Skyline escrita por Mackenzie N


Capítulo 4
Traição




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 - Q...Quinzo?! Como você pode?! Justamente você... – me aproximava dele, com lágrimas que aumentavam cada vez mais. Meus olhos viravam poças inundadas de água a cada instante que o observava com Irene.

 - Magali! E-eu ia te contar! E-e-eu te amo, ela me seduziu! – apontando e acusando Irene, Quinzo olhava para mim, tentava me seduzir com uma desculpa esfarrapada, onde só acreditam as mulheres ingênuas e estúpidas, geralmente, em filmes ou em novelas. Irene poderia ter algo haver com a traição de meio namorado por quase nove anos, mas o principal mau-caráter era o Quinzo. Enfim, uma tentativa mal-sucedida

 - Eu?! Você que veio com aquele papinho de querer se separar da Magali, e a gente ficou. Foi vo-cê que me seduziu! – Irene parecia mais verdadeira do que o cara-de-pau do Quinzo

 - E-ela está mentindo! – nove anos são o suficiente para conhecê-lo. Não sabia mentir, ficava tenso, suando e nervoso, como nesta situação

 - Nem venha com essa, senhor! Acha que sou o quê?! Uma idiota que é subordinada ao seu marido? Não, não, não! – limpei minhas lágrimas, afinal, não queria parecer uma menina inocente que se abala por qualquer coisa, capaz de ficar trancada em um quarto, escutando música triste até o fim dos tempos, queria mostrar a minha força.

 - Ok! – Quinzo viu que não havia mais saída naquele labirinto. Estava encurralado. Ou ele dizia a verdade, ou fugia como um ladrão – Eu te traí! Mas você não me dava prazer nenhum, Magali! A Irene é mais gata do que você! – ele saiu da lanchonete, acompanhado de Irene. Acho que ela também não tem um requisito mínimo de vergonha. Mas para mim, Quinzo era uma página virada de um livro interminável, que só estava no começo.

 Não agüentei. Após Quinzo ir, sentei numa mesa e comecei a chorar em prantos. O que eu mais previa, o que eu mais temia havia ocorrido. Um namoro perfeito, sem brigas ou discussões, resultado de oito anos, prestes a fazer nove, terminar assim? Não estava apta para fazer nada. Não queria ir para casa. Não podia ser forte diante aquela situação, não, não conseguia. Não parava de chorar, nem sequer, sair do lugar. Não queria ir para casa, apenas, chorar.

 George era como um tio para mim (não era como um pai, pois éramos só amigos, e compartilhávamos o mesmo gosto pelas comidas, preferências... Enfim, éramos como uma dupla), e como uma pessoa bacana, me levou para casa no seu carro. Ele era um pouco velho, de uma marca antiga. Era seu primeiro carro. Afinal, George era uma das poucas pessoas que apreciam a beleza interior dos materiais

  - Aqui estamos – George apertou a campainha – Dona Lili! Sua filha! Já vou indo!

 - Ah, obrigado, George! Quer ficar para jantar? – mamãe estava sendo simpática demais. Não queria alguém na nossa casa. Não naquele dia, em que eu descobri que meu namorado me traia

 - Ah, não, obrigada, Lili! Teho um... compromisso – definitivamente, era um encontro. Sim, eu tinha um pequeno dote de ler mentes

 Liguei o computador, novamente com meu dedo e peguei o livro das poesias, e reli o Soneto da Fidelidade.

"De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

 

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

 

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

 

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

 

Soneto da Fidelidade - Vinícius de Moraes"



“Droga de Soneto, droga de Fidelidade!”

 Tive um ataque de raiva, quase rasgando a página do livro onde continha o Soneto (e mais algumas), mas me contive, não queria pagar um novo.

 Ninguém estava on-line, nem mesmo o Cascão. A primeira coisa que queria fazer é checar a minha caixa de e-mails, que olhava todos os dias. Havia três mensagens. Duas eram propaganda não-confiável e uma era da Mônica.


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