Nárnia Além Da Vida escrita por Pevensie


Capítulo 11
Um guerreiro entre as estrelas


Notas iniciais do capítulo

Não ficou muito bom, mas espero que vocês gostem, Beijos e feliz ano novo.



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Susana caiu sentada no sofá do quarto onde Ben estava hospitalizado, ar ela precisava de ar, estava sendo muito difícil respirar. Então Robert e Benjamim eram ligados a Caspian, talvez seja por esse motivo que Susana tenha achado graça apenas em Robert, nenhum outro homem a interessava e se ela tivesse de se casar seria com Robert.

- O que foi Susana? está se sentindo mal?

- Não - disse com dificuldade. - Só preciso de uma água.

- Tudo bem, eu vou buscar.

Susana tentava digerir a nova descoberta, então os mundos se cruzaram outra vez e Susana não se casou com o telmarino que queria, mais casou com outro. Isso significava que não importasse o motivo de qualquer forma Susana estaria ligada a Nárnia, mas seus pensamentos foram interrompidos pela chegada de Robert que voltou depressa com a água.

- Toma amor, eu trouxe um café também.

- Obrigada, meu anjo, me conte mais sobre sua família, eu sei muito pouco sobre seus pais. Esse Caspian o pirata, deve ser um parente bem distante não é? você disse que ela era um antepassado.

- Não, ele não era distante, ele era meu avô e me criou quando meus pais morreram, um tio distante que me contou essa história quando eu era pequeno e meu avô sumiu do nada, creio que ele só deve ter dito isso para que eu me entisse melhor. Meu avô deve ter morrido no mar.

Susana achou que era impossível Robert ser neto de Caspian I, pois ela conhecia Caspian X, e o pai deste já estava morto. Mas logo ela se lembrou que em Nárnia o tempo era diferente de seu mundo.

- E por que seu pai e você não se chamam Caspian?

- Ora mas por que deveríamos ser chamados assim também?

- Bom... é que o homem que Ben desenhou se chamava Caspian décimo. Você lembra o nome desse mundo que seu avô se perdeu.

- Não, eu já ouvi várias vezes mas não lembro. Acho que esse Caspian décimo deve ser desse tal mundo se ele existir. E Susana por que você está tão interessada nesse assunto, você odeia falar dessas coisas.

- Olha Robert, eu tenho que sair...

- Onde você vai? - já era tarde demais Susana saiu igual a um furacão.

Susana enquanto andava apressada no corredor esbarrou no policial Reynald.

- Senhor Reynald ainda aqui.

- Bom é que fui hoje ao trabalho de seu marido avisar que ele não poderia ir hoje, e vim avisar a ele que pode ficar tranquilo.

- Estou muito agradecida por tudo o que o senhor está fazendo por minha família.

- Não precisa agradecer senhora. A senhora vai sair? precisa de carona?

- Não se preocupe vou no carro do meu marido.

...

Em Nárnia...

Em uma montanha os narnianos estavam reunidos para um almoço, todos os dias eram especiais e sempre havia festa nesse mágico lugar.

- Você estava sumida, Lúcia senti falta de conversar com você. - disse Aslam.

- Eu estava por aí, quis ficar um pouco sozinha porque senti uma coisa estranha sobre Susana.

- Coisas muito estranhas estão acontecendo ao redor de sua irmã.

- Aslam você sabe o motivo de Susana ter esquecido Nárnia? você sempre esteve nos observando em nosso mundo.

- Não sei, nem sempre eu obeservava vocês, as vezes eu os deixava sozinhos.

- Mas você disse que estaria em nosso mundo.

-  Também gostaria de saber a razão do esquecimento de sua irmã. E tenho medo de descobrir a causa.

- Por que Aslam?

- Por que se sua irmã não tiver um bom motivo para esse esquecimento, se for por motivos fúteis como vocês disseram, ela não poderá ficar aqui e deverá ser entregue a Tash.

- E se Tash a tiver em suas mãos para onde ela vai?

- Nem queira saber Lúcia, nem queira saber.

Uma canção narniana começou a ser tocada, e em todo o momento Pedro queria convidar Lilian para dançar e declarar seu amor a ela de uma vez, mas não tinha coragem, ainda mas por todos estarem por perto não ficaria bem. Mas era mais forte que ele e foi atrás de sua felicidade.

- Quer dançar comigo Lilian?

- Não Pedro!

- Mas por que não?

- Porque todos verão, e não ficará bem para mim, muitos ainda acham que estou casada.

- Mas somos amigos.

- Chega desse mas Pedro, não me incomode mais ou ficarei aborrecida com você.

- Então tachau!

