Aguentando escrita por JulySantos
- Então doutor, o que minha filha tem? - Isabela perguntou um pouco nervosa, estralava os dedos sobre o colo.
- Eu tenho quase absoluta certeza que sua filha está com depressão profunda, por isso as dores de cabeça estão frequentes. - O médico havia dito o mesmo que os outros cinco anteriores.
- Doutor... Depressão? - Ela perguntou tentando não chorar.
- Pode acontecer... Converse com sua filha. - O médico disse com um leve sorriso.
- É o que eu mais faço doutor, Débora é minha vida. Mas obrigada, irei procurar outro médico, não acredito que minha filha esteja com depressão, tenha um bom dia. - Desejou já saindo da sala.
No corredor, ela encontrou sua filha e sua mãe também. Abaixou-se em frente a menina e sorriu para ela, pegando-a nos braços.
- Então filha... O que o médico disse? - A mulher perguntou preocupada.
- O mesmo que os outros, mãe, disse que a Deby está com depressão. - Suspirou sem saber o que fazer.
Saíram do hospital em silêncio.
- Querida, eu tenho que ir, não posso perder meu emprego, fique bem. - Deu um beijo na neta e depois na filha.
- Ok, bom trabalho.
Isabela andou até a parada de ônibus que ficava bem próxima da saída do hospital. Uma mulher de cabelos pretos, levantou-se para que assim ela pudesse se sentar com a filha no colo.
Cerca de cinco minutos depois, o ônibus que ela pegava chegou. Subiu devagar e pegou o dinheiro no bolso traseiro de sua calça. Um homem ofereceu o lugar, ela agradeceu sorrindo. Uma hora depois ela chegava em casa. Uma casinha simples, em um bairro simples, era pintada de lilás escolha de sua filha, um pequeno terraço e um modesto jardim, mas eram felizes ali, então não tinha por que reclamar.
Ao entrar em casa, viu o marido, Edward comendo uma maça, a expressão preocupada.
- Oi amor. - Ela disse um pouco cansada, ele foi retirado dos pensamentos, o alivio tomou conta de seu rosto, caminhou rapidamente até elas, pegou a filha do colo de Isabela que a essa altura já dormia. Deu um selinho na esposa.
- Fiquei preocupado, por que não me chamou? - Perguntou, acariciando os cabelos da filha.
- Você estava muito cansado, chegou muito tarde ontem, precisava descansar.
- O que o médico falou?
- O de sempre... Mas eu ainda não acredito que seja depressão, Edward. - Dessa vez, ela não aguentou e se permitiu chorar.
Edward rapidamente levou a filha até o pequeno quarto dela, depositando-a com cuidado sobre a cama de solteiro, saiu do quarto fechando a porta e foi até a esposa abraçando-a com força.
- Conversei ontem com meu chefe, ele é um homem muito bom e disse que podemos levar Deby amanhã na clínica para fazermos um exame completo nela. - Ele contou a novidade.
- Sério? - Ela perguntou, ele assentiu.
- Vai dar tudo certo princesa.
Dois dias depois.....
- Edward... Isabela, as notícias que tenho não são nada boas. - Doutor Carlisle disse. O casal a sua frente ficou tenso, Edward travou o maxilar, esperando que ele prosseguisse, porém o médico não o fez.
- Fale doutor, ela não tem depressão, certo? - Isabela se pronunciou.
- Não, não é depressão... É muito mais grave... A filha de vocês está com um tumor em estado muito avançado no cérebro. - Isabela arfou levando as mãos a boca, as lágrimas descendo por seu rosto. Edward não estava muito diferente.
- Doutor... - Ele começou.
- Eu sinto muito.
- Não pode operar? Fazer algum tratamento para que el diminua? Qualquer coisa!
- Não... Não é possível, esse tipo de operação seria arriscada, e ele está em uma área de risco.
- E... Oque podemos... F-fazer? - Isabela perguntou entre soluços, o rosto no ombro do marido.
