Pov Gale

Minha cabeça ainda era uma total confusão. Isso desde ontem quando vi minha NAMORADA beijando outro cara! Não acredito que a Katniss foi capaz de fazer isso comigo, não entendo por que ela me traiu. Principalmente com aquele filho da p*** do Peeta, o mesmo que a abandonou depois de fazer ela se apaixonar. Aquele filho da mãe!

Quando eu pedi a Catnip em namoro e ela aceitou, foi o dia mais feliz da minha vida, eu acho. Eu já gostava dela a um bom tempo, mas sabia que ela me via praticamente como um irmão. Eu tive que ser forte para me manter do lado dela e sempre a ajudar. Quando o pai dela morreu, fiz o possível e o impossível para fazê-la sorrir.

Ela sempre me falava muitas coisas que ela estava sentindo, menos quando se tratava do Peeta. Verdade que ela me falou dele e eu a vi chorando por ele, e era nesses momentos eu queria matá-lo por fazê-la chorar. Mas eu sempre soube que ela escondia, até dela mesma, mais do que ela queria admitir sentir por ele.

Nosso namoro estava ótimo, eu me sentia tão bem a tendo finalmente perto de mim que acho que certas vezes chegava a ser grudento demais. Mas ela sempre parecia feliz e bem em estar comigo também, acho que estava errado, já que ela me traiu...

O acampamento para mim iria ser uma ótima oportunidade para passar mais tempo com a Katniss, para a gente ficar mais próximos. Quando estava já no meu chalé, que infelizmente iria dividir com os três patetas idiotas da minha sala, eu fiquei sabendo que a Katniss se meteu em uma briga com a Delly.

 Aquilo me deixou muito preocupado, já que a Catnip não é tããooo de se meter em confusão ou brigas. Não depois que o pai dela morreu. Depois da morte do Sr. Everdeen a Katniss ficou tão focada, e fechada até, que começou a se manter totalmente fora de confrontos. Se ela brigou mesmo com a Delly, deveria ter sido por algo muito grave.

Saí o mais rápido que pude atrás dela, procurei por todos os lugares que eu já conhecia do acampamento, a cada um que passava eu perguntava se a tinha visto. Foi quando me lembrei que a minha Catnip gosta de ficar em lugares silenciosos e perto da natureza quando está assim, triste.

Corri o mais rápido que pude por perto da floresta. Foi quando de longe vi um lugar que mais parecia uma varanda ou algo assim. Diminui o passo, para que caso esta estivesse lá, não a assustasse. E eu não estava enganado, ela estava lá, mas ela não estava sozinha. Com ela estava nada mais nada menos, que o canalha do Mellark. Mas ele não estava simplesmente no mesmo espaço, ele estava invadindo o espaço dela, já que ela a estava BEIJANDO!

Naquele momento o meu sangue ferveu e todos os músculos do meu corpo travaram. Não podia acreditar no que estava vendo na frente dos meus olhos, a minha tão amada Catnip me traindo. Como eu fui idiota em pensar que ela algum dia podia gostar de mim mais do que só como amigo. E agora além de idiota, eu sou corno!

Sem pensar bem no que estava fazendo, tiro meu celular do bolso e tiro uma foto deles que ainda se beijavam. Não sei bem o por que disso, mas era como se eu subconsciente soubesse que eu iria precisar daquilo quando a fosse encarar e dar um fim a esse namoro, pois era somente isso que eu sabia que iria fazer, acabar meu namoro com a Katniss.

Dei as costas para cena e voltei para o meu chalé, não estava em condições de fazer nada, de falar nada. Tenho certeza que se eu não estivesse conseguindo me controlar, eu meteria um murro no primeiro que me dirigisse a palavra.

Entrei no chalé e graças a Deus só Daniel estava lá, mas o próprio parecia estar se arrumando para sair.

- Achou ela? – perguntou ele assim que me viu.

- Ela? – perguntei confuso, nada na minha cabeça fazia sentido.

- A Katniss ô apaixonado! – disse soltando uma risada.

- Não... Eu não achei ela. – mesmo não gostando preferi mentir para ele, afinal mesmo ele sendo meu melhor amigo, ele não poderia fazer nada para me ajudar.

- Tá... Eu vou indo, quem sabe eu consigo passar o resto da noite ao lado da Clove?! – desse ele animado, e sim, ele estava gostando dela.

- Tudo bem... Você... Pode fazer um favor para mim?- pergunto ainda não sabendo se o que eu iria fazer seria uma boa ideia.

- Claro! Manda.

- Você pode pedir para alguma das meninas entregar um bilhete meu a Katniss?

- Sem problemas.

Escrevo um rápido bilhete em um papel, sendo curto e grosso. No bilhete estava escrito só o que ela precisava saber, que eu queria falar com ela, amanhã e bem cedo. Meu amigo sai levando o bilhete com ele e eu me jogo na minha cama, depois de trocar minha roupa por a calça de um pijama e apagar todas as luzes.

Ainda não conseguia entender tudo que havia acontecido, como a Katniss, a minha Katniss foi fazer isso comigo. Dormi com esses pensamentos e com a certeza que o dia seguinte iria ser longo.

Quando acordei foi bem mais cedo que o esperado, na verdade não consegui dormi direito, mas o que me acordou dessa vez não foi a minha falta de sono e sim alguém que estava batendo na porta.

Rapidamente ma levanto e ao abrir a porta me surpreendo com quem está ali. Katniss já arrumada para começar o dia me encarava totalmente surpresa. Nas mãos ela trazia uma jaqueta que logo reconheci como sendo do Mellark.

