It Was Just A Dream. - Faberry escrita por aliittlelamb


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Heey guys,eu sei que não ficou com cara de Prólogo, mas decidi por as coisas mais importantes antes, como a visão da Quinn sobre sua realidade e a amizade dela com Santana.



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Ela estava ali o tempo todo. Distante. Sem sequer notar a presença de centenas de estudantes que andavam feito zumbis pela biblioteca de Yale. Era assim que ela os via, filhinhos de papai que mal sabiam o que estavam fazendo ali, se não para agradar a família que sonhava por eles. É assim que a vida real é feita, certo? O sistema.Você deixa que vivam por você, sonhem por você, e façam suas escolhas. Isso tudo desde que não tenha que se preocupar com o dinheiro.

Dois anos. Passaram-se dois anos e sete dias desde que Quinn Fabray entrara na faculdade. De inicio recusou-se a falar com qualquer outra pessoa, nos primeiros dias foi analisada pela conselheira e teve algumas sessões onde a única coisa que fazia era olhar para o rosto da velha com desdém. Rindo por dentro e pensando em como eram tolos. Também houve os dias de provocações, como ela era praticamente uma caloura, por assim se dizer, as veteranas mais velhas insistiam em provocá-la no refeitório ou no pátio com piadas sobre ser o lodo de Ohio. Quem diria que um dia seu próprio vocabulário se voltaria contra ela mesma? Mas, não durou muito tempo até a loira ganhar respeito naquela Universidade. Como? Namorando seu professor de trinta e cinco anos, casado. Deus. Ela estava farta de viver sob provocações, de sentir na pele o que vários anos fez com outras pessoas.

A vida não deveria ser justa? Quinn já não era mais aquela cheerio de alguns anos, ela mudara, Glee Clube a fez mudar, não deveria ser mais fácil? Pois a cada noite, sentia nojo de si mesma ao sentir os braços daquele homem em volta de si. Ela havia desacreditado. Viveu um romance perfeito com Finn, baseado em uma mentira. Engravidou de Puck, mas ele era um perfeito galinha. Sam...Poderia ter sido diferente, se ela o amasse. Joe nem mesmo foi um relacionamento. Qual o problema com ela afinal? Se apaixonar não deveria ser tão difícil assim.

Agora, deitada em sua cama, com a perna esquerda flexionada, fitava o teto descascado de seu dormitório em Yale. Fazia isso com mais frequência do que gostaria de admitir. Não tinha muitas opções. E Quinn gostava disso, passar horas pensando em sua vida passada, revivendo cada dia, cada detalhe, como se o agora não existisse. Como se o presente fosse apenas um protetor de tela. Era assim que gostava de pensar, amenizava a angustia. Batia com o dedo indicador freneticamente na parede ao lado da cama como um passatempo. Era seu ultimo dia de aula antes das férias, e tudo o que conseguiu fazer foi escrever uma carta para Beth, carta que ela não tinha tanta certeza se chegaria as mãos da menina. O relógio apitou marcando seis e meia da manhã, Quinn levantou um pouco mais animada, com as malas já arrumadas, tomou um banho gelado e deu uma ultima olhada no quarto antes de sair, rumando direto para o aeroporto. Destino? Nova York.

***

Quinn podia ver a grande cidade pelo vidro e soltou um longo suspiro imaginando como seria viver um sonho naquele lugar. Após algumas horas desconfortáveis de voo, o avião finalmente pousou no aeroporto movimentado. As pessoas iam e vinham em tamanha quantidade que mais parecia uma excursão. A loira caminhou segurando as duas malas por entre a grande estação, procurando por alguém conhecido, e já estava ficando impaciente por ter que esperar, sentindo-se uma idiota em meio a tanta gente.

– Fabray! - uma voz conhecida e tomada por ironia preencheu seus ouvidos. A loira sorriu e se virou para encarar a morena que se aproximava. - Devo mentir e dizer que estava com saudades?

Quinn revirou o olhos e largou as malas no chão para dar um abraço apertado na amiga.

– Também senti sua falta, Santana. - disse sincera. Santana separou-se do abraço e pegou uma das malas da loira, fazendo sinal para que a seguisse. - Não pensei que fosse me convidar para passar as férias em sua casa depois do tapa que levou. - comentou a loira sarcástica enquanto entrava no carro de Santana e deixava a mala no banco de trás.

A morena revirou os olhos e ligou o carro.

– Ainda tenho a marca dos seus dedos no meu rosto, garota. - a morena rebateu fingindo estar indignada. Quinn sorriu e acariciou o ombro dela. - Não que eu me importe, mas como estão as coisas?

Quinn se endireitou no banco com uma expressão incomodada, pois sabia das implicâncias de Santana com a vida social dela, e não a acusava. Sabia que estava sendo uma vadia, quase uma prostituta. Esse pensamento fez o estômago da loira embrulhar.

– Estudos, almoço, estudos, janta, estudos, dormir, estudos, almoço... - repetiu mais para si mesma do que para a morena.

– Ainda está saindo com a múmia? - provocou.

Santana estava guardando insultos desde o dia que partiram de Lima, e não seria agora, que as duas viveriam alguns meses sob o mesmo teto, que ela deixaria de pronuncia-los. Mas, Quinn também tinha suas armas, e como boas amigas que eram, viviam a base de provocações.

– E você ainda está de olho naquele dragão que conheceu na biblioteca?

A latina cerrou os dentes e apertou o volante com mais força que o necessário. Quinn não deixou essa reação passar despercebida e sentiu-se mal pela amiga, tocar naquele assunto a fazia se lembrar de uma certa loira que Santana deixara em Lima.

– Desculpe.

Silencio.

Era sempre assim. Suas discussões começavam com farpas, e alguns minutos depois, estavam se insultando para mais tarde atacarem a vida pessoal uma da outra. Mas, a verdade é que elas se amavam. Quinn e Santana se conheciam desde pequenas, as famílias Fabray e Lopez sempre foram muito ligadas, juntamente com a família de Brittany, a quem Quinn sempre desconfiou ter uma queda por Santana. E vice e versa. Elas eram conhecidas na escola como Unholy Trinity, e gostavam. Agora, essa união parecia se desfazer a medida do tempo, e Santana já não era mais a mesma desde que deixara Louisville para seguir seus sonhos em NYADA, junto de Kurt e Rachel.

– Como estão Kurt e Rachel? - a loira perguntou quebrando o silencio que se preenchera entre elas. Santana olhou de esguelha para Quinn, e pareceu medir as palavras.

– Kurt conseguiu entrar em NYADA, parece mais uma criança que acabou de ganhar um carrinho. No caso dele seria uma boneca. - respondeu mantendo a concentração totalmente na pista a sua frente, e como Quinn a conhecia muito bem, sabia que havia algo errado.

– E Rachel? - A latina ficou paralisada. Esperou alguns segundos pensando numa melhor forma de dizer a verdade, e como ela era Santana Lopez, não via outra forma de contar a não ser jogando a bomba. Quinn sentiu suas mãos suarem e algo no peito apertar - Santana?

O carro parou em frente há uma bonita casa em um condominio luxuoso. O motor desligou e tudo o que se podia ouvir eram duas crianças brincando na rua de pega-pega. Santana tirou o cinto e se virou para a amiga dizendo com cuidado:

– Rachel está em coma.


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