- A única coisa que pode ser feita agora, é interna-la para que ela não sinta tantas dores... Mas essas são inevitáveis. - O médico não conseguiu encarar o casal.
- O senhor que dizer que... Minha filha vai ficar com dores até morrer? - Edward perguntou, sentindo sua garganta se fechar.
- Eu realmente sinto muito... Você é um bom rapaz Edward, sua filha terá a internação aqui, e não cobrarei um único centavo de você, é a única coisa que esta ao meu alcance.
Um mês depois
- Oi, filha, mamãe voltou. - A morena disse entrando no quarto, sentou-se na beirada da cama e acariciou os cabelos da menina, estavam fracos e quebradiços.
A menina havia perdido muito peso, estava debilitada e já não falava.
A sonda que a alimentava pela boca, havia sido retirada, já que devido ao tempo com a boca aberta ela já começava a apresentar um infecção bucal. E para que ela continuasse comendo e respirando, os médicos acabaram optando pela traqueostomia. Os pais da garota sofriam ao ver a filha ser alimentada pela sonda em sua garganta.
- Toc toc. - Uma mulher morena entrou na sala acompanhada por um loira.
- Oi Bella, como você está? - Rosálie perguntou.
- Indo. - Respondeu indo até as amigas e abraçando-as.
- Vai dar tudo certo. - Leah murmurou, não sabendo se o que falava era verdade.
- Nem sei se tenho forças para acreditar nisso. - Isabela falou um pouco cansada.
- Hei, sem desanimar.
- Como você está princesinha? lembra da tia Rose? - Perguntou acariciando o rosto da menina, apenas os olhos dela se moviam devagar, analisando tudo no pequeno ambiente.
Duas batidas na porta e logo em seguida entrou uma enfermeira, em sua mão uma bandeja e Isabela já sabia o que viria a seguir, abaixou o rosto no instante que a mulher chegou perto de sua filha. Levantou os olhos dez segundos depois vendo a mulher aplicar a injeção na menina, que sem poder falar a única reação que pode ser vista, foi a pequena lágrima que escorreu pela bochecha dela.
Isabela saiu correndo do quarto, ficando parada no corredor. No mesmo instante Edward, que havia acabado de chegar do trabalho foi até ela.
- Bella o que foi? O que aconteceu? - Perguntou tentando abraça-la, porém ela se livrou de seus braços, caiu de joelhos no chão e já desesperada gritou.
- EU NÃO AGUENTO MAIS TANTO SOFRIMENTO, LEVE-A DEUS, LEVE-A. Eu imploro leve-a e acabe logo com isso, ja não tenho forças para suportar. - Ele pediu chorando, Edward deixou-se cair ali também, abraçou-a enquanto chorava com ela.
Quinze dias depois....
- Minha princesinha... Minha princesinha... Eu a quero de volta, Edward, eu a quero. - Isabela murmurava baixinho, contra o peito do marido que chorava.
- Eu também a quero, amor. - Ele murmurou.
- Eu não queria perder ela. - Isabela deixou o soluço preso em sua garganta ser liberado.
Edward nada falou, continuou abraçando-a.
- Tire-a desse buraco, Edward, ela esta viva eu sei que esta.
- Vamos para casa, amor, vou cuidar de você. - Mesmo sem forças para tentar se recuperar, ele conseguiu levantar-se e pegou a mulher nos braços que continuava a chorar a morte da filha. Antes de sair, olhou mais um vez a cripta de sua garotinha.
Deby Cullen, filha amada, nossa eterna princesinha.
Nem sempre as coisas saem como planejamos e queremos, temos que ter força para lidar com os imprevistos propostos pela vida, e assim começar a viver, sofrendo.... Amando e.... Aprendendo.
Não importa o quanto doa, o importante é saber resistir.
Saber aguentar e seguir aguentando.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado de ler, e que comentem né? Para elogiar ou criticar construtivamente.
beijosssssss e fiquem a vontade para clicar em meu perfil e ler minhas outras fics.