Liliandill foi para perto de Caspian IX, Caspian X e seu pai que conversavam.

- Olá para todos. - ao cumprimentá-los deu um beijo em seu pai que não sabia de nada sobre a separação.

- Filha por que não dança com seu marido?

- Acho melhor não, pai.

- Que isso, dançem. - disse Caspian IX deixando seu filho chateado, pois sabia que ele e Lilian tinham terminado, mas como Ramandú não sabia de nada Caspian aceitou o convite para que a estrela não desconfiasse.

A música que Tirian e Rilian começaram a cantar, era a mesma que fizeram para o casal Suspian, Rilian achou muito estranho ver seu pai dançando com sua mãe já que ele sabia que a música era para Susana e ele. Pedro ao ver os dois dançando aquela música que ele adotou como sua e de Lilian, ficou com o coração partido e pensou que o antigo casal havia voltado, todo mundo parou de dançar ao vê-los dançando, pois muitos dos reis e nobres presentes eram descendente de Caspian e Liliandill, enquanto os dois dançavam os aplausos explodiram. Pedro ficou destroçado ao ver a alegria do povo, quando viram seus reis dançando pois muitos a maioria dos narnianos aprovavam Suspian e os telmarinos aprovavam apenas Caspian e a estrela. Pedro sentiu vontade de chorar, coisa que ele não fazia a tempos e foi embora da festa se sentindo muito mal, pois sua amada prefiriu dançar com um homem que não lhe dava valor a ter que dançar com o único homem que a amou de verdade.

...

Susana foi para o cemitério, pois ela tinha algo importante a fazer. Ao chegar em frente ao túmulo de Lúcia, Susana se lembrou de uma coisa que disse e precisava consertar. ´´- Pelo menos eu não finjo uma maturidade que não existe e isso não jeito de tratar a rainha destemida!     - Pedoe-me majestade agora me lembro de tudo perfeitamente você é rainha sim, a rainha dos lunáticos...´´

Após essa lembrança Susana se ajoelhou em frente ao túmulo de Lúcia, em gesto de reverência.

- Pelos brilhantes mares do ocidente, rainha Lúcia a destemida. - e pousou uma gardênia sobre o túmulo de sua irmã.

- É uma pena que só agora eu fui reconhecer sua nobreza Lúcia! eu tive que vir pedir perdão de novo, pois agora sei de toda a verdade, você sempre esteve certa sobre Nárnia desde a época do guarda roupa, quando eu fui a primeira a desacreditar em você por isso, eu sempre duvidei muito das coisas como a profecia, senhor Tumnus, a guerra contra Jadis, o nosso regresso a Nárnia, o reaparecimento de Aslam, sobre tudo o que meus olhos não podiam ver eu sempre duvidei.

Susana após se certificar de que não havia ninguém por perto, abriu seu vestido e seu sutiã revelando a marca N em seu seio.

- Isso Lúcia, será meu memorial de Nárnia, para que quando o tempo passe eu não esqueça de novo.

...

Em Nárnia...

Enquanto Pedro caminhava relutante, ainda pode ouvir o pedido dos narnianos e telmarinos: Beija, beija, beija... - Pedro pensou que Liliandill recusaria beijar Caspian, mas não foi isso que aconteceu, Caspian deu o beijo mais apaixonado que pôde em Lilian que retribuiu bem relutancia. Pedro já tinha aguentado mais do que podia e deixou pela primeira vez lágrimas rolarem por uma mulher, a mulher que ele amava mas ele viu que não seria tão fácil conquistá-la e como muitas pessoas em nosso mundo, Pedro descobriu que o amor dói. Rilian quando o procurou com o olhar e viu que estava indo embora, ficou triste pelo amigo e percebeu que seria difícil convencê-lo a lutar por sua mãe. Quando Caspian se separou do beijo, percebeu que a única mulher que ele realmente amava era Susana, até mesmo o beijo rápido que ela lhe deu na despedida e o beijo que ele sentiu mesmo não estando com ela, eram os únicos que ele queria sentir pois era de amor verdadeiro, e quando amamos uma pessoa podemos, receber milhares de carícias e centenas de beijos, mas um único e simples olhar da pessoa que desejamos vale mais do que tudo isso e todas as jóias de Tashbaan. Lilian mais uma vez percebeu que seu marido não a amava, e que as simples palavras de Pedro aqueciam muito mais o seu coração do que todos os beijos e momentos que ela teve com seu marido. Lilian agora sentia vontade de dançar com Pedro, mas ao olhar em volta não o encontrou e ela decidiu que deveria compensá-lo de alguma forma e que mais tarde o procuraria.

