Sophie escrita por isabelaq


Capítulo 41
Capítulo 41 Sorte sua que o voô atrasou.




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-GABRIEL! Me ajuda aqui com essas compras, por favor, filho. -A mãe do Gabe pediu enquanto esperavamos o elevador.

-É..Soph...-Ele começou meio sem jeito.

-Não tem problema, Gabe, se quiser eu também posso ajudar senhora...-Comecei a falar mas ela logo me interrompeu.

-Muito obrigada, querida, mas não precisa se preocupar. Eu e o Gabe damos conta disso. -Ela sorriu para mim e eu sorri de volta.

-Bom, então eu vou lá. -O Gabe disse.

-Ok. -Eu disse e nós nos beijamos de novo.

Ele foi ajudar a mãe dele e quando eu percebi o Prescher estava ali parado olhando ele ir embora enquanto a coisa fuzilava nós dois com os olhos e os pais dela fuzilavam o Prescher. O elevador chegou e eu já ia entrar nele quando o Prescher atrapalhou.

-Sophie.

-Oque é? -Rolei os olhos e fiquei de frente para ele. Eu decidi que eu ia fingir que o Christopher Prescher nunca existiu.

-Eu queria dar tchau, quando você voltar de viagem eu não vou mais estar aqui, sabe, é que...

-Você vai se mudar para LA por causa do seu filho. -Completei para que ele terminasse logo de falar oque ele tinha para falar.

-É...-Ele olhou para o chão.

-Eu pensei que sua namorada tinha feito você escolher entre ela e eu e pelo oque eu me lembro, eu não fui a escolhida...

-Eu sei mas eu tenho autorização para dar tchau.

-Tchau, Christopher. -Disse seca.

-Tchau, Soph. -Ele deu um sorriso fraco de canto de boca e saiu indo de novo para aquele monte de gente que estava ali na portaria fazendo sabe-se Deus lá oque e eu tive que esperar o elevador chegar mais uma vez. 

Fui para o meu quarto irritada mas eu logo resolvi parar de pensar nele, o sofrimento foi maior que os momentos felizes, né? Ah..mas foda-se também, amanhã em uma hora dessas eu já vou estar no avião á caminho de New York City, baby. Comecei a pensar na viagem e isso me animou um pouquinho que eu até resolvi pegar a Frida, contra a vontade dela é lógico, e levar para dar uma volta. Sim, de madrugada.

Peguei a colera e fui devagarinho para perto dela e quando ela percebeu já estava presa e eu estava puxando ela para o lado de fora enquanto falava com aquela voz de retardado que a gente usa com bebês e com cachorros.

-Vamos, Fri, vamos sua gorda. Vamos passear. -Cachorros não sabem falar mas eu tenho certeza de que ela está me xingando muito em pensamento.

Depois de muita dificuldade ela resolveu ir comigo.

-A onde você está indo, Soph? -Minha mãe apareceu no nosso caminho para fora.

-Dar uma volta com a Frida, eu não tenho dado muita atenção para ela e você sabe como ela gosta de passear...

-Ela não gosta não. -Minha mãe me atrapalhou.

-Mas eu gosto. Deixa mãe, não vou ir para longe...

-Soph, já é tarde, menina, você não sabe olhar as horas não?

-Mas mãe, amanhã não vai dar. Por favor. -Acho que a Frida estava comemorando mentalmente.

-Tá bom. -A felicidade dela acaba agora. -Mas...-Sempre tem um "mas..". -...eu vou com vocês. -E a minha acabou agora também.

-Mas mãeeee...

-Sem mais. -Eu não tive escolha a não ser levar as duas para passear.

A Frida super sem graça e possuida por preguiça não estava curtindo nem um pouco, ela não gosta de sair acompanhada ela gosta é de ir sozinha dar uns roles no prédio e dar uma passadinha no segundo andar no apartamento de uma senhorinha que da comida para ela todo dia e viver a emoção de fugir do cara do oitavo andar que odeia cachorros, mas depois de um tempo ela até curtiu e fez uns amigos cachorros e ficou um tempão comprimentando eles ala cachorro. Já eu e minha mãe começamos a conversar e ela percebeu uma coisa de que eu achei que já tinha me salvado.

-Sophie...

-Oque?

-O que é isso? -Ela apontou para mim.

-Isso oque? -Comecei a olhar para ver se tinha alguma coisa de errado na minha roupa ou se minha cara estava suja mas não era isso.

