All I Want For Christmas Is You escrita por lolita


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, finalmente! (:(
Fiz bem grande pra agradar vocês, espero que gostem tanto quanto eu gostei.



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No momento em que Annabeth virou-se e saiu andando, um pouco lenta e desajeitadamente por causa da neve-areia, Percy lembrou-se pela terceira vez naquele dia de quando ela o pegou com Dakota e, dizendo as palavras de adeus, foi embora.

Ele não queria vivenciar aquilo novamente. Assim como Annabeth não queria perdê-lo, ele também não queria perdê-la. Naquele dia, ela saiu e ele ficou parado, ao invés de correr atrás dela e evitar que tudo isso acontecesse.

Naquele dia eu ainda não sabia que a amava. Seu sentimento por Annabeth era forte e ele sempre soube disso. Assim como sabia que mesmo se Calipso não vivesse presa em sua ilha, mesmo se Rachel não fosse um oráculo, no fim ele ficaria com Annabeth.

Mas amar? Bem, isso era mais forte. Lembrou-se da dor que sentiu ao saber que a fizera sofrer, da sensação calorosa e dolorosa - uma dor boa - que sentiu ao afirmar para seu pai e para Thalia que amava Annabeth. Isso era ainda maior, mais forte e melhor. Ele não poderia deixá-la ir novamente.

Annabeth não saíra da praia. Ao invés disso, foi andando ao longo da beira do mar. Ela já estava a alguns metros dele, mas ele andou lentamente.

Ela disse que não queria continuar o relacionamento por medo do que poderia acontecer. Ele entendeu o que ela quis dizer, e ela estava certa. Porém, iria tudo acabar assim e ficar desse jeito? Mesmo ambos sabendo que ele nunca trairia ela por pura e espontânea vontade, mesmo ambos sabendo que se amavam? Não. Percy sabia que nunca mais seria a mesma coisa.

Porque se algo acontecesse, se outra missão fosse dada, sabiam que buscariam o apoio um do outro. E ele sabia que frequentar o mesmo lugar e se verem todas as férias fingindo serem apenas bons amigos seria difícil. Ele mesmo sabia que nunca confiaria em outra pessoa como confiaria nela, e nunca admiraria e amaria outra garota a não ser ela. Porque para Percy, Annabeth era a garota feita para ele.

Não. Ele não a deixaria partir outra vez. Porque mesmo sendo evidente que eles viveriam poucos anos, Percy não estava disposto a passar o resto da sua vida fingindo que nada havia acontecido, fingindo que não a amava mais do que uma amiga.

– Annabeth! - Ele gritou seu nome e saiu em disparada em direção à ela. Ele não cometeria o mesmo erro de antes e ficaria parado sendo que podia evitar que eles se separassem novamente.

Quando chegou, ela abriu a boca para protestar, mas ele a impediu.

– Não Annabeth, não! - ele colou os lábios nos dela, rapidamente, o que a deixou surpresa e o fez corar.

Quase nunca ele encontrava coragem para dar início a algo entre eles dois. Era sempre Annabeth; ele poderia dizer que ela comandava o relacionamento, mas naquele momento, era ele quem precisava fazer algo.

– Eu não vou deixar você ir embora, não novamente. - Percy disse e ela o olhou furiosa, como se quisesse lhe dar um soco.

– Porque eu te amo. Annabeth, eu entendo completamente o que você disse, e acredite, eu também tenho medo do que pode nos acontecer no futuro. Mas, você sabe que não vamos conseguir seguir adiante desse jeito. Eu sei que sabe.

Ela olhou para baixo, melancólica. Ele colocou uma mão em sua cintura, segurando-a bem perto, e com a outra, levantou seu queixo para que pudesse olhar em seu olhos. Aqueles olhos cinzas que ele tanto amava, como o céu que agora se encontrava nublado. Aquilo o deu forças para continuar.