Susana conversou um pouco com Pedro e Edmundo, depois disso ela foi para uma praça que ficava perto dali, pois não queria pensar mais em tragédias e nem em Nárnia, mas só por enquanto porque ela ficava muito angustiada só em pensar que não estava em Nárnia e ela nem fazia ideia de como ir para lá. Mas era muito difícil não pensar em Nárnia porque bem ao lado de Susana havia um ermo de um lampião, que a fez sorrir imediatamente. Então Susana ainda precisava ter certeza de que Nárnia era real, não que ela duvidasse mas sabe quando uma pessoa morre e demora cair a ficha, o mesmo era com ela, Susana sabia que Nárnia existia não tinha mais dúvidas  flor de fogo e a trompa eram as provas mas tinha algo que ela queria saber. Susana pegou o carro de Robert e parou em frente a um clube onde se pratica esportes, ela preencheu uma ficha e foi se preparar para uma pequena aula de arco e flecha.

- A senhora tem alguma noção sobre o esporte? já pratica? - perguntou o instrutor.

- Tenho uma noçãozinha sim, mas não sei se sou muito boa nisso.

- Quer mostrar o que sabe?

- Se o senhor se afastar só um pouquinho ficarei muito grata. -  Susana queria saber se ainda era a mesma arqueira de antes ou se sua abilidade havia enferrujado.

- Se a senhora conhece os princípios básicos tudo bem, aí estão os alvos, estão muito distantes se a senhora quiser chegar mais perto.

- Não, não precisa. - Ao dizer isso Susana se afastou mais, bem mais, afastou muito e o professor achou que ela estava doida, pois nem profissional era. Ele ficou com medo de que ela acertesse alguém ou se machucasse.

- Senhora Pevensie aqui a aljava, use quantas flechas quiser.

Susana mirou o alvo que estava muito distante e para a surpresa do professor ela acertou, e ao acertar o primeiro Susana acertou outro e mais outro e mais outro bem no meio do alvo, e enquanto mais acertava mais rápido Susana atirava, e foi assim de alvo a alvo. Susana pegava as flechas com muita rapidez e atirava com muita precisão, não havia alvo que ela errasse, o professor estava encantado pois nunca vira alguém atirar tão bem quanto ela, nem ele era tão bom quanto ela. Todas as pessoas que praticavam o esporte e participavam de olimpíadas, precisavam de tempo, silêncio, muita calma e atenção mas para Susana nada disso importava, enquanto ela acertava os alvos imaginava as guerras e os inimigos em que ela acertara em Nárnia, mais o que a deixava  mais feroz com aquele arco na mão  eram os fantasmas que assombravam sua vida em todos esses anos, a cada decepção, a cada dor, a cada perda, a cada solidão, era uma flecha que Susana acertava. Mas depois de acabar com todos os alvos Susana largou o arco de lado e resolveu lançar as flechas com as próprias mãos e não deu outra acertou tudo em uma velocidade inesplicável, o instrutor não aceditou no que viu e decidiu que contrataria Susana, ele a tornaria a maior arqueira da Inglaterra contanto que ela trouxesse muitas medalhas nas olimpíadas, mas isso não importava para Susana e ela foi embora tendo certeza de que a rainha Susana a gentil ainda morava dentro dela.

Enquanto retornava para o hopital Susana não deixava de pensar no quanto ela desejava voltar a Nárnia, e principalmente no quanto ela queria ver Caspian de novo, tudo aconteceu tão rápido que ela não teve muito tempo para pensar nele e agora tudo o que ela mais queria era estar com ele de novo, Susava lembou de cada detalher da visita de Caspian a sua casa enquanto dirigia. Quando se deu conta Susana estava parada com seu carro em cima de uma trilha de trem, e foi aí que as lembranças ruins vieram, Susana nunca mais viajou de trem desde que sua família morreu e estar ali a fazia se sentir muito estranha, e ela ficou perdida em seus pensamentos até que... bom, um trem se aproximava e bem de longe Susana pôde contemplá-lo mas ela não tinha a menor vontade se sair dos trilhos, quem sabe se ela não tentasse se salvar ela poderia ir para o país de Aslam sem problemas afinal ela não estava se matando, estava apenas omitindo sua própria morte. O trem vinha de longe e não percebeu a presença de Susana, que viu aquilo como uma oportunidade de ir para o lugar que almejava. Nossa rainha não tinha mais a menor vontade de viver, e viu que teria o mesmo fim de seus irmãos, Susana desligou o motor do carro para não fraquejar e sentir vontade de recuar, era muito estranho esperar sentada pela própria morte que se aproximava e Susana não movia nenhum musculo para se livrar do que estava por vir, o trem estava tão perto que  Susana pôde sentir o vento da morte que ele trazia consigo, mas era o que ela queria, ela queria ver sua família de novo e finalmente viver uma grande história de amor ao lado de Caspian e disso Susana não abriria mão por nada. O trem estava muito, mas muito próximo e Susana fechou os olhos esperando o que viria a seguir.

