Para Katniss escrita por Tatá Mellark


Capítulo 14
Capítulo 14 - Ano novo- Continuação.


Notas iniciais do capítulo

Amores meus. Sei que demorei um pouquinho, mas eu caprichei, deu MT trabalho e espero que vocês gostem!
Vou ficar tentando portar um capítulo por semana, e quem sabe até dois, isso já não depende de mim.
Obrigada a todos que comentam, eu love muito vocês ^.^
Boa leitura!



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Pov Katniss

~ Flashback Cont.

Quando os lábios de Peeta se encontraram com os meus, pude sentir como se fogos de artifícios explodissem dentro de mim. Como se meu corpo todo pegasse fogo, como se uma corrente elétrica percorresse cada célula do meu corpo.

Não demorei em entrelaçar meus dedos em seu cabelo puxando-o para mais perto de mim. Logo sua língua pediu passagem e eu cedi. Era um beijo calmo, mas cheio de desejo. Eu mesma ansiava por esse beijo a um bom tempo, e pelo visto, parece que ele também.

O ar se fez necessário, mas se não fosse por isso tenho certeza que não nos separaríamos tão cedo.

– Você não imagina há quanto tempo eu quero fazer isso. - diz ele quando nos separamos, mas mantendo nossas testas coladas.

– Quer é? – digo dando um sorriso.

– Sim, e por mim eu nunca mais saio do seu lado, nunca mais paro de te beijar.

– Então porque parou? – disse provocando-o.

Ele juntou nossas bocas mais uma vez. Mas dessa vez com um beijo urgente, um beijo arrebatador. Ele começou a andar, me conduzindo até que me encostasse-se a uma árvore, isso sem sequer quebrar o beijo. Ele me pressionou contra a árvore, deixando nossos corpos mais próximos.

Ficamos um bom tempo assim. Mas logo nos separamos mais uma vez. Mesmo com medo de sujar muito o meu vestido, eu me sento com ele na grama embaixo da árvore na qual me apoiava.

– Tem uma coisa que eu quero te falar... Meio que já faz um tempo. – ele começou, e eu me contive para não rir. Ele estava nervoso.

– Nossa! Agora estou assustada. O grande Peeta, que fala super bem, que é ótimo com as palavras, está gaguejando?! – falei ainda tentando não rir.

– Não tem graça. – ele fez cara de indignado, o que só fez com que eu não conseguisse segurar mais o riso.

– Tem sim. – disse e lhe dei um selinho.

– Tudo bem, eu consigo. – ele disse mais para si mesmo do que para mim. Ele me olhou bem nos olhos. – Katniss, já tem um tempo que eu queria me aproximar de você. Por que... Porque eu...

Antes que ele pudesse terminar de falar, ouvimos um grito alto e horrível vindo da festa. E me assustei, principalmente por reconhecer de quem era o grito. Era da minha mãe.

Levantei-me e sai correndo, deixando Peeta para trás. Pelo canto do olho pude ver que ele me seguia, assim aumentei ainda mais a velocidade com que corria. Era difícil correr por conta do salto, mas não me importava com isso agora.

Assim que consegui voltar à festa, me deparei com um grande aglomerado de gente em um circulo. A música havia sido desligada e todas as pessoas da festa estavam nesse aglomerado.

Aproximo-me, um tanto receosa. Quanto mais eu me aproximava, as pessoas iam me olhando e abrindo caminho. O que eu achei muito estranho, mas me poupou o trabalho de pedir licença.

Como eu imaginava, no centro do tumulto estava minha mãe, sentada em uma cadeira chorando e Prim ajoelhada abraçada a ela, chorando muito. Assim que Prim me vê, ela se levanta e vai correndo em minha direção e me abraça muito forte.

– Katniss! Por quê? – ela disse me abraçando mais forte ainda.

Eu não estava entendendo nada. Todos nos olhavam, uns com pena, outros com desgosto? Como assim? O que poderia ter acontecido? Pude ver que a mãe de Gale, que é uma das melhores amigas da minha mãe, estava abraçando-a agora. Vi a mãe de Peeta o segurando e o puxando para fora dali. O que me deixou mais confusa ainda.

– Prim, - disse a afastando e a olhando- o que aconteceu? Fala-me, por favor!

– O papai, Kat... – aquelas simples palavras já me deixaram em alerta.

– O que aconteceu com o papai? – perguntei já com medo.

