Nárnia Além Da Vida escrita por Pevensie


Capítulo 8
Não Me Deixe Ben!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo!
Beijos



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No café da manhã Susana conversava com Robert, enquanto Benjamim ouvia tudo atento.


- Hoje é o aniversário de 24 da Lúcia e vou no cemitério deixar algumas flores.


- Me desculpe Su, mas hoje tenho muitos compromissos e não poderei ir com você.


- Posso ir mãe?


- Não Benjamim, cemitério não é lugar para crianças.


- Sua mãe tem razão Ben é melhor você ficar em casa.


- Eu sei que você vai chorar mamãe,  quero estar ao seu lado já que o papai não vai e eu sempre quis ir visitar meus tios e meus avós.


- Tudo bem Benjamim, mas antes teremos que sair para comprar flores.


- Não precisa mãe ontem quando eu estava no jardim achei uma flor linda e tenho certeza que a tia Lúcia vai gostar.


- Me deixe ver, tem muitas dessas?


- Eu vou pegar, mas não tem muitas essas flores são muito raras.


Quando Benjamim voltou com a flor Robert e Susana ficaram surpresos com a beleza da planta.


- Nossa filho que flor mais linda!


- Eu ia dar ela a você, mas acho quetinha Lúcia vai gostar mais.


- Tem razão, Lúcia vai adorar essa flor que mamãe plantou. E acho melhor deixamos flores para seus tios e meus pais, ah também não podemos nos esquecer de Estáquio, Jill, Lady Pole e Digory Kirk.


- Então vou pedir ao Joseph outras flores para eles.


A hora chegou e com muita dor no coração Susana foi com Ben ao cenário de seu pior pesadelo. Ao chegarem Benjamim distribuiu flores aos seus familiares e deixou Susana sozinha com a irmã, ou melhor com o túmulo da irmã.


- Oi Lúcia... - disse Susana sem jeito e era assim todas as vezes que ela a visitava. - É uma pena que você não esteja aqui para comemorar seu aniversário... era melhor Susana mudar de assunto ou mais uma vez mostraria como se tornou chorona nosúltimos anos. - Eu vim te trazer essa flor, mesmo sabendo que isso não poderá nos ajudar a resolver nossos problemas. Se você estivesse aqui eu te daria uma coisa muito melhor, talvez até o mundo inteiro só pra ter você ao meu lado outra vez, mas nesses casos só se pode dar flores mesmo não é? - ela não conseguia mais segurar as lágrimas. - Eu quero te pedir perdão por tudo, tudo e juro que se eu soubesse... - ela não conseguia mais falar,pois todas as suas palavras saíam como soluços. - Meu deus como isso é difícil, como dói. Se eu soubesse que tudo ia acabar assim eu teria sido uma irmã muito melhor, mas eu tentei Lúcia eu juro que tentei naquele dia eu ia te pedir perdão de joelhos, mas você não voltou e eu fico me perguntando será que tudo foi culpa minha? por que não voltaram Lúcia? por que? será que eu sou tão repugnante assim? eu sei que eu fiquei muito mesquinha, mas eu não merecia Lú eu te amava tanto era só uma fase e vocês deveriam ter esperado, deviam ter tido mais paciência comigo. Eu não implicava com você por mal, eu estava crescendo e mudando e você também estava ficando linda e eu estava me sentindo ameaçada com isso, eu tinha acabado de fazer amigos, estava ficando cada dia mais popular, estava chamando a atenção dos garotos e não queria perder tudo isso pra você e acabei te perdendo. Na verdade eu sempre te achei mais bonita do que eu, como você já era a menininha da casa por ser a mais nova eu tinha que manter o meu lugar de mais bela pois inteligência eu tinha sim    mas as pessoas só se importam com a aparência, e eu pensei que te fazendo se sentir inferior eu manteria meu lugar de importância tudo pelos meus amigos, mas isso não adiantou de nada pois eles não eram meus amigos de verdade. Quando eu perdi tudo todos viraram as costas para mim e então percebi que você sim era a única amiga que eu precisava e é uma pena pois descobri isso tarde demais. Lúcia de verdade eu sempre quis ter a sua fé, a sua paciência, você nunca odiou ninguém mas eu te fiz sofrer tanto que você me deu o despreso que eu merecia. Sabe Lu eu não me importava em ter dois irmãos, mas uma irmã... eu queria ser a querindinha da família e da sociedade também, e quando você quis compartilhar comigo suas aventuras,alucinações, suas loucuras... aí essa maldita Nárnia só nos afastou ainda mais, eu queria poder acreditar como Pedro fazia ou pelo menos fingir que acreditava mas era impossível eu sou racional demais para essas coisas. E o que estou fazendo aqui conversando com um túmulo? mesmo que você quisesse me perdoar não pode. Agora entendo que devemos aproveitar cada segundo da nossa vida como se fosse pela última vez.


