Kiss Of Blood escrita por Jhiovan


Capítulo 10
Capítulo 10 - Trauma


Notas iniciais do capítulo

Bem, minhas aulas vão começar então eu resolvi acabar brevemente com a ansiedade de alguns de vocês rsrs. Esse capítulo é um pouco longo, mas importantíssimo pro rumo que a história seguirá. Então boa leitura!



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Emily achou, além de algo muito interessante quando Willian apagou temporariamente a memória de seu pai, algo muito gentil da parte dele. Pois isso evitaria problemas para ela. Talvez as primeiras impressões nem sempre fossem certas, ela podia ter se enganado sobre ele. No fundo ele poderia ser alguém até... Gentil.

Mas então se lembrou de Lyla.

Antes de se despedirem, ela falou com Emily mentalmente:

Emily, o verdadeiro propósito deu quer lhe conhecer era para oferecer ajuda. O Willian é meu amigo há anos. Eu o conheço muito bem. Sei como ele é. Você seria um alvo fácil de torturas dele, um brinquedo. Eu posso te ajudar se precisar. Você só precisa me chamar. Lembre-se disso quando estiver em apuros.

Emily não falara nada com Willian, é claro. Era um segredo das duas. Ela até gostou de conhecer Lyla, uma vampira, porém diferente de Willian. Talvez nem tanto.

Logo depois da conversa por telefone, Sophia não conseguiu dormir a noite inteira, pelo que contou a Emily. Mas Emily tranquilizou-a. Após uns dias, elas tiveram outra conversa. Emily percebeu que quando tocou no assunto novamente, Sophia falava de um modo estranho.

Nessa mesma conversa Sophia preocupada com Emily, prometeu que a visitaria neste fim de semana. Emily ficou muito contente, é claro. Mas achou melhor que a amiga não a visitasse, pois aquele lugar era muito perigoso.

– Você vai vir só? – perguntou Emily ao telefone.

– Não, vou com meu irmão mais velho. O Simon. – respondeu Sophia.

– É. O bom é que ele é bem forte e sarado – elas riram. – Se você insiste, pode vir. Mas você não vai gostar nem um pouco daqui e como eu já disse é muito arriscado. Estou lhe avisando... Mas por outro lado, eu tô morrendo de saudades!

– Eu não ligo se é perigoso! – ela riu baixinho. – Só vou aí só pra te ver! Também tô morrendo de saudades. Ainda está lembrada da nossa promessa?!


Chegou o esperado fim de semana. Emily estava ansiosa para rever sua amiga. Ela e seu pai passaram o dia arrumando a casa. Limparam a grande quantidade de poeira, colocaram os objetos domésticos no lugar, etc.


Um carro buzinou na rua em frente à casa. Emily correu para abrir a porta e ver quem era. O carro vermelho vivo de Simon, o irmão de Sophia.

Simon era um típico garoto jogador de Rugby. Musculoso, alto e bonito. Ele tinha um jeito descolado e adorava se exibir, principalmente com seu super carro – super caro.

Sophia desceu do carro e correu para o abraço de Emily.

Sophia estava arrumada de seu jeito comum. Ela tinha seu lado roqueira. Achava legal isso nela. Agora usava uma calça jeans com rasgos (propositais) nos joelhos e uma camisa preta com o nome e foto de uma banda antiga de rock and roll. Algumas pulseiras com espinhos metálicos e seu cabelo liso e preto caindo nos olhos.

Simon estacionou o carro na garagem da casa, e logo desceu e cumprimentou a Benson e depois Emily. As duas amigas deram as mãos e passearam pela casa.

– Horrível não é? – perguntou Emily.

– É... Eu chamaria de medonha... – elas riram. –... Mas simpática. Tem seu charme próprio.

Emily não achou que ela estava sendo muito sincera, mas nada falou.

– Bem, venha conhecer o meu quarto – disse puxando a mão da amiga.

Ela mostrou-o. O quarto cinza-claro cheio de livros e estantes. Uma cama com colcha e uma escrivaninha branca.

– Eu sei, não é muito meu estilo, mas há tempos meu pai não compra nada novo pra mim.

– Entendi. E onde está sua antiga TV?

– Vendemos. Aqui não ia ter utilidade por que a energia elétrica é muito ruim. Falta luz frequentemente. Sabe, nem internet esse lugar tem, dá pra acreditar?

– Meu Deus! – exclamou Sophia impressionada. – Como você sobreviveu?

Emily riu.

