A Srta. Pillsbury era a conselheira do colégio havia apenas um ano e meio, o que representara uma enorme melhoria depois da Sra. Delzer, que havia sido forçada a pedir demissão depois que um recrutador militar local se declarou culpado por suborná-la para encorajar alunos particularmente atléticos e se alistarem. Ela fugiu do estado antes que pudesse ser acusada. A Srta. Pillsbury era jovem, com cabelos laranja-avermelhados em um corte Chanel, e não andava pelos corredores com aquele olhar esgotado que quase todos os professores tinham depois de alguns anos. Ela tinha olhos arregalados que a faziam parecer uma boneca Precious Moments, da Disney.

–Kurt, em que posso ajuda-lo? –A Srta. Pillsbury sorriu docemente e cruzou as mãos sobre sua mesa absurdamente limpa. Atrás dela, o monitor do computador mostrava um fundo com frases inspirados piscando sobre uma imagem de espaço sideral. Kurt leu “Você consegue”, “Não desista dos seus sonhos” e “O mundo é seu: Vá em frente e abrace-o” antes de desviar o olhar.

Havia uma grande planta em um vaso no canto da sala, cujos ramos apontavam para o sol. Guias de estudo e catálogos de faculdades se alinhavam nas prateleiras embutidas, mas Kurt suspeitava de que a maioria deles nunca houvesse sido tocada. Os alunos do colégio McKinley não eram muito ambiciosos.

Kurt limpou seus pés no capacho escrito “Bem-vindo”, dentro da sala. Ele estava ali ainda que a sala ficasse em uma área coberta do colégio. Kurt ouvira falar que a Srta. Pillsbury tinha um problema com sujeira.

–eu realmente preciso de conselhos.

–você veio ao lugar certo – disse a Srta. Pillsbury que, em sua blusa verde-bandeira com um laço enorme no pescoço, parecia uma pequena escoteira vendendo biscoitos de porta em porta – sente-se.

Kurt olhou para trás enquanto afundava na poltrona de vinil diante da mesa da Srta. Pillsbury. Uma parede de vidro da sala mostrava o corredor principal, e Kurt tinha a assustadora sensação de que alguém fazia biquinho, imitando um peixe, contra o vidro atrás dele.

–Acho que foi o mais longe possível no colégio McKinley.

–Tudo bem, Kurt. Diga-me por que você acha isso. Não esta se sentindo desafiado?

–Eu li na internet sobre escolas especializadas em artes cênicas, como a fame, sabe? E acho que me encaixaria melhor em lugares como esses – ele imaginou uma agenda perfeita, treinamento vocal, aeróbica, sapateado, artes dramáticas, almoço.

A Srta. Pillsbury assentiu evasiva. Às vezes, ela recebia alunos que falavam de seus medos quanto a não exercitar todo seu potencial, mas muito mais frequentemente ela conversava com alunos sem qualquer interesse em trabalhar seu potencial. Kurt Hummel era um caso interessante. Ele era um daqueles alunos que os professores amam ou odeiam; embora ele tivesse notas excelentes e participava das aulas com um entusiasmo que a maioria dos alunos só tinha na hora do almoço, sua personalidade era um pouco... Irritante. Mas seria muito interessante lidar com Kurt.

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Quinn estava conversando com Santana perto do seu armário, as duas eram fuziladas por uma revoltada Rachel Berry que deu um leve sorriso ao ver Puckerman se aproximar das duas.

–Hey Q. Que tal irmos beber hoje debaixo das arquibancadas, The Mack quer dar uns amassos com você – o garoto de moicano disse enquanto ignorava completamente a presença de Santana que rapidamente se fez presente.

–Ela não vai a lugar nenhum com você, Puckerman. Quinn vai me assistir no treino das cheerios. – a Latina disse enquanto cruzava os braços.

–Ninguém falou com você, Vadia.

–Hey! Não fale assim como a minha namorada – Quinn empurrou puck que lhe olhou completamente surpreso. As pessoas começavam a olhar para o tumulto que os dois punks estavam fazendo.

