Powerfull - Session 01 escrita por Amanda Ragazzi, LiKaHua


Capítulo 2
Capítulo 02 - Sharon


Notas iniciais do capítulo

Kath: Oi pessoal, aqui quem vos escreve é Katharynny Gabriella a co-autora da fic Powerfull fui convidada pela Amanda e estou honrada com o convite.
Bom, deixa eu colocar vocês a par das coisas. Serão apresentados inicialmente 06 personagens, vamos resumir suas vidas antes de entrar na ETDPS, que resumindo se chamará Instituto Charles Davis. Os demais personagens serão apresentados dentro do instituto. A vida dos personagens apresentados nesses capítulos iniciais serão baseadas nas seis primeiras fichas escolhidas das que vocês nos mandaram :) mas os demais não se preocupem, ainda faltam 06 personagens para serem destacados! É isso mesmo Mandinha? Ou esqueci alguma coisa?
Amanda e eu dividimos as fichas em 3 para cada, eu comecei com a Sharon, logo ela também postará o primeiro personagem do qual ela ficou incumbida. Espero que vocês gostem!



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Anonimato. É o que pessoas como eu esperam quando entram em escolas como a Escola Secundária Darthmount, isso se não for considerar que é a minha quinta escola! Mas eu não culpo os meus pais por estarem constantemente se mudando... A culpa é minha. Minha e da minha falta de controle.

Costumam chamar pessoas como eu de "aberração" talvez seja a espécie de nome científico que as pessoas dão ao que é diferente delas. Mas eu não me importo com isso, desde que me deixem em paz! O que normalmente não acontece. Não aconteceu em Denver, Nova Iorque, Filadélfia nem no Canadá... Ainda não sei como faço isso, simplesmente acontece. Eles deveriam saber que eu não devo me irritar, para o bem deles mesmos.

– Senhorita Blackmore?

A voz da diretora fez com que Sharon voltasse à realidade, desligara-se completamente da entrevista de admissão na escola e mal sabia em que rumo a conversa estava, voltou a olhar a mulher séria à sua frente, a senhorita Norman tinha os cabelos castanhos presos em um coque perfeito, usava brincos de pérola e estava impecavelmente vestida em um terno social feminino. Enquanto olhava a ficha de Sharon a garota simplesmente parecia não dar a mínima atenção.

– Aqui diz que você apresenta um comportamento um tanto...

– Anormal? Olha, só não quero que se metam comigo, vou estudar, dar bom crédito pra escola e todo o resto chato do contrato, em troca vocês mantem os trogloditas musculosos e as patricinhas longe de mim, ai todo mundo fica feliz e ninguém se machuca. É simples.

A diretora olhava Sharon com certo espanto, para uma garota de 18 anos ela era literalmente diferente demais dos alunos com os quais ela estava acostumada a lidar, seria demais colocá-la em acompanhamento com o orientador? Talvez sim. Apenas assentiu com a cabeça e pediu que a acompanhasse até a sua nova sala.

Sharon observava indiferente os corredores largos rodeados de armários de um cinza claro. Era bem iluminado e lembrava um pouco sua escola em Denver. Elas andaram um pouco virando um dos corredores da ala norte da escola e pararam na frente de uma sala com a porta de madeira e um visor de vidro. Ótimo. - Sharon pensou - aula de biologia. O professor, um homem alto, de porte atlético e um sorriso galanteador e absolutamente perfeito veio até a porta e abriu:

– Senhorita Normar. - Ele a cumprimentou.

– Senhor Harrison. - A diretora entrou se posicionando a frente dos alunos. - Bom dia turma.

– Bom dia. - Responderam em coro.

– Estou aqui para apresentar a vocês a senhorita Blackmore, ela fará parte do nosso coro acadêmico a partir de hoje, peço que a recebam bem e façam com que se sinta a vontade.

