Somewhere in Time escrita por Lonely Looney


Capítulo 3
Capítulo 3




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Capítulo 03 –

Oi.

Era choque se manifestando na face da garota, mas Sirius pensou que fosse desdém e nesse caso, para Amanda, estava ótimo, então.

– O que você quer? – ela perguntou, tentando soar altiva, e até conseguindo.

– O que eu quero. Hum... O que eu, quero... – e ele começou a, incomodamente, rodeá-la.

– É. O que você quer! Fale logo ou me deixe em paz! – ela se voltou para encará-lo, dando um basta naquela palhaçada. Mas ele a segurou pelo braço, fazendo-a se aproximar ainda mais e seus rostos chegaram tão perto que ela sentia sua respiração morna. Não era confortável.

– Primeiro, senhorita, quero saber seu nome. Porque, aparentemente, ninguém aqui sabe. Ninguém aqui ouviu falar de você. E seu estranho interesse logo no... Snivellus é no mínimo... curioso.

– Não lhe devo satisfação nenhuma, seu babaca. – ela se desvencilhou, dando-lhe, desnecessariamente, uma bofetada. Sirius ficou ainda mais irritado.

– Eu estou avisando, senhorita. Não tenho tempo para cavalheirismos como meu amigo James, que aliás, não sei como você também sabia quem era. Oh! Mas talvez o Diretor possa esclarecer toda essa bagunça! O que acha?

Amanda tentou não deixar transparecer, mas dessa vez, foi claramente impossível. Dumbledore não podia, nem devia, jamais saber que ela estava lá. Aliás, nem ela sabia direito das consequências desse ato...

E pelo sorriso de triunfo, Sirius percebeu o mesmo... Se ninguém sabia, talvez ninguém devesse saber...

– E você, quem é? – perguntou Amanda, sem perder a pose.

– "Você não está em posição de barganhar, fulana de tal. Acho que ainda não entendeu. Agora, eu digo o que vai ser feito aqui".

– Já ouviu falar que "a imitação é a mais sincera forma de lisonja"? – perguntou Amanda, um pouco mais confiante, mesmo perdendo cada vez mais terreno.

Só que, Sirius riu. E disse:

– Pois bem, seja lá quem você for. Vou me apresentar primeiro e aí você me diz seu nome. Não que tenha escolha, pois se não o fizer, eu vou falar com o Diretor e agora. Sou Sirius Black, a seu dispor. – e fez uma reverência cômica, quase encostando o nariz no chão.

Amanda pensou que fosse desmaiar. E foi o que quase aconteceu mesmo, pois, quando voltou a si, deparou-se com um garoto de cabelos negros e olhos claros, sobrancelhas perfeitas, rosto perfeitamente simétrico, olhando para ela e ainda por cima, segurando-a...

Ela praticamente se jogou no chão com o susto, e sentindo-se mais que ousada.

– O que foi isso? O que houve?!

Amanda... – ela disse numa voz fraca – Sou Amanda Rice! Meu Deus... – ela sentiu que, ao tentar se levantar, ia cair de novo.

– Espere, não se levante... – ele a segurou, apoiando-a nos braços – Venha, vou levá-la à Enfermaria...

– NÃO! NÃO! – ela gritou, pondo-se de pé sozinha – Não, Black, você tinha razão quando concluiu que ninguém sabe ou pode saber que estou aqui. Não devo permanecer em Hogwarts.

– Não estou entendendo...

– Preciso lhe contar tantas coisas... Mas não.. . não posso! Sinto tanto, mas não posso! – ela disse, subitamente chorando e agarrando Sirius, como se o conhecesse e o amasse...

Garota louca, bipolar! Ele estava assustadíssimo, mas quem era ele pra negar um abraço de uma gata daquelas... Não que as garotas já não se jogassem a seus pés... Aquilo parecia realmente sério!

– Ei, ei, calma! Calma, que isso... – ele se libertou do abraço com o máximo de gentileza que pôde, para tentar acalmá-la – Olha, não estou entendendo mais nada do que está acontecendo aqui, mas ao que parece, você deve ver o Diretor. Ele saberá o que fazer, sempre sabe! Fique calma, vai ficar tudo bem!

Solta ela! – berrou uma voz, que, pela primeira vez, Amanda não estava nem um pouco feliz em ouvir.

Snape! – disse Amanda, olhando para ele, ainda segurando as mãos de Sirius. Snape parecia bravo, mas talvez estivesse bravo como um "Macho Dominante".

– Não é o que está pensando, Snivelly. Vai cheirar o traseiro da Evans, vai. Ou ela te chutou de vez? – disse Sirius, voltando a ser arrogante e irreconhecível.

Maldito! – Snape empunhou a varinha, mas Amanda se meteu na frente, e disse:

– Esperem! Não vão duelar na minha frente, ainda mais se você for começar essa briguinha! Não quero ter nada a ver com isso!

Snape, por mais que estivesse confuso, ficou ferido.

– É claro que você tem tudo a ver com isso! Mas é assim mesmo, né? Garotas como você podem ficar por aí, pulando de galho em galho...

O tapa que Amanda deu na cara de Snape foi tão estrondoso que doeu até no âmago de Sirius. Os olhos do Mestre de Poções do Passado chegaram a lacrimejar.