– Eu não posso mais continuar sem você, Annie. Eu não posso mais continuar desse jeito, você tem noção de como fiquei desesperado hoje procurando uma forma de melhorar as coisas sem que, bem, sem que você me matasse?

Ela deu um sorrisinho. Naquele momento, o rosto de Percy estava mais quente do que o normal, porque ele nunca fez o tipo romântico, e aquilo era estranho. Mas olhar em seus olhos o fez se sentir novamente como quando afirmou que a amava. Uma sensação calorosa no estômago e uma dorzinha agradável no peito que o dava vontade de sorrir. Ele queria mais do que tudo beijá-la e ficar ali até os dois congelarem na neve, mas precisava esclarecer as coisas antes.

– Me desculpe por ter sido um idiota e ficado aqui enquanto você ia embora naquele dia.

Ela sacudiu a cabeça. - Percy, eu já disse...

– Não, eu fui mesmo um idiota. Eu deveria ter ido atrás de você, ter explicado o que realmente aconteceu, assim Dakota não teria me feito esquecer tudo... e por causa da minha estupidez, ficamos esses meses sem nos ver... nada disso teria acontecido. Nós deveríamos estar bem agora Annabeth porque eu preciso de você, e eu não vou suportar fingir ser apenas seu amigo, e eu sei que você também não porque... porque eu te amo. E-e você também me ama. E... tudo o que você disse estava certo. Nós corremos perigo toda hora, mas, você está mesmo disposta a ficar o resto da sua vida fingindo que somos apenas bons amigos?

Ela soltou um suspiro cansado. - Deuses, Percy. Não. Eu... eu nunca vou estar disposta a ficar longe de você. - Ela fechou os olhos, seu rosto ficando vermelho novamente.

– Exatamente, Annie. Se nós sabemos que não podemos viver por muito tempo, aí mesmo é que deveríamos aceitar... aceitar nossos sentimentos e, nosso relacionamento. Annabeth, assim como você não quer me perder, eu também não quero perder você. Mas se ficarmos assim, já vamos estar ambos perdendo um ao outro, e ambos estamos machucados agora. Você perguntou se realmente vale a pena fazermos isso, e sim, vale! Porque assim vamos estar passando nossa vida ao lado da pessoa que amamos. E essa... essa é a melhor maneira de aproveitá-la.

Ela o olhou surpresa. Lágrimas escorreram em seu rosto, mas ela não parecia triste de novo. Ela sorriu, um carinho extremo nesse sorriso, e isso fez tudo valer a pena.

– Meus deuses, Percy! - Ela exclamou sorrindo e o abraçou. Percy a apertou, sentindo o cheiro de limão de seus cabelos. Ele sentiu tanta falta do cheiro dela.

– Ei. Lembra quando falei que se tivesse que escolher alguém pra colocar minha cabeça no lugar, escolheria você?

Annabeth riu. - Sim. Silena surtou com essa sua frase bontinha.

(N/A: cena na história Percy Jackson e o Dragão de Bronze, no livro Os Arquivos do Semideus.)

– Pois é - ele riu também. - E se eu tivesse que escolher alguém pra amar pelo resto da minha vida, eu escolheria você. E estou escolhendo agora.

Annabeth o olhou por um segundo antes de cruzar seus braços atrás de seu pescoço e, finalmente, encostar seus lábios rosados nos dele. Naquele momento, nada mais importou. Esqueceram todas as confusões, todas inseguranças e até a infeliz da Dakota. Apenas mataram a saudade que sentiram pelos longos quatro meses.

Porque sabiam que, enquanto suas vidas corressem com seus perigos e aventuras, ambos estariam lutando lado a lado, sempre juntos, e quando seus dias chegassem ao fim, não lamentariam ao dizer do adeus, pois saberiam que foram felizes um ao lado do outro.



Percy estava encostado do lado de fora do chalé de Atena, esperando Annabeth terminar de se aprontar. Então todos os campistas se encaminhariam para a praia de fogos e soltariam balões de luz que tinham uns 30cm de comprimento. Seria uma bela vista da praia, e todos estariam unidos e felizes.



