Segundo Massacre Quaternário escrita por BatataReal


Capítulo 13
O truque


Notas iniciais do capítulo

Quais serão as táticas de Haymitch agora que o Banho de Sangue acabou?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/307695/chapter/13

Estou andando á horas pela campina que ainda se estende por alguns quilômetros e já posso enxergar melhor a floresta que está próxima a mim. Assusto-me várias vezes ouvindo barulho de pegadas por perto, mas acho que já estou sofrendo o problema de ficar exposto no sol durante horas, estou com cede, cansado e com fome. Não posso parar, na campina eu não tenho segurança, qualquer um pode me ver no começo da campina, um ponto andando, seria difícil me confundir com outra coisa.

O antigo céu azul com várias nuvens sumiu e deu seu lugar para um céu onde só consigo enxergar o sol, um sol que pode me matar de desidratação. Preciso de uma fonte de água. Abro minha mochila para ver o que consegui coletar na Cornucópia, estou satisfeito com o que consegui. Tenho frutas, comida, remédios, fósforos, isqueiro, um casaco que irá me ajudar está noite e principalmente, água.

A garrafa de água não é grande e preciso moderar o tanto que irei beber para não passar cede durante um longo período. Bebo alguns goles para que minha boca e minha garganta não fiquem ressacadas por um longo período até eu achar uma fonte de água segura.

As horas se passam e estou ainda mais longe de meus inimigos que ficaram na Cornucópia, os carreiristas devem estar juntando os suprimentos para sobreviverem enquanto caçam os outros tributos. Estou tentando manter uma caminhada rápida e constante, caso eu queria chegar á floresta antes do anoitecer. Preocupo-me em olhar para trás, como estou sozinho, sem nenhuma aliança tenho que me proteger de todos os lados, a campina se estende para o leste, oeste e ao sul que foi de onde eu vim e ao norte existe a floresta. A montanha que vi quando ainda estava no prato de lançamento era bem grande e como não consigo enxergá-la em nenhum dos lados, eu devo estar bem longe da Cornucópia e dos grupos de carreiristas e de outros tributos que com certeza correram para lá, pois neve é sinônimo de água, mesmo que seja no topo.

Estou quase desmaiando quando consigo chegar à primeira árvore da floresta, minha cabeça está quente, devo estar com insolação ou febre e isso não é um problema para mim. Abro minha mochila aproveitando a sombra que a árvore faz e pego os remédios, tomo um comprimido e deito em baixo da árvore.

O tiro de um canhão faz com que eu acorde já preparado pra matar, estou com minha faca nas mãos, pronto para enfiá-la na garganta de qualquer um que esteja em minha frente. Mas estou sozinho, não há ninguém por perto. O dia já é noite, devo ter dormido por horas e me sinto preocupado, pois andar por uma floresta desconhecida sem luz é perigoso. Estou andando devagar sem fazer nenhum barulho e a insígnia da Capital aparece no céu escuro.

O hino começa a tocar e os rostos das crianças morta no banho de sangue começam a aparecer. Prendo minha respiração enquanto os rostos de dezoito tributos mortos aparecem. Quase o número de tributos de uma edição normal dos Jogos. Com certeza a Capital deve estar feliz com esse resultado e a população deve estar enlouquecida querendo ver as tomadas, cada morte, quem sobreviveu ou quem matou quem.

A primeira a aparece é uma garota do Distrito 1 e em seguida um garoto do Distrito 2. Isso significa que ainda sobraram dez Tributos Carreiristas. Normalmente todos Carreiristas sobrevivem ao primeiro dia, talvez estes dois estivessem menos preparados ou acabaram brigando com outros Carreiristas. Não consigo ver todos que aparecem, mas depois dos dois Carreiristas só tem mortos do Distrito 5 para cima. E a imagem do garoto que perfurei o pé aparece depois de alguns minutos, ele era do Distrito 8. Imagino que qualquer um possa ter matá-lo facilmente. Mais mortos aparecem no céu e finalmente chega ao Distrito 12, quero saber se Maysilee ainda está viva ou morta, nós não fizemos nenhuma aliança, mas eu estou preocupado com ela. A imagem de Carly aparece e não fico surpreso, já imaginava ela morta no banho de sangue, mas Lucas e nem Maysilee aparecem.

Estou aliviado por Maysilee estar viva. Agora tenho que me preocupar com minha sobrevivência, preciso de um lugar seguro para passar a noite. Pensei em fazer uma tocha, mas a iluminação no meio da floresta podia chamar a atenção de algum tributo ou até de algum bicho e problemas com os animais é o que eu menos quero agora.

