Capítulo Dez - Parte II

Forks High School

O sinal da primeira aula toca alto e estridente, fazendo com que todos os alunos se dirigissem à suas respectivas salas.

– Nos vemos depois, sim?! – Edward murmurou.

Isabella assentiu, concordando. O namorado então esboçou um sorriso bonito, mostrando seus dentes belos e brancos. Ele se aproximou e tomou-a em um beijo passivo, mas que passou a ficar cálido. Naquele instante, Alice caminhava com pressa para chegar à sala, que coincidentemente era a mesma que a da ex-amiga.

A morena estacou assim que viu o beijo dos dois, e segurando ao máximo as benditas lágrimas, ergueu a cabeça e continuou a seguir seu caminho. Infelizmente para si, eles perceberam-na.

Desgrudando seus lábios dos de Edward, Isabella fez menção de dizer algo à antiga amiga, mas a mesma sequer olhou-a, adentrou na sala e dirigiu-se ao seu lugar.

Sentindo-se envergonhada por Alice ter presenciado a cena de instantes atrás, Isabella despediu-se do namorado.

– Não fique estressada, pode prejudicar o bebê. – Ele disse suavemente.

A loura assentiu.

– Vamos ficar bem. Eu apenas me senti mal de vê-la “assistir” o nosso beijo. – Disse.

– Isabella – Edward disse seu nome com voz séria –, sei que pode ser complicado inicialmente. Mas já estamos lidando com situações demais para ficar com esse sentimento de culpa pra sempre. Não se preocupe, ela não lhe dirá nada. – suspirou. – Ela mesma já deixou isso bem claro. E você não pode ficar nervosa, você mesma ouviu o que nossas mães disseram.

Prensando os lábios um no outro, Isabella assentiu, compreendendo.

– Tudo bem. – concordou.

– Acho melhor entrar antes que algum inspetor nos pegue.

Isabella dirigiu-se para dentro da sala, sob os olhares do namorado, que ao assegurar-se de que ela estava bem, foi para a sua sala.

(...)

Naquele momento, distante de Isabella e Edward. Tânia Denali conversava com o diretor Adolph Biggs sobre os últimos fatos.

– Esta é uma acusação muito séria, Srtª Denali. Você tem certeza disso? – O senhor de cabelos negros, olhos azuis e bigode, perguntou.

A mesma assentiu, fingindo-se de inocente.

– Sim, Sr. Biggs. Eu soube pela Alice Cullen e Ângela Weber, elas mesmas me confirmaram isso. – Respondeu, em tom sereno. Os olhos azuis da mesma pareciam com o de uma criança culpada, mas por dentro, ela sentia-se borbulhando de alegria. – Sr. Biggs, eu sei que não deveria me meter nisso. Mas é pelo próprio bem deste colégio e sua fama, que estou lhe contando isso.

O homem mais velho pareceu pensar, mas assentiu em concordância.

– Sim, sim. Você está certa.

– Claro, imagine o quão péssimo seria para a reputação da Forks High School a notícia de que há uma adolescente grávida entre as alunas? – Arregalou os olhos, preocupada com a possível situação. Mas tudo não passava de puro fingimento.

Os olhos azuis do homem pareciam querer sair das órbitas, do quão arregalados eles ficaram.

– Oh, mas isso definitivamente seria péssimo! – Disse raivoso. – Bem, obrigado por trazer esta notícia, Srtª Denali. Pode voltar para a sua sala. – Disse a ela, que assentiu e retirou-se.

No interfone, Adolph avisou à secretária de meia idade que ligasse para Charles Swan e lhe dissesse para comparecer imediatamente a Forks High School.

No mesmo interfone, avisou diante de toda a escola para que Isabella Marie Swan comparecesse à sua sala.

(...)

Isabella balançava a perna direita, que estava cruzada em cima da esquerda.

Estava aflita, e seu pai estava da mesma forma.

– Bom, vou direto ao ponto. – o diretor disse, formalmente. – Soube que está grávida, Srtª Swan.

