Capítulo 18

Isabella despertou, por um momento sentiu uma repentina decepção ao ver que estava em consciência, já que quando estava inconsciente sonhou que sua vida com Edward estava perfeita. Eles ainda eram um casal, se amavam, estavam felizes juntos e não havia problemas.

Sonhos... — pensou consigo.

Se ajeitando na cama, que viu ser hospitalar, notou que estava sozinha no quarto. Ela não sabia ainda por quanto tempo esteve inconsciente, mas sentia-se bem descansada.

— Oh, meu amor, já acordada? — Renée adentrou no quarto, sorriu para a filha, que o retribuiu.

Isabella viu o quão cansada sua mãe parecia estar. A maquiagem havia sumido de sua face, estava mais pálida e com leves olheiras, os cabelos louros estavam presos em um coque e seus vestes elegantes haviam sido trocados por moletons de veludo e tênis.

— Acordei agora. — disse. — Por quanto tempo dormi?

Renée sentou-se ao lado da cama, suspirando.

— Algumas horas. — respondeu.

— E que horas é agora?

— Cinco da manhã.

Isabella surpreendeu-se. Não fazia ideia que dormira por tantas horas.

— E o papai e Emmett? — perguntou.

— Foram descansar. — respondeu, e em seguida bocejou.

— Obrigada por ter ficado comigo esse tempo todo, mãe. — agradeceu com sinceridade. — Se me dissessem eu estaríamos passando por momentos assim antes, eu desacreditaria completamente. Mas só tenho a agradecer à você por ter estado ao meu lado, me apoiando com a gravidez e me ensinando mais sobre essa minha nova experiência.

Bella sorriu, com lágrimas nos olhos. Então as limpou com as mãos.

— Eu sinto que agora finalmente estou tendo uma mãe de verdade. Desculpe a honestidade crua, mas é o que sinto.

— Eu entendo, meu amor. Já fui muito imprudente na sua infância e na do seu irmão. Mas nunca é tarde para recomeçar. E agora, mais do que nunca, é a minha chance. — tocou a barriga da filha, enquanto a encarava nos olhos. — Não vou abandoná-las, farei de tudo para protegê-las.

Assentindo, Bella e Renée se abraçaram.

Era uma sensação que podiam descrever como “lavar a alma”.

— Mãe. Os médicos me disseram o que tenho. E que corro risco, e minha filha também! — com desespero, desatou a chorar. — Não posso perdê-la, mãe.

Renée afagava os cabelos da filha, enquanto a abraçava. Bella chorava, temendo por sua vida e a da filha.

Dentro da cabeça de Renée só havia uma idéia. Afastar Isabella dos Cullen o mais rápido possível. Até que aquele delinqüente tomasse um rumo decente para si próprio, para então depois ter alguma aproximação com sua filha e neta.

— Vamos conversar, querida. — pediu baixinho, enxugando as lágrimas da face da filha. A mesma a olhou, assentiu e fungando. — Algumas decisões precisam ser urgentemente tomadas. Para o bem de todos.

Engolindo um nó na garganta, Isabella concordou com cada palavra que a mãe disse.

— Não se preocupe, mamãe. Assim que eu tiver alta, o procurarei para conversarmos.

— Ótimo, meu amor. E sabemos que por mais difícil que esteja sendo e que ainda vá ser, é pelo bem dessa bebê. E pelo seu também!

Bella assentiu, determinada.

[...]

Após alguns exames finais, uma longa conversa com médicos especialistas sobre o caso de Isabella, a loura teve alta e pôde ir para casa.

Não estava sendo fácil o que ela estava passando há pouco mais de 12 horas. Mas ela sabia o que teria de fazer, sacrificar seu coração pelo bem de sua vida e de sua filha.

— Tudo ficará bem, minha pequena Claire Hope. — com um pequeno tapinha na barriga, Bella sorriu, dizendo pela primeira vez o nome que já vinha pensando há alguns dias.

Claire era um nome belíssimo, que sempre gostou. Era também o nome de sua falecida avó materna, Claire, da qual tinha muito contato e amor. E “Hope” significava Esperança, o que ela sentia desde que soube que carregava uma criança que crescia e lhe surpreendia tão bem à cada dia.

— Eu já a amo tanto, que sou capaz de qualquer coisa por você. Até mesmo tomar a mais dolorosa decisão quanto ao seu pai. — suspirou, magoada.

Antes que começasse à chorar novamente, Bella discou números tão conhecidos, no primeiro toque, ouviu a voz que fazia seu coração pular dentro do peito.

— Bella? Você está bem? E a bebê? — Edward perguntou-lhe, em desespero. — Você não me ligou desde ontem. Oh, meu Deus. Me perdoe, baby. Eu sinto tanto por tudo o que venho causando, e... — o interrompeu, antes que seu choramingo se tornasse um pranto.

— Precisamos conversar com urgência. Pode vir à minha casa em alguns minutos? — pediu, rapidamente.

Ela imaginou que Edward puxou o ar e pensou rapidamente, talvez até em pânico.

— Sim, claro. Claro que sim, baby. — gaguejou e repetiu palavras. Parecia preocupado e desconcertado. — Estarei a caminho.

— Eu o aguardo no meu quarto. Até mais. — e sem mais delongas, desligou o telefone.

Lutando contra lágrimas, ela respirou fundo e se concentrou no que viria pela frente.