-Isso. -Ela apontou para cima da minha boca, ela apontou pro meu piercing.

-É um piercing, mãe. -Eu falei olhando para ela com a cara de que aquilo era a coisa mais óbvia do mundo, e era mesmo.

-E desde quando você tem isso ai?

-E você ainda diz que é minha mãe sendo que nem percebeu que eu tenho esse piercing? -Tentei fugir do assunto agora olhando com uma cara de indignada para ela. -Que absurdo! -Completei baixo.

-Sophie, responde a minha pergunta. -Ela cruzou os braços.

-Mãe...

-Se a gente quer ter um bom relacionamento eu acho melhor a gente não esconder nada e já que a gente está nisso de contar...

-Tá, foi na viagem para LA. -Olhei para o chão.

-Ah...mas não faça mais isso.

-Táááááá...

-Me escuta, Sophie. Se você quiser alguma coisa é só me pedir, não precisa fazer escondido...

-Mãe, fala sério, isso nem tá escondido.

-Hm. -Ela me olhou de canto de olho. -Eu falei sério, se colocar mais um troço desse sem autorização você vai ir morar na rua.

-Eu entedi, mãe.

-Vai ir pedir dinheiro no semáfaro e..

-Tá, mãe. -Ela riu e isso não foi tão tenso igual eu imaginava que seria.

Continuamos andando até a Frida resolver que não ia mais andar e deitar no meio da rua tendo que ser carregada...por mim, né? Fui inventar de passear com o cachorro de madrugada, agora eu me fodi.

-Imagina se pula alguém dessas árvores? -Minha mãe acabou com o silêncio.

-Ai, mãe, cala a boca. Fica pensando nisso.

-Mas já imaginou? Soph, você é louca, como tem coragem de sair assim de madrugada.

-Sendo louca, ué. E também, se alguém aparecesse, sei lá, para roubar a gente ia levar oque? A Frida, porque se for pode levar porque ela tá muito pesada. -Minha mãe balançou a cabeça negativamente.

-Tem maniacos soltos por ai.

-E tem doentes que nem você que fica pensando nessas besteiras, pensamento positivo, mãe, pensamento positivo.

-Ai, Soph...-Ela começou a falar mas eu logo atrapalhei.

-Pensamento positivo. Mente vazia, oficina do diabo. Repete comigo: pensamento positivo. Vai, repete. -Eu disse quando ela não repetiu. Ela rolou os olhos e repetiu e fomos repetindo isso e as vezes falando de como somos retardadas até quando finalmente chegamos em casa. 

[...]

Malas prontas e já estão sendo colocadas no porta malas do táxi. Minha mãe só está dando uma última conferida para ver se não esquecemos nada enquanto eu ligo para o meu pai e para a grandma.

-Tá, grandma, eu vou aproveitar sim. Eu também te amo e estou com saudades. Aham, pode deixar, eu ligo...eu ligo. Tá, beijos, tchau. -Passei o celular para a minha mãe e entrei no táxi e da janela fiquei olhando para a Prescher mãe que segurava a Frida no colo e fazia ela dar tchauzinho com a pata, me fazendo rir um pouco.

Minha mãe desligou o celular e entrou no táxi do meu lado e disse para o táxista ir para o aeroporto, eu conheço aquele cara, é do dia da praia, mas puta que pariu, hein?  Eles foram conversando sobre coisas idiotas, que quer dizer "coisas que não me interessam" enquanto eu ouvia música bem alta nos meus fones de ouvido e dava uma última olhada que eu vou dar em Huntigton Beach durante um tempo.

[...]

Já no aeroporto a gente descobriu que o nosso voô que tem mais de cinco horas ia atrasar duas horas sei lá porque e isso quer dizer que nessas duas horas só vai dar eu com tédio.

Minha mãe já queria me dar uns tapas por eu ficar de cinco em cinco minutos perguntando quanto tempo faltava e eu já tinha escutado todas as músicas que eu tinha no celular quando o babaca apareceu ofegando e eu fiquei que nem uma retardada tentando entender oque estava acontecendo.

-Sophie...

-OQUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? -Gritei franzindo a sobrancelhas e olhando brava para ele.

-Eu preciso falar com você. -Ele disse fazendo a cara de cachorrinho mas mesmo assim eu não queria escutar.

