Powerfull - Session 01 escrita por Amanda Ragazzi, LiKaHua


Capítulo 4
Capítulo 4 - Calleb


Notas iniciais do capítulo

Kath: Olá pessoas! Bom, foi acordado entre mim e a Mandinha que os capítulos seriam escritos em narração de primeira pessoa. Vocês viram que o capítulo da Sharon eu escrevi em terceira pessoa, então esse já vai ser em primeira pessoa. Como a narração em primeira pessoa tem um campo de percepção relativamente mais restritivo este capítulo está menor. Mesmo assim espero que vocês gostem do Calleb, eu adorei esse personagem.
Quero agradecer desde já os reviews nos capítulos anteriores e todos os elogios *U* e pedir que, por favor, nos enviem fichas de personagens masculinos, estamos precisando ^^



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A garota loira corria o mais velozmente possível, mas seus olhos não expressavam medo, eram desafiadores, e um sorriso malicioso, quase cruel, arqueava-se em seus lábios. Era bonita, os cabelos longos presos em um rabo de cavalo e os olhos marcados de um preto profundo. Ela virou-se desviando-se da intensa onda de ar que ia violentamente contra ela, apenas parada olhando como se um campo de força a rodeasse. Em um gesto simples com a mão ela impulsionou um campo contra sua adversária, esta era linda... Os cabelos castanhos em cachos que pareciam cascatas correndo pelo seu corpo, os olhos verdes que fitavam a loira com fúria, ela voou para trás ao ser atingida pelo ataque da adversária, mas pairou no ar como se voasse.

– Invídia!

A loira gritou e uma luz forte formou-se em suas mãos atingindo a morena que pairava no ar e arremessando-a contra uma árvore. Erguendo-se rapidamente ela ergueu a loira no ar sufocando-a sem nem encostar nela, era como se ela conseguisse controlar o ar. Os olhos furiosos tinham um momentâneo brilho de vitória. A loira abriu os braços batendo as mãos em frente ao corpo em seguida, uma onda forte repeliu as duas arremessando-as longe em lados opostos.

Empate.

Senti o impacto com o chão quando minha cabeça bateu com força no piso de cerâmica. Sim, eu havia atravessado a cama. De novo! Aquilo já tinha virado um costume, não apenas o fato de conseguir ver o futuro enquanto dormia, mas o ato de atravessar coisas, mas estava curioso quanto a essa visão. Saindo de debaixo da cama fitei Castian que dormia como uma pedra na cama à frente. Nesse momento agradeci por não dormirmos em beliche, embora confessasse que cair em cima dele fosse mais confortável. Passei as costas da mão direita pelo olho dando um bocejo, eram duas da manhã, me deitei novamente repensando a cena que vi, provavelmente isso não aconteceria na escola em que eu estudava, o único anormal por lá era eu. As vezes me questionava o porque, de todos da minha família só eu tinha aqueles dons, mas no momento não queria pensar nisso, tudo que eu queria era dormir.

O relógio despertou as sete, quase sem conseguir me mexer eu bati nele sem tirar o rosto do travesseiro, se havia algo que eu odiava mais que acordar cedo era levantar cedo. Ouvi a voz de Castian aos berros me mandando levantar:

– Vamos Calleb! Vai acabar chegando atrasado!

– Quem se importa? Eu quero dormir...

– Calleb! - Era a voz do meu pai. - Rápido.

Com o meu pai eu não podia discutir. Nós eramos uma família de origem judia, mas ao contrário do meu pai e do meu irmão eu não conseguia seguir aquela disciplina a risca, achava tudo um saco e por mais que eu dormisse sempre estava com sono, provavelmente eu era regido pelo planeta ócio. Vesti a primeira roupa que consegui tirar do meu armário e calcei os tênis saindo até a cozinha, com sorte o café poderia me manter acordado por mais tempo. Eu havia me acostumado rápido com o estilo de vida americano, os cortes de cabelo e roupas largadas que faziam com que você se sentisse confortável, e agradecia aos céus meu pai não ser daqueles judeus conservadores e me obrigar a usar aquele cabelinho enrolado ridículo, nem daria certo, meu cabelo é liso.