– O papai morreu, Katniss... Ele sofreu um acidente de carro.

Aquilo me desestruturou, tirou o meu chão, fez o meu mundo cair. Como assim? Como meu pai poderia estar morto? Eu o havia visto não tinha nem uma hora! Havia rido com ele, havia falado com ele. Isso não poderia estar acontecendo. Minha mente estava a mil.

– Katniss, olha pra mim! Você ta bem? Não me deixa também, por favor. – Prim me olhava e chorava. Eu estava quase desmaiando, mas consegui ficar de pé.

– Como assim também?- perguntei com um fio de voz.

– A mamãe entrou em estado de choque... Ela não fala nada... Esta com um olhar distante... E só chora. Não fica assim, por favor. – ela voltou a me abraçar e a chorar.

Olhei para minha mãe, e ela estava mesmo do jeito que Prim disse. Andei abraçada com Prim até onde ela estava e me ajoelhei na sua frente.

– Mãe... – chamei já sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. – Mãe, fala comigo, por favor. – disse segurando ela pelos ombros.

Ela não reagia, só ficava olhando para um ponto fixo. Como se estivesse congelada. A sacudi, gritei, chorei. Mas nada, nenhuma reação.

Todas as pessoas ainda estavam nos olhando, eu não podia mais ficar nesse lugar. Olho para cima e encontro Hazelle do lado da cadeira onde minha mãe esta sentada. Parece até que ela leu os meus pensamentos, pois me olhou e disse:

– Vá minha querida, eu levo sua mãe para casa. Saia daqui com a Prim, vá para casa. Vou mandar Gale ir com você.

Não espero por mais nada, me levanto e saio em disparada em direção ao meu carro. Vejo que Clove estava vindo atrás de mim, Foxface também, mas ela estava trazendo Prim com ela.

Quando finalmente chego ao estacionamento, lembro que não vim no meu carro, e sim no dos meus pais. Já que era só nos quatro que iríamos à festa, não havia a necessidade de irmos em carros separados.

Começo a olhar de um lado para o outro, querendo achar um meio de ir para casa. É quando um carro para bem na minha frente. É o carro de Gale.

– Entra eu vou te levar para casa.

Não hesitei, entrei no banco de trás junto com Prim e Foxface, e Clove entrou na frente. Gale logo começou a dirigir para fora do estacionamento indo na direção da minha casa.

No caminho ninguém ousou falar nada. Foi quando Gale diminuiu a velocidade e eu pude ouvir o som de uma ambulância. Levantei minha cabeça e vi que se tratava de um acidente, onde havia dois corpos no chão de um lado da rua, e um carro batido no poste. Quando olhei mais atentamente, vi que se tratava do carro do meu pai. Imediatamente lágrimas inundaram meu rosto e eu enterrei minha cabeça nas mãos e senti quando Prim, que estava sentada ao meu lado, me abraçou já chorando também.

Não demorou muito para chegarmos à minha casa. Desço do carro e corro para dentro de casa, ainda na esperança de entrar e ver meu pai ali, talvez sentado no sofá, ou mesmo na cozinha. Mas não, a casa esta vazia.

Entro e me sento no sofá, logo sendo acompanhada por Prim, que se gruda em mim. Permanecemos abraçadas por um bom tempo, até que escuto a porta de casa se abrindo, era Hazelle com minha mãe. Ela ainda estava com o olhar distante e Hazelle praticamente a carregava, mas ela logo foi ajudada por Gale. Eles levam a minha mãe para o quarto dela, o que eu achei que era o certo a fazer.

Não me mexi, permaneci sentada no sofá. Prim acabou dormindo depois de tanto chorar. Mas com toda a certeza, eu não conseguiria tal feito. Minha cabeça ainda estava a mil, não conseguia entender como isso poderia ter acontecido.

– Melhor eu levar ela para cima também, não? – levantei a cabeça e me deparei com Gale parado ao lado do sofá.

– Sim, por favor, faça isso. Ela está exausta.

– E você também. Catnip acho melhor você também ir descansar.

– Não, eu não consigo. Leve a Prim sim?

– Claro. – disse ele pegando Prim no colo e a levando para cima.

Continuei sentada até que vi que Foxface e Clove estavam na minha frente, me olhando. Quando meu olhar encontrou com os delas, elas vieram em minha direção e me abraçaram. Não chorei, mas essa era a minha vontade. Separamos-nos e elas voltaram a me olhar.