Escuto alguns passos pela floresta, andando pelos galhos, por cima de minha cabeça, aos lados. Estou cercado por alguma coisa. No meio da escuridão consigo ver algo dourado, o mesmo dourado da Cornucópia e é um animal não muito alto.

Clique! O som do animal chegando perto de mim está mais alto. Clique! Não consigo reconhecer o que é. Clique! Clique! E o animal pula em cima de mim. Dou um soco no bicho dourado que caí no chão e rosna para mim. É um esquilo. Clique! Clique! Clique! O que? Mais esquilos? Quando olho para os lados, estou cercado de esquilos dourados, estão todos me observando, fico parado tentando não fazer nenhum movimento brusco. Seria uma boa hora de Brock me mandar uma espada. Clique! Um deles pula nas minhas costas e com dentes bem afiados tenta perfurar minha carne, mexo meus ombros tentando retirar o esquilo, mas outros estão vindo em minha direção. Com a mão, direita pego o animal e jogo no chão e começo a correr, alguns esquilos que estão no topo das árvores tentam pular em cima de mim e só consigo me defender com meu braço.

Meu casaco! Isso pode me defender, mas cadê minha mochila? Eu deixei para trás e não posso voltar para buscá-la. Continuo correndo em linha reta para não perder minha orientação enquanto tento me esquivar de esquilos que querem comer meu corpo, cada vez o bando de esquilos fica maior e estou prestes a cair no chão e morrer de uma vez.

Clique! Clique! Clique! O barulho das folhas e galhos sendo quebrados no chão enquanto corro me deixa louco, pois não sei de onde os esquilos estão vindo e eles não param de me atacar, meu braço está com várias mordidas e estou sangrando. Pego a faca no bolso e começo a matar alguns esquilos que pulam em minha direção, sem parar de correr. Estou cansando, tenho que fazer alguma coisa.

Ouço barulho de água, forte, talvez uma cachoeira ou apenas um rio. Os esquilos dourados não se cansam e ainda estão correndo atrás de mim com a maior velocidade possível. O barulho da água fica cada vez mais forte e finalmente consigo enxergar uma faixa de água que divide a floresta em duas partes, vou ter que atravessar.

Um esquilo consegue me alcançar e morde meu calcanhar e acabo caindo no chão, em menos de cinco segundos estou sendo mordido por esquilos nas costas, nos braços, nas pernas e estou quase desistindo. Tento me levantar, mas a dor não deixa e o bando de esquilos tira partes do meu corpo e comem, a dor me envolve.

Ainda com a faca em mãos uso para matar alguns esquilos que tentam comer alguma parte do meu rosto, não posso perder movimentos básicos como de enxergar e escutar. Faço uma enorme força para me levantar e tento me sacudir para os esquilos caírem no chão, mas quando faço isso com força alguns esquilos levam junto pedaços de carnes do meu corpo e agora é minha única chance de sobreviver, corro até a beirada onde a primeira parte da floresta acaba e pulo para tentar alcançar o outro lado, mas estava muito devagar e fraco para fazer isso. Bato com o peito na beirada do outro lado e enfio minha faca na terra para que eu não caia na água que parece levar para outro lugar. A água é cristalina e consigo até observar o fundo, que parece ser fundo, de cede não irei morrer.

Os esquilos chegam à beirada e me vêem pendurado, estou olhando para trás quando um deles tenta pular em mim. Dou um soco no esquilo que voa na água e começa a se contorcer e afunda. A água é um veneno, provavelmente foi um truque que os Idealizadores dos Jogos fizeram para matar tributos.

Outros esquilos tentam pular, mas acabam morrendo do mesmo jeito que o primeiro. Com minha faca consigo subir e chego à outra parte da floresta, os esquilos que ainda tentam pular, derrubo-os com socos e chutes na água e uma grande parte do bando volta para a floresta.

Agora estou com fome, sem suprimentos e totalmente ferido. Só consigo sentir dor agora, o sangue escorre pelo meu corpo e preciso da minha mochila, onde estão os remédios ou irei morrer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comente sobre o que posso melhorar, caso tenha gostado favorite a história e recomende para seus amigos. Isso ajudará a divulgar minha Fanfic e mais pessoas poderão desfrutar da história de Haymitch. Lembrando que todas Sextas sai um capítulo novo, o chamado #QuaterQuellDay (Dia do Massacre Quaternário). Me siga no Twitter: @BatataReal.