Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 38
Chad's Message


Notas iniciais do capítulo

Gentem, eu jurava que já tinha postado esse capítulo, fiquei até 1 da manhã escrevendo -q Mas bem, ai está



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– Como você consegue viver aqui? – Yamamoto já estava no meu quarto, depois de ter passado pela cozinha e pelo banheiro. – Meio pequeno.

– É suficiente. – Cruzei meus braços, colocando minhas coisas sobre a cômoda. – Só eu vivo aqui.

– Poderia mudar. – Ele se deitou na minha cama, colocando as mãos sob a cabeça, sorrindo. – Sério, quantos anos mesmo você tem?

– 17. Vivo aqui há 5. – Dei de ombros. – Sai da minha cama.

– Muito mais fácil você se deitar comigo. – O sorriso continuava torto no seu rosto. Revirei os olhos. – Ah, fala sério, tenho certeza de que o garoto da esquina fala coisa bem pior com você.

– Qual deles? – Dei um tapa no pé dele, tentando fazê-lo se sentar. Ele só riu.

– O com cara de cafajeste. – Ele deu de ombros.

– Dante. Você me lembra dele. – Dei um sorriso irônico. – Você não tem nada para fazer?

– Não.

– Eu te ofereço um suco, você toma e vai embora, ok? – Eu mastigava minha língua, contendo minha raiva. A dor na minha língua era bloqueada.

Ele se levantou, indo até a cozinha. Abri a geladeira e peguei a jarra de suco de uva. Servi um copo pra ele e o entreguei. Yamamoto me olhou, como se esperasse algo.

– Não vai tomar? – Ele ergueu o próprio copo.

– Medo de ser envenenado? – A ideia me fez sorrir.

– Precaução é o nome desse medo. – Ele deu de ombros. – E então, o que significam as contas do colar?

– Percy Jackson, filho de Poseidon, e Thalia, filha de Zeus.

– O pinheiro? O que houve? – Ele olhou o colar de novo.

– O garoto, Percy, foi atrás do Velocino de Ouro. – Ele cravou os olhos em mim, esperando a continuação. Era a primeira vez que eu achava um asiático bonito. – O Velocino a transformou em humana de novo.

– Que loucura. E você? O que já fez de especial? – Ele tomou um gole do suco depois que eu servi um copo para mim mesma.

– Só fui em uma missão. Recuperei o Elmo de Hades. – Tomei o suco todo de uma vez só. Yamamoto me encarava de um jeito estranho quando coloquei o copo na mesa. – O que?

– Como anda o Acampamento? A mesma coisa de sempre? – Ele tomou um gole do suco.

– Você já foi até o Acampamento? – Franzi o cenho. Aquilo era estranho. – Você sabia que Thalia era o pinheiro.

– Por que está tão surpresa? – Ele segurava o copo como alguém segurando um copo de uísque.

– Digamos que você tem um irmão um pouco suspeito. – Dei de ombros. – Quase morri por culpa dele.

– Um irmão? Difícil, tenho vários deles. – Ele terminou o suco. – Qual deles?

– Castellan. – A ideia de pronunciar o primeiro nome dele me dava um arrepio. Eu sentia a cicatriz que o Minotauro me causara sob a camiseta. – Acabou o suco?

– Quer que eu vá embora para correr atrás do seu namorado? – O sorriso torto voltou.

– Quero que vá embora porque você é folgado. – Revidei, pegando os dois copos e colocando na pia. – As pessoas geralmente esperam ficar íntimas das outras para fazer tantas perguntas.

– Você está me xingando ou me dizendo para sermos amigos? – Ele cruzou os braços. Passei por ele e abri a porta do apartamento.

– Você escolhe lá fora. – Indiquei o corredor com a cabeça. – Vaza, Japa.

– Muito bem. – Ele descruzou os braços e saiu do apartamento. – Te vejo por ai, El.

Fechei a porta, virando a chave na fechadura. Eu precisava descobrir se Yamamoto era ou não um dos semideuses que apoiavam Luke. Mas, sinceramente, eu não ligava pra aquilo naquele instante.

Eu queria...não. Eu precisava ir atrás de Chad. Abri a porta de novo e saí. Fui direto para o prédio. A distância parecia ter aumentado umas quinze vezes.

Finalmente parei em frente ao portão e toquei o interfone. A voz de Dante falou do outro lado, com uma voz irritante. Ele e Yamamoto conseguiam ser tão parecidos que chegava a ser irritante.

– Pois não?

– Me deixa entrar, Dante. - Pedi, séria.

– Por que eu deveria? Eu te avisei, Elgin. Você ia perceber que não gostava do meu irmão desse jeito...E agora, sobrou para quem colar o coraçãozinho dele com fita adesiva? – Eu quase imaginava Dante abaixado ao lado de Chad enquanto falava comigo, com um rolo de fita adesiva na mão.