Pergunto o que ela estava fazendo ali e ela até tenta mentir, mas acaba admitindo que estava ali para entregar a jaqueta dele. Mas ela parecia não saber que eu dividia o chalé com aquele imbecil e que me encontraria ali.

Tento entender como a jaqueta dele está com ela, e é quando me vem a cabeça que eles estavam juntos e ela deve ter ficado com a jaqueta ontem. Aquilo faz com que eu perca a cabeça! Katniss até tenta se explicar, mas é inútil. Tomo a jaqueta da mão dela e fecho a porta na sua cara. Todos ainda estão dormindo. Troco a minha roupa, mas antes de sair ainda tenho uma coisa a fazer.

- Acorda! – digo jogando a jaqueta em cima de Peeta.

- O que? – diz ele ainda sonolento. – O que você quer?

- Isso é para você aprender a não beijar a namorada dos outros! – digo lhe dando um belo de um soco.

A confusão faz com que os outros acordem confusos, mas antes que alguém possa falar mais alguma coisa, saio e arrasto Katniss comigo para longe daquele chalé. Quando já estávamos em um lugar mais afastado onde não iriam nos atrapalhar, resolvi começar logo com essa conversa, afinal era seria definitiva e eu pretendia falar muitas coisas para ela.

Sem rodeios eu mostro a Katniss a foto que tirei dela com aquele desgraçado. Ela fica estática e totalmente apavorada, tenta fazer alguma pergunta clara, mas acaba se enrolando com as palavras. Abro logo o jogo com ela e digo que fui em quem tirou a foto, mas não consigo falar e mostrar para ela tamanha a dor que aquilo me causou, minha única opção era usar o meu sarcasmo.

Katniss começa a me explicar e diz que o tal beijo não deveria ter acontecido, aquilo faz com que uma chama de esperança nasça em mim, talvez o que eu vi tenha sido só aquele maldito se aproveitando da minha namorada. Mas quando já estava indo em direção ao chalé para acabar de vez com ele, Katniss me impede dizendo que ele não forçou nada.

Para mim isso só significava uma coisa, que ela queria sim beijar ele, que ela queria sim me trair, e que ela nunca gostou de mim. Ouvir da boca da própria Katniss a confirmação da sua traição foi como um balde de água fria.

Sem conseguir mais manter o sarcasmo ou esconder o que aquilo causou em mim, falo para ela que se ela não queria mais nada comigo, que tivesse me falado, e afirmo que sei que mesmo que eu tenha tentado nesse tempo que estivemos juntos, eu não consegui a fazer feliz, e decidido dou as costas para ela, acabando ali com aquele relacionamento com que tanto sonhei.

Antes que pudesse estar sequer longe, Katniss corre até mim e parando na minha frente. E começa a falar e a me explicar tudo o que tinha acontecido. Mas o que mais me surpreende, é que depois de tudo, depois de admitir que beijou ele, mas que também brigou com ele, depois de tudo o que aconteceu, ela me pede uma segunda chance.

Aquilo me pega totalmente de surpresa, na minha cabeça eu iria acabar com o nosso namoro e ponto, nem havia pensado na nossa amizade ainda. Não queria perder além da minha namorada a minha melhor amiga.

- Gale, por favor, fala comigo! – pede ela com os olhos um pouco marejados.

- É isso o que você quer? – pergunto com a voz um pouco baixa.

- Eu quero ser feliz, e eu estava sendo com você. – diz ela se aproximando mais de mim. – Eu sei que eu errei, mas quero recomeçar, você me dá mais uma chance? Você dá mais uma chance para nós?

- Katniss... – vê-la ali, me pedindo para voltar, para não deixar a nossa história, que acabou de começar, ter um fim era muito confuso. Eu não sabia bem o que responder. Mesmo sabendo que o meu coração gritava para tomá-la em meus braços e ter ela de novo junto a mim, a minha razão dizia que eu não devia me enganar, que ela não me amava.

- Olha, que tal a gente tentar fazer dar certo, de verdade. Eu quero ser feliz com você Gale, mas também não quero te machucar, pois antes de namorado, você é meu melhor amigo e eu... – não a deixo terminar e a beijo. Sinceramente não sei por que fiz isso, mas acho que o meu coração falou mais alto. Quando o ar se faz necessário me separo dela dando-lhe pequenos selinhos. – Isso quer dizer que nós voltamos?

- Isso quer dizer que vamos nos dar uma segunda chance, mas Katniss me diga uma coisa, você quer mesmo esquecer o Mellark ou só está se enganando, e me enganando? – digo o que me estava perturbando.

- Eu quero esquecê-lo, de verdade, e te peço que me ajude.

- Eu vou ajudar. – digo e tomo seus lábios em mais um beijo. – E o que vamos fazer hoje senhorita Everdeen?

- Estava pensando em aproveitar o dia para fazer as pazes e namorar, o que acha? – pergunta ela com um leve sorriso.

- Acho que seria uma boa ideia. E onde vamos aproveitar o dia?

- Que tal juntarmos o pessoal e irmos passar o dia na cachoeira?

- Acho que vamos aproveitar o dia na cachoeira então. – digo a abraçando de lado e juntos vamos em direção ao refeitório. E mesmo que a minha decisão tenha fugido a minha razão e escutado o meu coração, eu ainda sentia um incômodo dentro de mim, minha confiança na Catnip estava abalada, e isso não é uma coisa boa.