Em outro mundo Lúcia ainda estava chateada com sua irmã, ela estava em cima de uma árvore e sentiu um arrepio tão grande... ela se lembrou que se ainda estivesse em seu mundo estaria completando 24 anos, e talvez sua irmã estivesse em algum lugar pesnando nela. Lúcia fechou os olhos, colocou a mão em seu coração e chorou sem nem entender o porquê ela começou a dizer coisas que sua própria vontade não poderia controlar, ela era boa demais para guardar mágoa de alguém e sentia que em algum lugar Susana lhe pedia perdão.


- Eu te perdoo Susana, eu te perdoo não posso ficar com raiva de você eu simplismente não posso!


Antes de ir embora Susana ainda falou com Lúcia.


- Esse é Benjamim, meu filho eu tenho certeza que se você estivesse aqui adoraria o Ben.


- Eu gostaria muito de ter ouvido suas histórias tia Lúcia, mesmo não tendo te conhecido vou te amar para sempre.


- Esse anjinho é sonhador igual a você Lu, foi muito bom ter vindo aqui hoje, foi ótimo por pra fora tudo o que eu estava sentindo e fique sabendo que sempre haverá um lugar para você em meu coração.


Lucy/ Skillet


http://www.youtube.com/watch?v=6JJSbG6TvAg


Hey Lucia, eu me lembro do seu nome.


Deixei uma dúzia de rosas no seu túmulo hoje.


Estou no gramado de joelhos, limpando as folhas,


Eu só vim aqui para conversar um pouco.


Eu tenho algumas coisas que eu preciso dizer.



Agora que tudo acabou,


Eu só quero abraçá-la.


Eu trocaria todo o mundo para ver aquele pedacinho do Céu olhando


De volta pra mim.


Agora que tudo acabou,


Eu só quero abraçá-la.


Eu tenho que viver com as escolhas que eu fiz,


E eu não posso viver comigo hoje.



Hey Lucia, lembrei-me do seu aniversário.


Eles disseram que ele iriam parar um pouco de falar seu nome.


Eu sei que eu faria tudo diferente se eu tivesse a chance.


Mas tudo que eu tenho são essas rosas para dar ,


E eles não podem me ajudar a fazer as pazes.



Agora que tudo acabou,


Eu só quero abraçá-la.


Eu trocaria todo o mundo para ver aquele pedacinho do Céu olhando


De volta pra mim.


Agora que tudo acabou,


Eu só quero abraçá-la.


Eu tenho que viver com as escolhas que eu fiz,


E eu não posso viver comigo hoje.



Aqui estamos nós,


Agora você está em meus braços.


Eu nunca quis nada tão ruim antes.


Aqui estamos nós,


Para um novo começo


Viver a vida que poderiamos ter tido.



Eu e Lucia andando de mãos dadas,


Eu e Lucia nunca queremos terminar.


Apenas outro momento nos seus olhos


Eu verei você em outra vida


No céu, onde nunca vamos dizer adeus...


A flor de fogo poderia curar qualquer ferida, menos a de Susana que lembrou tudo de bom que passou com a irmã. Ela deixou a rosa e partiu com o coração partido.



Em Nárnia...


Pedro só conseguia pensar  nos momentos em que esteve ao lado de Liliandill, essa mulher estava o deixando louco e ele achou que o motivo de toda essa atração por ela só poderia ser amor. Mas ele nunca sentiu nada assim por ninguém e não poderia dizer com precisão se realmente estava apaixonado, mas se ele não estava por que então ela mexia tanto com ele? será que ele estava sentindo o mesmo que Caspian sentia por Susana? o amor deles também fora de imediato. Se fosse amor Pedro logo trataria de descobrir e se fosse, ele não a perderia por nada.


