Lucas POV

Finalmente tinha chegado sexta. Todo mundo estava muito ansioso e nervoso também.

Tive que ir para o colégio e encontrei a Bruna no caminho, como sempre, mas ela estava estranha.

- Pequena ta tudo bem? – Perguntei olhando para ela, que estava calada desde que a vi.

- Ta sim. – Falou sem olhar para mim. 

- Pode falar, o que ta acontecendo você ta ansiosa para o show de hoje, é isso? – Disse tentando descobrir.

- Não, não é isso. – Ela falou.

- Então o que é? – Chegamos no colégio e ela não respondeu, os meninos chegaram e ela foi direto para a sala.

- E aê cara, preparado para o  festival? – Disse Guilherme animado.

- Com certeza, você e Carol vão não é? – Perguntei.

- Claro, a Lori também vai. – Ele disse, um pouco depois vinha a Júlia.

- Hey meninos, Lucas fiquei sabendo que você vai fazer um festival né? – Ela disse com um sorriso malicioso no rosto.

- Pois é.

- Vou aparecer por lá para torcer por você. – Ela disse, sorriu e depois saiu.

Bateu o sinal e fomos para a aula. Quando tava voltando para casa com a Bruna ela finalmente me respondeu.

- Eu tenho medo Lucas. – Ela disse dessa vez me olhando.

- Medo de quê? – Perguntei.

- De palco, eu nunca cantei para um público e se der um branco? Eu não lembrar a letra? Pior, já pensou minha voz sumir? Meu deus Lucas. É melhor você cantar mesmo. É, isso. Eu desisto. – Ela falou olhando para mim, seus olhos realmente demonstravam medo.

- Ei, calma! Nós ensaiamos muito, você sabe a letra da música de trás para frente e sua voz não vai sumir ok? Você é perfeita na banda, eu vou estar do seu lado, não precisa entrar em pânico. – Disse tentando tranquiliza-la. Ela ia se sair bem, eu tinha certeza.

- É, se você diz.  – Ela disse logo depois a deixei em casa.

- Te pego às 17h ok? A gente precisa passar o som antes.

- Tudo bem até lá. – Ela entrou e eu fui para casa.

Fiquei um bom tempo fazendo os solos das músicas que íamos tocar.

Bruna POV

Tá eu não vou mentir, eu to morrendo de medo. Vou ter que cantar para várias pessoas. Mas pelo menos o Lucas vai estar lá, já me sinto aliviada. Se eu desmaiar ele continua o show, UFA!

Cheguei em casa, almocei e subi para o meu quarto. Fiquei cantando as músicas várias vezes. Quando finalmente adormeci.

Acordei com o som do alarme do celular que tinha botado. 16:30h Tinha que me arrumar logo.

Tomei banho e me vesti. Botei um short de cintura alta, uma blusa do AC/DC e um tênis depois me maquiei. Estava completamente ansiosa. Quando terminei o Lucas chegou.

- Você ta linda. – Ele disse com um sorriso no rosto me olhando.

- Obrigada, você também ta legal. – Sorri.

Quando chegamos lá, todos já estavam nos esperando, como sempre.

- O casal mais atrasado do mundo chegou. – Disse Pedro com um sorriso travesso.

- HA HÁ HÁ. Você é tão engraçado Pedro. - Lucas falou olhando para ele sério.

- Lucas trouxe uma guitarra para você. A nossa passagem de som é depois dessa banda. Vamos ser o terceiro a tocar. – Disse João sério.

- Tudo bem. – Eles ficaram conversando, repassando tudo. Eu até que tentei prestar atenção, mas o meu medo foi maior. Só pensava na hora que eu iria entrar no palco e ter que cantar. Minhas mãos estavam trêmulas de tanto nervosismo.

Quando chegou a nossa hora para a passagem de som. Consegui ficar parada sem desmaiar em cima do palco, acho que era por que ninguém estava lá me olhando, só acho.

Estava tudo indo OK. O som estava certo, as pessoas começaram a entrar. Tinha muita gente.

Quando vi, a Carol, a Lori e infelizmente a Júlia vinham. A Carol estava com o Guilherme.

- Hey cantora. – Dizia Carol com um sorriso enorme no rosto.

- Hey, como tá meninas? – Disse, olhando para a Carol e Lori, só.

- Estamos bem. – A Julia disse me olhando com raiva.

- Que bom. – Falei sorrindo falso.

- Então, que horas vocês vão tocar mesmo? – Disse Carol.

- Nós somos os terceiros a tocar.

- To tão animada, eu quero ver se sua voz é bonita mesmo. – Disse Lori.  

- Você vai se surpreender. – Nessa hora os meninos vieram e falaram com elas, inclusive o Lucas, que abraçou a Júlia. Que fez questão de se mostrar para ele.

- Gente, temos que entrar. A primeira banda já tocou. Nestante vão nós chamar. – Dizia Leandro.

- Tudo bem, tchau galera. Vamos pessoal? – Disse João.

 - Vamos, beijos meninas. – Falei.

- Boa sorte. – Dizia Lori. Depois fomos para trás do palco esperar chamar a nossa banda. Minha mão estava tremendo e minhas pernas bambas, estava ansiosa e com medo ao mesmo tempo.

Quando fui dar uma olhada para o público, vi uma pessoa. Era o pai do Lucas. Sorri ao vê-lo. O Lucas iria transbordar de alegria quando o visse na plateia.

Um pouco depois ele veio atrás de mim. O empurrei para trás para que não visse o pai, queria que ele visse quando estivesse no palco, para não ficar nervoso.

Segurei em sua mão e o puxei.

- Pequena. – Ele disse olhando para nossas mãos entrelaçadas.

- O que foi? – Falei olhando para ele confusa.

- Você ta tremendo. – Ele disse, por fim.

- Não é nada, eu não to nervosa tá? – Disse irritada, não queria parecer uma idiota por medo de palco.

Ele sorriu. – Não tem nada demais ficar nervosa, todos nós estamos. Olha, quando subirmos no palco, nós vamos tocar e você vai cantar perfeitamente como sempre faz nós ensaios. Imagina que estamos na casa do João ensaiando e só tem a gente ok? – Ele falou me olhando nós olhos, ele me passava tranquilidade, mas não tanta para esquecer o tanto de pessoas que estava ali.

- Não tem como imaginar que estamos na casa do João com tantas pessoas gritando, pulando e te olhando, eu não vou conseguir Lucas.

Ele riu. – Você vai conseguir, eu vou estar bem do seu lado. – Depois ele me beijou com ternura, me passando toda tranquilidade, paz e amor que um beijo podia passar.

Logo depois ouvíamos vários gritos e a voz do apresentador do festival.

- E AI GALERA GOSTARAM DA BANDA DEMONS? – Ele gritava n microfone, fazendo as pessoas vibrarem.

Todo mundo gritou em coro um “SIM”.

- E AGORA VAMOS TER UMA BANDA NOVA, MAS MUITO BOA, LHES APRESENTO OS BROKEN SKULLS, ENTREM AQUI PESSOAL. – Gritava ele.

Nós unimos e fomos para o palco, o Lucas segurava a minha mão.  Todos estavam sorrindo e com muita animação.

Chegou a hora.