SEMANAS DEPOIS

Melanie acordou sentindo-se enjoada. Levantou-se com cuidado para não acordar Kol, que dormia ao seu lado. Observou o rosto sereno do namorado por longos segundos, e correu os olhos pelo corpão perfeito dele logo em seguida, tentando conter a vontade de pular sobre ele e enchê-lo de beijos. Debruçou-se sobre Kol e depositou um selinho em seus lábios, dirigindo-se ao banheiro logo em seguida. Havia acabado de girar a chave quando uma forte náusea a atingiu, obrigando-a a se debruçar sobre o vaso sanitário.

Kol despertou e logo ouviu os ruídos vindos do banheiro. Preocupado, pulou da cama e correu até a porta, batendo de leve.

- Sunshine, está tudo bem?

- Tudo sob controle. – responde ela, enxaguando a boca – Foi apenas um mal-estar, já estou melhor.

- Precisa de ajuda? – pergunta ele, ainda preocupado.

- Acho que não. – responde ela, com a voz rouca.

- Ao menos destranque a porta Mel.

Ele ouviu o som da chave sendo girada e a porta ser aberta, revelando uma Melanie suada e pálida. Kol acolheu-a em seus braços e levou-a de volta para a cama.

- Quer que eu te leve ao médico?

- Não precisa amor. Já me sinto um pouco melhor.

- Você me chamou... de amor? – pergunta ele, surpreso, esquecendo-se momentaneamente do mal-estar de Mel.

- Claro, eu amo você! – diz ela, confessando o que sentia por ele – Acho que te amo desde o dia da piscina, e apenas não conseguia admitir.

Kol envolveu o rosto de Mel com suas mãos, beijando-a com ternura. Em seguida, acolheu-a em seus braços e beijou seus cabelos.

- Eu também amo você! Amo muito. – diz ele, olhando nos olhos castanhos dela. – E eu até gostaria de sugerir uma comemoração, – diz com um sorriso maroto nos lábios – mas não seria nada cavalheiro da minha parte com você nesse estado.

- Já me sinto melhor, Kol. – diz Mel, mordiscando a orelha dele – Muito melhor.

- Não faz isso comigo, Mel. É injusto. – diz ele, com a voz rouca.

- Não é não! – responde ela, distribuindo beijos pelo pescoço do namorado.

- Ok, me rendo! – diz Kol, beijando-a com paixão – Mas vamos fazer disso um momento especial.

O rapaz foi até o banheiro e abriu as torneiras para encher a banheira. Depois pegou alguns sais de banho e os jogou na água. E por último, mas não menos importante, ele foi até sua mochila e tirou de dentro um pacote cheio de pétalas de rosa, espalhando-as pelo caminho entre a cama e a banheira.

- Pra que essa produção toda? – pergunta Melanie, encantada – E desde quando você tinha essas pétalas guardadas?

- Bom, eu estava planejando uma surpresa, por isso as pétalas. E a produção... bom, é porque eu amo você. – diz ele, afagando o rosto dela.

Mel reduziu o espaço entre eles, enlaçando o pescoço de Kol e beijando-o suavemente. Ele aproveitou o momento e tomou-a em seus braços, caminhando lentamente até alcançar a banheira. Colocou a namorada de pé e passou a distribuir beijos pelo pescoço, colo e ombros, ouvindo-a ofegar, enquanto afastava delicadamente as alças da camisola dela, até a peça cair no chão. Depois a tomou novamente nos braços e entrou devagar na banheira, sentando-se com ela em seu colo.

Melanie desvencilhou-se dos braços de Kol e ajoelhou-se a sua frente, distribuindo beijos pela testa, olhos, pontinha do nariz, lábios, queixo e pescoço do namorado, ouvindo-o arfar a cada vez que seus lábios tocavam a pele quente dele. Depois sentou-se do lado oposto na banheira, puxando Kol para próximo dela e beijando-o com ardor, entregando-se mais uma vez ao homem que amava.