Elas tiveram um dia maravilhoso. Há tempos não se viam e mataram a saudade. Em nenhum momento Emily tocou no assunto “vampiros” e elas se divertiram à beça. Mas chegou uma hora em que começava a escurecer. Conversaram tanto que nem viram o tempo passar...

– Amiga, acho que você tem que ir. Está anoitecendo. E ficando perigoso para você. Olha vou te dar um presente antes. Para sua proteção. Eu soube que objetos religiosos protegem as pessoas deles. – Emily foi tirou de uma gaveta um crucifixo gótico. Colocou no pescoço da amiga e sorriu. – Guardei pra você. Achei sua cara.

– Obrigada. Tudo bem eu vou ligar pro meu irmão vir me buscar. Não se preocupa. Ninguém vai me machucar.

Emily olhou-a desconfiada. Sophia entendeu muito bem o que aquilo queria dizer.

– Sophia. Vou lhe fazer uma pergunta. Responda com sinceridade, por favor. Você acreditou em mim, quando lhe contei sobre o que me aconteceu?

– Me desculpe, minha amiga. Eu deveria acreditar, mas simplesmente não consigo. É muito sem sentido o que você me contou. Não acho que esteja mentindo, mas só que... Esse lugar deve estar lhe deixando maluca. E pra falar a verdade meus pais só me deixaram vir, para tentar ajudar você e dar uma força. Não quero que você pare no hospício! Entende?

Emily ficou totalmente perplexa ao ouvir isso.

– Sophia... Eu não acredito que você fez isso... Contou a seus pais? Acha que eu estou doida?

Sophia permaneceu calada.

– Vá embora, e nunca mais volte aqui...

– Me desculpa Emily. Eu não queria... Só queria te ajudar!

– Adeus, Sophia.

Emily esperou ela sair do quarto e começou a chorar baixinho. Em quem eu posso confiar neste mundo?

Sentiu-se traída pela própria amiga. Ódio. Isso que ela sentiu por ela.


***



Sophia esperou na sala de estar o irmão chegar. Ela também estava triste pela amiga. Ela só pode estar louca. Eu tento ajudar, mas ela não aceita! Mas que droga! Logo o irmão dela chegou e eles partiram no carro. Aquele lugar era realmente sinistro. Pensou ela. Silencioso, pessoas estranhas, escuro. Mas falando sério: eu não posso acreditar naquela besteira dela! É muito sem sentido.


Subitamente, o carro bateu em algo trazendo Sophia ao presente. As rodas levantaram alguns centímetros do chão no impacto. O carro gira algumas vezes logo Simon freia.

– Você está bem, irmã? Feriu-se? – pergunta preocupado. Um pouco de sangue escorre do seu nariz por bater no volante.

– Não, eu estou bem. O que foi aquilo? – pergunta ela soando frio.

– Acho que batemos em algum animal na pista. Eu não vi nada. Tinha muita neblina lá.

– Eu estou morrendo de medo, Simon.

– Não fique. Não é nada. Vou lá ver, me espere aqui dentro.

Não! Espera! – gritou Sophia, mas era tarde demais. Ele estava misturado à densa névoa.

Ela estava muito tensa, e ansiosa para que seu irmão voltasse. Não foi nada. Um animal foi nisso em que batemos com o carro. Ela repetia para tranquilizar-se. Mas no fundo, começava a acreditar em Emily. Porém, era tarde demais.

Ela saiu do carro.

Simon! Onde você está? – gritava procurando-o. – Irmão!

Mas ninguém respondeu. Ela ouviu um ruído. Algo nojento. Parecia o som de um animal mastigando. Ela foi até onde vinha o som.

Gritou. Gritou muito.

Ali, avistou uma criatura de cócoras, com as costas muito curvadas, de olhos vermelhos brilhando, um sorriso maligno, dentes caninos afiadíssimos e maiores que o normal. A boca, cheia de sangue. O sangue, de Simon que estava deitado no asfalto.

A criatura que parecia ser um homem adulto. Ele pulou em cima de Sophia exibindo enormes garras no lugar de unhas. Ela não teve muito tempo de reagir. Eles caíram, ela caiu de costas e bateu a cabeça. Fica zonza, sonolenta. Mas ainda consegue pegar o crucifixo no pescoço e apontar para o rosto do ser sentado em cima dela. Ele virou-o. Sophia arrebentou a frágil corrente de seu pescoço e aproximou do rosto dele com o crucifixo na mão. O homem gritou numa voz gutural, aguda e áspera. O local onde ela pôs o crucifixo fica uma queimadura, que sangra. O ser sai de cima dela e corre em uma velocidade descomunal. Ele some na escuridão da estrada.


