Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 13
Capítulo 13- Matheus


Notas iniciais do capítulo

Pra ser sincero, engenheiros do hawaii. Uma música muito importante para este capítulo.



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A vida de Matheus poderia ser resumida em apenas uma palavra: treinar.

Treinar para quê, ele não saberia dizer. Talvez para a guerra iminente, talvez só para ficar mais ameaçador...

Mas ele tinha raiva.

Raiva e saudade.

Ele era o mais novo no acampamento de recrutas. Todos pegavam em seu pé, e riam de seu tipo físico, que parecia alérgico a massa muscular demasiada. Todos, menos Edgar.

Edgar lembrava muito a Caio. Conseguia fazer com que Matheus sorrisse, e adorava fazer piadinhas sobre Beatriz, a qual Matheus não parava de falar.

Matheus e Edgar ocupavam o mesmo quarto, assim como treinavam juntos. Desde que Matheus caiu de cara em uma poça de lama enquanto corria no gramado, ele e Edgar viraram amigos. Edgar morreu de rir, mas ajudou Matheus a se levantar, e riu mais ainda de seu mau-humor. Desde então Matheus falava de tudo para Edgar, desde Bea até à vida comum que costumava ter.

Era a décima terceira noite que Matheus passava no acampamento. Sim, ele contou. Sentia a falta de Beatriz, mais do que gostaria de admitir.

Edgar estava com um grupo de garotos, sentados em uma fogueira. Matheus se aproximou e sentou ao seu lado. Alguns minutos depois, outro garoto chegou.

— Ei galera, olhem o que eu encontrei! — disse ele, mostrando um lindo violão preto com cordas de aço. Seu pai tinha um igual. Ele costumava dar aulas de música a Matheus, há muitos anos.

— Olha só. Alguém aqui toca? — perguntou um garoto anônimo.

Edgar percebeu que Matheus não parava de olhar para o violão e disse:

— Acho que o Matheus gostaria de tentar!

Matheus fulminou Edgar, mas no fundo estava agradecido.

Alcançou o violão, e seus dedos acariciaram as cordas. Afinou um pouco o belo instrumento, e começou a tocar.

— Acho que eu conheço essa música... — disse Edgar.

Pra ser sincero não espero de você,

Mais do que educação,

Beijos sem paixão,

Crimes sem castigo,

Aperto de mãos,

Apenas bons amigos...

Matheus surpreendeu a si mesmo pelo seu talento esquecido. Cada verso era composto de um sentimento profundo, e os rapazes em volta da fogueira percebiam isso. Matheus descontou tudo o que tinha dentro de si em cada sílaba, em cada palavra.

Nós dois temos os mesmos defeitos

Sabemos tudo a nosso respeito

Somos suspeitos de um crime perfeito

Mas crimes perfeitos,

Não deixam suspeitos...

Os rapazes cantavam juntos, mas Matheus estava certo que a música só tinha um significado para ele.

Um dia desses,

Num desses encontros casuais,

Talvez a gente se encontre,

Talvez a gente encontre explicação...

Quando finalizou a música, Matheus sentiu que precisava sair daquele lugar. Precisava encontrar Beatriz, precisava matar alguém, precisava fugir, precisava de adrenalina no sangue. Não se importava com nada naquela sociedade capitalista de merda. Queria viver do seu jeito.

E isso se transformou em sua missão: viver.


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Notas finais do capítulo

me perdoem, mas as mortes estão ficando mais difíceis de acontecer .-.



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