Isabella escancarou a boca. Por quem diabos ele havia ficado sabendo disso?

– Quem te contou? – questionou, desconfiada.

O diretor limpou a garganta, antes de responder.

– Bom, isso não vem ao caso. – desconversou.

– Mas é claro que vem! – exclamou, em tom alto.

– Isabella! – o pai a repreendeu.

A garota fez um muxoxo e aquietou-se.

– O senhor já sabia disso? – perguntou a Charles.

– Sim. Eu soube recentemente.

– Bom, Sr. Swan. Gravidez adolescente nesta escola é praticamente um tabu. – O diretor Biggs disse, limpando a garganta ligeiramente.

– E com isso o senhor quer dizer que... – O incentivou a continuar.

– Que ela pode ser suspensa. – fez uma pausa. Mas preferiu continuar. – Para sempre. – Completou, tirando um lenço de cetim do bolso e limpando as gotículas de suor que estavam em sua têmpora.

Charles Swan o encarava descrente, assim como a filha.

– Eu vou ser expulsa? É isso? – Berrou, dando um pulo da cadeira.

– Isabella, acalme-se. – Charles ordenou, com a voz baixa e levemente ameaçadora.

Sua expressão era sombria, e os belos traços, ameaçadores.

– Adolph Biggs, está dizendo que minha filha grávida e adolescente não pode mais ser aceita na sua instituição? – inclinou-se para lhe mandar o olhar mais frio possível.

Adolph engoliu seco, indo para trás e tropeçando na própria mesa. Desajeitadamente, se posicionou em sua cadeira.

– Oh, não. Quer dizer, sim. Infelizmente não posso aceitar uma adolescente grávida na Forks High School. Seria péssimo para a imagem da escola, e... – argumentou.

Charles explodiu.

– Está querendo dizer que expulsará minha filha grávida somente para não “manchar” a merda da imagem da escola? – Gritou. – E quem você pensa que é para tomar uma decisão austera?

Surpreendido pela explosão de um homem tão passivo, Adolph limpou a garganta e disfarçou intensamente.

– Bom, Sr. Swan. Não é bem assim...

– Não? Então se explique melhor, Biggs. – Inclinou a cabeça e o encarou ameaçadoramente.

Charles sempre fora um homem passivo, até um pouco cético. Mas nunca mexa com sua família, ainda mais sua “garotinha”, pois era capaz de ele se transformar no pior dos mafiosos.

Isabella sorriu de canto. Ela sabia que seu pai já mexeria os pauzinhos.

– Sua filha é apenas uma adolescente, e está grávida no terceiro grau. Compreende o quão grave isso é? – Questionou.

– Sim, compreendo. – Respondeu. – E foi surpreendente saber que minha filha adolescente fora tão irresponsável. – Seu tom grave e sério era, apesar de tudo, baixo. O que causava mais medo em Biggs. – Mas isto nunca fora um motivo para que ela seja automaticamente expulsa por conta do seu egoísmo.

Adolph arregalou os olhos.

– Sr. Swan, se pensa que... – começou, tentando remediar sua péssima situação, mas fora bruscamente interrompido pelo patriarca Swan.

– Não penso, sei. Você é um homem egoísta e fútil, mas com certeza não é idiota. – Deu um sorrisinho ameaçador. – Isabella Marie Swan não será expulsa, pois não há um motivo grave suficiente para tal ato. Ela permanece até se formar. – disse calmamente, como se estivesse ditando as regras para uma criança. – Ela não sofrerá preconceito, provocações, ou qualquer tipo de bullying, então cuide de absolutamente de tudo enquanto minha filha e meu neto estiverem aqui. – O encarando mais uma vez, finalizou. – Cuidarei para que sua biblioteca torne-se maior e melhor. Então faça o seu trabalho, definitivo, e eu cuido do meu. E reze para que nada e nem ninguém volte a nos atrapalhar, Biggs.

Assentindo, pálido e surpreso, Adolph assistiu pai e filha se retirarem de sua sala.

Definitivamente, irritar Charles Swan não era uma opção. Nunca.