– Kat, nós temos que ir... Nossos pais nos ligaram. – Foxface disse baixando a cabeça.

– Tudo bem, podem ir. – disse.

– Nós sabemos que não esta tudo bem, mas nós voltaremos amanhã, sem falta! – Clove disse dando um beijo no topo de minha cabeça e saindo.

– Gale vai nos deixar em casa, mas amanhã voltamos. – Foxface também me deu um beijo e saiu.

Ouvi a porta se fechando e lá fora um carro ser ligado.

– Chá? – perguntou Hazelle se aproximando com duas xícaras, uma em cada mão.

– Será que você poderia me explicar direito tudo que aconteceu? – eu disse, afinal eu já estava cansada de só saber as coisas pela metade, eu tinha certeza que estavam me escondendo alguma coisa.

– Katniss querida... – ela me olhou e se sentou ao meu lado no sofá.

– Por favor, Hazelle, me diga a verdade, eu aguento.

– Tudo bem. É difícil, mas você vai ter de ser muito forte.

– Eu já estou sendo.

– Eu sei. Mas tenho que lhe dizer que os próximos messes serão bem difíceis. Muitos vão olhar para você e para sua família julgando-os, com olhar de reprovação. Alguns talvez com pena, mas grande parte das pessoas irá julga vocês e condenar por algo que não se sabe se é verdade...

– O que? Por que irão nos julgar? O que aconteceu?

– A polícia chegou lá na festa avisando que seu pai havia morrido em um acidente de carro. Mas que também ele matou duas pessoas antes de bater o carro no poste – a imagem do acidente voltou a minha cabeça, aquelas duas pessoas no chão...

– Quem eles eram?

– A senhora Mags Mellark, não sei se você conhece, ela morava na parte mais antiga do bairro. E um homem que não morava por aqui, ninguém o conhece.

– Espera... Por acaso essa Mags é parente dos Mellark que tem o restaurante? – não era bem essa pergunta que eu queria fazer, e sim se essa senhora era parente do Peeta, mas preferi não mencioná-lo.

– Sim, ela era tia da dona do restaurante. Imagino como a senhora Mellark deve está. Todos sabem o quanto ela adorava essa tia... Foi uma pena.

– Sim... Mas espere um pouco... Estão acusando meu pai de ter matado essas duas pessoas? – minha cabeça deu uma volta com essa possibilidade.

– Infelizmente minha querida.

– Mas por quê? Como assim?

– Seu pai bebeu umas taças de champanhe antes de sair da festa, e estão achando que ele estava bêbado e...

– Meu pai não é fraco pra bebida, eu mesma nunca o vi bêbado!

– Eu sei, nem eu. Mas o caso ainda esta em andamento minha querida, eles não podem afirmar nada. Mas você tem que se preparar para as pessoas que o acusaram. Você vai ter de ser forte.

– Minha mãe... – digo com a voz fraca.

– Ela não aguentou, você vai ter de ser mais forte que ela. Por ela e pro Prim. Você acha que consegue?

– Sim... Eu terei de ser.

Eu estava exausta. Tudo aquilo havia sido demais para mim. Eu precisava descansar, mesmo que eu não acreditasse que conseguiria pregar meus olhos. Subi até o meu quarto e abri minha gaveta do criado mudo. Por eu ter um pouco de insônia eu tinha um vidro de calmantes ali. Peguei alguns, mais do que devia, mas não em um nível perigoso. Eu sabia que não poderia fazer nenhuma besteira.

Não sei quanto tempo demorou para que os remédios fizessem efeito. E nem sei quanto tempo eu dormi. Mas quando acordei o sol já estava alto no céu. Olhei para o relógio e passava das 13hrs. Me levantei e fui colocar uma roupa para descer.

Quando eu chego na sala, me deparo com Gale sentado no sofá, e com Hazelle na cozinha. Mesmo ela morando sozinha com Gale depois que seu marido morreu, eu não achei certo que ela estivesse na minha casa. Ela também tinha um emprego e uma vida.

– Hazelle, você não foi para casa?

– Oi minha querida. Eu já estava ficando preocupada com você. E não, eu achei melhor ficar aqui até que sua mãe melhorasse.

– Por que você estava ficando preocupada comigo? Quanto tempo eu dormi?

– Querida, hoje já é dia 2 de janeiro.

– Meu Deus! Isso tudo! Onde está Prim? Ela deve ter precisado de mim!

