquei, recolhendo nossas coisas pelo quarto. – Ele não deve gastar mais que vinte minutos.

– Bem, tem um detalhe. – Dante falou. – Eu provavelmente quebrei alguma coisa na queda. Percebi isso na praia.

– Então não vai dirigir.

– Exatamente. – Eu não tinha perguntado, mas ele confirmou.

Paguei o hotel e agradeci a recepcionista, sorrindo. Ela desejou melhoras a Chad antes de se despedir. Ele sorriu em resposta.

15 minutos depois estávamos dentro de um Porsche prata, com Yamamoto na direção. Falei com ele de Dante, ele apenas deu de ombros. Fui com Chad atrás, tomando conta dele.

Finalmente me dei um descanso e deixei meus olhos se fecharem, desbloqueando tudo que guardei na viagem. O sono cobriu todo o resto.

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Chad teve que passar uma semana tomando soro na veia. Dante usava uma tala no tornozelo e tinha um braço engessado, preso dentro de casa o dia todo.

Gastamos pouco mais de uma semana pra chegar ao Brooklyn de volta. Yamamoto fez uma ligação anônima para a polícia, devolvendo o Porsche.

Todo dia eu ia ao hospital, visitar Chad, e logo em seguida passava na casa deles para ver Dante. Tudo normal. O garoto mais velho tinha voltado a tomar todo quando a mãe não estava em casa.

– O que há de errado com você? – Tomei uma garrafa de sua mão, jogando minha bolsa numa poltrona.

– Você tem falado com Japa?

– Sim. Por quê?

– Não gosto dele. – Era bem direto. Dante tinha aquela qualidade, se podemos chamar assim.

– Por que não? – Me sentei de frente pra ele, séria.

– Você precisa de explicação pra tudo mesmo. – Ele estalou a língua, sério. – Porque ele, diferente de Chad, representa um risco pra mim.

– Risco?

– Risco de você se apaixonar pelo desgraçado. – Ele esfregou o braço engessado contra a lateral de seu corpo, provavelmente coçando. – E não gosto de concorrência.

– Achei que íamos esquecer daquilo.

– Você esqueceu? – Ele ficou de pé, parando colado à poltrona onde eu estava. Ele se inclinou, os músculos do abdômen aparecendo sob a camisa. Meu silêncio foi minha resposta. – Imaginei que não.

– Para com isso.

– Gosta dele? Do Japa?

– Eu vou embora. – Não tinha por onde ficar de pé.

– Não sem me responder.

– Sabe por que eu vim aqui? Pra te contar o que Scirus me disse.

– O que? – Foi uma mudança abrupta de assunto, mas serviu de rota de fuga. – O que ele disse?

– Resgataram um semideus no Acampamento. Filho de Hades.

– Você tem irmão?

– Lembra aquela menina do ferro velho? De acordo Scirus, era irmã do garoto.

– Então...ela seria sua...

– Irmã? Se estivesse viva, sim. – Falei, respirando fundo. – Tenho um irmãozinho agora.

– Qual o nome dele? Deles.

– Nico e Bianca Di Angelo. – Respondi, aproveitando uma brecha para ficar de pé.

– Não ache que eu esqueci minha pergunta. – Gelei. – Só estou chocado.

– Te respondo depois. – Correndo, peguei minha bolsa e deixei o apartamento. Para minha sorte, a tala no tornozelo não o deixava correr.

Fechei a porta da minha casa, respirando fundo. O anel na minha mão esquentou, fortemente. Quase brilhava. Procurei por Apolo, mas encontrei outro deus.

– Hades. – O homem olhava pela janela do quarto, um livro na mão. Olhei o título. 12 Anos De Escravidão. A maioria das pessoas só sabia do filme.

– Você soube deles. Seus irmãos.

– Só achavam que Poseidon tinha quebrado o acordo. Acham que só você manteve a palavra. Mas Nico...

– Ele não é dessa época. Não importa. Você foi a única que me faz culpado pelo pacto.

– Não sabem de mim.

– Mas vão saber, hora ou outra. – Ele deu de ombros. – Só queria te pedir para...tomar conta dele.

– Nem o conheço.

– Nem ele a você. Mas é o que restou da família dele. E vice versa. – Ele suspirou. – Me perdoe pela negligência.

– Não importa. Estive andando por conta própria nos últimos anos. Não prometo nada quanto ao garoto.

– É suficiente ouvir que vai tentar. – Concordei. – Não posso gastar muito mais tempo. Já fiz o que queria.

– Posso só te perguntar uma coisa?

– Seja breve.

– Alguma vez se importou em pedir para alguém cuidar de mim? Já se importou se eu estava viva?

– Te vigiei desde o dia que sua mãe a largou. Dante não apareceu por acaso. Nem Chad. Muito menos a garota.

Pelo sorriso dele, soube que ele sabia da condição dela. Ele não punira Tri completamente.

– Ela merecia um prêmio por sua lealdade. – Sorriu, pacífico. – Devo ir. Melhoras para Chad.

Sumiu. Fiquei sozinha no quarto, com o livro que ele segurava no chão. Me abaixei para apanhá-lo. Família. Deixei o livro na cômoda e me sentei na cama.

– As coisas vão se acertar. Vou achar Nico. Vou ajudá-lo. – Sequei uma bochecha. – Vou ajudá-lo.

Peguei uma roupa limpa e fui tomar banho, bloqueando qualquer que fosse aquele sentimento.


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Notas finais do capítulo

Declaro aqui encerrada a parte da Maldição do Titã. Sim, sei que faltaram respostas e esclarecimentos. A próxima parte virá com elas ^~^ Good night :*



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