- Eu preciso chamá-la para sair por aí, mas se eu fizer isso e ela se ofender? é melhor esperar um ou dois dias.


Pedro montou em seu antigo unicórnio e saiu para dar uma volta, quem sabe se ele sem querer a encontrasse pelo caminho? mas não seria tão sem querer, afinal vê-la era tudo o que ele queria.


Desde que Lilian voltou a sua luxuosa tenda, não parou de pensar em Pedro e também não conseguiu mais dormir. Ela tentava descobrir o que sentia por ele, e por quê nunca se sentiu assim por Caspian, aquela voz não saia de sua mente e ela já estava ficando ansiosa para ver Pedro de novo. Rilian abitava na mesma tenda que a mãe e quis saber o motivo de tanta ansiedade.


- Está esperando alguém mãe?


- Será que Pedro gosta de mim, talvez sim ele parecia ansioso para me ver de novo mas creio que não me buscará tão cedo. - pensou a estrela sem perceber a presença de seu filho.


- Mãe, será que pode me ouvir?


- Ah... oi filho não percebi que estava me chamando.


- Eu reparei, e por que está com essa carinha de felicidade? parece até uma adolescente. O pai te fez alguma surpresa?


- Rilian meu filho, tem uma coisa que eu preciso contar a você e espero que não fique chateado pois foi ideia minha.


- Pode falar mãe.


- Eu achei melhor me divorciar do seu pai, eu sei que ele não me ama e não fazia sentido...


- Hahaha interrompeu Rilian gargalhando. - Eu não sabia que depois de morrer as pessoas se divorciavam.


- Rilian isso é sério, então significa que você não está chateado não é mesmo?


- Não se preocupe comigo mãe, você e o pai são bem grandinhos para decidir o que vão fazer da vida. Mas você está triste por isso.


- Não eu estou bem. Vou lá fora tomar um pouco de ar.


Ao chegar lá fora, Lilian não conseguiu esconder sua satisfação ao ver Pedro, que fingiu não ter visto Lilian.


- Pedro...


- Ah, oi Lilian não tinha te visto e nem pensei que te encontraria aqui!


- Mas eu moro aqui e você sabe disso.


- Eu só vim dar uma volta.


- E o nosso passeio ainda está de pé?


- Se você quiser pode ser agora mesmo, já cavalgou?


- Rilian e Caspian nunca me levaram com eles, eu tenho medo mas acho que vou adorar.


Rilian ouviu sua mãe falar com alguém e decidiu ver quem era para o constrangimento de Pedro.


- Ah então é por isso que não se sente mal por terminar com o pai, né mãe? já está em outra. - disse Rilian fazendo piada como sempre.


- Rilian por favor!


- Posso saber que horas vai traze-la de volta garotão?


- Vamos voltar cedo. - disse Pedro morrendo de vergonha.


- Deixa disso Pedro eu sei que vocês são só amigos.


- É, é isso.


- Por enquanto hahaha! e juízo mãe não quero um irmãozinho loiro.


- Rilian vai arrumar alguma coisa pra fazer, anda. - disse Lilian nervosa.


- Tá bom me desculpem!


Pedro achou melhor partir logo já que Rilian o deixara tão envergonhado, mas isso era sinal de que ele aprovava.



Inglaterra mansão dos Cooper...


- Boa tarde meu amor, como foi hoje lá no cemitério?


- Foi duro voltar lá e encarar o passado de frente, mas agora me sinto mais aliviada.


- Bom o que vocês acham de sairmos hoje para nos distraír? sabe filhão hoje tem uma apresentação especial no teatro, serão contados vários contos de fadas e todos devem ir fantasiados.


Susana olhou com desdém para Robert, pois ele sabia que ela não gostava desse tipo de coisa ainda mais num dia daqueles cheio de lembranças angustiantes. Mas a intenção de Bob era apenas distraí-los depois daquele triste dia, ele sabia que Lúcia adoraria o convite.


- Nós vamos não é mamãe?