Mais cedo, ele e Annabeth sentaram-se juntos abraçados na areia-neve e viram o final do pôr-do-sol. Era uma coisa clichê, mas romântica, e o sentimento de ter Annabeth de volta para ele o fez se sentir feliz, como se sua alma tivesse se fixado confortavelmente em seu corpo novamente. Naquele momento ele teve mais uma vez a certeza de que fizera a escolha certa.

Depois de todos soltarem as luzes, os campistas de ano inteiro aproveitariam o resto da noite de celebração no acampamento, enquanto aqueles que tinham uma família para visitar, voltariam para casa e fariam ceia juntamente de suas famílias. Percy iria para casa; Annabeth também, porém, eles combinaram de ela dar uma passada em sua casa para falar com Sally.



Percy encostou a cabeça na parede, suspirando. Annabeth não fazia muito o tipo vaidosa, de modo que ela nunca demorava pra se arrumar. Na verdade, tudo que fazia era vestir jeans e a camiseta do acampamento e prender seus cachos bagunçados em um rabo de cavalo. E mesmo assim, ela continuava linda como mil dracmas de ouro, ainda fazendo seu coração falhar uma ou duas batidas. Ou três ou quatro... enfim.

No entanto, ela estava dentro do chalé há pelo menos meia hora. Ele percebera seu nervosismo quando eles voltaram da praia e percebeu que todos já estavam correndo pra lá e pra cá se arrumando. O próprio chalé de Afrodite parecia um caos quando passaram em frente a ele. Percy não demorou no banho e se vestiu com uma simples calça jeans e camiseta xadrez azul com vermelha. Vestiu uma jaqueta por cima para não congelar de frio, certificando-se de que o presente de Annabeth estivesse em seu bolso.

Estava prestes a bater na porta perguntando se algo tinha acontecido quando esta se abriu. Annabeth saiu de lá dentro fazendo Percy ficar paralisado e se perguntar se ela recebera bênção de Afrodite ou algo do tipo. Ela estava bem simples pra falar a verdade, mas entenda, Percy nunca a vira com uma roupa diferente a não ser jeans e camiseta. No entanto, ali estava ela com um vestido creme clarinho, com babados na parte da saia, uma cardigã vermelha por cima e uma toquinha branca em seus cabelos, cujos cachos estavam bem penteados. Nos pés, um All Star branco, o que fez dessa uma combinação bonita e interessante.

– Tá, eu não sabia bem que roupa usar. Sabe, eu não costumo me preocupar muito com isso, mas acho que não ficou tão ruim...

– Annie, você tá linda! - Ele disse, ainda meio embabascado.

– Estou mesmo? - Ela sorriu, suas bochechas corando levemente.

Annabeth nunca usava maquiagem, e dessa vez não era diferente, apenas um brilho rosado nos lábios. Ela usava o seu colar do acampamento de sempre, e os brinquinhos de coruja que ganhara da mãe de aniversário. Ela também tinha um bonito anel verde na mão direita, coisa que ela nunca usara, mas ficou legal.

– Sério? Acho que nunca te vi tão linda. - Percy falou.

– Você também não está nada mal.

– Ah, valeu. Eu acho. - Ele disse com sarcasmo e ela riu.

– Vamos, cabeça de alga, já estão quase todos lá. - Ela disse, pegando a mão dele.

No caminho ela murmurou algo sobre nunca demorar pra se arrumar, parecendo até um pouco envergonhada, mas Percy a tranquilizou dizendo que valera a pena, e dessa vez passava. Ela riu e deu um tapa em seu braço.

Ele não pôde evitar perceber os olhares dos outros campistas. Alguns felizes quando viam os dois juntos; outros parecendo não aprovar, mas Percy não ligou, afinal, o que importava era que ele tinha Annabeth de volta para si, e isso valia qualquer coisa que os outros dissesem sobre eles. Na verdade, ele não entendia porque desaprovavam, já que sabiam que era tudo um engano.

