Dramione - When Fire Meets Ice escrita por Sofia, beaguiar


Capítulo 17
Capítulo 17 - Garoa


Notas iniciais do capítulo

Estou de voltaaaaa no tempo certo ainda sou exemplar demais, meu deus.
Esse capí­tulo vai pra minha beta porque sinceramente achei que ele estava uma bosta completa porque eu escrevi num momento de retardamento, mas ela fez com que ele não ficasse tão ruim.
Obrigada Bia, apesar de toda essa gordura você ainda pensa ♥ te amo

(em legitima defesa eu, Bia, beta, perfeita, beautiful - entenderam o trocadilho? beatriz beautiful kajslas - estou aqui para deixar bem claro que se não fosse por minha intervenção esse capitulo não teria saíío então é bom que vocês fiquem bem gratos por mim e mandem reviews dizendo o quanto me amam, beleza?)



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Hermione cambaleava pelo castelo, sem saber ao certo aonde estava indo. Algumas lágrimas rebeldes rolavam pelas suas bochechas. Ela não estava raciocinando: suas pernas estavam ditando o caminho. Tinha acabado de sair do dormitório, depois de contar tudo para gina, aos soluços. Gina fora incrivelmente compreensiva. Não a pressionou para tomar decisões, pelo contrário: dissera que Hermione deveria ter um tempo para pensar no que faria a seguir.

Alguns minutos depois, ali estava ela. Parada em um corredor vazio, lembrando de todas as coisas que buscava esquecer. Só naquela hora percebeu que estava indo para a Sala Precisa. Continuou andando então, cabisbaixa e pensativa, tão distraída que acabou esbarrando em alguma coisa.

A coisa soltou um grunhido.

-Ei... –Hermione ergueu a cabeça quando reconheceu a voz rouca e embrigada de Draco. –Olhe por onde anda...

O garoto nem mesmo percebera quem tinha atingido. Hermione reparou melhor nas feições dele. Sua camisa de botões cinza escura estava torta e comb botões desabotoados, com uma manga dobrada e a outra caída sobre os dedos, que seguravam uma garrafa de uísque de fogo. Seus cabelos estavam sujos e oleosos (o que não era novidade: nos últimos dias, Hermione sempre via um Draco mal cuidado pelos corredores), caindo sobre a testa, maiores do que o adequado. Os sapatos, sempre bem engraxados, estavam sujos de lama.

-Hã... Oi, Draco. Sou eu. –A garota procurava ser cuidadosa. Passaram-se alguns segundos antes que Draco reconhecesse Hermione.

-Hermione – Seus olhos estavam enevoados. A castanha pensou ter visto um esboço de sorriso, mas não teve muita certeza. – Não temos conversado ultimamente.

As palavras dele saíram emboladas e sem clareza, e a garota teve que fazer certo esforço para entendê-las.

-Bom... Você não quer me ver, então...

-Não quero te ver? –O loiro formou uma expressão confusa. –Claro que quero te ver, Merlin! Tudo que eu quero é te ver. Mas não sei como olhar para você depois da vergonha que você passou e da cena que você viu e...

O garoto não terminou a frase. Fez uma careta e tomou um grande gole da garrafa.

-Não foi vergonha nenhuma, Draco, imagine. Eu só quero arrumar um jeito de ajudar. Deixe-me te ajudar, Draco, pare de fechar-se para o mundo, você precisa de ajuda...

-Não! –Ele parecia indignado. Tomou mais dois goles. – Não preciso de ajuda coisa alguma. Eu consigo lidar com isso sozinho. Eu percebi uma coisa, Hermione.

Ele chegou mais perto e colocou uma das mãos no ombro da garota. Hermione pensou em recuar.

-Draco... –Ela começou, receosa. –Você está completamente bêbado. Vamos conversar depois, certo? Venha comigo, vá se deitar...

-Não, Hermione! –Ele sorriu. Um sorriso doentio. Parecia animado para fazer alguma coisa. –Eu descobri como parar essa coisa. Sabe, essa angústia que ando sentindo. Todo esse sofrimento... A gente sofre demais quando estamos vivos, Hermione.

