Para Katniss escrita por Tatá Mellark


Capítulo 53
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei mais que o previsto para vir, mas isso já virou costume '-'
Começo por agradecer todos que se disponibilizaram em ler essa minha primeira aventura na escrita que se estendeu por dois anos e me ensinou muito. Obrigada por todos os comentários, mps e recomendações, cada palavra significou muito para mim; cresci muito com essa fic, aprendi a ser mais atenta e cuidadosa com o que escrevo e como é prazeroso torturar e frustrar meus leitores (kkkkk brincadeirinha). Enfim, agradeço pela paciência e por acreditarem na estória, mesmo que eu tenha ido por caminhos que não agradaram a todos...
Espero que gostem do capítulo, pois será realmente o último.
LEIAM AS NOTAS FINAIS, POIS SERÃO AS ÚLTIMAS ;S



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/302932/chapter/53

Pov Katniss

Vestido? Ok. Cabelo? Ok. Sapato? Ok... Ainda parece que estou esquecendo algo... Droga, a maquiagem! Como que eu posso sair para o baile que marca o fim da minha vida de colegial sem nem me maquiar?!

Certo, provavelmente eu esteja surtando um pouco, mas é uma noite importante, tirando que amanhã sairá o resultado do vestibular que fiz, infelizmente ainda não sei a hora que isso acontecerá. Então tudo que posso fazer é me arrumar para ir nessa festa com meu namorado.

Meu namorado... Ainda não parece real que finalmente tenho Peeta só para mim, que tudo que sofremos e passamos foi por culpa da mágoa que a mãe dele atribuiu a minha família, mas que finalmente podemos ficar juntos.

Está tão próximo de completar um ano da morte do papai e ainda dói tanto, mas o que me magoa mais é saber que o inquérito do acidente ainda não foi concluído, meu pai ainda é acusado de ter matado aquelas pessoas... Saio dos meus devaneios quando escuto uma leve batida na porta e logo após a cabeça de minha mãe entrando por uma fresta.

– Katniss, está pronta?

– Não. Peeta já chegou?- pergunto apressando com a maquiagem.

– Ainda não, mas tem outras pessoas aqui que precisam falar com você antes que você saia.- diz ela parecendo nervosa.

– Quem?

– Os policiais.- sua resposta me pega de surpresa fazendo que derrube a sombra que estava passando.

– Er... Tudo bem. Desço em um segundo.- respondo e ela apenas concorda e sai.

O que eles poderiam querer aqui? A curiosidade me consome, contudo, junto a ela está o medo, a dúvida... Meu pai seria mesmo culpado de um acidente tão terrível? São tantas perguntas que me sufocam e decido que é melhor resolver isso de uma vez por todas.

Na sala encontro o chefe de polícia acompanhado de um outro policial fardado, minha mãe está em pé ao lado do outro sofá, provavelmente tão nervosa quanto eu e incapaz de se sentar.

– Boa noite. - digo parando na outra ponta do sofá.

– Boa noite, senhorita Everdeen, como sua mãe decidiu que falaríamos somente em sua presença, acredito que já possamos começar.

– Do que se trata essa visita?

– O caso envolvendo o finado senhor Everdeen está em sua etapa conclusiva e viemos para comunicar que com o auxílio de filmagens de uma câmera de segurança próxima a cena pudemos chegar a verdade do que aconteceu naquela noite. - diz o chefe de polícia de forma calma, mas o ar foge de meus pulmões de forma involuntária quando ele termina de falar.

– E qual é a verdade?!- manifesta-se pela primeira vez minha mãe.

– Nas filmagens é possível ver o carro do senhor Everdeen se aproximando em uma velocidade considerável...- começa fazendo com que meu coração se aperte dentro do peito- Entretanto, também nos deu uma visão nítida da senhora Mags vindo pela calçada e sendo abordada por um homem que tentou roubar sua bolsa, reagindo ao assalto a senhora Mags entrou em um "cabo de guerra" com o ladrão, indo assim parar na pista no momento em que o senhor Everdeen passava então causando o acidente que resultou na morte dos três. Sinto muito.

Parecia que o mundo estava girando rápido demais para que eu pudesse acompanhar e estou absolutamente tonta. O chão saiu dos meus pés e tudo que pude fazer foi cair no sofá. Não sabia como reagir a isso, feliz por meu pai não ser culpado? Triste por algo tão alheio a ele ter sido a causa de não só a sua morte como a da tia do Peeta também? Revoltada com a sádica ironia do destino?

