Somewhere in Time escrita por Lonely Looney


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Alguém vai ler? Se alguém for, alguém lembra da Amanda Rice? Hummm? ;) Quem lembra é fofo!!! ♥ (QUEM LER E DEIXAR REVIEW É MAIS AINDA)



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Capítulo 01 –

Amanda, por mais que tentasse, só piorava a poção e a situação. Três longos anos... Três longos anos, e ele a odiava. A desprezava.

Snape passeava calmamente, criticando a todos (como sempre), mas nunca, nunca o fazia tão mortalmente, e de forma tão extrema e pungente como com ela, Amanda...

Logo ela que, novamente, ficara acordada a madrugada inteira estudando, inclusive para a aula de hoje. Tudo para sua poção parecer um monte de lama nojenta e viscosa, e com certeza esse não podia ser o resultado esperado.

- Se alguém conseguir, a poção deverá apresentar uma leve coloração vermelha... – sussurrava Snape, naquela voz que a fazia quase parar de respirar, e respirar rápido demais, ao mesmo tempo.

"Vermelha..." averiguava Amanda, esperançosa... "Nem de longe!", Oh, o desespero...

Srta. Rice... – sempre naquele tom irônico, depreciativo, começou Snape – Srta. Rice, mas o quê seria isso?

Ela queria chorar... Sabia que não era uma pergunta séria. Mas resistiu. Era forte.

- Bem, na verdade, nem eu mesma sei... Esperava que o senhor me dissesse se algo do que eu tentei fazer aqui pode ser aproveitado...

Estaria ela errada, ou a sombra de um sorriso passara pelos lábios de Snape? Ele parecia até... satisfeito com a resposta. Hum, não. Era só desejo e desespero da parte dela, só isso.

- Essa é a questão, Srta. Rice. Anos ensinando e estudando essa disciplina e eu jamais conseguiria identificar a heresia que cometeu aí. E se nem você consegue me explicar, então, creio que, após três longos anos de nada exceto falhas da sua parte, ou eu me aposento, ou você começa realmente a levar algo a sério.

Nossa. Duplamente, triplamente, NOSSA.

Amanda nunca o deixaria perceber, nem naquele momento, nem jamais, o quanto aquelas palavras a haviam ferido. Sentiu alguma coisa dentro dela morrer e isso era "algo a se levar a sério", certamente? Simplesmente olhou bem nos olhos dele e concordou, com os olhos o mais secos possíveis e foi se retirando, sem se importar com as risadas absurdas dos Sonserinos (liderados por Draco Malfoy) ecoando em sua cabeça.

- Aonde vai? – Snape finalmente pareceu ter uma reação. Pareceu perturbado ao olhar nos olhos de Amanda, ou seria porque ela estava simplesmente abandonando suas aulas, abandonando Hogwarts, tudo?

- Embora, oras. Onde mais? Vejo que não há porquê continuar essa farsa ridícula. Foi bom conhecer alguns de vocês. Adeus, pessoal.

Sem mais, Amanda saiu da sala. Simplesmente saiu, para o desespero de Snape!

Dumbledore ia matá-lo!

E isso era pouco, o pior é que ele próprio chegou a essa conclusão estranha, enquanto todos os alunos o encaravam, perplexos. Até mesmo Malfoy e os Sonserinos.

- Terminem o que têm de fazer, preciso resolver este assunto. – Snape saiu, aparentemente, irado.

Mas na verdade, ele estava era bastante preocupado e decepcionado.

E para piorar, Amanda não estava em lugar algum. Absolutamente lugar nenhum. Aos diabos com aquela garota maluca! E também, por quêele devia se importar? Ele não podia mesmo perder aquele emprego. E mesmo que pudesse...

Mesmo que pudesse, a questão não era essa. A vozinha que ele não conseguia calar gritava em sua cabeça que ela estava tão magoada e passara tantas noites, inclusive a anterior, estudando até tarde, só para impressioná-lo. Para provar algo a alguém que não valia a pena, na concepção do próprio Mestre de Poções... E ele fora horrivelmente e desnecessariamente... cruel.

Se Amanda fosse embora e largasse tudo, seria por culpa dele e mais uma vez, ele arruinaria a vida de outra pessoa que o amou por algum motivo doentio. Enfim.

E sim, tudo isso ele viu durante pouco tempo, nos olhos azuis de Amanda Rice, que não queriam mesmo esconder nada. Não mais.

Uma coisa, ao que parecia, que Snape sempre tivera, era sorte. Filch, o infernal zelador, conduzia uma irritada Amanda em direção a Classe de Poções.

