Então este era mesmo o fim! Sam e Dean mataram Mary e logo partiriam para nunca mais voltar. Como poderia viver daquele momento em diante? Como suportar uma vida inteira sem os beijos, abraços e carinhos de Dean? No momento em que Mary sumiu, Dean olhou no fundo dos meus olhos, como se quisesse dizer algo. Sam percebendo a situação, falou que iria nos deixar alguns minutos a sós, porém precisávamos nos apressar porque logo a policia chegaria. Então decidimos sair dali os três. Deixamos Sam no hotel, então Dean falou que me levaria até em casa para que pudéssemos conversar. Eu fiquei calada durante muito tempo, então Dean parou o carro no acostamento de uma estrada deserta, e logo começou a falar:

-Olha Louise, eu não queria que você tivesse que passar por isso, se eu pudesse apagar essa ultima semana da sua memória, eu faria.

-Dean, eu não quero esquecer nada… 

Então um silencio tomou conta naquele momento. Resolvi puxar assunto, queria aproveitar os ultimos momentos ao lado dele:

-Então… Esse é seu emprego? Caçar coisas que ninguém sabe que existe? Esta semana eu basicamente descobri que tudo o que eu tenho medo realmente é real… Ainda bem que tem gente como você para me salvar.

Dean sorriu, então respondeu:

-É, esse é meu grande trabalho, sabe, é negocio de família. 

-Sério? Desde quando você faz isso?

-Desde… sempre!

-Mas você não recebe para fazer isso, certo? Como você sobrevive?

-Prefiro não falar sobre isso, mas quer saber, as vezes essa vida vale a pena.

-É mesmo? Quando?

-As vezes eu conheço pessoas importantes, ou melhor, inesquecíveis. Você é uma delas Louise.

Eu não queria entrar naquele assunto, seria muito difícil me despedir dele, comecei a falar novamente sobre sua vida:

-Mas então, depois de tudo isso, acho que a morte da sua mãe e da ex do Sam não foram acidentais, não é mesmo?

Dean ficou calado, então eu me apressei e me desculpei:

-Olha Dean, desculpa, acho que esse não é um assunto fácil, além disso é assunto de família, desculpa mesmo…

-Não, está tudo… bem! E você está certa, eu estou caçando a “coisa” que matou minha mãe.

-E quando você acabar isso, você pensa em ter uma vida normal?

-Sinceramente? Não! Quando você entra nessa vida, dificilmente você sai dela.

-Então você pretende ficar sozinho para sempre? Assim, não quer ter mulher, filhos?

-Se eu encontrar a pessoa certa… Na realidade eu já encontrei, mas ela é muito independente sabe? Nunca ficaria comigo, não aceitaria esse meu jeito mulherengo, ela é ciumenta…

-E quem é essa boba que não aceitaria ficar com você?

-O nome dela é Louise Smith, é estudante de jornalismo. Conheço ela a pouco tempo, mas já percebi que ela tem o sorriso mais lindo do mundo, e ela é a unica mulher que realmente me fez feliz durante toda a minha vida. Mas eu não quero coloca-la em perigo, apesar desse jeito durão, ela é frágil e meiga, e se um dia eu puder ter uma vida um pouco mais normal, ela vai ser a primeira que eu vou procurar, eu só me imagino casado e com filhos se a minha mulher for ela…

Quando ele terminou de falar, eu comecei a chorar, eu não acreditei naquilo que havia ouvido… Depois de um tempo eu perguntei:

-Dean, me leva com você? Não me deixa sozinha.

-Eu não posso Louise, é perigoso, não quero que algo ruim aconteça com você.

Neste momento nós nos olhamos e começamos a nos beijar. Ele me puxou para o banco de trás do Impala e começou a tirar minha roupa, a beijar meu pescoço. Eu tirei sua camisa e arranhei sua costas. Ele começou a me beijar de um jeito alucinante, passamos horas nos amando dentro do carro.

Quando percebemos que já estava quase amanhecendo, resolvemos voltar para o hotel para buscar Sam. Ele entrou no Impala, e depois Dean me levou até em casa. Eu queria convidá-lo para entrar mas sabia que ele não poderia. Então dei um ultimo beijo nele, um beijo longo e um abraço apertado. Ele entrou novamente no carro. Quando eu estava quase entrando em casa, senti uma mão em minha cintura, era ele. Dean me virou e me beijou novamente, olhou no fundo dos meus olhos e disse:

-Isso é pra você lembrar de mim.

-Nunca te esquecerei.

-Até mais Louise.

Eu não respondi, apenas acenei com a cabeça e olhei mais uma vez no fundo daqueles olhos verdes. Ele deu um beijo em minha testa e mais uma vez entrou no Impala, mas dessa vez ele deu a partida, e eu fiquei parada vendo Sam e Dean irem embora. Quando não era mais possível ver o Impala, resolvi entrar em casa. Para minha surpresa, em cima do sofá estava uma camisa de Dean. Essa foi a unica coisa que sobrou de recordação, além das minhas lembranças.

Será que eu nunca mais veria o grande amor da minha vida? Isso só o destino sabia.