– Katniss? - escuto a voz da minha mãe, mas parece distante demais dentre esse enevoado de sentimentos em que me encontro.- Fala comigo filha...

– Eu.. Eu estou bem.. Eu acho..- digo levantando o rosto para lhe encarar, ela também parecia perdida no meio daquilo tudo e nesse momento eu quis mais que nunca lhe abraçar e foi o que fiz.

Passei tanto tempo com raiva da minha mãe por não ter dado um depoimento para a polícia antes, por está trabalhando demais e ficando pouco tempo em casa, mas no fundo isso era apenas para ter alguém para direcionar a minha raiva, minha dor pela perda... Isso foi a maior idiotice que eu poderia ter feito, meu pai morreu e eu me mantive afastada da minha mãe, umas das poucas pessoas da minha família que tenho perto de mim, a pessoa que mais deve ter sofrido com a perda dele... Meu Deus, eu fui tão egoísta!

– Sei que o momento é realmente emocionante, mas ainda precisamos fazer algumas perguntas para vocês, se não for incomodar.- diz o policial em tom gentil.

– Tudo bem.- responde minha mãe se recompondo e sentando ao meu lado no sofá.

– Para o encerramento do caso estamos apurando alguns detalhes e precisamos saber se alguma de vocês sabem o porque do senhor Everdeen não está na festa, onde estava antes, no momento do acidente.

– Eu não tenho nenhuma ideia do que pode ter acontecido, eu não estava perto do meu pai na festa pelo menos meia hora antes do acidente... Eu estava dançando com meu atual namorado...- digo explicando meu ponto.

– Bem... Tem algo que eu preciso mostrar.- diz minha mãe se levantando e sumindo no corredor e logo voltando com o celular na mão.

– O que é isso, mãe?

– Na noite da morte do seu pai eu entrei em um estado de choque, eu não podia acreditar no que havia acontecido e logo depois as investigações começaram e vieram me fazer perguntas, mas eu não tinha como colaborar, não sabia mais nem porque continuar vivendo... Meu marido foi arrancado de mim, meu amor, meu coração, minha vida... Se Hazelle não me lembrasse que minhas filhas precisavam de mim eu não sei o que eu poderia ter feito.- diz ela de cabeça baixa apertando o celular com força.- Quando fiquei um pouco melhor comecei a pegar o máximo de plantões que consegui, ficar nessa casa me quebrava, dormir naquela cama sem o ter ao meu lado era um pesadelo... Foi quando mexendo no meu celular percebi que eu havia recebido um correio de voz, um correio de voz dele !

– Como assim? Meu pai mandou uma mensagem e você não falou nada antes por que?- questiono.

– Pensei que não seria útil nas investigações e estava certa. Mas também não queria expor que meu casamento com seu pai estava enfrentando problemas.- confessa.

– Problemas? Que tipo de problemas? Vocês sempre pareciam tão bem, nunca os via brigando ou nada assim...

– Não éramos de brigar mesmo, nos amávamos demais para isso, mas o ciúmes estava sendo um problema para nós naquela época.- confessa.- Nós passamos as semanas que antecederam o ano novo tendo algumas discussões feias, mas na noite estávamos bem. A festa estava ótima, não havíamos tomado ainda nem uma taça de champanhe toda quando o primeiro problema surgiu, ele tinha a mania de pensar que o pai do Peeta olhava de uma forma diferente pra mim, o que era ridículo e isso acabou causando uma briga muito feia entre nós no meio da festa. Não sei bem o que falávamos um para o outro, mas não eram coisas boas e românticas.- narra secando uma lágrima ainda sem olhar para ninguém.- No meio da briga eu disse algo como "se não confia em mim por que ainda está comigo?" então ele disse que talvez fosse melhor mesmo ele ir embora e eu motivada pela raiva concordei. Foi quando ele saiu da festa e eu fui ficar com Hazelle.

– Então foi por isso que ele não estava na festa na hora do acidente?- questiono ainda sem acreditar.

–Sim, filha...

– Mas tem uma coisa errada na história que acabou de contar, senhora Everdeen.- contrapõe o policial.- No momento do acidente o veículo de seu marido estava indo em direção a festa, não como se ele estivesse saindo de lá.