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Os trabalhos e provas do curso de medicina impediam Elijah de se dedicar inteiramente à sua busca por Elena e uma possível confissão dela de que ele não tinha culpa na história do beijo. Pra aumentar sua dor, tinha de ver o irmão feliz ao lado de Melanie, vivendo tudo que ele próprio havia sonhado para si. Quando enfim conseguiu uma brecha na faculdade, pôde colocar em prática o último ato de seu plano e procurar pela garota.

Elijah viajou por mais de 4 horas até chegar à cidade em que Elena estava morando agora. Após rodar por várias ruas, encontrou o endereço que procurava. Desembarcou do carro e foi até a porta, tocando a campainha logo em seguida. A porta foi aberta segundos depois.

- Elena? – pergunta Elijah, olhando para a garota parada à sua frente.

- Não, mas posso ser, se você quiser. – diz ela, com um sorriso malicioso nos lábios – Sou Katherine.

- Olá Katherine, sem querer ser indelicado, mas preciso falar com sua irmã. Ela está? – pergunta ele, tentando conter a irritação.

- Elena, tem um cara muito gostoso aqui querendo falar com você! – grita Kath.

Elijah ouviu passos correndo apressados escada abaixo, e em seguida pôde ver a garota por quem estava procurando. Disfarçadamente, ligou o gravador que trazia escondido no bolso do jeans e preparou-se para o que estava por vir.

- Elijah, quanto tempo! – diz Elena, sorridente, parando ao lado da irmã – Sentiu saudades?

- Claro que sim. Da Melanie! – diz ele, com um sorriso debochado, vendo o sorriso de Elena desaparecer.

- O que quer comigo? – pergunta ela, séria.

- Podemos conversar a sós?

- Ok, senti que estou sobrando. – diz Katherine, afastando-se – Até mais, bonitão!

- Pronto, estamos sozinhos. Desembucha! – diz Elena.

- Quero saber por que me agarrou naquela festa.

- E o que eu ganho se contar? – pergunta ela, deslizando os dedos pelo peitoral dele.

- Absolutamente nada.

- Então não conto. – responde ela, fazendo um biquinho.

- Escute aqui, - diz ele, agarrando o braço dela – você acabou com meu namoro, eu a perdi pro meu próprio irmão, e o mínimo que você me deve é a verdade. Fala logo!

- Ei, não precisa partir pra ignorância, machão. – diz Elena, alisando o braço dolorido – A culpa é toda dela.

- Da Mel? – pergunta Elijah, surpreso.

- Sim. Ela nunca foi com a minha cara, sempre tentando arruinar meu lance com o Stefan, sempre se achando melhor do que eu. E então, temos você. Bonito, gostoso e sério demais. Um desafio! Eu queria provar pra ela que sua vidinha não era tão cor-de-rosa, dar o troco pelas vezes que ela me humilhou, então só foi preciso esperar pelo momento propício. Parti pra cima de você e nem dei chance de ver pelo quê tinha sido atingido, tudo meticulosamente calculado para que ela nos visse juntos e seu castelinho desmoronasse.

- Você não presta! – diz Elijah, olhando com nojo para a garota.

- Eu sei. – diz ela, fazendo biquinho – Mas beijo muito bem, admita!

- Cale a boca! – diz ele, dando-lhe as costas.

- Ei, aonde você vai?

- Procurar a Melanie. – responde ele, dando partida no carro e saindo dali.

Elijah chegou em casa de madrugada, exausto pela viagem. Procurou pelo irmão no quarto dele, mas não o encontrou. Viu apenas uma foto de Kol e Melanie sorridentes sobre o criado-mudo. Seu coração apertou ao ver aquela imagem, e uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Secou a lágrima e dirigiu-se ao próprio quarto, atirando-se na cama e caindo no sono rapidamente.

Acordou mais tarde do que o normal na manhã seguinte, decidido a mostrar para Melanie a confissão de Elena. Mesmo Mel sendo namorada do irmão agora, precisava provar a ela que estivera dizendo a verdade todo esse tempo, que nunca a traíra.

Pegou o celular e discou o número tão conhecido, esperando que ela lhe atendesse.