-Só preciso que você me escute. -Ele continuava com aquela cara agora parado mais perto de mim.

-Eu vou dar licença para vocês. -Minha mãe disse me olhando com uma cara que eu sabia oque queria dizer mas não queria fazer, e se levantou e sumiu da minha visão.

-Só me escuta, tá?

-Eu...

-Eu sei da história, Sophie, e eu sei da escolha que eu fiz mas eu tenho autorização para dar tchau, lembra? -Olhei para os meus pés.

-Então fala logo: oque você está fazendo aqui?

-É que eu vou me mudar para LA por causa desse bebê...

-Seu bebê.

-Tá. Eu vou me mudar para LA por causa do MEU bebê...-Ele deu enfase no meu e eu concordei com a cabeça. -...e quando você voltar da sua viagem eu já não vou estar mais aqui e eu não sei quando a gente vai se ver de novo e eu só queria te dizer que te conhecer foi uma das melhores coisas que já me aconteceram, esses meses foram os mais loucos da minha vida e se eu pudesse escolher alguma menina totalmente maluca para ser a minha vizinha não poderia ser ninguém que não se chame Sophie Carter. -Ele deu um sorriso.

-Obrigada. -Ele concordou com a cabeça.

-E tem mais uma coisa.

-O que?

-Desculpa ter estragado tudo e...bom, eu percebi uma coisa faz um tempo e eu não sabia como te falar mas...porra, eu sou horrivel com palavras...-Ele passou a mão no cabelo e olhou para o lado como se pensasse um pouco. -Eu sou horrivel com palavras mas...-Ele disse agora mais devagar, pensando como se agora alguma coisa fizesse sentido. O bom sou eu aqui querendo saber que caralho que ele tem para me dizer. -...é que, faz um tempo que eu percebi que sou totalmente apaixonado por você...-Eu não acredito no que eu ouvi. Nesse momento eu devo estar em um hospicio fantasiando coisas. Ele é...não, não, não pode ser...como assim?  -...eu acho que eu sempre fui, desde que eu te vi pela primeira vez eu acho que eu percebi que ia acabar me apaixonando e por isso eu agia como...

-Um babaca? -Eu não sei porque eu interrompi oque ele falava mas foi a única coisa que eu consegui falar. Eu ainda estava ali parada de boca aberta, com certeza branca feito um fantasma, meu coração está desparado e eu estou suando.

-É, como um babaca. Só queria que você soubesse disso e de que eu também te amo. -Ficamos nos olhando por um tempo.

-E..e..eu...

-Não precisa dizer nada só por causa que eu...-Fechei os olhos e respirei fundo. Parei um pouco, abrindo os olhos devagar e olhando para os meus pés e para os lados procurando pela coragem.

-Já que...-Respirei fundo de novo, evitando olhar para ele. -Prescher...-Mordi a minha boca dando uma última analisada no chão e voltando meu olhar em direção á ele. -Eu também sou apaixonada por você... -Agora ele que olhou para o chão com um sorriso fraco mas logo voltou a olhar para mim. -...eu me apaixonei por aquele babaca nojento desde que vi ele se recusando a se levantar no dia daquele almoço. -As lágrimas já estavam começando a escorrer e por mais que eu tentasse eu não conseguia evitar. 

-Não chora. -Ele ficou de frente para mim e começou a enxugar minhas lágrimas e a colocar o meu cabelo atrás da orelha.

-Não se preocupa, eu vou ficar bem.

-Me desculpa...

-Você tem que fazer oque você tem que fazer, não tem problema.

-Mas tem uma coisa que eu preciso fazer agora. -Ele segurou meu queixo e foi chegando mais perto e aquilo com que eu sonhei muito tempo aconteceu. Eu e o Prescher finalmente demos "um beijo de verdade".

Quando olhamos em volta tinha algumas pessoas assistindo tudo oque me deixou vermelha de vergonha e fez ele rir. 

-Para de rir de mim. -Eu disse baixo perto do ouvido dele e ele segurou o riso.

Encontei minha cabeça no ombro dele e ele me abraçou.

-Prescher...-Eu disse depois de alguns segundos.

-Oque? -Ele perguntou me olhando do jeito que deu.

-Sorte sua que o voô atrasou.


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Notas finais do capítulo

Acho que um dos melhores que eu já escrevi, hein? Hahahaha #orgulhodemimmesma. Mas e vocês, oque acharam?