Ah, vai saber!

Chegaram na praia de mãos dadas. Os irmãos Stoll é quem estavam entregando os balões. Eles sorriram ao ver as mãos dos dois entrelaçadas e fizeram algumas piadinhas sobre a briga que ocorrera mais cedo. Percy se sentiu aliviado; era boa a sensação de que as coisas estavam voltando ao normal.

Quando enfim todos se encontravam na praia, Percy a abraçou por trás e beijou-lhe ternamente o rosto. Annabeth o olhou com um sorriso carinhoso e, juntos, soltaram os balões. A praia silenciou-se, todos os olhares presos no céu enfeitado com as luzes com desenhos de pégaso ou centauro, como as blusas do acampamento.

Algum tempo depois, Quíron falou:

– Heróis e heroínas, mesmo ainda não sendo meia-noite, quero aproveitar que todos estão aqui e desejar à vocês um feliz Natal!

Todos explodiram em palmas, gritos de empolgação e se abraçaram, sorrindo e desejando feliz Natal. Percy e Annabeth fizeram o mesmo, cumprimentando seus amigos. Depois de um tempo todos começaram a ir para o refeitório.

Chegando lá, Quíron bateu o casco no pavilhão de pedra.

– Como todos sabem - ele disse - aqueles que não avisaram que irão ficar para a ceia, têm até as 22:00hrs para ir para casa e comemorarem com suas famílias. Mandem lembranças à eles. - Quíron sorriu.

Annabeth, que estava se despedindo de seus irmãos e alguns amigos, chegou e pegou sua mão.

– Vamos? - Ela disse sorridente.

– Primeiro tenho que fazer algo. - Ele a puxou para o seu chalé.

– O que é?

– Tenho que agradecer Thalia. - Ele sorriu. - Se não fosse por ela, teria sido bem mais difícil resolver tudo aquilo.

– Tem razão. Se não fosse por ela eu provavelmente não teria deixado você dirigir uma palavra à mim. - Ela disse e os dois riram.

Chegando lá, Percy manipulou a água da fonte no canto do quarto fazendo com que surgisse um leve arco íris com a luz que vinha do banheiro. Ele procurou um dracma de ouro em seu bolso e jogou no arco íris.

– Oh, deusa Íris, aceite minha oferenda, mostre-me Thalia Grace... hum, junto com as Caçadoras?

Ele não teve certeza se aquilo daria certo, já que ele não sabia a localização exata das Caçadoras, mas logo uma névoa surgiu à sua frente, mostrando Thalia e um bando de garotas sentadas em círculo sobre mantos na neve no meio de alguma floresta.

– Thalia! - Ele e Annabeth gritaram em uníssono.

Várias garotas adolescentes viraram os rostos em direção à eles. Sua expressões passaram de divertidas para azedas. Pelo menos ao dirigir-se a Percy. Thalia pareceu assustada, mas logo se levantou e aproximou-se da névoa.

– Percy! - então ela olhou para quem estava ao seu lado. - Annabeth! - então seu rosto passou de surpresa, para empolgação e então felicidade extrema. Ela soltou um gritinho animado.

– Eu sabia, eu sabia que meu plano daria certo! - Ela começou a falar um monte de coisas e fazer várias perguntas sobre como os dois reataram o namoro. Percy riu.

– Thalia, calma! - Ele franziu a testa, achando graça. - Desde quando minha prima é toda empolgada desse jeito?

Ela fez uma careta e um movimento com a mão em punho, como se pudesse dar um soco em seu braço através da névoa. Percy agradeceu isso ser impossível, pois seus socos podiam ser bem fortes, mesmo que de brincadeira.

– Eu só estou feliz pelos meus melhores amigos. Sério, não aguentava mais vocês naquela lamúria de sempre! Então, me expliquem rápido como tudo aconteceu.