– Agora ela está com sua mãe, na verdade é onde ela passa a maior parte do tempo.

– Sim... Mas eu não tenho capacidade de ir lá ainda.

– Não tem problema. Mas querida, tenho que falar sobre uma coisa com você.

– Pode falar.

– Temos que organizar as coisas do funeral do seu pai. Eu sinto muito, eu sei que é difícil, mas sua mãe não está em condições e...

– Tudo bem... Eu consigo.

Passei o resto do dia resolvendo isso com Hazelle, que me ajudou muito. Também passei um tempo com Prim e acabei por dormir com ela no meu quarto, já que ela não queria dormir só novamente.

Acordei cedo e fui me arrumar, era o dia do velório do meu pai. E mais do que nunca eu teria de ser forte. Vesti um vestido preto e me juntei a minha irmã para podermos ir. Minha mãe não iria, já que continuava ausente e Hazelle iria ficar também para poder cuidar dela. Já que ela também é enfermeira assim como minha mãe.

Muitos dos meus amigos estavam lá. Ate mesmo Cato, mas acho que ele só foi por que a mãe dele obrigou. Clove e Foxface ficaram ao meu lado todo o tempo. Mas o que mais me deixou triste foi o fato de Peeta não ter sequer aparecido. Quem estava sempre ao meu lado também era Gale, ele sabia bem como era a dor de perder um pai.

Prim chorou durante todo o velório, mas eu não derramei uma lágrima sequer. Eu sabia que meu pai iria querer que eu fosse forte, por Prim eu teria de ser.

Quando chegou a hora de descer o caixão, não pude conter uma solitária lágrima que escorreu pelo meu rosto. Joguei uma rosa branca assim como Prim antes que cobrissem com terra o caixão e eu enterrasse de vez aquele que era meu grande amigo, meu protetor, meu super-herói, meu porto seguro.

Durante os dias que se seguiram, eu não sai de casa. Ocupava-me em cuidar de Prim e de minha mãe. Minhas férias já estavam no fim e minha mãe já estava praticamente curada, mas agora eu não conseguia ter o mesmo relacionamento com ela. Eu estava amargurada, afinal ela nos abandonou, ela nos deixou só no momento que mais precisávamos dela presente. Eu não a perdoei por isso.

As aulas já estavam para começar, foi quando eu recebi a visita das meninas, que me deram uma notícia que eu não esperava.

– Vocês têm notícias do Peeta? Nunca mais falei com ele desde... Vocês sabem.

– Kat, você não ficou sabendo?

– Do que? Aconteceu alguma coisa com ele? – esse pensamento me deixou assustada, não podia imaginar perde-lo também, logo ele que eu estava começando a... Amar.

– Quatro dias depois do ano novo ele foi viajar, parece que foi para um acampamento de verão fora do estado. - Clove disse um pouco receosa.

– É... Pelo que ouvi meu irmão dizer, é em uma praia e como o troglodita disse “ele se deu bem, vai pegar geral”, ridículo. Eu sinto muito amiga.

Aquilo me deixou sem palavras. Eu passando pelo pior momento da minha vida e a pessoa que supostamente gostava de mim e que “nunca mais iria sair do meu lado”, estava curtindo em uma praia qualquer. Eu estava decidida, iria tirar Peeta Mellark do meu coração custasse o que custasse!

~Flashback Off

– Só para você saber, eu nunca vou esquecer-me daquele dia, mas não por sua causa! Agora me faz um favor, não chega mais perto de mim!- Praticamente gritei para ele antes de sair correndo em direção a casa da Foxface.

Quando chego lá, já estava praticamente vazio, só sobraram alguns parentes da Fox que moram perto. Subo correndo para o quarto, quando entro encontro as meninas já dormindo, Fox na cama dela, e Clove ainda com a roupa da festa jogada em um dos colchões do chão.

Fui para o banheiro e lavei meu rosto, tirei a maquiagem e troquei de roupa. Tudo o que eu precisava agora era de uma boa noite de sono, espero que eu consiga ter uma.


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Notas finais do capítulo

Eu não sou do tipo de autora que fica 'cobrando' comentários, ou qualquer coisa assim. Mas hoje quando eu fui postar esse cap. eu vi que eu tenho 55 leitores(;3) e eu gostaria de dizer que eu ficaria muito feliz de saber as opiniões dos fantasminhas em relação a fic.
Até o próximo cap., espero que tenham gostado.
Bjs, Tatá :3