Era minha última semana na escola secundária de Wisconsin. Depois de ser pego dormindo durante quase todas as aulas – E nessa hora nem o “livrai-nos do mal amém” resolvia mais. - Meus professores pediram a presença do meu pai na escola, mesmo sendo um aluno exemplar eles acharam melhor me mandar para um lugar mais a ver com as minhas “habilidades” eles querem dizer um lugar que abrigue pessoas com QI 250! Não que eu me importe com isso, até dou uma de burro as vezes pra disfarçar, mas é complicado quando você mata aula durante um mês e é aprovado em todas as disciplinas.

– Fala ai Calleb meu burro favorito! - Disse Mike, meu melhor amigo numero um.

– Falando o cara que improvisa Reaggue com as músicas do Red Hot Chili Peppers!

– Isso é um dom cara! - Ele fingiu indignação.

– Dom seria você conseguir criar algo que prestasse sem se guiar por nada. Cadê o Tom?

– Disse que te encontrava na aula de matemática.

– Maldita seja a álgebra e maldito aquele que a colocou nas escolas!

– Quem foi?

– E quem se importa?!

Eu caminhava pelos corredores ao lado de Mike ainda tentando achar algum indicio da visão que tivera naquela madrugada, mas nada. Seria uma emoção enorme ver aquele duelo de titãs, mas certamente não era aquele o lugar, nada ali era familiar para mim, eu precisava aprender a distinguir entre sonhos e visões, e de fato aquela morena era um sonho e ao mesmo tempo uma visão. Me despedi de Mike quando cheguei na frente da sala do senhor Mortman, eu odiava algebra tanto quanto detestava ser acordado aos berros, era uma das matérias que mais me dava sono depois de literatura.

– Assim, podemos dizer que a raiz de nove multiplicada pelo inverso da fração ao quadrado da um múltiplo de 10...

– Cujo resultado é uma raiz reduzida com resultado menos um dentro da classe de numeros imaginários, sim nós já entendemos! – Falei em meio a um bocejo.

– A minha aula lhe entendia senhor Kindlle.

– Tanto quanto as novelistas americanas.

Nesse instante a sala soltou um riso abafado, eu vi a veia da testa do senhor Mortman mexer-se o que indicava um sonoro “saia já da minha sala” e eu nem precisava responder “com prazer”. Peguei a mochila e caí fora, eu tinha um programa muito melhor que ficar resolvendo equações sem fim. Saí até o jardim dos fundos da escola e deixei a mochila no tronco de uma árvore, subindo até um dos galhos e me acomodando, precisava dormir.Torcia para que no tal Instituto Charles Davis eu pudesse ter mais liberdade, pelo menos para dormir, afinal se é um lugar para “superdotados” como dizem, não podem querer puxar tanto uma inteligencia que nós já temos biologicamente.

Era um castelo? Piada. As torres altas estendiam-se ligadas por enormes e altos muros, bem na entrada havia um campo enorme com uma grama rasteira que se estendia por toda a imensidão. A entrada para o castelo dava-se por um enorme portão de madeira que formava um U de cabela pra baixo. Era como entrar em uma recriação de algum filme da Disney, eu sabia que a Inglaterra era um tanto rústica, mas não imaginava que o Instituto fosse construido dentro de uma fortaleza real do século XVI! Havia pessoas por todos os lados, garotos aparentemente da minha idade, alguns conversando dispostos em mesas espalhadas em um lado do campo, outros ouvindo músicas isolados do mundo ou presos no seu próprio universo e eu ali, no meio da loucura.

Calleb!

A voz de Tom fez com que eu levasse uma queda da árvore, praguejei alguma coisa enquanto me levantava:

– Caramba Tom, quantas vezes eu já disse que não é pra berrar quando eu estiver dormindo? Seu retardo mental não consegue processar essa informação?!

– O Senhor Mortman está na sala do diretor... Provavelmente ele quer a sua suspensão.

– Então ele gosta de perder tempo... Estou me mudando.

Peguei a mochila e caminhei levemente irritado, mas calmamente até a parede dos fundos da escola atravessando-a calmamente e saindo no corredor dos armários.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem :)
O próximo personagem vai ser narrado pela Mandinha o/
Beijos pessoas lindas!