Além da Vida/Paula Fernandes

Sentimento vai

Além da vida pra dizer

Que nunca é tarde pra tentar

Um grande amor então viver...

Já fui ferido, também chorei posso entender

Mas esse amor além da vida vamos viver

Eu já fui teu sol, fui teu luar

Dei tudo de mim pra te convencer

Que eu sou o amor e parte de mim

Pertence a você...

Mil vidas de amor pra continuar

Tentar ser feliz sem fazer sofrer

De volta ao que eu sou

Eu renasci pra te merecer...

Ao ouvir o barulho que quase anunciava sua morte Susana se lembrou de uma coisa: Benjamim, o que seria de seu filho se ela se fosse? Susana não poderia ser tão egoísta assim, se ela se matasse Benjamim seria infeliz como Robert foi quando seus pais morreram. Susana prometeu a Benjamim uma vez quando ele sentiu medo de madrugada que nunca o deixaria sozinho, e ela também há um dia atrás prometeu que faria o que o filho quisesse contanto que ele fosse forte e sobrevivesse, depois de lembrar de Nárnia Susana prometeu a si mesma que depois daquela promessa que ela esqueceu, ela jamais quebraria outra e não era justo, para ter sua família de volta deixar sua outra família sozinha, ela era tudo o que Benjamim e Robert tinham e mesmo que essa família fosse pequena, essa era a nova família dela e eles eram felizes juntos. Susana rapidamente ligou o carro de novo e quando ia colidir com o trem ela acelerou e salvou sua própria vida tirando um peso de suas costas. Susana encostou a cabeça no volante pensando no quanto ela seria covarde consigo mesma e cruel com seu filho se tivesse seguido com seu plano. Será mesmo que Susana conseguiria ir para o país de Aslam se tivesse se matado? te digo que não caro leitor, se isso tivesse ocorrido Susana seria entregue a Tash e seria lançada em um abismo de lodo e enxofre onde passaria a eternidade sendo atormentada pelo deus carlormano. Susana tremia dos pés a cabeça quando a imagem de Tash veio em sua mente, de que adiantaria tudo o que ela passou em Nárnia, todas as guerras, de tudo o que ela sofreu quando esqueceu esse Nárnia e agora que ela lembrou, estaria entregando sua alma de bandeija a Tash. O caminho para o país de Aslam era muito mais fácil do que ela pensava, o primeiro passo era recordar, o segundo era reconhecer o erro, o terceiro era se arrepender, mas não bastava só isso, ela precisava de um bom motivo para justificar seu esquecimento e isso seria muito difícil. Quando Susana foi chegou ao hospital foi direto falar com Ben que já estava acordado.

- Mãe você voltou!

- Só pra você meu amor, eu voltei só para você.- disse a rainha abraçando seu filho.

- Quando eu vou embora mãe?

- Eu não sei amor, mas enquanto estivermos aqui vou te contar muitas histórias.

- Sobre o que?

- Sobre a história mais fantástica do mundo. Sobre quatro irmãos que passam por um guarda roupa e vivem suas maiores aventuras, aventuras que só há em um lugar muito distante daqui chamada Nárnia.

Robert fica surpreso ao ouvir Susana falar sobre Nárnia para Ben, ela não acreditava em nada disso e agora contava a história detalhadamente ao seu filho com a maior convicção do mundo. Robert percebeu que ela já estava muito estranha, vivia tensa, nervosa, agitada e perguntou tanto sobre os telmarinos e no mundo que eles encontraram como se acreditasse, não que Robert não acreditasse nessa história, ele tinha suas dúvidas mas adoraria se fosse verdade. Bob ficou sentado observando Susana enquanto ela contava as histórias sobre Nárnia, havia tanta certeza na voz dela, Susana estava narrando muito bem esta história para alguém que só lembrava muito pouco das brigas com os irmãos, a também ela não suportava falar de nada que se referisse a estas histórias pois a machucavam mas agora falava de tudo como se realmente tivesse vivido tudo o que dizia.

- Foi aí que esses irmãos conheceram Caspian X, Ben seu herói.

- Eles o conheceram assim como eu mamãe?

- Sim, e a mais velha das meninas se apaixonou perdidamente por ele.