- Não sei não, tenho muitas coisas pra fazer.


- Ah vamos Su, só para fugir um pouco dessa realidade.


- Eu vou de Peter Pan mãe. Como você vai?


- Vocês podem ir sozinhos, eu é que não vou me vestir como uma ridícula.


- Mas você me prometeu que sairiamos duas vezes essa semana.


- E nós fomos naquele dia e hoje de manhã.


- Susana visitar parentes mortos não é um tipo de passeio. Eu vou me vestir de zorro.


- Essa eu quero ver! você vai ficar ridículo de bigodinho. Tudo bem eu vou mas não sei que como vou me vestir.


- Você pode ir de pirata mãe!


- Mas pirata é coisa de menino.


- Aí mãe é só para inovar, nem adianta ir de princesa que todo mundo vai, apesar de você parecer uma rainha.


- Para Ben que coisa chata parece até o Eustáquio falando. Mas onde vamos arrumar essas roupas tão rápido?


- Eu tenho tudo isso guardado, deixa comigo eu brincava muito dessas coisas quando era garoto.


Robert deu folga para todos os empregados, e começaram a se vestir com as respectivas fantasias. Susana achou muito divertido se vestir assim lembrou da infância ao lado dos irmãos e de suas brincadeiras. - ´´Tinhamos uma imaginação tão fantástica`` pensou.


- Mãe eu posso ir lá fora brincar um pouco?


- Toma cuidado para não se sujar.


Robert depois de se arrumar veio falar com Susana.


- Su ouve um imprevisto e me chamaram no trabalho, mas assim que eu voltar nós vamos é rápido.


A mansão da família Cooper era enorme e seus jardins tinham  grandes extensões, Robert era do tipo Bruce Wayne órfão e milhonário quando seus pais morreram ele herdou tudo sozinho. Benjamim gostava muito de brincar no meio das plantas, era uma pena que o jardineiro não estivesse lá pois Ben adorava conversar com ele. Ben viu a tesoura de jardinagem no chão e resolveu brincar um pouco com ela. Susana se distraía com um livro antigo e acabou pegando no sono, tudo parecia bem mais algo trágico estava para acontecer. Benjamim sabia que não devia brincar com uma tesoura daquelas mas ninguém estava vendo e a oportunidade era única, Benjamim começou a cortar várias plantas de brincadeira e começou a correr em direção da flor de fogo para cortá-la, mas o menino esbarrou e caiu por cima da tesoura fazendo um corte profundo em sua barriga, Benjamim desmaiou na hora.


Susana começou a ter sonhos estranhos...


Lúcia estava toda de branco no jardim brincando com Benjamim, Quando Susana os viu ficou muito alegre e começar a acenar para Lúcia que quando percebeu a presença da irmã mudou o semblante. Quando Ben viu Susana deu adeus a ela.


- Benjamim, filho aonde você vai?


- Vou para Nárnia mamãe, tia Lúcia vai me levar com ela. - Benjamim deu a mão a Lúcia e os dois começaram a caminhar.


- Não... Lúcia volte aqui com o meu filho! - gritou Susana apavorada.


- Por que você nunca aceita perder Susana? dê adeus ao seu filho de uma vez por todas. Aquela Lúcia era muito estranha.


Susana saiu correndo atrás deles, o cenário que outrora era radiante e iluminado agora se tornava escuro e sombrio. Susana percebeu que não estava mais em seu jardim e sim no cemitério. Aquilo tudo era muito assustador havia um grande nevoeiro e Susana começou a ouvir vozes, vozes que ela conhecia.


- Por que filha, por que? eu te dei tudo. - dizia o leão.


- Você jogou fora todo o amor que eu dei a você Susana, você é um lixo. - dizia o homem que morava na mente de Susana. Todos sabemos que era Caspian.


- Mas você é muito idiota mesmo Susana, olha só o que você está perdendo. - Jill a acusava.


- Quem tem uma imaginação extraordinária agora Susana? - Lúcia debochava com Benjamim no colo. - Você não é a minha mãe, não é! - dizia o garoto enfurecido.


- Você é realmente louca Susana Pevensie, não sei por que perdi tanto tempo com você. - ao dizer isso Robert beija Lúcia.