– Bem, acredito que a mensagem de voz explica pelo menos isso.- responde minha mãe selecionando mais alguma coisa no seu celular um segundo antes da voz do meu pai ocupar todo o cômodo.

"Oi, amor... Eu sei que fui um idiota com todo aquele ciúmes, mas é que eu te amo demais e pensar em te perder me tira do sério. Me perdoa, por favor! Eu me irritei realmente com os olhares do Mellark pra cima de você, sei que você nem notou, mas eu sim. Tudo bem que você está magnífica nesse vestido e qualquer um merecia a dádiva de te olhar e também aquela mulher dele deve ser a pior coisa do mundo, mas de modo algum poderia ficar quieto com ele te olhando de forma tão cobiçadora. E você o defendendo só piorou a briga, contudo, quem estava errado realmente era eu.

Eu saí com raiva dessa festa, não sei como não bati o carro ou algo assim. Dirigi mais rápido que nunca até em casa decidido a arrumar uma mala e sair de casa, nem que fosse só pra passar a noite em um hotel. Mas quando cheguei lá todos os meus possíveis planos foram por água a baixo quando passei pela sala e vi todos os nossos porta-retratos, as fotos com as meninas, a foto do nosso casamento, aquela de quando viajamos pra praia com seu irmão e a família dele... Eu percebi que estava sendo estúpido de está longe de você nessa noite tão especial, de termos brigado por algo tão insignificante comparado ao quanto eu te amo, o quanto amo o que construímos, o quanto amo a nossa família.

Me perdoa amor por ser um idiota as vezes, por agir como um burro por medo de te perder e quase te perder exatamente por isso! Eu te amo muito, nem sei porque estou mandando essa mensagem já que vou repetir isso tudo quando chegar ai, sei que você nunca olha suas mensagens de voz... Mas de toda forma quero que isso fique registrado aqui: EU.AMO.VOCÊ! Amo nossas filhas e vou sempre dar o meu melhor por nossa família!

Mas até que foi bom eu ter voltado pra casa, nós esquecemos a luz da sala acesa.- disse e soltou sua costumeira risadinha- Já estou voltando pra você, amor, e não se preocupe pois nunca mais vou sequer pensar em te deixar."

Quando a voz do meu pai sumiu a sala ficou em um silêncio palpável, sequer percebi as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Os policiais pareciam desconfortáveis diante de um momento tão familiar, mas a única reação que me chamou a atenção foi a forma que a boca da minha mãe balbuciava tudo que meu pai disse na mensagem. Quantas vezes ela teria escutado essa mensagem?

–Er... Acredito que a senhora estava certa, essa mensagem não faria muita diferença nas investigações, mas foi boa para se justificar a ausência dele naquele momento da festa.- disse o chefe de policia o mais sutil possível.- Nosso trabalho aqui já foi feito, ainda temos que passar na casa dos Mellark hoje. Obrigado por nos receber, até mais.

– Eu acompanho vocês até a porta.- digo no automático guiando-os e fechando a porta após sua saída.

– Filha... Desculpe por não ter te mostrado antes, mas era tão difícil...

–Tudo bem, mãe. Eu entendo, a morte do papai não foi fácil para ninguém, todas sentimos sua falta.

– Eu sei... Eu me sentia tão culpada por o ter feito saído da festa...

– A culpa não foi sua, assim como o acidente não foi culpa do papai, foi tudo um grande e fatídico acaso...- digo sentando ao seu lado no sofá e abraçando-lhe os ombros.

– Acho que você está certa...Mas agora você tem que subir e terminar de se arrumar! Logo o Peeta vai chegar e acho que você vai ter que começar do zero sua maquiagem.- diz me apertando mais conta si e enxugando meu rosto ainda marcado pelas lágrimas de agora a pouco.

– Não estou mais com clima pra festa não...- declaro me afundando mais no sofá.

– Pois trate de criar um clima, só se termina o ensino médio uma vez!

– Mas mãe...

– Sem mais! Não me faça ter que te sentar e te maquiar! Vamos, vamos, seu namorado chegará em breve!- diz me puxando escada acima como se não estivéssemos chorando abraçadas nesse minuto mesmo.

***

A buzina soou em frente a minha casa e não demorou para a campainha também tocar. Eu não parecia mais tão ruim, talvez ninguém percebesse que meus olhos tinham se transformado em dois mares de lágrimas. Pego minha bolsa e desço a escada ciente de que estávamos atrasados.