– Eu não "pulo de galho em galho" e se as garotas fazem isso com você, é por culpa sua! Devia saber o quanto você era odioso desde o começo, Severus Snape! Precisei descobrir isso da pior maneira! Maldito!

Amanda saiu correndo, aos prantos. Sirius e Snape estavam incrédulos.

Snivelly...– Disse Sirius, tocando o ombro do outro como se fossem companheiros ou algo assim – Tem meu respeito.

Pior que o infeliz parecia falar sério.

– O que está esperando, idiota?! Vá atrás dela!

Snape jamais pensou que fosse seguir uma ordem de Sirius Black, mas mal o outro terminou de falar, e ele correu noite adentro atrás de Amanda Rice, seja lá quem ela fosse.

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Amanda... Foi mal...

– Me deixa em paz! Idiota!

A mesma cena se repetindo, só que, dessa vez, em frente ao lago da Lula Gigante... Só faltava ela proferir as mesmíssimas palavras de Lily Evans...

Quanta falta de tato! Por que de repente agora estava chovendo mulheres?! Ele até riria, se a situação não fosse tão penosa. Pensou numa tática covarde e, chegando sorrateiramente, abraçou Amanda por trás, envolvendo-lhe completamente.

Pareceu ter dado certo, porque, por mais que ela lutasse, ainda assim, segurava-lhe as mãos...

– Desculpe, Amanda Rice... Não sei nem quem é ou o que é você. O que quer de mim?

Ele estava sendo sincero, pois Amanda podia sentir seu coração bater contra suas costas... Devia estar sendo difícil pra ele... Ou não? Quando foi que Snape se tornou tão... frio?

– Não importa, Snape... – ela disse, se voltando – Nem sei mais nada sobre o Futuro... Mas acho que... Acho que tudo pode ser diferente, no final!

– Mas isso não faz nenhum sentido! – ele riu. – Estou sonhando? Você é um Anjo mesmo?

– Não. Eu devo estar sonhando. – e o beijou. – Não importa. Só confie em mim, como eu sempre confiei em você. Não faça perguntas, não mais.

– Mas, Amanda...

– Você sabe, não sabe? Pelo seu olhar, você sabe, sim. Você não deve saber...

Passos na escuridão interromperam aquele momento sublime à luz da lua. E uma risada sardônica, fria, seguida de uma voz familiar, chamou a atenção dos dois:

– Ora, Severus... Você arrumou uma namoradinha? Esqueceu-se da reunião de hoje à noite, ou, mais precisamente, daqui a quinze minutos?

Snape parecia tenso, mas não desgrudou de Amanda, dessa vez.

Não, Lucius. Não esqueci.

– Que bom. – Lucius Malfoy perscrutava Amanda com aqueles olhos glaciais e cinzentos, iguaizinhos aos do filho... "Haha, mal sabe ele sobre Draco..." Cabelos bem longos e tão loiros que chegavam a ser prateados. "O pessoal dessa época gosta bastante de cabelos longos..." Observou Amanda.

– Ela é... interessante, Severus. Estranhamente. Melhor que aquela Sangue-Ruim que o segue, como uma cadelinha. Nos vemos depois.

E Lucius se foi, sem nem deixar Snape responder ao insulto. Mas Amanda adorou. Apesar de também ser uma "Sangue-Ruim".

– Filho-da-mãe... – sussurrou Snape. – Às vezes, ele me dá nos nervos...

– Ficou bravo assim porque ele insultou a sua namorada! – Amanda o empurrou, irracionalmente demonstrando ciúmes.

Snape percebeu, é claro, e lisonjeado, respondeu, com um sorrisinho:

– Ela não é minha namorada.

Ótimo. Professor, o senhor precisa me deixar participar desse... Encontro! É imperativo que eu saiba exatamente o que Lucius Malfoy—

Professor?! Lucius Malfoy?! Sabe, estou começando a me sentir cada vez mais desconfortável na sua presença, Amanda Rice. É melhor me dizer o que está havendo, afinal, você há de convir que não tem porquê eu confiar em você!

Sim. Era mesmo Snape! Eram terríveis as circunstâncias em que ela percebera o quanto eles se pareciam, mas era ele mesmo, afinal.

– Snape, olhe bem pra mim. Sei que você é capaz de entender que... Bem, eu não posso dizer! Não posso, Snape!

– Não pode por quê? E por quê, também, eu deveria confiar em você? Você é completamente... maluca e apareceu do nada!

– Snape – ela se agarrou em seus braços, fitando-o – Preste atenção. Eu amo você. É só o que deve saber. Fiz uma loucura, e foi por você. Não sei mais quanto tempo tenho nesse mundo, então, só faça o que lhe pedir, pois isso é importante. Por mim, sim? Sei que não significo nada pra você, mas quero fazer alguma diferença. É uma chance única. Quem sabe um dia, você entenda.

Era estarrecedor, mas Snape... acreditava nela. E faria o que ela estava pedindo. Falhara com sua melhor amiga e não falharia com uma garota maluca que... o amava?

Será que ele estava alucinando ou foi isso mesmo que ela dissera?

O importante é que ele já devia estar atrasado para o encontro na Sala do Precisa. Bem, Amanda que se preparasse, já que, aparentemente, não tinha nada a perder...


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