- Você realmente não vale nada filha, até eu estou aqui e você aí com essa vidinha miserável. - Joseph zombava da própria filha.


- É Susana até os cães de Nárnia vivem melhor do que você. Esse é preço por ter nos feito sofrer. - disse Edmundo com despeito.


Depois de ouvir essas vozes, o nevoeiro sumiu e Susana viu Lúcia entar em seu túmulo e Benjamim desapareceu, quando Susana se aproximou mais um pouco viu escrito na lápide: Benjamim Cooper. Ela acordou gritando, e ao se deparar com o silêncio sentiu um aperto no coração e decidiu ver onde estava Benjamim. Ela se lembrou que ele estava no jardim e disse - Ele deve estar brincando, eu só sonhei com isso porque o levei hoje ao cemitério. Mas ela continuou muito inquieta e foi procurar o menino.


- Benjamim, Ben onde você está?


O jardim era amplo mais o silencio de Benjamim era angustiante, ela correu por todas as partes chamando pelo filho e lembrou que ele adorava o canteiro das flores. Ao chegar lá Susana viu Benjamim estirado no chão de bruços.


- Benjamim fala comigo meu filho. Ao virar o menino ela viu sua roupa enxarcada de sangue e a tesoura perto dele. Susana quase desmaiou ao ver a cena ela logo se lembrou dos corpos de seus irmãos que estava quase da mesma maneira.


- Que tipo de mãe sou eu? - disse nossa rainha entrando em total desespero. - Socorro, a voz quase não saia por conta das lágrimas. - por favor alguém me ajude... Susana lembrou do sonho que teve a pouco.


- Não... o meu filho não, eu não vou aguentar. - havia sangue por todo o lado e Susana não sabia o que fazer e não havia ninguém por perto. Susana tentou ouvir as batidas do coração de Ben, ela não sabia por quanto tempo havia dormido mas tinha muito medo de verificar. Seu corpo estava tremendo dos pés a cabeça e ela não conseguia parar de chorar. - Eu já perdi tudo, por favor não tirem o meu filho de mim ele não tem culpa se eu não presto. O que mais a vida quer de mim? já não bastava ter levado meus irmãos e meus pais? querem tirar meu filho também? e a dor só aumentava ela precisava ter controle por Ben, ela apertava o filho contra si. - fala comigo Benjamim... a mamãe faz o que você quiser, por favor filho - dizia a rainha soluçando. - Eu me visto de tudo o que você quiser, eu conto todas as histórias que você quiser ouvir, se você quiser eu te levo para sair todos os dias Benjamim mas fala comigo eu imploro. Susana não sabia se deveria sair correndo para pedir ajuda, mas também não queria deixar Ben sozinho ela colocou seu sinto de pirata na barriga do filho para estancar o sangue.


Enquanto isso em Nárnia...


Caspian continuava afastado de todos, ele decidiu que só voltaria ao acampamento quando esquecesse Susana.


- Só saio daqui quando tirar ela da miha cabeça. - Mas seus pensamentos foram interrompidos por umbarulho estralho que mas parecia um gemido, ou melhor um choro. Caspian viu uma moita se mexer puxou a espada e foi ver o que era. Ele viu um garotinho chorando muito todo encolhido, o menino parecia muito assustado e ficou mais apavorado ainda quando viu a espada de Caspian.


- Ei garotinho quem é você? como veio parar aqui?


- Eu... eu não sei, me ajuda moço eu estou com muito medo.


- O que aconteceu? - Caspian levou um susto ao ver a camisa do garoto ensopada de sangue.


- Eu estava brincando no jardim quando caí em cima da tesoura, eu tenho muito medo. Por que eu estou com tanto sangue? eu quero a minha mãe.


O garoto estava muito branco e quanto mais o tempo passava ele ficava mais corado, Caspian sabia que isso só significava uma coisa: o menino estava morrendo.


- Não tenha medo eu vou te ajudar. Caspian sentiu tanta pena do menino, quando Rilian desapareceu ele ficou desesperado e agora só pensava em como devia estar a mãe daquela criança.