– Oi- digo quando abro a porta.

Ele está tão lindo em um terno grafite que lhe ficou tão bem, estava também com o seu inconfundível perfume e quando ele me abraçou foi impossível não abrir um pequeno sorriso e retribuir seu carinho.

– Oi, baby.- disse quando se afastou, mas mantendo seus braços ao redor da minha cintura.- Me atrasei porque os policiais saíram da minha casa agora, como você está com isso?

– Melhor agora com você aqui... Mas e sua mãe?

– Ela deu um piti qualquer e meu pai a controlou, a morte da tia Mags ainda dói nela.

– Eu entendo a dor dela, mas espero que ela não tente nos separar de novo por causa disso. Principalmente agora que não existe mais dúvida sobre a inocência do meu pai.

– Não há nada nesse mundo que me faça ficar longe de você! Nem se você me mandar embora, eu me jogo nos seus pés e digo o quanto te amo, que não vivo sem você e...- é impossível não rir do seu drama.

– Já chega! Eu não vou te mandar embora, como vou viver sem ter você para me alegrar com os seus exageros bobos?

– Realmente, não consigo imaginar como você poderia viver sem mim!- rebate fazendo uma cara de convencido.

– Não se ache tanto! Agora vamos que já estamos atrasados para a nossa grande noite.- despeço-me de minha mãe que está no sofá com Prim e saio puxando o braço de Peeta.

O caminho até a festa foi calmo e agradável, Peeta ligou o radio baixinho e sempre ficava entrelaçando nossos dedos como uma forma singela de carinho. Palavras não eram precisas agora, só a presença de Peeta era reconfortante pra mim e está nesse clima com ele ajudava em acalentar meu coração.

A festa seria em um buffet próximo do nosso bairro, depois de finalmente encontrarmos um lugar para estacionar descemos e entramos pelas largas portas do salão.

A decoração estava impecável, flores espalhadas por todos os lados, grandes cortinas nas janelas, luzes especiais, tudo tornando a noite ainda mais especial. O fotografo na porta pediu para que nos posicionássemos para tirar uma foto, Peeta passou seu braço por minha cintura me deixando mais próxima ainda e me olhou nos olhos incentivando a sorrir para a foto, era impossível negar algo para ele.

Sorri ainda sem desviar meus olhos dos seus e percebi o flash disparando e me tirando do transe que me encontrava, o fotografo sorrio para nós como se dissesse algo como "amor juvenil", mal sabe ele quantas coisas nossos sentimentos já tiveram que passar... Nós sorrimos para a câmera dessa vez e mais um flash disparou.

Não demoramos para encontrar nossos amigos sentados em uma mesa na lateral enquanto Haymitch parecia se dirigir ao palco na extremidade do salão.

– Oi, vocês demoraram.- cumprimenta Clove quando sentamos com eles. Clove estava com o implacável vestido vermelho que comprou no mesmo dia que Fox e eu compramos os nossos, mas o meu é de um tom claro de verde e o de Fox um azul turquesa lindo.

– Sorte a de vocês que não precisaram ouvir o discurso da Coin!- brinca Gale que está impecável com um terno marfim e de mãos dadas com Madge que está de nada menos que dourado!

Depois que Madge ganhou aquela aposta boba que fizemos sobre quem seria o "Misterioso" nós ajudamos a fazer o Gale perceber o que estava na sua frente, ou seja que ele estava gostando da minha querida priminha. Foi questão de dias para que ele pedisse ela em namoro e aí estão.

– Quietos, fiquem quietos seus pestinhas!- a voz (um pouco alterada) de Haymitch se espalha pelo salão através da diversas caixas de som.- Eu sei que vocês estão loucos para se livrar totalmente de nós, mas agora eu vou falar de vocês, então escutem!- era quase impossível segurar o riso diante de uma cena tão engraçada.- Eu tive que aturar vocês durante esses três anos de ensino médio e eu deveria realmente ganhar um prêmio por causa disso. Fica a dica Coin.- disse lançando uma piscadela para a diretora que parecia está explodindo de raiva.- Enfim, vocês a todo custo tentavam levar o título de pior turma da escola... Mas eu sei bem que vocês são muito especiais, tem uma capacidade incrível, são unidos, brigam pelo que querem e amanhã quando saí esse bendito resultado sei que haverá muitas aprovações, pois em meio as brincadeiras vocês estudavam, em meio as dificuldades vocês ainda sim conseguiam aprender e eu... - não acredito que estava vendo Haymitch segurar o choro no discurso, ele puxou um grande lenço do bolso e tentou disfarçar as lágrimas.- Eu só quero agradecer por vocês perturbarem minhas manhãs, por me fazerem perder a cabeça e também por me fazer sentir vivo, adoro vocês, docinhos!