-O que você quer dizer?

-Bem... Se a vida traz sofrimento... Eu decidi, Hermione. Eu vou morrer.

~*~

Os passos de Gina e Hermione ecoavam pelo castelo vazio enquanto corriam. Fora isso, o silêncio reinava.

-Ele está bem aqui neste corredor –Disse Mione, fazendo uma curva.

As garotas pararam aos poucos, tomando fôlego. O corpo de Draco estava caído no chão, ajeitado de forma angelical. Uma garrafa de uísque jazia ali, derramando seu conteúdo lentamente.

-O que exatamente aconteceu? –A ruiva colocou as mãos na cintura, olhando ao redor.

-Eu estava andando e aí ele simplesmente chegou e começou a falar sobre o que aconteceu e... Ele estava totalmente bêbado, e bebia cada vez mais rápido, e começou a chegar perto de mim com um ar meio animado falando sobre o sofrimento da vida ou algo assim. E aí ele disse que não precisava ser ajudado porque já tinha achado um jeito de resolver aquilo, e disse que ia morrer...

-O quê?

-Foi exatamente isso que eu perguntei, mas ele não me respondeu, porque se apoiou em mim meio que gargalhando, e desabou. Acho que foi a bebida. Estou com medo da quantidade de álcool que ele ingeriu...

-Vamos levá-lo à enfermaria, me ajude aqui.

Gina e Hermione ergueram Draco e colocaram seus braços em torno dos ombros, arrastando-o com dificuldade. Vários minutos depois, abriram a porta da enfermaria, pedindo ajuda. Madame Pomfrey apareceu, amarrando um avental na cintura; claramente estava tirando algumas horas de folga.

-Pelas barbas de Merlin, essas jovens, não dão sossego, coloquem-no aqui, aqui por favor...

As garotas empurraram-o para uma maca nos fundos do local, ao lado de uma grande janela. A enfermeira sentou-o, apoiando seu corpo em alguns travesseiros, e começou a fazer uma série de verficações de temperatura e sentidos.

–Ele está desacordado. E claramente com uma grande quantidade de álcool no corpo. Farra?

-Na verdade, Madame Pomfrey... –Hermione começou, cuidadosa. – Ele é um caso especial. Acho que deveríamos chamar a diretora, tenho algumas coisas para conversar com ela.

–Se você me diz... Por favor, querida, avise McGonagall? –Gina prontamente atendeu ao pedido, saindo rapidamente do local. Hermione sentou-se ao lado da cama, assistindo enquando Pomfrey retirava os sapatos e a camisa do loiro e colocava toalhas úmidas em sua testa e peito. Com uma seringa, injetou um líquido azul no pulso de Draco, com cuidado. Pediu para que Hermione o observasse e retirou-se para seus aposentos.

A castanha aproximou-se de Draco, afastando os longos fios loiros de sua testa. Ele estava pálido e com olheiras profundas, e seus cabelos precisavam urgentemente de um corte, os fios já caíam revoltosamente na nuca do garoto e acima de suas orelhas, apesar de a garota achar aquele visual bagunçado bastante sexy.

-Fui avisada de que queria falar comigo, srta. Granger. –A voz de Minerva cortou seus pensamentos. –Pedi para que a srta. Weasley fosse descansar no dormitório. Acho que este é um assunto apenas para nós.

Hermione assentiu, calada. A diretora sentou-se à sua frente, e após alguns segundos, Hermione se viu contando tudo que sabia para ela.

Quando terminou, a diretora ficou em silêncio, com os olhos marejados.

-Eu só queria te dizer, Hermione... Posso te chamar assim? –A castanha assentiu com calma. –Certo. Estamos fazendo tudo que podemos para ajudar este garoto. Mary é uma ótima companhia e eles vêm criando uma amizade muito boa. Mas isso nunca é suficiente. Draco Malfoy precisa de alguém companheiro. E vejo que você está tentando ajudar. Eu só queria que soubesse que vamos fazer de tudo para que ele se recupere o mais rápido possível, e o primeiro passo para que consigamos fazer isto é ele reconhecer que precisa de ajuda.