– Eu nem conhecia aquele cara!Dante, abre o portão.

Ele não me respondeu. Desligou. Inclinei a cabeça, boquiaberta. Dante estava me ignorando. Travei o maxilar, fechando minhas mãos, até os nós entre meus dedos ficarem brancos.

Me joguei contra o portão. Uma. Duas. Três vezes. O portão tremia sob meu peso, mas não cedia. Continuei. Quatro. Cinco. Seis vezes. O portão empenou. Dei um sorriso e me joguei uma última vez.

Uma dobradiça voou, ricocheteando nas paredes do corredor e caindo no chão. Empurrei o portão e o abri, pendendo um pouco bambo. A maioria das pessoas teria ficado dolorido depois de arrombar aquele portão. Eu não sentia nada, graças ao meu bloqueio.

Parei em frente à porta deles dessa vez. Se eles não abrissem por bem, eu teria que repetir o processo que usei no portão. Toquei a campainha, batendo o pé no chão.

– Como você entrou aqui? – Dante falou por trás da porta.

– Vai abrir ou eu vou ter que te mostrar como eu entrei? – Coloquei as mãos na cintura e esperei. Ouvi um som metálico e a porta se abriu.

A primeira coisa que vi foi Chad, absolutamente indiferente sentado no sofá, jogando videogame. Não parecia nem um pouco com o Chad que eu tinha visto na esquina.

A segunda foi Dante olhando meu ombro. Ele estava sem camisa, mas eu não prestei muita atenção. Virei o rosto para meu ombro, apoiando as mãos nas laterais da porta.

O ombro estava vermelho e esfolado, pelas grades do portão. Não doía. Nem um pouco. Ergui o olhar para Dante.

– Precisam de um portão novo. – Olhei de novo para Chad. Ele estava ignorando minha presença.

– Derrubou nosso portão no ombro? – Dante ficou realmente surpreso.

– Achei que tinha me dito que estava colando o coraçãozinho dele com fita adesiva. – Deixei meus braços penderem ao meu lado, tirando as mãos da porta.

– Elgin, a errada aqui é você. – Ele me deixou entrar, mas não entrei. Não era bem vinda. – Quero dizer, já era ruim o suficiente deixar o cara chegar tão perto de você...

– Ela ainda convida ele para entrar naquele maldito apartamento. – Chad falou mais para si que para Dante. Travei o maxilar, dessa vez por tristeza.

– E ainda diz que nem conhecia ele. – Dante cobriu a boca, como se estivesse chocado. Revirei meus olhos.

– Quer saber, só convidei ele para não ser mal educada. – Sorri do jeito torto para Dante. – Ele também é semideus, filho de Hermes. Só queria descobrir se ele é ou não um dos aliados de Luke.

– E descobriu?

– NÃO. – Não foi um grito, mas foi bem hostil. – E quanto a você, Chad, achei que confiava mais em mim.

– A culpa disso tudo é sua. – Ele sequer movia os olhos da televisão.

– Não sinto culpa nenhuma. – Ele finalmente me olhou. Ele tentava não demonstrar, mas eu via a dor em seus olhos. – Não preciso me culpar por algo que eu não fiz. Se eu quisesse ficar com um cara daqueles eu estaria com seu irmão, não você.

Ficamos em silêncio por algum tempo. E então uma risada de Chad quebrou o gelo, de uma forma desconcertante.

– O que foi? – Perguntei, quase com raiva. Por que ele estava rindo num momento daqueles?

– Não consigo ter raiva de você. Não depois de ouvir sua voz tão firme. – Ele largou a manete. – E você arrombou o portão do meu prédio.

– Sabia que é um idiota? – Cruzei os braços.

– Eu sei. – Ele concordou. – Vem cá. – Ele estendeu a mão. Entrei no apartamento, pegando sua mão. Sabia que íamos para seu quarto, mas me deixei ser levada.

– Posso te pedir um favor? – Ele disse, fechando a porta. Estava sério agora.

– Me perdoou mesmo? Não que eu tenha feito nada, mas foi uma situação bem estranha. – Cruzei os braços.

– Elgin, escuta. – Ele segurou meus ombros com urgência. – Precisa ajudar Annabeth e os outros. Atlas não é nosso amigo.

– O que? – Encarei o chão. Foi então que percebi que Chad não tinha sombra. Nenhuma. Ergui os olhos de novo. – Chad, o que é isso?

– Fale com Quíron. Rápido. – Sua imagem começou a sumir, como numa mensagem de Íris. – E diga a Dante que se ele fizer qualquer coisa eu mato ele.

Abri minha boca para falar, mas as mãos dele sumiram. O corpo sumiu logo em seguida, me deixando sozinha. O que tinha sido aquilo?


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Notas finais do capítulo

-qq E então?



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