Todos, absolutamente todos levantaram para aplaudir o discurso de Haymitch e antes mesmo que ele estivesse fora do palco os meninos da minha sala correram para o envolver em um super abraço e o por nos ombros e levá-lo até onde estava com sua mulher Effie.

***

Não estava muito longe do fim da festa, na pista tocava músicas lentas e aqui estou eu dançando abraçadinha com meu namorado. A noite realmente me fez bem, me sinto mais leve e está aqui nos braços de Peeta enquanto uma música que fala de amor nos embala só me faz querer que esse momento se propague para sempre.

– No que tanto pensa?- sussurrou Peeta sem querer quebrar o momento.

– Que esse momento podia durar para sempre.- sussurro de volta.

– Eu não quereria isso.- declara e eu tiro minha cabeça de seu peito para o encarar.- Eu quero viver esse momento o máximo e depois ter outros tão felizes e especiais quanto esse com você.

– Acho que você está certo... E logo minhas sandálias começarão a me fazer calos.- brinco com a verdade dolorida dos meus pés.

– Isso não seria um problema, você poderia tirar as sandálias e dançar com os pés por cima dos meus, como se fosse uma garotinha.- rebate e abre aquele sorriso que tanto amo.- Minha garota, minha namorada, minha. Amo você.

Suas palavras são balsamo para minhas feridas, seu toque na minha bochecha é gentil fazendo que eu erga mais meu rosto. Seu olhar se prende ao meu e nada mais existe, apenas eu e ele, nada mais importa, nada. Entrelaço meus dedos nos seus fios loiros diminuindo a distancia entre nós.

O toque de seus lábios nos meus é inicialmente leve, sua língua toca meu lábio inferior pedindo passagem para se encontrar com a minha e entrando em uma dança tão lenta quanto a que dançávamos. Seu aperto em minha cintura aumentou me deixando praticamente em cima de seus pés como havia dito a pouco. Quando não resta mais oxigênio dentro de mim Peeta se afasta puxando meu lábio entre seus dentes. Estava tão envolvida no nosso beijo que nem notei que a música havia acabado e mudado para uma mais agitada.

– Também amo você!- respondo por cima da música.

Não demorou meio minuto e as meninas estavam me arrancando dos braços de Peeta para que eu dançasse com elas e assim se arrastou o resto da festa entre danças animadas com minhas amigas, beijos com meu namorado e muitas brincadeiras com minha turma se sempre, essas pessoas que tanto que ajudaram e que eu amo imensamente!

***

Noite passada não voltei tão tarde para casa, quando a festa acabou era pouco mais de meia noite então me despedi de meus amigos e Peeta me trouxe para casa, antes de realmente entrar aproveitamos para namorar um pouco em frente a minha porta. Quando finalmente me deitei com meus pijamas e já sem maquiagem estava perto de duas da manhã, mas isso não fez com que eu acordasse menos cedo hoje.

– Amor, você vai abrir um buraco no chão.- diz Peeta sentado no sofá enquanto ando de um lado para o outro na sala da casa de Fox e Cato.

– Ele tem razão, você ficar andando aí não vai fazer o resultado sair mais rápido.- diz Madge.

– Você diz isso porque a faculdade que você fez já deu o resultado e você sabe que passou!- rebato levemente amarga pelo nervosismo.

– Certo... E se eu disser que o resultado da faculdade que você fez acabou de sair..?- diz Marvel cauteloso.

– Você está falando sério? Ai meu Deus!

– Calma, baby, vamos procurar aqui no computador.- fala Peeta já com o notebook no colo abrindo a página da internet.

– Ai caramba! Eu não vou ter coragem de olhar!

– Ah vai ter sim! Você fez todo esse drama, quase furou o chão e agora não quer ver? Você com certeza vai ver!- briga Clove.

