Incertezas Mutantes escrita por Sephyra Lune


Capítulo 14
Baile de Máscaras


Notas iniciais do capítulo

E aí, qual é a do Gambit? :)



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O baile da escola foi organizado na área externa, aproveitando o espaço das quadras esportivas. A banda estava em um palco improvisado na área onde ficavam as goleiras e tocava músicas jovens. A noite estava muito agradável e uma suave brisa fazia os longos vestidos coloridos das estudantes ficarem ainda mais provocantes. Jully havia se servido de uma bebida de cor estranha, cujo gosto parecia de várias frutas misturadas. Por um momento ela desejou que tivesse álcool ali em algum lugar para que pudesse relaxar.

Todos usavam as máscaras que receberam na entrada do evento, incluindo Logan que não tinha gostado da ideia, mas havia sido convencido pela insistência de Kitty que, por sinal, teve o cuidado especial de preparar uma máscara para Scott que pudesse ser colada em seus óculos escuros.

Jully olhou em volta: tudo estava perfeito. Kitty as havia colocado para correr com os preparativos durante a semana e estaria valendo a pena se Jully conhecesse mais pessoas. Lance e Kitty dançavam na pista com Tabitha e os outros membros da irmandade, enquanto Jean e Scott conversavam com alguns colegas de classe. Bob conversava com Vampira em um canto e Kurt era o único que estava perto de Jully, comendo. Ele havia pegado provas de todas as comidas do evento e estava em pé ao lado dela, degustado seu prato gigante.

- Você tem certeza que não quer provar essas tortinhas de queijo? São deliciosas! – Ele falou jogando mais duas tortinhas e acertando sua boca – Se bem que as empadas de carne também estão ótimas!

- Não Kurt, estou bem. Obrigada. – Jully sorriu. Estava preocupada demais para ter fome.

- É estranho ser o cara novo. A gente sempre acaba sempre excluído.

- Não estamos excluídos... Só estamos afastados. – Jully tentou consolá-lo.

- Se você for azul, sim, você acabará excluído. – Kurt riu e Jully não pôde deixar de sorrir. – As pessoas têm medo do diferente. Acho que elas temem que o diferente possa ser melhor, por isso não gostam muito de nós, mutantes. Esse pensamento me ajuda a encarar o dia-a-dia.

- Que pessoas tolas! Mas elas perdem mais do que nós! Você é fantástico, Kurt.

- Obrigado. Só não peça para dançar valsa comigo. Posso ser muito ágil em lutas, mas se levar em consideração minha cauda, tenho três pés esquerdos.

Os dois riram novamente. Kurt continuou comendo mesmo quando a música foi interrompida e Jean subiu ao palco. Ela havia sido votada para fazer os anúncios da noite. Era notável a simpatia dela.

- Boa noite, senhoras e senhores! A Bayville High School está honrada por recebê-los aqui nesta noite. Como a tradição manda, nosso Baile de Máscaras Beneficente abre as festas do ano letivo. Lembramos que o valor dos ingressos será dedicado neste ano para a reposição de livros na biblioteca. Agora, dados os avisos, convidamos todos para a primeira valsa da noite. Músicos, por favor.

Jean foi aplaudida e Scott ajudou-a a descer do palco. Os dois andaram até a pista de dança e posicionaram-se no centro dela. Eles começaram a dançar assim que a música começou e outros casais se juntaram a eles na pista.

- Valsas! – Kurt revirou os olhos – Vou buscar mais comida.

- Não vou ir muito longe daqui. – Jully riu.

Kurt se afastou com o prato vazio em direção à mesa. Jully observava os casais dançando. Ela levantou o copo para o casal quando seu olhar cruzou com o de Kitty, que tentava dançar com um muito desajeitado Lance. Notou Jean também e ficou fascinada com sua leveza para dançar e o movimento delicado de seu vestido. A menina riu consigo mesma imaginando se Jean estava usando suas habilidades mutantes para dançar. A música chegou ao fim e os casais foram aplaudidos. A maioria deles continuou na pista quando a música seguinte, apenas instrumental, tocou, alta, para preencher todo o exterior da escola.