- E eles se casaram e foram felizes para sempre não foi mãe?

Susana ficou um pouco triste. - Não Benjamim, eles nunca puderam ser felizes pois ela teve que voltar ao seu mundo e deixar seu amor com o coração partido, e ele se mantém partido até hoje.

- Quem sabe um dia eles fiquem juntos de novo.

- Você gostaria que eles ficassem juntos Benjamim? e se essa moça fosse sua mamãe você gostaria que eu me casasse com outro que não fosse o seu papai?

- Eu adoraria vê-los juntos. - disse Ben sussurrando para Bob não ouvir. - O papai ficaria bem, eu adoraria que você se casasse com meu herói mamãe, eu tenho certeza que ele iria gostar de você, você é muito bonita e ele também afinal eu continuaria sendo filho do meu papai.

Susana  sentiu um alívio muito grande quando seu filho lhe disse isso, um peso saiu de sua cabeça, e se ela pudesse viver esse amor com Caspian seu filho não seria um impedimento, mas e Robert o que ela faria com ele? Susana precisava afastá-lo dela para sempre, ela precisava fazer com que Robert desistisse dela de uma vez por todas. E ela prosseguiu com a história e assim foi, contou tudo em três horas para Ben que queria ouvir mais e mais.

- É uma pena mãe que isso é só um conto de fadas, porque não é só uma historinha para garotinhas, além de ter rainhas há também grandes guerreiros, até as rainhas são guerreiras. Pena que tudo isso não é verdade.

Voltando a Robert que ouviu tudo desde o começo, reparou umas coisas: Susana mencionou o nome Caspian X na história, ela ficou tão interessada nesse assunto dos telmarinos, e segundo Susana falou com muita convicção e deixou bem claro que foram ela e seus irmãos que viveram tudo aquilo, então Robert teve a certeza absoluta de que Susana havia se lembrado de Nárnia.

- Benjamim esse é um conto de fadas real, esses reis são mais próximos de você do que você imagina.

- Ah mãe não me engane, você sabe que isso é impossível.

- Você está até parecendo comigo hein, pensei que você acreditava nessas coisas.

- Eu acreditaria se você não falasse o tempo todo que isso é mentira.

- Mas agora eu digo que é verdade! e sabe quem são esses reis?

- Não.

- Seus tios e sua mãe! você não percebeu nada filho? o fato de sermos quatro, morarmos em Finchley.

- Mamãe você então é a rainha gentil?

- Sim amor é isso mesmo.

- Você não pode provar isso mamãe.

- Eu posso sim. Você pode me dar a bolsa que está aí no sofá Robert? - disse Susana olhando fixamente nos olhos azuis do marido.

- Então era tudo verdade Susana? seus irmãos estavam certos não é isso?

- Sim Robert, era tudo verdade e só me dei conta disso hoje a noite.

Susana puxou a trompa mágica, a mesma trompa que relatou na história para Ben e Bob. Os dois ficaram impressionados ao verem que o que ela dizia era verdade. Susana fez Ben passar os dedos sobre o leão esculpido e Robert se aproximou para fazer o mesmo.

- Agora estamos unidos por esse segredo. Vocês acreditam no impossível?

- Sim! - disseram os dois com convicção.

Robert ficou muito feliz e empolgado com tudo isso, o mesmo aconteceu com Ben. Agora eles deveriam arrumar alguma forma de encontrarem o caminho para o país de Aslam.

- Por favor mãe, eu quero ir embora logo!

- Eu sei como te tirar daqui filho.

- Mas Susana Benjamim ainda está ferido.

- Você disse que acredita em Nárnia não é mesmo Bob?

- Sim eu acredito, mas como isso vai ajudar o Ben?

- Lá em casa há uma flor mágica de Nárnia, que cura qualquer ferida.

- Acho que já sei que flor é essa!

- É essa sim Robert.

- Eu sabia que ela era especial mãe.

Em pouco tempo Robert voltou com a flor, Susana pegou água e fizeram um suco com a flor. O sucesso foi imediato, Benjamim não sentia mais dor, a maior parte dos ferimentos foram cicatrizados e o médico sem entender esse milagre, deu alta a Benjamim. O caminho para casa foi perfeito pois Susana contava a eles todos os detalhes e respondia suas perguntas, ela também lhes contou sobre os sonhos que a fizeram se recordar de tudo. Ao chegar em casa eles foram para o quarto e viram o terrível estado das coisas de Susana.

- É mãe parece que você terá de renovar todo o seu guarda roupa.

- Acho que não Benjamim, talvez a gente encontre o caminho para o país de Aslam mais cedo do que imaginemos. - disse Robert boquiaberto, com o estado de seu quarto.