Os dois explicaram a briga que ocorrera no refeitório mais cedo, arrancando altas risadas da filha de Zeus. Depois Annabeth explicou - gaguejando muito - a conversa que tiveram na praia e como ela achava - ou achou - que aquele relacionamento podia ser errado.

– Sabe, Annabeth - Thalia suspirou - as vezes a forma como você pensa demais irrita. E o que mais irrita é como você consegue estar quase sempre, quase sempre certa.

Annabeth sorriu timidamente, e então, corando violentamente, explicou resumidamente o que Percy a dissera depois. Thalia o olhou como se tentasse não rir.

– Isso foi completamente careta, Cabeça de Alga... - Percy corou. - ...e completamente fofo, pelo menos dessa vez fez algo certo. Thalia aprova!

Ele corou ainda mais, porém se sentiu um pouco melhor.

– Ei! O que você quer dizer com "pelo menos dessa vez fiz algo certo"? - Ele falou, de repente se tocando do que Thalia disse e fazendo com que as duas rissem.

– Enfim, Thalia. - Annabeth disse. - Percy só queria te agradecer e, bem, eu também. Se você não tivesse me mandado ficar as escutas na janela de Percy, eu não teria ouvido vocês falarem sobre o charme e... bem, sobre... hã, ele me amar.

– Ah, isso é tão absurdamente gay que me dá vontade de chorar! - Thalia disse fazendo uma expressão de falsa emoção. - É claro que eu poderia simplesmente falar isso diretamente pra você, mas você precisava ver com seus próprios olhos a forma como ele ficou confuso ao tentar lembrar do que Dakota disse para ele, e eu precisava fazer ele perceber que a ama, porque do jeito que é lerdo, não teria se tocado disso ainda.

– Rá, rá! - Ele falou enquanto Annabeth ria. - Dessa vez você está errada Srta. Grace porque eu já tinha percebido isso antes, já tinha certeza que a amava.

Ao falar isso, os dois ficaram instântaneamente vermelhos e Thalia riu da cara deles.

– Ooooh, é um milagre! Perseu Jackson entendeu algo sem que lhe ajudassem! Tá certo, agora tenho que ir, não posso ficar o dia todo batendo papo com vocês, sou uma Caçadora ocupada!

– Aham, você estava fazendo a mesma coisa antes, Thalia, mas com as garotas. - Annabeth disse. Thalia arregalou os olhos.

– Ah, qual é, daqui a pouco é Natal, até os monstros decidiram tirar uma folga e parar de nos atormentar. - Ela falou, fazendo o casal rir. - Agora, se não se importam, Lady Thalia se retirará para sua rara folga da caçada. Até mais, e... vocês estão sozinhos no chalé? Pelo amor de Zeus, tenham juízo, e não deixem que Quíron pegue vocês. Eu odiaria ver mais confusão pra cima do casal do ano! Até mais!

– Thalia! - Annabeth exclamou, mas Thalia já desfizera a névoa com as mãos, deixando sua risada alta ecoando até os dois. Annabeth ficou vermelha até os fios do cabelo. Percy tinha certeza que ele também não estava muito diferente.

Ela suspirou. - Vamos. Thalia tem razão: se Quíron nos pega aqui sozinhos, é confusão na certa!



– Tem certeza que está tudo bem você estar aqui? Seu pai não vai se importar? - Percy perguntou.



Os dois pousaram no terraço do prédio de Percy no Upper East Side. Ele e Annabeth combinaram de irem para a casa dele juntos para ela falar com Sally, mas Percy estava preocupado com o caso de Annabeth chegar em casa e Frederick se irritar com sua demora e soltar os cães pra cima dele.

– Ah, tudo bem Percy, eu nem vou demorar muito aqui. Meu pai não vai se importar desde que eu chegue antes de meia noite.



– Ahn... seu pai é bastante liberal, né? - Ele falou e ela pensou por um segundo.

– Não é que ele seja liberal, é só que, eu sou meio-sangue, Percy. Eu fico bastante tempo fora de casa.

– Mas ele não vai se preocupar?