***



– Eu sabia. Você devia ter acreditado em mim, amiga. Lembra? Eu te avisei... – disse Emily entre lágrimas. Ela estava sentada na cadeira de visitas do hospital. Lamentava muito que tinha acontecido com a amiga. Ela tentou avisar, mas Sophia não quis acreditar por medo provavelmente. Agora já era tarde para lamentar. Sophia dormia como um anjo na sua maca. Emily viu as feridas em seu corpo. Causadas por garras. Ninguém lhe contara o que aconteceu, talvez nem mesmo soubessem, mas ela já sabia.


– Emily... – chamou Sophia com uma voz fraca e rouca. Emily olhou nos olhos dela. Estavam tontos e distantes. Era como se ela estivesse olhando, mas não vendo. Isso assustou Emily.

– Oi Sophia, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem.

– Simon... – ela chamou.

– Não, ele não está aqui. Mas ele está bem. Alguns ferimentos leves apenas – disse Emily sorrindo, tentando passar algum otimismo.

Simon! Não vá! Ele está aí! – Sophia começou a gritar.

Emily estava ficando apavorada. Sophia estava delirando? Resolveu chamar um médico. Sophia segurou a mão dela com muita força e não a deixou ir.

Ele vai lhe matar... Está aí fora! Não pode sair! Não!

– Sophia, me larga, por favor!

Não! Simon, cuidado!

Os médicos devem ter ouvido a gritaria e correram para socorrê-la. Seguraram seu braço e aplicaram um sedativo em sua veia.

Ele vai lhe matar... – falou, e então desmaiou.


Ah meu Deus! O que ela temia que acontecesse comigo aconteceu com ela própria. Está delirando, tendo alucinações. Provavelmente do momento em que foi atacada. Algo deve ter acontecido. Tudo bem, não é algo que o emocional aguente facilmente, mas eu, por exemplo, não fiquei tão traumatizada. Preciso de ajuda... Preciso falar com... Alguém que saiba me dizer o que fazer.



Emily estava na ponte. A ponte que fica no limite da cidade. Chamada “The Old Bridge”. Lyla estava demorando em atender seu chamado. Deveria estar “ocupada”. Mas poderia ao menos mandar algum sinal. Ou falar com ela.


Finalmente viu alguém à distância que se aproximava. Uma mulher, loira e muito bonita. Seus olhos azuis eram inigualáveis.

– Fico feliz que tenha me chamado.

– Eu fico feliz que tenha atendido ao meu chamado.

– Bem, me diga o que você precisa.

– De um favor. Minha amiga foi atacada por algum vampiro na estrada junto com seu irmão. Agora ela está tendo alucinações e ficando louca.

– Entendo... O velho golpe da estrada. Você se joga no asfalto e espera um carro passar por cima, se a pessoa for tiver bom senso suficiente, vai procurar o “morto”, é aí que agente ataca. É clássico. Bem, sobre a sua amiga, eu sinto muito. Às vezes acontece. Algumas pessoas têm o emocional muito frágil, e podem se assustar tanto que chegam ao ponto de ficarem loucas ou até mesmo ganharem um quadro muito parecido com de esquizofrenia. Principalmente as pessoas que nunca sofreram traumas, ou então sofreram demais, ou então sofreram algo parecido. O que importa é: se ela não for curada, pode piorar até que um dia...

– O que? – perguntou Emily espantada.

– Bem, cada caso é um caso. Já houve casos da pessoa ficar começar a beber sangue humano. Outras se suicidaram. Outras... Ah! Muitas coisas... É sempre relativo. Mas o que interessa é que precisamos tratá-la o mais rápido possível, antes que piore.

– Tá ok. E como fazemos isso?

– Da mesma forma que o Willian fez. Mas tem um pequeno problema: só ele pode fazê-lo.

O quê?! O que você quer dizer? Por que você não?

– Quanto mais o vampiro bebe sangue, mais forte ele fica. Quanto mais vezes treinar suas “habilidades”, mais fácil é para utilizá-las. É só isso que posso dizer... Desculpe-me, Emily. Mas eu não posso te ajudar dessa vez. Se quiser salvar sua amiga... Terá que pedir a ele. Aposto que isso não será problema para você. Porém... Se eu o conheço, sei que ele não faria um favor tão grande sem pedir nada em troca...


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Notas finais do capítulo

Curiosos ou curiosas? Comentem o que acharam deste capítulo! Provavelmente eu demorarei para postar o 11, então segurem as pontas! Avisando que apartir deste, vou tentar postar cada capítulo em uma sexta-feira. Ah, e volto a pedir para vocês recomendarem a fic! Obrigado! ^^