- Ben por que você não nos conta como foi com Caspian X, no país de Aslam.

...

No país de Aslam...

Já havia anoitecido e Pedro caminhava sem parar pela areia do mar, a festa já tinha acabado mas Pedro não sabia e nem queria pensar nisso agora, ele só recordava os bons momentos ao lado dela, e do beijo que ela deu em Caspian na frente de todos. - Se os dois não anunciaram em público era porque desejavam voltar a viver juntos. - pensava o rei com tamanha tristeza. Pedro não sabia que o amor doía tanto quando não era correspondido, agora ele entendia a agonia de sua irmã e sua alma doeu ao se lembrar por quantos anos Susana sofreu por Caspian. Agora o mesmo iria acontecer com ele e seria muito pior porque ele sempre a veria com outro. Caspian que se dizia tão enamorado por sua irmã, não teve nenhuma resistência ao beijar Liliandill, e ela se agarrou ao pescoço dele acariciando os cabelos do eterno príncipe para o desgosto de Pedro. Pedro usava uma roupa toda branca e bem confortável, ele se livrou dos calçados para caminhar melhor pela praia, os olhos do grande rei estavam cheios de água e em seu peito havia muita aflição. O céu estava muito estrelado o que não era bom para ele, pois isso só o faria pensar nela por isso ele resolveu caminha fitando apenas o chão, até que... esbarrou em alguém que também estava distraído, ou melhor distraída.

- Liliandill! - disse Pedro quase sussurrando. E lá estava ela linda como sempre, Lilian sempre usava vestido azul ou branco e hoje ela usava um pouco dos dois que realçavam sua beleza e o azul de seus olhos.

- Pedro, o que está fazendo aqui? você saiu da festa tão cedo, poderíamos ter dançado.

- Acho que eu te pedi, mas você recusou e afinal você estava muito ocupada com seu marido e foi lindo o beijo dos dois. - disse Pedro com amargura na alma.

- Ah isso foi só teatro, os outros não sabem de nada ainda e meu pai ficaria desapontado se soubesse tudo daquele jeito. Mas no final da festa contei tudo a ele, e graças a Aslam ele aceitou.

- Que bom para você, mas agora eu preciso ir, já são meia noite.

- Espera Pedro! - Ao dizer isso Lilian segurou as mãos de Pedro, que se surpreendeu com o gesto da estrela.

Ele deu um passo para trás parando bem em frente a ela. - O que foi? precisa de algma coisa?

- Preciso sim. Preciso de você! - Por que Lilian tinha que brincar com Pedro desse jeito?

- Não entendo.

- Voa comigo pelas estrelas. Fique comigo, me dê sua mão vamos passear pelo universo, afinal ainda não tivemos nossa dança e ela precisa ser especial e nada melhor do que voar no céu em uma noite tão linda quanto essa.

Ela pegou as duas mãos de Pedro e as apertou entre as suas. Seus corpos se uniram e Pedro ardeu de paixão ao perceber que estava levantando o voo com a mulher que ele amava. Quem nunca sonhou em voar com a pessoa amada, em uma linda noite estrelada em que o céu estivesse meio roxo e que houvesse uma lua enorme dando a impressão de estarem fora do planeta? Ah isso aconteceu a Pedro e a Lilian os dois se uniram ainda mais para que pedro não caísse. Para Pedro valeu a pena ter que esperar pela dança, pois agora ele estava literalmente nas nuvens, ele encostou sua cabeça na testa de Lilian e eles não conseguiam parar de olhar fixamente um para o outro, até as estrelas dançavam em torno desse amor e pareia que todo o universo havia conspirado para aquela união. A unica música que tocava era o som dos grilos, a respiração de ambos que estavam tão ofengantes quanto as batidas  do coração dos dois. Pedro não conseguia deixar de mirar os lábios de Liliandill e ele sabia que não aguentaria se segurar para sempre, mas ele nunca mais queria sair dali.

- Lilian. - disse o rei acariciando o rosto da amada.

- O que foi Pedro, não está gostando de ficar aqui?

- Não, não é isso. É que eu não quero que acabe nunca mais.

- Esse é a melhor noite da minha vida.

- Eu posso fazer todas as noites serem iguais se você quiser.

- Não diga mais nada Pedro, só fique bem perto de mim. As palavras... elas podem estragar todo o encanto até mesmo da mais bela noite de luar.

- E se elas forem verdadeiras e completamente apaixonadas?

- Você disse que não conhecia o amor, mas fala como um verdadeiro poeta.