– Percy, pelos deuses, está tudo bem! Desde que eu compareça em casa hoje a noite, está tudo bem, já falei!

– Tudo bem. - Ele pegou sua mão e a guiou até o apartamento em que vivia com sua família.

– Ah, Percy, finalmente, já estava pensando em mandar uma Mensagem de Íris pra Quíron e... Annabeth? - Sally assustou-se ao ver a garota loira passar pela porta. Ela olhou para ele, confusa, então seu olhar desceu para suas mãos entrelaçadas. Ela os olhou mais uma vez, e então soltou um grito feliz e emocionado, abraçando Annabeth.

– Ah, querida, finalmente vocês se acertaram! - Ela agarrou os ombros de Annabeth. - Oh, Annabeth, eu sinto muito pelo que aconteceu à vocês. Não aprovo o que Percy fez... - ela lançou um olhar repreensor para Percy e voltou-se pra ela - ...mas eu estava tão triste com os dois separados. Percy nunca mais foi o mesmo, ele também ficou tão triste...

– Mãe...

– ... e apesar de tudo eu torcia tanto para que os dois voltassem se acertar, você não tem ideia do efeito que isso tudo causou nele. Eu te garanto Annabeth, ele não vai te machucar novamente, eu não vou deixar, aposto que dessa vez...

– Está tudo bem Sra. Jackson. Foi tudo apenas um grande engano! Na verdade, Percy não tem culpa de nada, foi Dakota quem armou para cima de nós dois.

– Dakota? Me explique direito essa história, querida. - Embora Sally estivesse intrigada, foi claro o alívio que sentiu ao saber que seu filho não fizera nada de errado. Ela também acreditava que Annabeth era a garota ideal de Percy, e ao saber que seu filho não fizera nada como trair a namorada, lhe causou uma grande felicidade no coração.

Depois de Annabeth lhe explicar toda a história do charme e como se resolveram depois - por incrível que pareça, Sally também riu ao saber que Annabeth armou uma briga com Dakota ao saber do poder da garota -, todos: Percy, Annabeth, Sally e Paul, sentaram-se a mesa e comeram bolinhos, cookies e torta. Percy sentiu que aquele sim era seu Natal ideal: sua família reunida, e Annabeth, que tecnicamente já podia ser incluída na família.

Enfim, Annabeth levantou-se e avisou que deveria ir para casa, pois seu pai, a madrasta e os meio-irmãos, estavam a lhe esperar. Percy subiu com ela para o terraço, onde Blackjack tirava um cochilo.

– Blackjack! - Percy chamou.

"Hã? O quê? Não foi eu!"

– Relaxa, cara! Annabeth tem que ir para casa... será que poderia...

"Ah, sim, claro chefe! Sua namorada, minha chefa também!"

Embora Percy não gostasse de ser chamado de chefe, teve que sorrir com a frase de Blackjack. Mais uma vez teve a sensação agradável e calorosa de tê-la para si.

Annabeth aproximou-se do pégaso, mas antes virou-se para ele.

– Er... eu vou sentir sua falta, Cabeça de Alga. - Ela disse timidamente e ele riu baixinho.

– Também vou sentir a sua, Sabidinha. E nem vamos ficar tanto tempo assim longe.

Ela deu de ombros. - Só não gosto da sensação de ficar longe novamente. - Ela disse e então cruzou os braços em volta de seu pescoço. - Promete que não vai deixar outra filha de Afrodite chegar perto de você? - Ele riu.

– Não sei o que uma filha de Afrodite estaria fazendo no meu apartamento, mas sim, prometo que não vou deixar nenhuma se aproximar de mim novamente. - Eles riram e ela encostou os lábios nos dele, saboreando seus lábios salgados, seu cheiro de maresia invadindo-lhe e enevoando sua mente.

Ao lado dele, Blackjack relinchou. "Não precisa fazer isso na frente do cavalo, chefe! Yuck!"

Percy riu contra os lábios de Annabeth.