–N-namorada? – Puck arregalou os olhos surpresos.

–Será que eu gaguejei? – Quinn perguntou enquanto cruzava os braços. Rachel que ainda assistia tudo a distancia, fechou seu armário e bufou completamente irritada. Já não bastava Quinn convidar Santana para o baile, ela ainda a chamava de namorada! – Espero que isso fique claro, nunca mais a chame de vadia – a Punk rosnou enquanto colocava seu braço sobre os ombros de Santana que deu um sorriso vitorioso para Puck que observou incrédulo Quinn caminhar calmamente pelos corredores com a latina ao seu lado.

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Kurt estava no corredor quando Dave Karofsky jogou sua raspadinha de morango em seu rosto o que o fez ficar estagnado no meio do corredor enquanto as pessoas que passavam por ele riam abertamente, Kurt correra para o banheiro para que pudesse trocar de roupa e tirar todo aquele gelo que acabaria com seu cabelo.

Enquanto estava com a cabeça enfiada na pia com a torneira aberta, ele sentira mãos suaves em suas costas e afastara-se rapidamente da pia esperando um novo ataque de raspadinhas, ele abriu seu olhos esquerdo e deparou-se com um preocupado Finn Hudson. Ele tinha consigo uma toalha vermelha em mãos e um olhar de cachorrinho que fez seu coração derreter.

–Hey Kurt. Huh... Eu vim aqui te ajudar depois que vi o que Karofsky fez com você no corredor – ele disse enquanto se aproximava calmamente do garoto a sua frente e passava gentilmente a toalha sob seus olhos, agora fechados, e tirava os pedaços de gelo do seu cabelo. Quando Kurt abriu os olhos novamente perceberá o quão perto ele estava de Finn, aquele garoto alto e desengonçado emanava um calor confortante. Finn engoliu em seco e colocara sua mão no rosto de Kurt que automaticamente fechara os olhos novamente, o garoto mais alto se aproximou lentamente, mas antes que seus lábios pudessem se tocar o sinal tocou os fazendo sair daquele momento, Finn afastou-se rapidamente, parecendo assustado com o que ele iria fazer.

–Eu... Err... Tenho que ir. Desculpe – disse e saiu rapidamente do banheiro deixando Kurt sozinho com a toalha vermelha em mãos, Kurt sorriu tristemente para a porta do banheiro fechada. Ele sabia que um dia, ele beijaria Finn Hudson.

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Quinn e Finn estavam no refeitório do colégio enquanto comiam em silêncio, a garota percebera que o melhor amigo estava quieto demais para seu gosto, mas ela sabia que quando Finn ficava assim era por conta de que estava prestes a decidir algo realmente importante.

–Quinn, como você soube que gostava de Garotas? – o garoto perguntou enquanto tomava um gole do seu refrigerante, Quinn arqueou a sobrancelha inquisidoramente.

–Huh, eu sei lá. Eu devia ter uns treze anos quando uma garota me beijou, eu gostei e foi assim –ela respondeu – Sandy Newton, lembra? Fora ela – Quinn disse ao lembrar-se da menina ruiva com sardas e incríveis olhos azuis, ela fora especial por que fora a primeira garota na sua vida. Finn apenas assentiu e observou a loira tomar seu suco de laranja.

–Achei que não gostasse de suco – Finn constatou ao ver a loira beber o suco calmamente.

–Kurt disse algo sobre isso melhorar as cordas vocais e alguma outra besteira que eu não prestei atenção já que eu estava sexting Santana – A Punk disse e o coração do garoto acelerou ao ouvir o nome de Kurt, suas bochechas queimaram ao lembrar-se do acontecido no banheiro. –Por falar no diabo – disse enquanto indicava seu celular – Tenho que ir. Te vejo mais tarde, Bro. – Quinn levantou-se e não esperou a resposta dele e já saiu caminhando ate sair do refeitório. Finn continuou na mesa enquanto tinha uma questão importa em sua mente.

Ele era Gay ou Não?