- Susana querida olhe para mim e me diga o que está acontendo. - dizia Helen erguendo o rosto de Susana.

- Não é nada mãe, eu juro.

- Como não é nada Susana? primeiro você desaparece e inventa uma história de que foi na casa de uma amiga que nem conhecemos, você volta com outras roupas e com uma aparência péssima, e depois é pega colando na escola, o que está acontecendo filha? seja sincera.

Susana queria contar mas sabia o quanto aquelas meninas eram cruéis a ponto de machucar Lúcia mesmo sabendo que ela era bem mais nova.

- Já disse que não é nada mãe me deixa. - Susana estava ficando nervosa, ela não sabia mentir.

- Então por que está chorando Susana? se não tem nada de errado por que chora?

- Já disse que não é nada, me deixa em paz. - Susana gritou com sua mãe e saiu correndo. Ela não queria ser grossa mas precisava se livrar das perguntas.

Chad descobriu tudo o que as meninas faziam com Susana, mas ele não poderia ajudá-la pois se contasse a verdade seu pai saberia que ele era gay e sua vida estaria acabada. O amigo se Susana sentia uma dor imensa por não poder ajudá-la, pois quando ele precisou ela o ajudou e ele agora não podia retribuir o favor, Susana dizia a ele que estava tudo bem, pois ele não sabia que agora o motivo era Nárnia.

Os irmãos Pevensie eram bolsistas e precivavam de boas notas para se manterem no colégio, Lúcia e Susana eram bem inteligêntes e dedicadas então não se preocupavam muito com isso, Pedro era muito esforçado e estudioso, Edmundo era o único que tinha problemas mas Susana o ajudava no que podia. Agora tudo ficava mais difícil pois Susana não ajudava mais Edmundo e nem a si mesma, mas meninas que sabiam da situação deles se aproveitariam disso para fazer Susana perder a bolsa. A cada página do diário que as meninas liam, maior eram as humilhações que Susana sofria. Um dia Susana olhou no guarda roupa e viu que todas as suas roupas já estavam muito velhas, ela pediu a sua mãe que lhe comprasse qualquer coisa nova para usar na escola mas Helen disse que estava muito apertada e que Susana não merecia. Depois de muito insistir Helen comprou uma calça e uma blusa para Susana amas muito lindas, as peças foram caras mas Helen daria um jeito de pagar, Susana ficou muito feliz com as roupas novas pois assim as meninas não zombariam dela por isso. Mas as coisas não foram bem assim, na saída da escola elas pegaram Susana mais uma vez, chovia muito então as haviam muitas poças de lama nas ruas e como Susana estava com roupas novas as meninas se aproveitariam disso.

- Susana o que você acha de tomar um banho? você está tão fedorenta, é melhor lavar bem esse cabelo dizem que lama faz bem pra pele. - disse Alice, sendo auxiliada por Paty e Amanda.

- Por favor não façam isso! eu imploro, minha mãe nem começou a pagar essa roupa, ela é nova não me sujem. - Susana que era grande guerreira em Nárnia se sentia completamente impotente em seu mundo, de que adiantava ela ser rainha lá e ser humilhada aqui?

- Sabe eu achei a sua calça muito bonitinha! - quando disse isso Alice empurrou Susana dentro de uma grande poça de uma parte esburacada, suas roupas brancas como a neve ficaram em estado deplorável.

Quando Susana levantou viu o quanto suas roupas estavam estragadas, e se arrependeu de ter pedido isso a mãe dela, pois ela ficaria muito brava quando visse o estado de Susana.

- Sabe Susana ontem eu estava lendo seu diário ridículo e cheguei em uma parte interessante, e as meninas e eu resolvemos te dar uma lembrança desse lugar que você tanto adora. - Alice sorriu maliciosamente para as amigas.

- Não, o que vocês vão fazer comigo? me deixem em paz eu fico bem longe de vocês. - Susana começou a chorar, fato que deixava as meninas ainda com mais raiva dela, Susana precisava reagir mas tinha medo.

Como eu disse chovia muito nesse dia, Lúcia procurou Susana para ir embora mas como não a encontrou foi com os meninos. Alice era realmente muito cruel, ela junto com suas amigas prenderam Susana em um poste e disseram a ela que representava o lampião e assim foram embora deixando-a sozinha. Susana se lembrou do dia em que seu pai a esqueceu na chuva e chorou muito, pois a rua estava muito deserta e ela sentiu muito medo.