- Então você vem a um baile sem álcool para ser um castiçal?

Jully virou-se para encarar o homem mascarado ao seu lado. Ela o identificou quando reparou nos olhos vermelhos por trás da máscara.

- É, aparentemente este é um problema nos bailes modernos. Ninguém dança e, para ajudar, a maioria é menor de idade. - Jully entrou na brincadeira – O que você está fazendo aqui?

- Resolvendo seus problemas de bailes modernos. Me dá a honra?

Gambit ofereceu o braço para Jully e ela aceitou. Os dois caminharam até a pista de dança onde se juntaram aos outros casais. Embora estivesse feliz, Jully as preocupações de Jully só aumentavam.

- Você não deveria estar aqui. Eles podem te identificar e não vão gostar de te ver. – Jully notou os olhos de Kitty em si. Ela sorriu e acenou, alegre pelo par da amiga.

- Não tenho medo deles, chérrie. Vim buscar você conforme prometi.

- Que horas são?

- Passa pouco da meia noite. – Gambit sorriu por sua pontualidade – Devemos partir em breve.

- Preciso avisar alguém... Se ao menos você me deixasse falar a verdade sobre você para eles... Eles veriam que você é um cara legal.

- Não, chérrie. Eu não sou um cara legal. – Gambit suspirou pesadamente e completou – Não para eles pelo menos.

- Isso não está certo... – Jully levou a mão ao rosto de Gambit e tocou sua bochecha na parte descoberta pela máscara – Se eles ao menos conhecessem o que há por trás de seu disfarce...

- Tomei a liberdade de deixar três cópias de uma carta onde você comenta que o baile reavivou lembranças antigas e explica as necessidades de procurar sua família nesse fim de semana. Cada uma foi deixada em um dos carros que os trouxeram para cá, sei que alguém vai recebê-las.

- Você pensou em tudo...

- Sempre, chérrie. – Gambit pressionou levemente a mão de Jully que segurava contra seu ombro. Ele empurrou a mão direita da menina e a fez dar um giro, puxando-a de volta para si – Hora de sair da pista.

- Estão nos olhando, preciso de um disfarce para poder ir embora. – Jully reparou que Kurt também a observava da mesa, atrás de mais um prato recheado de doces e salgados.

- Então você terá o melhor deles. – Gambit piscou o olho para Jully e a girou em direção ao canto da pista, sem parar de dançar. Ele usou sua manipulação de energia cinética para ativar os fogos de artifício. – Espero que eles gostem do show.

- Uau! Você pensa em tudo mesmo!

- Rumo a perfeição, ma fleur. – Ele piscou o olho para ela.

Em sequência, os fogos subiram aos céus e todos desviaram sua atenção para admirar o céu e as explosões. Os estudantes, eufóricos e fascinados, gritavam e aplaudiam as faíscas coloridas, dando a Gambit tempo suficiente para guiar Jully para uma saída à francesa. Os dois andaram até o portão lateral da escola, que, embora fosse fortemente cadeado, estava sem segurança, visto que as atenções haviam sido movidas para as entradas principais durante aquela noite.

Gambit energizou os cadeados para que explodissem e abriu o portão, gentilmente dando passagem para Jully. Ela caminhou até o único carro estacionado na rua e ele fez questão de abrir a porta do passageiro para ela.

- Última chance para desistir.

- Nah. Não tenho mais dúvidas. – Jully suspirou e decidida, entrou no carro.


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Notas finais do capítulo

Hey pessoas! Quero a opinião de vocês: é melhor fazer capítulos mais longos ou fracioná-los? :) Estou preparando os próximos capítulos já e conto com a ajuda de vocês!