Unbreakable escrita por Caeruleae Ignis


Capítulo 1
Capítulo 1 - Fish and Chips


Notas iniciais do capítulo

Pré John Watson.



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Sherlock Holmes fechava a porta do apartamento, enquanto lentamente descia as escadas que levavam à portinhola de metal. Orgulhoso como sempre, delineava-se um sorriso do mesmo sentimento entre os lábios rosados. Adentrou os bolsos com os longos dedos e levantou o rosto, fitando o prédio à sua frente. Tinha solucionado mais um de seus enigmáticos casos, e não havia mais nada nesse mundo que ele adorava além de si mesmo naquele momento. Ele teve um pingo de piedade de si mesmo e saiu de casa para comer alguma coisa. Ao sair, mirou os olhos azuis em uma discussão entre um homem de aproximadamente 40 anos e uma menina de 17. Eles trocavam ofensas, enquanto o pai empurrava a menina para fora de casa. Sherlock admirou a discussão enquanto ela se desenrolava. Ela foi arremessada pelo braço para fora de casa, com um amargo sorriso nos lábios, antes de despencar no chão, desflorando o rosto com as lágrimas, afogando o rosto nas mãos. Sherlock leu a menina e percebeu que precisava de mais uma marionete. Ele aproximou-se da menina que chorava e sentou-se ao seu lado, sem que ela percebesse.

- "Problema com drogas?" Ela ergue o rosto rapidamente, limpando as negras lágrimas devido a pesada maquiagem, assustada com a aparição do homem.

– "Quem é você?"

– "Você não me respondeu."

– "Mais ou menos. Meu pai descobriu que eu fumo." Sherlock franziu os lábios, ergueu a manga do casaco e mostrou os adesivos de nicotina no braço.

– "Não funcionam. Já tentei." ela respondeu verbalmente ao ato de Sherlock, que soltou um falso suspiro.

– "Ele te colocou pra fora de casa?"

– "E disse que era de vez."

– "Presumo que você precisa de um lugar para passar a noite?"

– "É..." ela dirigiu os olhos verdes a Sherlock, unindo as sobrancelhas em uma careta desconfiada. "Você ainda não respondeu minha pergunta."

– Ele suspirou. "Chamo-me Sherlock Holmes. Moro do outro lado da rua. E você?"

– "Carmen. Carmen Morrigan." Ela apertou a mão de Sherlock, abrindo um sorrisinho.

– "Você está com fome?"

– "Morrendo." Sherlock levantou-se em um pulo, erguendo Carmen consigo, caminhando até a calçada junto com a garota, aguardando-a. Ela estapeou a saia de couro enquanto acompanhava Sherlock. Eles dobraram a esquina e prolongaram a caminhada, e depois de longos três minutos calados, Sherlock colocou-se a falar, indignado.

– "Não consigo te ler." Carmen parou de andar, e fitou Sherlock com um olhar confuso.

– "...como é que é?"

– "É isso. A única coisa que eu sei é que você tem dezessete anos, fuma desde os quinze devido o desgaste dos seus dentes, e não dorme faz três dias, e está escondendo as olheiras por trás da maquiagem. E só. Não consigo deduzir quem é você." Carmen cruzou os braços e fitou Sherlock por um par de longos segundos, e tornou a falar.

– "Se me permite, sir Sherlock Holmes, você tem um pouco mais de trinta anos, soluciona crimes para a Scotland Yard como... detetive consultor? Enfim. Já usou cocaína devido uma leve cicatriz na sua narina direita mas está limpo faz alguns anos... você também não dorme faz três dias, e não come a cinco. Exímio violinista pela marca no pescoço e a mão direita relaxada na posição na qual você segura o arco do instrumento." Ela passou a mão gelada no pescoço de Sherlock ousadamente. "Você possui um irmão mais velho que trabalha no governo britânico, e pelo visto odeia-o... rancor dos tempos de infância? Não se sabe. Não gosta de contato físico, é assexual, constantemente chamado de aberração pelos seus companheiros de trabalho, o que não te deixa irritado. Na sua visão, todos são inúteis e não merecem a sua atenção."

A máscara de gelo de Sherlock parecia derreter. Ele arregalou os olhos e deu um par de passos para frente, arrastando Carmen pelo antebraço até a barraquinha de peixe e fritas. Ela conseguiu se desvencilhar da mão de Sherlock com dificuldade, enquanto se dirigia ao vendedor sendo seguida pelo moreno. Ela pediu um pacotinho pequeno de peixe e fritas e uma lata de Diet Mountain Dew. Sherlock jogou uma nota de cinquenta libras no pequeno balcão e não aguardou pelo troco. Novamente ele agarrou o braço de Carmen e foi arrastando-a até a esquina da Baker Street. Novamente, ela se debateu e livrou-se da mão dele.


– "Eu consigo andar sozinha, não precisa ficar me arrastando." ela abriu a lata do refrigerante e deu um longo gole. "E um detalhe: eu tenho dezenove anos, e fumo desde os dezessete. Você não é tão bom quanto aparenta." o celular de Sherlock vibrou e apitou um par de vezes, antes dele enfiar a mão no bolso esquerdo e deslizar o fino polegar pela sua tela. Ele leu a mensagem e arqueou uma sobrancelha.


"Venha correndo para cá.
Lestrade."


– "Se você quiser um lugar para dormir hoje, venha comigo." Carmen estava mastigando um pedaço de peixe antes de ser puxada novamente. Sherlock aprimorou alguns passos e levantou o braço, parando um táxi vazio que passava pela rua. Ele adentrou o taxi primeiro, e Carmen acompanhou-o, tossindo devido engasgar com seu alimento. Levou a lata de refrigerante à boca e deu outro longo gole, aliviando-se. Sherlock atreveu-se a agarrar um pedaço de batata frita e mastigá-lo depois de ordenar ao taxista que o levasse a Scotland Yard.


Continua.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer ao meu irmão, Ricardo, por ser meu beta e me apoiar na publicação desse fanfic. Deixe suas reviews, críticas construtivas serão de bom gosto. Obrigada.