- Me ajude Aslam! por favor me ajude. - Para sorte de Susana meia hora depois um garoto de sua classe passava pela rua e a libertou de lá.

Susana entrou em pânico quando lembrou de sua mãe e do quanto ela ficaria brava pelo horário e por sua roupa.

- É melhor todos irem para os seus quartos, eu preciso conversar seriamente com Susana.

- Helen seja compreensiva com nossa filha. E susana diga a verdade a sua mãe. - foram as palavras de Joseph antes de se retirar.

- Susana o que você pensa que eu sou?

Susana abaixou os olhos e não disse nada.

- Responda! eu me mato de trabalhar para dar uma vida digna a vocês, e é isso que você faz depois de todo o meu esforço? olha só o estado dessa roupa que nem sei como vou pagar. Vai para o seu quarto Susana, vai antes de que eu faça alguma coisa de que depois me arrependa.

...

Será que preciso descrever a dor que sentia Susana? meus caros leitores nossa doce e amável rainha estava arrasada. Já era muito duro para Susana ficar longe de Nárnia e Caspian que ela amava tanto, a saudade de sua amada terra e de seu príncipe se misturavam as dores das humilhações que agora ela sofria calada. Onde estava Aslam agora? será que ele não vê as dores de Susana? Susana estava sofrendo tanto que tinha vontade até de... morrer.

Cada página lida no diário aumentava as humilhações. Elas fizeram de tudo para aumentar o sofrimento de nossa rainha, será que essas meninas não tinham coração?

Susana já não aguentava mais, e isso tinha que mudar. Um dia elas deixaram um bilhete na mesa Susana dizendo que espancariam Lúcia e que Susana precisava protegê-la. Susana sentiu arrepios pelo corpo todo, ela tinha muito medo de que machucassem sua irmã, ela poderia aguentar isso mas Lúcia não.

Lá estavam elas, Alice jogou os cadernos de Lúcia no chão de propósito e Paty empurrava a garota. Susana imediatamente se aproximou.

- Aí está nossa amiguinha Susana. - disse a cínica e miserável Alice.

- Sabe Lúcia, Susana andava muito sozinha mas agora faremos companhia a ela. - quem falava era uma garota chamada Chloe Melart, uma garota da pesada que a muito tempo queria bater em Susana e agora se ajuntava a Alice e cia. Susana viu muito bem quando Chloe puxou um canivete.

- Lúcia vai pra casa e diz a mamãe que já vou. - Susana estava eufórica.

Uma amiga de Lúcia a chamou e ela foi correndo em direção da amiga. Chloe já ia atrás de Lúcia com o canivete quando Susana finalmente reagiu, ela deu um soco na cara de Chloe e as duas foram parar no chão. Chloe lutava muito bem, mas Susana já era mais acostumada á guerras e lutas por isso levou a vantagem, quando o nariz de Chloe começou a sangrar as meninas ficaram preocupadas e partiram para a covarda. Amanda e Paty seguraram Susana enquando Alice e Chloe batiam em Susana. Mas como Paty e Amanda eram duas patricinhas magricelas Susana se desviava bem dos golpes, ela deu um chute bem forte em Chloe que caiu no chão, Susana estava tão furiosa que se livrou facilmente de das garotas que a seguravam, e partiu para cima de Alice agarrando-a pelo pescoço. Susana não aguentava mas aqueles maltratos aquilo já era demais, e ainda queriam bater em Lúcia, naquela doce menina que não fazia mal a ninguém.

Susana agarrou com mais força ainda quando viu a maldade que elas queriam fazer com Lúcia, ela já havia matado muitos soldados de exércitos inimigos e não seria nada errado matar um demônio como Alice, afinal ela estaria defendendo sua irmã.

- Sua miserável fique bem longe da minha irmã, se você chegar perto de Lúcia mais uma vez eu te mato. - Alice tremeu ao ver o ódio nos olhos de Susana, ela já não parecia mais aquela menininha frágil. Chloe pegou o canivete e acertou o ombro de Susana, que caiu no chão de tanta dor, Chloe estava toda arrebentada e Alice além de um olho roxo, estava com o pescoço completamente vermelho. A diretora chegou  ao local e levou Susana, Chloe e Alice para detenção. Adivinhem quem ganhou a culpa de tudo? Susana. Depois que as meninas foram liberadas pela diretora Susana ainda ficou para contar toda a verdade, mas a diretora não acreditou na história do bullying e repreendeu Susana dizendo que se ela aprontasse de novo seria expulsa da escola. No dia seguinte Helen e Joseph foram chamados a escola.