-Vou fazer tudo que posso, diretora.

-Muito obrigada, Hermione. Quero deixar claro que pode me contar qualquer coisa que quiser. Se precisar de algum ouvinte...

Hermione não disse nada e apenas a abraçou. Depois que a diretora foi embora, a garota sentou-se de novo ao lado de Draco, e permaneceu ali até muito depois de o sol ter baixado e as vozes voltarem a lotar o castelo.

~*~

Já eram mais de duas da manhã quando Hermione desistiu de ficar com Draco na esperança de que o garoto acordasse. Madame Pomfrey disse que aquele tempo desacordado era normal, pois havia injetado remédios que o fariam dormir por mais tempo para se recuperar.

A garota estava exausta, mas seus pensamentos não davam trégua. Duvidava que conseguiria dormir, e o mínimo que queria era alguma companhia, mas Gina havia conversado com ela mais cedo, e logo depois Harry passara por lá para ver como ela estava. Mesmo sem gostar de Draco, entendia que havia algo acontecendo ali. Depois disso, os dois amigos provavelmente ficariam juntos e já estariam dormindo há muito tempo.

Hermione chegou ao seu quarto de monitora e acendeu a luz. Alguém estava sentado na beirada de sua cama.

-Rony?

O ruivo a encarou, assustado.

-Hermione? Ah, me desculpe, eu...

-O que você está fazendo aqui?

-Achei que você ia dormir na enfermaria. Não estou com ciúmes por você estar apoiando o Malfoy, a propósito. Não concordo, mas compreendo agora. E eu sinto tanto a sua falta... Guardei a cópia da chave do quarto que você tinha me dado. Juro que nunca entrei aqui antes, esta é a primeira vez sem você saber, mas eu precisava... Sentir um pouco de você de novo.

Cuidadosa, Hermione sentou-se ao lado dele, com certa distância.

-Eu queria me desculpar. Não deveria ter saído correndo aquele dia no beco. Me desculpe também por ter te ignorado, eu deveria pelo menos dar uma explicação. A verdade, Rony, é que eu estava assustada... Você foi meu primeiro, sabe disso. Meu primeiro amor de verdade. Krum... Já discutimos sobre isso tantas vezes, mas ele não foi nada além de um grande amigo. Eu estava assustada por ter me afastado tanto de você. Estava assustada por você ter voltado assim, tão repentino. Estava com medo do que poderia acontecer.

-Hermione. –Ele hesitou ao arrastar a mão lentamente até que seus dedos encostassem nos dela. A garota sentiu um arrepio. –Eu não superei você. Nunca parei de pensar em você por um minuto desde que tudo aquilo aconteceu com a gente. Não sinto com ninguém o que eu sinto com você, e eu não quero te perder tão fácil. Por favor. Me perdoa.

Os olhos azuis dele encontraram os castanhos dela. Fazia tanto tempo desde o último olhar. As pontas dos dedos eram a única parte do corpo dos dois que se encostavam, e mesmo assim, os calafrios que Rony ainda causavam em Hermione chegavam a assustá-la.

-Rony...

-Por favor. Não é minha segunda chance, eu sei disso, deve ser a décima quarta chance que você me dá... –Ela não conseguiu conter o riso. –Ah, eu senti falta dessa risada.

Ela encarou o rosto dele novamente, prestando atenção na sua franja laranja, nas suas sardas, nos lábios, nas pupilas. Sentia falta de cada detalhe dele.

Então o beijou. Sem hesitar, sem pensar a respeito. Simplesmente o fez. E ele correspondeu. Correspondeu como nunca havia correspondido antes; poucos minutos depois Hermione estava deitada em sua cama, com seu corpo colado contra Rony. Fechando os olhos, Hermione deixou aquela sensação a dominar. Sentia tanta saudade. Subitamente, ouviu a voz de Rony baixinha em seu ouvido:

-Eu te amo tanto, Hermione Granger.


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Notas finais do capítulo

Eu confesso que não é um dos meus capítulos favoritos, mas acho que me saíbem afinal de contas. O que importa é a opinião de vocês. E aí?