– O quê? - Ela perguntou sorrindo. Ele balançou a cabeça.

– Blackjack sendo apenas um cavalo. - Disse, como se aquilo explicasse muita coisa.

– Agora realmente tenho que ir. - Ela falou, soltando-se de seus braços lentamente.

Quando ela ia subir em Blackjack, Percy lembrou-se de última hora.

– Espere! Eu tenho algo... eu tenho algo para você. - Ele disse, pegando a pequena ostra azul no bolso, que cintilava levemente à luz do luar. Annabeth a olhou, estranhando.

– Percy... o que é isso? - Ela perguntou.

– É um presente de Natal. Para você. - Ele disse e a entregou.

Ela abriu a boca, chocada.

– Percy... eu...

– Shh... apenas abra. Como um segundo pedido de desculpas.

– Mas Percy! Você não precisa...

– Apenas aceite, tá bem Annie? Se não quiser como um pedido de desculpas, então como comemoração, pelo nosso namoro. Ou de Natal, como eu disse.

Ela abriu a estranha ostra azul, e dentro, no lugar de uma pérola, estava um estranho pendente de coral aconchegado no centro da ostra. Era simples, mas bonito. Também cintilava levemente à luz do luar, e Percy achou que aquilo combinava mais com Annabeth do que uma pérola.

– É lindo. Onde conseguiu isto?

– Eu peguei no fundo do mar, no palácio de Poseidon. - Ele disse e ela o olhou surpresa. Antes que ela falasse alguma coisa, ele continuou: - Venha, deixe-me colocá-lo para você.

Ele se aproximou e tirou o colar do acampamento dela. Com cuidado, ele colocou o pendente, que ficou ao lado do anel de formatura do pai de Annabeth.

Ela levantou os cachos dourados para que ele encaixasse o colar em seu pescoço. Annabeth ainda estava com uma expressão um tanto surpresa no rosto, e enquanto ele colocava o colar nela, ele sussurrou:

– Quero que fique com isso para que se lembre de mim, e para lembrar que, mesmo eu estando aqui, e você na sua casa, vou continuar perto de você de alguma forma.

Ele fechou o cordão e ela soltou os cabelos. Percy afastou um pouco o rosto, mas parou um pouco ao lado de seu ouvido. A respiração dela batia em seu pescoço e vice-versa. Annabeth o olhou, seus olhos cinzas grandes e assustados.

– E também para que se lembre de que eu te amo. - Ele sussurrou. Por um momento, ele achou que as lágrimas voltaram aos olhos dela, mas não pôde ver direito pois ela os fechou e o beijou novamente. Um beijo calmo, carinhoso e apaixonado. Ficaram um tempo ali, abraçados, nenhum dos dois querendo se afastar novamente.

Porém, alguns minutos depois, como se ambos tivessem se tocado ao mesmo tempo que não poderiam ficar ali para sempre, começaram a se soltar do abraço. Percy a ajudou a subir em Blackjack. Ela se inclinou para Percy de novo e sussurrou:

– Eu também te amo, Percy. Muito mesmo. E eu estou me odiando por não ter um presente de Natal para te dar também, não pensei nisso.

Ele sacudiu a cabeça, sorrindo.

– Não se preocupe com isso, Sabidinha. O que eu queria já consegui.

Ela franziu a testa, confusa. Então ele se inclinou um pouco e sussurrou em seu ouvido.

– Tudo que eu queria de Natal, era você.


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Notas finais do capítulo

Ficou enorme! Kkk Vejam bem: como é último capítulo, quero TODOS os leitores deixando review, please :c E cá entre nós, favoritar ou recomendar (embora eu não ache que pequenos Contos de Natal mereçam realmente receber recomendações, slá) também cairia bem U.U Enfim, estou muito feliz por ter escrito essa história, mesmo eu terminando uns dois séculos depois do Natal, fiquei satisfeita com o que escrevi, é. Novamente, espero que tenham gostado tanto quanto eu. Kisses and bye - Anne :*



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