- Eu não conhecia o amor, mas tudo mudou. Quando eu te conheci, eu conheci le também. E é muito doce, e não a deixarei escapar por nada eu demorei muito para te encontrar e não vou te deixar assim tão fácil.

- O... o que voc.. você quer dizer com isso. - A estrela não conseguia falar direito.

- Eu quero dizer o que você sempre quis ouvir, e o que minha boca anciava dizer a muito tempo.

- O que? - disse ela quase suplicando.

- Eu te amo... Lilian, eu te amo e quero me casar com você. - Pedro estava prestes a beijá-la. Mas Lilian perdeu o controle do voo e eles cairam, ele por cima dela e lhe presentiou com o que ela mais desejava. Pedro olhou profundamente para os olhos de sua amada, ela estava completamente imóvel debaixo dele, Pedro foi se aproximando devagar com a boca enquanto Lilian fechava os olhos, até que... nada mais pôde impedir o que o rei pretendia fazer, finalmente seus lábios se encontraram e Pedro pôde sentir toda a douçura do amor em um beijo maravilhoso que foi correspondido por Lilian que não tinha a menor reação. Eles frearam o tempo, e fizeram crescer ainda mais todo o sentimento que estava guardado em seus corações, Pedro procurava nos lábios de Lilian o amor e ele pôde encontrar. Estava tudo tão perfeito e Pedro soube que esse era o primeiro de muitos e ficou ansioso pelos próximos que viriam mesmo sem motivo. Lilian morria devagar nos lábios de seu amor e lentamente perdia a consciência, ela encontrou, sim encontrou o amor de sua vida, o amor que ela achou que nunca viveria. Pedro se afastou devagar e deu o melhor sorriso que ele tinha, um sorriso que nem ele conhecia, o sorriso de amor. Lilian ficou muito confusa, ela tinha medo de se machucar, e ainda teve medo de não conhecer bem seus sentimentos. Ela empurrou Pedro com força e este ficou muito assustado com a atitude da estrela, ele não esperava isso, ele esperava  a confissão dela.

- Lilian o que foi? o que eu fiz de errado?

- Nada Pedro, não é nada por favor me deixe em paz.

- Como assim, eu não estou te entendendo, acabamos de ter o melhor momento de nossas vidas e você me mandar te deixar?

- Não me procure mais por favor, vamos esquecer tudo o que aconteceu entre nós dois.

Pedro segurou Lilian pelo pulso. - Eu não te entendo Lilian, e não vou te deixar em paz eu te amo e você me ama também.

- Você confundiu as coisas Pedro, eu não queria te magoar mas você não significa nada para mim, eu já tenho a minha vida e foi um erro ter começado essa amizado com você.

- A... a... amizade? do que você está falando Lilian? - Pedro estava desesperado, não era isso que ele esperava, o pavor tomou conta de sua voz e todo seu ser. - E tudo o que vivemos nesses poucos dias, como ficamos?

- Não ficamos nada Pedro, esses dias, tudo isso que nós sentimos é apenas uma pequena atração.

- Não é verdade Lilian, e suas palavras e seus gestos? você me ama e já provou isso.

- Não Pedro, eu não te amo. - Mentiu a estrela, ela o amava muito, mas tinha muito medo de se ferir ela viveu toda sua vida ao lado de Caspian e trocá-lo assim poderia ser precipitado, quem sabe se ele também esquecesse a Susana, e os dois pudessem voltar a ser como era antes. Lilian sentia medo, medo de não dar certo e sofrer como seu marido por um amor impossível, e fazer Pedro sofrer também. Ela precisava de tempo, precisava pensar e era melhor fazer isso longe de Pedro para ter certeza de seus sentimentos.

- Como você não me ama Lilian não minta pra mim? - Pedro não conseguia esconder sua dor e desatou a chorar, ele estava completamente perdido e sem chão, aquilo foi o golpe mais duro de todos.

- Eu sinto muito Pedro, mas me deixe e não me incomode mais, eu não quero te ver de novo é melhor você me esquecer de uma vez. Eu não posso fazer nada se não te amo. - a estrela saiu correndo e Pedro se jogou no chão de joelhos implorando que ela voltasse.

- Não Lilian, não... não vai... - chorava o rei com o maior desgosto do mundo, aquele doce sabor que ele sentiu há poucos minutos havia se tornado um amargo féu. Mas Pedro sabia que ela podia voar, e se não foi embora voando era porque queria que ele fosse atrás dela, e Pedro foi detê-la. Ele a alcançou e a segurou pelo braço.

- Lilian por favor, vamos conversar não vai assim, eu te amo se você pediu que eu ficasse é porque me ama também.

