“As vezes falamos o que não queremos falar; Ouvimos o que não devemos ouvir; Choramos por algo que não devemos chorar; As vezes amamos quem não devemos amar.”

Quando chegou em casa, uma hora mais tarde, encontrou Bella jogada no sofá. Alice acendeu a luz e chegou perto da prima.

--- Minha nossa, o que ele fez com você?

--- Quem? --- perguntou Bella, ainda tonta.

--- Edward  Cullen.

--- Como soube?

--- Ele me contou. É por isso que estou aqui. Depois de ter sumido da própria festa por quase uma hora, ele voltou e disse que você estava precisando de mim.

Não disse por que, mas pude adivinhar o motivo. O que foi que ele fez, Bella?

--- Ele... Beijou-me!   

Alice olhou bem e perguntou:

--- Foi só isso?

Bella afastou-se, indignada.

--- E não é o suficiente?

--- Mas... Bem, Bella foi só um beijo. --- Com um sorriso malicioso, acrescentou :

--- Você já foi beijada antes.

--- Não! Não! Não fui. Pelo menos, não desde de Jacob. --- Bella parecia ter dificuldade e pronunciar o nome de Edward. --- Odeio-o.

A prima fez um curto silêncio e sussurrou:

--- Ele pediu que eu avisasse se você tinha chegado em casa e estava bem.
Bella levantou-se para sair da sala.

--- Se ele estava tão preocupado a esse respeito, deveria ter vindo para saber. Mas, é claro, ele não quis se dar ao trabalho.

--- Ele queria vir --- Alice, disse. --- Trouxe-me até aqui e pediu para entrar, mas achei melhor não.

---- Ainda bem que agiu assim. Nunca mas quero vê-lo! E se fosse você desligaria o telefone, porque ele não conseguir escutar com o barulho daquela festa louca.

--- Mas ele... Edward? --- Alice voltou a tenção para o fone --- Sim, sei que estava esperando meu telefonema. Sim. Não. Sim. Eu... Claro...

---Vou dormir. Por favor, não me acorde quando chegar.

Alice segurou o fone longe do ouvido e tapou o bocal com a mão. Em seguida, murmurou :

--- Ele quer falar com você.

--- Diga a ele que não temos nada para falar. --- Bella saiu da sala.  

Um instante depois Alice  entrou no quarto:

--- Ele disse que é importante.

--- Não temos nada a dizer um para o outro. --- Bella respondeu, firme. --- Diga que não estou interessada.

--- Não posso dizer isso a ele --- Falou Alice, escandalizada.

--- Está bem, diga o que quiser, mas não quero mas saber dele. E Alice por favor, não diga nada a ele sobre a minha vida particular.

--- Não vou fazer isso, principalmente por que não sei de tudo.

--- Então, não conte o que sabe.

--- Não tinha nenhuma intenção de contar.

--- Você pode não querer contar,Alice, mas estive com ele tempo suficiente para saber que, se ele insistir, acaba conseguindo o que quiser com você.

--- Qualquer coisa que quiser?

--- Qualquer coisa ---  Bella respondeu, um pouco mais calma pelo modo brincalhão que sua prima falava. 

Mas ficou muito tempo acordada ainda, ouvindo Alice dormir. Podia se ressentir e odiar a intromissão de Edward em sua vida, poderia até odia-lo por beija-la, mas havia uma coisa que odiava reconhecer : em dois anos, desde a morte de Jacob, ela não tinha chorado nem uma vez, por coisa alguma. E, no entanto, meia hora depois de conhecer Edward chorou tanto a histeria. Gostasse ou não de pensar nisso, ele tinha sido a primeira pessoa a tirar o primeiro tijolo da muralha que construía ao seu redor, para esconder as emoções. E ela não gostava disso.

Dois dias depois... ...

--- Tem certeza de que não quer vir? --- insistiu Alice. --- Vai ser divertido.

--- Não estou a fim de um passeio de barco --- Falou Bella, com o nariz enfiado num ótimo livro de mistério.

--- Não é exatamente um passeio de barco. Afinal de contas, ir até a França para passar o dia não é só um passeio de barco.

Bella apoiou o queixo nos joelhos; estava de tênis já velhos e uma blusa aberta no pescoço, por causa do calor.

--- Para mim, é. Mesmo porque, não quero ir a França; estou muito bem aqui.

--- Mas você pode ler esse livro a qualquer hora!

--- E também posso ir a França a qualquer hora! Sabe que trabalho numa agência de turismo e consigo descontos nas passagens.

--- Não quero ir! --- respondeu Bella, firme --- Ainda não esqueci da ultima vez que me obrigou a ir onde eu não queria!

A campainha a interrompeu.

--- Deve ser Alec e ainda não estou pronta. Seja um amor e atenda pra mim, enquanto termino de pentear o cabelo.

--- Está bem.

 Bella abriu a porta e convidou Alec para entrar.

--- Ainda não está pronta, Bella?

--- Não vou --- disse ela, cruzando as pernas para sentar.

--- Não vai? Mas... --- Ele se voltou pra Alice que tinha entrado na sala. --- Bella acabou de dizer que não vai!

--- Já sabia --- disse Alice.

Seria imaginação de Bella, ou realmente eles trocaram olhares?

--- Minha presença é assim tão importante? Tenho certeza que preferem ficar sozinhos a ter uma companhia de uma terceira pessoa.

--- A verdade é que gostaríamos muito que foste conosco. --- disse Alec.

--- Já disse tudo a ela, Alec. --- falou Alice, pegando a bolsa. --- Ela consegue ser muito teimosa quando quer.

--- Mas...

--- Ela não quer ir, Alec --- Alice disse, firme. --- E nada vai mudar a opinião dela.

Desta vez não era impressão. Havia alguma coisa que eles sabiam e Bella não. Alice tinha enfatizado a palavra “nada”. O que haveria por trás disso? , pensou Bella.

--- Tem alguma coisa que ainda não me contaram? --- Bella perguntou.

--- Por que pergunta isso? --- quis saber Alice.

--- Pelo seu jeito. Há alguma coisa?

--- Bem, na verdade... --- Alec começou.

--- Não --- Alice interrompeu. --- Não há nada. Vamos, Alec?

--- Mas...

--- Vamos, Alec? --- Alice insistiu.

Alec suspirou, concordando. Mas disse:

--- Está certo, vamos. Mas ele não vai gostar nada disso.

--- Ele?--- Bella perguntou, cheia de surpresa --- E quem é ele?
Alice olhou para Alec com raiva.

--- Agora veja o que você fez! Não tinha intenção nenhuma de contar quem estava por trás do convite.

--- Já vi que “ele” é Edward Cullen, não é?

--- É ele mesmo --- disse Alec. E, virando para Alice, continuou: --- Que adianta mentir, Alice? Edward quer que você vá, Bella.

--- Isso é o que você queria dizer com “uma maneira diferente de se aproximar”?

--- Bella perguntou, com raiva.

--- Esta vendo o que conseguiu Alec? --- perguntou, furiosa com Alec. --- Porque não ficou quieto?

--- Ainda bem que não ficou quieto, Alice. Então hoje eu deveria ir como companhia para Edward Cullen! Minha nossa! Esse homem não sabe receber um não como resposta?

--- Acho que há muitos anos ninguém lhe diz não. É uma experiência nova para ele. --- disse Alice.

--- Então essa nova experiência vai continuar. A resposta ainda é não.

Minutos depois...

A campainha tocava insistentemente. Levantou-se e foi atender. Não estava esperando ninguém. Só se fosse procurando Alice.
Ficou de boca aberta, ao ver quem estava na porta:

Edward Cullen