Ela: - Amor você está acordado?

Ele: -Agora to né!

Ela: - Desculpa... Eu só... Eu não tive a intenção...

Ele: - Ah, vai dormir.

Ela: - Tá...

Alguns minutos passam...

Ela: - Amor?

Ele: - Puta que pariu! O que foi agora?

Ela: - Nada... É que... Eu te amo, tá?

Ele: - Ah, meu Deus. Só me acorda se for algo importante, beleza? Agora me deixa dormir...

Ele virou de lado, e dormiu. Ela pegou papel e lápis, e começou a rabiscar umas palavras. Ele se irritou com o barulho de riscos na folha, e reclamou:

Ele: - Porra! Vai dormir!

Ela pegou, e com lágrimas nos olhos, deixou o papel de lado. *************************** POV ELE****************

Era a quarta noite da mesma semana que ele se incomodava na hora de ir dormir. Poxa vida, por que ela não poderia ficar desenhando bonequinhos idiotas no papel durante o dia, quando ele estivesse fora? E nas noites anteriores era sempre a mesma coisa. Mas que merda! Ele estava com sono. Será que ela não entendia?

**************************POV NARRADORA*********

Na manhã seguinte...

Ele acordou. Olhou para a janela, e viu que teria um maravilhoso dia ensolarado. Ah, ninguém fazia ideia do quando ele amava os dias com sol. Ela, ao contrário, adorava os dias cinzentos, ele nunca entendia. Levantou-se da cama, pensando no fato de ter sido um pouco grosso com ela na noite passada. Ele estava com sono, não tinha culpa. Foi até o banheiro, e nem se deu o trabalho de notar que ela não estava mais na cama. Saiu de lá, e foi vestir-se. Foi dar um beijo na testa da amada, como fazia todas as manhas. Até notar que a garota não estava ai. Em seu lado da cama, tinha apenas uma rosa da cor violeta. Cheia de espinhos, mas eles não faziam com que as pétalas perdessem o brilho. Pelo contrário, a cor da flor era muito intensa e chamativa. Havia um bilhete:

Meu amor,

Sinto-lhe dizer isso, mas, eu não existo agora. É, eu morri. Nossa como é irônico falar isso. Lembra há alguns anos, quando fui ao médico, e ele disse que eu tinha um problema muito grave. Foi para isso que eu tive que fazer uma pré quimioterapia antineoplásica. Havia acalmado os sintomas por certo tempo, mas não era uma cura completa. Você se recorda que eu tenho passado mal em todas as ultimas viagens que andamos fazendo e que eu peguei um mês de atestado médico do trabalho? Tudo isso era um sinal de que o meu fim estava chegando. Está vendo essa flor? Ela sou eu. É, eu sei, é estranho. Consegue ver os espinhos? São muitos, né! Está vendo estas pétalas de intensa e com tal brilho a cor? Perceba que, o número de espinhos não apaga a beleza que as pétalas deixam. Cada um daqueles espinhos representa uma vez das quais me magoou fortemente, amor. Mas nem com os tais espinhos a beleza da flor foi destruída. Sabe porque? Por que o amor é muito mais forte que as magoas sofridas e lágrimas derramadas. Isso mesmo. Os espinhos são o sofrimento, enquanto as pétalas representam o amor. Não importam quantas as vezes que você me entristeceu, meu amor. Eu continuei e sempre vou continuar te amando, acima de tudo.