Sharon simplesmente entrou na sala recebendo os olhares fixos de todos os presentes, ela caminhou com passos determinados até uma banca vazia no fim da sala e largou a mochila preta no chão sentando-se na banca. Os olhos castanhos eram marcados pela maquiagem preta que eram o chamariz do seu rosto, a pele alva, os lábios rosados e com um gloss incolor, os longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo e as roupas pretas que eram compostas por uma calça de couro, uma blusa regata cobrindo o quadril de um preto intenso com uma estampa de caveira, uma jaqueta de couro com detalhes de metal e um coturno sem salto. Olhando de soslaio ela reparou em uma garota que ria do outro lado da sala.

Era loira assim como ela, tinha pelo menos dois quilos de maquiagem no rosto, usava uma saia rosa bem que faltava pouco para mostrar o que não devia, uma sandália prateada de salto alto, uma blusa amarelo creme e um bolero de tricô lilás. Os cabelos caindo em cachos um pouco acima dos seios. Sharon fuzilou-a com o olhar quando finalmente a diretora se retirou e o professor voltou a dar aula. O assunto era o sistema nervoso central.

– As células cerebrais são chamadas de neurônios, alguém sabe dizer a função dos neurônios?

Os neurônios caracterizam-se pelos processos que conduzem impulsos nervosos para o corpo e do corpo para a célula nervosa. Os impulsos nervosos são reações físico-químicas que se verificam nas superfícies dos neurônios e seus processos. Os neurônios recebem continuamente impulsos nas sinapses de seus dendritos vindos de milhares de outras células. Os impulsos geram ondas de corrente elétrica (excitatória ou inibitória, cada uma num sentido diferente) através do corpo da célula até a uma zona chamada a zona de disparo, no começo do axônio. É aí que as correntes atravessam a membrana celular para o espaço extracelular e que a diferença de voltagem que se forma na membrana determina se o neurônio dispara ou não.

Sharon falou calmamente sem desviar a atenção do caderno em que escrevia. O professor a olhou surpreso assim como a turma, como que não desse atenção alguma ao que faziam, a garota continuou escrevendo.

– Está correto Sharon.

– Pena que algumas pessoas dessa sala não façam uso de células tão importantes.

Ela ergueu o olhar para a garota loira do outro lado da sala que estava fuzilando-a com o olhar e apenas sorriu sarcasticamente. Sharon sabia que ela ia ser um problema, elas sempre eram, mas aquela altura do campeonato depois de cinco escolas diferentes ela não se importava mais.

Era uma questão de tempo para que essa nova patricinha venha encher o meu saco, me condenando pelo fato que o meu cérebro funciona para coisas que não são armani nem Calvin Klein. Mas eu estou preparada, assim como as outras é uma questão de tempo até eu arremessá-la contra uma janela e torcer para que ela acabe escoriando todo o rosto de plástico da Barbie.

********

– Não há mais solução Sharon! Eu tentei cinco, cinco escolas em cidades opostas! Filha eu não tenho outra escolha!

– A escolha plausível é me mandar para uma escola de aberrações!

– Eu sinto muito...

– Eu sei o quanto!

Virando-se irritada ela saiu de casa batendo a porta. Caminhou até o parque enquanto ouvia apologize da banda one republic. Ela já sabia desde o início que Emily Briters assim como Lucy Whiles na última escola, seria um problema, havia alertado a garota diversas vezes que não se metesse com ela, mas ela não ouviu, elas nunca ouviam. Mas admitia que dessa vez ela havia exagerado. Emily fora parar no hospital com lesões no rosto e nos braços, atravessara uma janela de vidro e caíra no parabrisa do carro da senhorita Norman. A sorte de Sharon é que ninguém acreditaria que ela a havia atirado tão longe sem mover um só dedo.

Instituto Charles Davis. Fica na Inglaterra, li coisas a respeito de lá, é quase como um internato, aparentemente uma escola para jovens superdotados, mas eu sabia que era muito mais que isso. Chamavam de "lar de estranhos", era para lá que eu seria levada na semana que vem... Era ali que eu passaria provavelmente o resto da minha juventude fracassada.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam da Sharon?
Gostaria de agradecer a Amanda por essa oportunidade.