- Argus. – disse Snape, sem trair suas emoções, mas estava desesperadamente aliviado por vê-la – O que essa encrenqueira está aprontando?

- Professor Snape, essa menina diz que exige falar com o Diretor! Vê se pode! Esses alunos estão cada vez mais abusados! Eu a trouxe de volta, para que ela resolva seja lá o que for com o professor!

- Largue-me, seu velho infeliz! E agradeça por eu não tê-lo transformado numa barata, aí o senhor veria o quanto sua gatinha o adora!

Filch ficou tão surpreso e indignado que parecia pronto a atacar Amanda. Ele provavelmente teria mesmo batido nela, se Snape não fosse mais rápido a tirá-la do alcance do outro.

- Vamos embora, Srta. Rice. Vamos logo.

Ela queria dizer a Snape "Não toque em mim!", mas a familiaridade com que ele a pegou pela mão foi tão... peculiar, no mínimo. Ela não sabia se estava gostando.

Snape a conduziu a um canto isolado do castelo, para esclarecer seja lá o que fosse com privacidade.

- O que é isso? – Amanda perguntou, confusa. – O que o senhor quer?

- O que foi aquilo, sua reação durante a lição? – Snape perguntou, com uma voz um tanto aveludada demais para o gosto de Amanda. Ainda assim, ele mantinha uma certa distância e as mãos para trás...

- A reação apropriada, creio eu. E agora, não lhe devo mais nada, certo? Ou veio aqui me pedir para não falar com o Diretor? Não perca seu tempo, Professor Snape, isso vai vazar.

Snape deu um risinho que o fez ficar ainda mais... gloriosamente lindo. Como Amanda queria se estapear e socar por adorá-lo cada vez mais.

- Srta. Rice... Não estou preocupado com isso, não nesse momento. Só quero... entender...

- Entender, Professor Snape? Entender? Nossa, que coincidência! Eu também. Por favor, explique-me. Explique-me por que o senhor é um canalha.

- Está passando dos limites, Srta. Rice.

- Ótimo. Então, já que o senhor não tem uma resposta para isso, só me deixe em paz. Não vou reportá-lo. A decisão de sair foi minha, e só minha. Não tenho o menor talento. O senhor tem razão. Só não sei muito bem ouvir críticas, sou um pouco imatura. Mas obrigada por tudo, adeus.

Ele não saía da frente! Que desgraçado! Tão lindo, tão...

- Não faça isso, vamos, Srta. Rice... – ele a segurou, com gentileza – Se é alguém que precisa se justificar aqui, esse alguém sou eu.

Uau. Espere... Ele estava... se desculpando? Amanda parou no meio da caminhada e voltou para onde estava. Nada iria privá-la desse momento. Nada.

- Bom. Então, agora que consegui sua atenção, bem... Antes que você pergunte, eu não a odeio. E não acho nada daquilo que falei. Estava só sendo um idiota, para não perder o costume. Me desculpe.

E ele foi se voltando, ele ia embora! Ele estava indo embora, se esvaindo!

- ESPERA! – Amanda gritou como se Snape estivesse a quilômetros de distância, mas ao menos, ele parou.

- Espere, volte! Não se vá.

- Amanda... – Snape se aproximou, mais do que era prudente – Preciso ir. Os alunos estão esperando e a situação já está resolvida. Ademais, – e, tocando de leve naqueles cabelos dourados, tão macios... deixando-os escorrer entre seus dedos – Não é uma boa ideia eu permanecer aqui.

Ela conseguia sentir nele o desejo, na respiração e naqueles olhos tão pretos... Bastava só um empurrãozinho... bem, ela com certeza estava disposta a ajudar tudo a se encaixar!

- Não se culpe... Sim, você foi mesmo um pouco idiota... Mas eu também... Não importa, Snape... – e ela se aproximava mais e mais, tocava-lhe os cabelos, como sempre quis fazê-lo – Snape...

Mas quando tentou beijá-lo, era como se o próprio objeto de suas afeições fosse uma barreira. A barreira mais contraditória que já a barrara.

- Não, Amanda... Não... – ele articulou, num sussurro um tanto estrangulado. – Eu nunca me perdoaria. Mas por favor, não deixe que isso a impeça de voltar às aulas, certo? Prometo que daqui para a frente, tudo será diferente.

Ele parecia não ousar tocá-la, como se esse simples ato fosse incendiar ambos. Snape se foi, saiu praticamente correndo, mas Amanda concluiu que, enfim...

Sim, daqui para a frente, tudo seria diferente.


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