A cada segundo que passava as mãos de Benjamim ficavam mais geladas para o desespero de Susana. Ela queria ajudar seu filho mas se sentia tão impotente como quando perdeu sua familia no acidente. Susana se levantou rodeando o quintal e nada, não havia ninguém, ela voltou para perto de Benjamim e o pegou no colo e para o seu azar parecia que ia chover e Robert estava com o carro. Ela sempre foi muito pessimista mas agora devia deixar tudo de lado e crer na recuperação de Benjamim, eu vou conseguir ajuda, vou conseguir ajuda. - repetia para si mesma. Se Susana soubesse que a flor de fogo poderia curar qualquer ferida.


- Não me deixe Ben, eu suplico. - Por que? ela gritou, por que eu tenho que sofrer tanto? por que tudo de ruim só acontece comigo? O que eu fiz de errado? - a revolta era evidente em sua voz. - Será que quebrei alguma promessa? Ahhhhh por que? omeu filho não, o meu filho não, de novo não eu não vou suportar...


Em Nárnia...


Caspian pegou o menino no colo e tentou acalma-lo.


- Não chore Benjamim eu vou te ajudar...


Caspian percebeu que já tinha ouvido esse nome e agora repetia sem saber o motivo.


- Quem é a sua mãe?


- Minha mãe é Susana Pevensie.


Caspian ficou paralisado ao ouvir isso, o que Aslam quis dizer quando disse que Benjamim era a ponte entre Susana e nárnia? o medo tomou conta do coração do rei ao perceber o que o grande leão quis dizer, todo a raiva que Caspian estava sentindo por Susana desapareceu como fumaça. Ele não poderia deixar o amor de sua vida sofrer mais uma perda, ele precisava ajudar Benjamim mas não sabia como e o tempo não o ajudava ele não poderia levar o menino até Aslam pois a aldeia ficava longe. Caspian daria sua alma a Tash em troca da vida de Benjamim. Tudo parecia muito longe mais Caspian já sabia onde levar Ben, e se lugar era o único que ficava perto dali.



Para piorar a situação a chuva caiu violentamente, e parecia que não estava adiantando estancar o sangue de benjamim.


- Pela juba do leão! não se vá Benjamim, por Aslam! por Aslam e por Nárnia. - As palavras saiam da boca de Susana sem que ela pudesse controlar... - Me ajude Aslam eu faço qualquer coisa, pelo radiante sol do sul faça tudo mas não tire o Ben de mim ele é tudo o que eu tenho eu sei que você deu ele a mim.


Todos sabemos que se algo for pedido em nome de Aslam, algo tem que acontecer foi assim que reis venceram suas guerras e mesmo a pessoa mais ingrata merecia a ajuda do filho do imperador Além-mar.


Aslam subiu em um monte muito alto e começou a rugir, seu rugido era tão forte que mais parecia um trovão e todos em Nárnia puderam ouvir e se arrepiar até as espinhas. Caspian correu muito com o menino em seu colo e chegou ao lugar esperado: o leste onde ficava o fim do mundo, havia uma barreira de água muito grande entre o país de Aslam e o nosso mundo.


Susana correu até a flor de fogo e arrancou uma, ao fazer isso uma cena veio em sua cabeça...


Ela e os irmãos estavam em volta de Edmundo que tinha um corte na barriga e agonizava muito, eles choravam e Lúcia derramou um liquido estranhona boca de Ed que acordou imediatamente.


Susana voltou para perto de Ben que ela deixou no chão para pegar a flor. Ela apertou a flor em sua mão manchando-a toda de sangue, suas lágrimas cairam sobre a rosa e Susana a espremeu na boca de Benjamim...


Caspian já havia estado naquele lugar antes e pensou que a única maneira de salvar Ben era fazendo-o atravessar aquela muralha, da mesma forma que Lúcia, Edmundo e Eustáquio fizeram ao voltar para casa. Ele deixou o menino chão e este lhe perguntou o seu nome: - como se chama omeu herói?


- Ele se chama Caspian X. O rei deu um beijo terno no menino e pediu que ele fechasse os olhos.


- Agora ande e não abra os olhos até sentir que está tudo bem.


Susana tinha levantado mais uma vez para levar Benjamim ao hospital, mas se surpreendeu ao ver o menino abrir os olhos lentamente.


- Mãe!


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Notas finais do capítulo

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