- Será que você não entende Pedro, eu não posso... eu não quero. Ele balançou a cabeça em sinal de negação, o rei estava inconformado com o que ouvira, mas se ela não queria ele não poderia forçá-la.

E ela se foi o deixando só, Pedro mais uma vez se ajoelhou no chão lamentando do fundo de sua alma.

- Não pode ser verdade! - repetia ele. - é tudo mentira, isso é só um pesadelo. Ele encostou seu rosto na areia deitando-se sobre ela. Mas Aslam que secretamente sabia de tudo chegou para fazer companhia ao seu querido amigo.

- Pedro, não chore mais meu filho!

- Por que dói tanto Aslam? eu pensei que ela me amava e ficaríamos juntos para sempre.

- Nem tudo é como a gente quer filho! as vezes temos saber perder.

- Por que é tão difícil Aslam, eu sei que nunca vou superar isso, nunca poderei aceitar.

- Isso não é verdade Pedro.

- Como não, então me fale sobre Caspian e Susana.

- O amor deles é profundo Pedro.

- E o meu não é? - disse o rei com ódio de si mesmo.

- É Pedro, mas só você sente isso, eu sinto muito se você não é correspondido.

- Antes eu não sabia o que seria de mim, mas agora sei que sofrerei muito pelo resto da eternidade. Como eu fui tão burro Aslam? por que me deixei enganar desse jeito? o meu coração me traiu. Eu não podia ter deixado isso acontecer.

- Mas aconteceu, Pedro e agora você não poderá voltar atrás. Só duas coisas a se fazer: ou você fica bem longe dela e a esquece de uma vez, ou tenta lutar por esse amor e dê tempo a ela Pedro, talvez ela só precise disso.

- E enquanto ela pensa eu fico aqui sofrendo é isso que você quer?

- A escolha foi sua Pedro, você escolheu Lilian para amar. Parece que na sua família é sempre assim vocês sempre escolhem o amor mais difícil, primeiro com Susana, depois Lúcia e agora você, espero que o mesmo não aconteça a Edmundo.

- Me desculpe Aslam, você não tem culpa se eu me apaixonei sozinho.

- Adeus Pedro.

Pedro foi para casa, estava cheio de areia e nem se importou em tomar banho, Edmundo dormia, e ele chorou a noite toda em frente a janela da tenda olhando para o céu estrelado e pensando nela, a mulher que destruiu seu coração.

Creo que me enamore solo / Luis Fonsi

Sabes que eu creio que me apaixonei

Que somente uma semana bastou para enlouquecer

Seu sorriso se confundia com a brisa

Essa terna olhada sensível, só assim me confundia

Você me disse que eu era especial suas mãos se achegaram

E eu aqui sonhando, aqui sofrendo

Eu creio que me paixonei sozinho...

Sozinho em minha casa pensando em você

Escrevendo uma canção

Vendo como cai a noite, sonhando com teu amor amor

Como um menininho sozinho

Que jeito de olhar meu coração recorrendo a minha ilusão

Me sentindo tão só amor, porque eu creio que me apaixonei sozinho...

Pouco a pouco, fui entendo que minha vida

Se afastava de suas ilusões ao crer que eu a tinha

Pouco a pouco fui entendendo que me queria como amigo

E eu aqui sonhando, aqui sofrendo por que eu creio que me apixonei sozinho..

Com cada respirar eu a recordo

Cada movimento em minha vida necessita dela

E sigo aqui chorando, recordando sua linda cor

Hoje eu descobri toda a dor...

E nosso grande rei adormeceu na janela com sua grande dor, a noite foi cruel para ele e o jovem rei sonhou com uma poesia que sua irmã havia escrito sobre a dor do amor que ela nutria por Caspian

O amor é tortura

Lenta e avassaladora

Generosa e cruel

Infinita e fiel.

by Bárbara Pevensie

Para Susana a noite foi perfeita, ela se sentia em paz depois de muitos anos. Ela não falou nada sobre sua tentativa de suicídio, durante todo o resto do dia Benjamim, Robert e ela falaram sobre Nárnia. Os três estavam tão felizes com a descoberta que resolveram dormir todos juntos para a alegria de Ben, e puderam falar sobre Nárnia até o sono vir. Mas ainda havia um grande problema para Susana: se ela continuasse com Robert não poderia ficar com Caspian, mas e se ela terminasse com seu marido e nunca encontrasse o caminho para Nárnia? essas dúvidas permaneceram na cabeça de nossa rainha até o sono pesar-lhe os olhos. 


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Notas finais do capítulo

É Bob e Ben, são parentes de Caspian mas isso só provará que os telmarinos tem bom coração. Feliz ano novo.