– Não fale assim comigo! Você sabe que eu estou uma pilha de nervos..

– Amor..- tenta dizer Peeta, mas o ignoro.

– Caramba Clove, tenta entender o meu lado, é o meu futuro que está em questão...

– Amor você..- tenta novamente Peeta.

– Espera ainda Peeta, não tá vendo que eu tô falando com a Clove?

– Mas amor..

– Poxa Clove, você sabe o quanto me matei de estudar pra essa prova e..

– VOCÊ PASSOU!- grita Peeta de forma nada delicada.

– Ai meu Deus! Eu passei?- digo chocada virando de frente para o meu namorado.

– É o que eu estou tentando dizer à um século, você passou, baby! Parabéns!- ele levanta para vir me abraçar e sem conseguir me conter de alegria me jogo em seus braços quase fazendo nós dois cairmos no chão.

– Tá vendo como não precisava de tanto drama? É claro que você ia passar bobona!- implica Clove vindo me abraçar.

– Desculpa ter sido chata com você.- digo sincera.

– Relaxa, eu entendo.

Depois de uma sessão geral de abraços e comemorações decidimos sair mais tarde para comemorar a aprovação de quem o resultado saiu hoje. Eu não conseguia me conter de felicidade, depois de tanto estudar é gratificante saber que valeu a pena, que vou está na faculdade que tanto sonhei e futuramente vou ser uma grande profissional.

Peeta me acompanhou até em casa meio calado e então minha ficha realmente cai. Ele fez a mesma faculdade de Madge e o resultado já saiu e eu não sei se ele passou ou não.

– Peeta?- chamo quando já estamos quase na minha casa.

– Oi.- diz olhando para mim.

– Saiu o resultado daquela prova que você fez hoje também né?- pergunto cautelosa.

– Sim. - responde simplesmente.

– E qual foi o resultado?

– Eu não passei para a mesma faculdade da Madge.

– Ah, sinto muito amor.- digo apertando mais nossas mãos que estavam juntas.

– Eu não.- me diz ele.

– Por que não?

– Bem, porque eu não passei na mesma faculdade que a Mad passou, mas passei na mesma que a sua!- revela abrindo um grande sorriso.

– Você está falando sério? Mas eu achei que não tivesse gastronomia lá...

– E não tinha, mas abriram uma turma e fizeram uma prova e eu passei!

– Por que não me falou antes?

– Eu queria fazer uma surpresa... Surpresa!

– Ai Peeta! Não sei se brigo com você por não ter me dito logo ou se te encho de beijos por ir estudar no mesmo lugar que eu!

– Espero que você opine pelos beijos.- brinca me puxando para um abraço e me rodando no meio da rua.

***

O ano foi completamente uma montanha-russa de emoções, e aqui estou eu novamente me arrumando para o ano novo, hoje completa um ano da morte do meu amado pai, mas também marca o fim de um ano que pareceu tão comprido e difícil.

Ainda que tenham existido diversos momentos de dor e tristeza ao longo desses doze meses hoje eu agradeço a Deus por cada dia, por cada lição aprendida, por cada experiência vivida, por cada alegria e as tristezas também, pois elas me fizeram mais forte.

Um novo ano vai começar, um ano de uma nova realidade, um ano cheio de surpresas e prováveis altos e baixos, contudo, um novo ano ao lado do garoto que tem meu coração há tanto tempo, ao lado da minha família que me ama e que eu amo tanto, junto com os meus amigos tão queridos e que tem um lugar tão grande no meu coração.

Agradeço a Deus por tudo e por chegar nesse fim pronta para um novo começo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então aqui estamos nós na nossa despedida! Queria agradecer novamente a todos os leitores, espero que tenham gostado desse epílogo, foi feito com muito carinho! *.*
COMENTEM E RECOMENDEM!!!
Capítulo dedicado a minha filha linda que faz niver hj, parabéns Mandy!!! (Não é filha de verdade gente, pelamordi kkkk)
Estarei postando uma fic nova ja já, mas essa será original, espero que leiam também ;P
Quem quiser saber de GdT, infelizmente ainda não há previsão de quando sairá o próximo capítulo, mas nós não abandonamos a fic ein!!! A Belle e eu estamos super atarefadas, espero que nos entendam ;s
Mil beijos meus amores lindos, obrigada por tudo!
Tatá ;3