Agora as meninas odiavam Susana mais do que nunca, elas juntaram todas suas seguidoras do colégio, incluindo os meninos do colégio ao lado para acabar com Susana de vez. É claro que elas não deixariam aquilo barato, mas também não usariam a violencia, agora usariam o piscológico de Susana, elas fariam os pais dela se decepcionarem mais uma vez com sua querida filha.

Três dias depois o inferno começou de novo.  Como sabiam que Susana era muito estudiosa, fizeram um bilhete falso dizendo que ela deveria se encontrar com a professora de Filosofia para ter uma chance de recuperar suas notas. Era sábado a noite e Susana mostrou o bilhete aos pais que a deixaram ir. Eram 20:30 da noite e Susana foi para a frente da escola esperar a professora, mas ela teve uma surpresa bem desagradável. Alice, Chloe e as meninas chegaram acompanhadas de outros garotos que traziam bebida e cigarro.

- Isso foi tudo uma armadilha não é mesmo? - Susana estava aflita pois os meninos estavam bebados.

- E você caiu como um patinho não é? - Chloe olhava ameaçadoramente para Susana.

- Sabe Susana e se em vez de Lúcia, seu irmão Edmundo pagasse pelo o que você nos fez. - Alice não estava brincando.

- Do que estão falando? - o desespero logo apareceu na voz de Susana e todos riram dela.

- Segurem essa idiota. Ela e o irmãozinho retardado terão o que merecem. - Obedecendo as ordem de Chloe Dois garotos seguraram Susana.

- Mas Edmundo não está aqui.

- Não sei se você se lembra mas acho que seu irmão tinha um compromisso com um colega também na porta da escola. É Susana acho que hoje não é o dia de sorte dos Pevensie. Saiba que os meninos do último ano darão uma surra inesquecível nele, assim como você fez conosco. Só espero que eles não tenham esquecido o canivete.

Susana chorou de tanto terror, ela tinha muito medo de que machucassem Edmundo, aqueles meninos eram maiores que Pedro.

- Não por favor não machuquem o meu irmão! façam comigo o que quiserem, podem me bater eu não falo nada.

Alice esbofetiou Susana. - Não fala nada? sua ordinária nos ouvimos muito bem você contando tudo a diretora, mas como você é burra. Nós somos ricas, nossos pais pagam uma fortuna para estudarmos aqui e você é só uma bolsista. - Alice apertava os pulsos de Susana bem forte.

- Alice tem razão Susana, além de nos agredir você contou nosso segredinho a diretora. Agora Edmundo também pagará, e fique muito contento por não ser Lúcia. Saiba que 5 garotos estaram contra ele, então seu irmãozinho não tem chances. Agora meninos e meninos vamos adiante com o nosso plano.

Um garoto acendeu um cigarro e colocou com brutalidade na boca de Susana.

- Fuma queridinha, seus pais vão ficar orgulhosos! - ao dizer isso o garoto enconstou de propósito o cigarro no pulso de Susana.

Susana chorava mas eles eram mais fortes que ela.

- Agora que tal uma bebidinha? - Outro garoto abriu uma garrafa de bebida alcólica e e fez Susana beber na marra, ele também jogou bebida nas roupas e no cabelo de Susana.

Susana tinha vontade de vomitar mas as meninas fizeram ela beber mais um pouquinho.

Para que todo o plano desse certo e Susana não tivesse como se limpar, eles decidiram levá-la até em casa no carro dos meninos. Amanda colocou cigarros nos bolsos de Susana. Eles buzinaram até que Pedro e Helen apareceram na janela. Eles deixaram Susana e foram embora as pressas. Só um garoto ficou para concluir o plano.

- Senhora sua filha foi a uma festa e bebeu demais, meus amigos e eu pedimos para que ela parasse mas ela não quis, então resolvi trazê-la para casa. Pensei que a senhora estivesse preocupada.

O coração de Susana já não mais espaço para tanta dor, e seu íntimo dizia que só ia piorar mas como? como poderia ficar pior?

- Obrigada por sua generosidade rapaz, mas agora Susana terá de pagar as consequências de seus atos.

Continua...