A Chave-estrela escrita por TaediBear


Capítulo 6
No qual Haru é expulso por olhares


Notas iniciais do capítulo

YOYOYO! Então, mais um capítulo da fic! YAAY!
Espero que gostem do novo personagem. E só tem um tiquinho de fanservice, doorgas! HAHAHA
Espero que gostem!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300946/chapter/6

Haru chegou ao Reino da Floresta depois de um dia e meio de caminhada. A aldeia élfica brilhava sob o luar que adentrava a clareira por entre as folhas das árvores, por causa da magia que a banhava. Aquelas criaturas eram conhecidas por não se relacionarem com qualquer outra raça, ainda que fossem admiradas por todas. Io, no capuz do garoto, saltitou para cima de seus cabelos dourados, e sua expressão transfigurou-se em pura admiração. Não sabia que o lumpy conseguia transmitir aquele tipo de sentimento.

O menino desceu a estrada que adentrava a aldeia com os olhos brilhando à luz da magia. Ele não a conhecia, já que a Vila Amarela era formada puramente por humanos. Os odores diferentes, que se misturavam pelos caminhos, vindos das casas e das lojas de feitiços, invadiam-lhe as narinas e o deliciavam. Tudo naquela pequena aldeia era perfeito. Io e Haru se entreolharam e sorriram um para o outro. Aproveitariam o máximo possível ao ficar naquele lugar.

Entretanto, logo o menino percebeu todos os olhares voltados para eles. As elfas levavam suas crianças para longe; os elfos lançavam-lhe uma expressão desaprovadora. O lumpy voltou ao capuz do menino e sussurrou a ele:

– Se não conseguir orelhas pontudas agora, sugiro que vamos para outro lugar.

Haru meneou com a cabeça e deu meia-volta. Os elfos não eram uma raça amigável. Eles preferiam a companhia deles próprios a qualquer outra espécie. O menino sentiu os olhares o acompanharem por todo o caminho até a saída da aldeia. Ele não pensava que, algum dia, seria expulso de uma cidade apenas por olhares. Ele não pensava que existiam raças tão hostis.

Ele sentou-se sobre a grama macia e se apoiou contra uma árvore. Ele sabia do que os elfos eram capazes e nunca os enfrentaria. Era uma raça guerreira. Belíssima, admirada, mas hostil. Io voltou à sua cabeça e se acomodou. Bufou.

– O que vamos fazer agora, garoto? – o lumpy indagou, mal-humorado. – Os elfos nos expulsaram daquela aldeia deles com os olhares. Que criaturas terríveis.

Haru dobrou as pernas e apoiou seus braços neles, depois jogou a cabeça sobre eles. Logo quando pensava que passaria a noite em uma aldeia tão bonita quanto a dos elfos, fora mandado novamente para a floresta. Suspirou.

– Como vou conseguir orelhas pontudas agora, Io?

Os dois estavam ligeiramente desanimados. Seus olhos eram iluminados pelas luzes de magia do Reino da Floresta, e eles não podiam adentrá-lo.

– Liam! Liam! – uma voz caminho abaixo chamou sua atenção.

Ele mirou a aldeia e viu uma elfa a andar pelos caminhos sinuosos. Então, uma mão tocou-lhe o ombro, e Haru virou-se rapidamente, assustado. Sua trança foi jogada para o lado e acertou o rosto do jovem elfo que o chamara. O menino apressou-se:

– Desculpe!

– Não, não – o elfo passou a mão pelo seu nariz. – Eu que o assustei.

Os cabelos do elfo eram castanhos e caíam lisos pelos seus ombros, emoldurando-lhe o rosto de pele pálida. A franja, que deveria cair sobre sua testa, estava amarrada para trás, por um ramo de folhas e flores. Seu corpo era esguio e ligeiramente infantil. As roupas, verdes, típicas de elfos, cobria-lhe quase inteiramente, deixando apenas seus braços à mostra. Os enormes olhos que encaravam Haru eram verdes, brilhantes e hipnotizantes. O humano ainda olhou para baixo, para tentar calcular a altura do elfo, e alegrou-se ligeiramente quando percebeu que ele era da sua altura. Depois que descobrira que também tinha sua idade, ficou radiante. Encontrara alguém tão baixo quanto ele – mas sua mente ignorava o fato de que a estatura média dos elfos era menor que a humana.

A voz da mulher ecoou novamente, e o elfo escondeu-se ainda mais ao lado do garoto.

– Você é um humano, não é? – seus olhos verdes brilhavam. – E esse é um lumpy, certo? A melhor raça metamórfica da Terra de Lá.

Io arrumou-se na cabeça do menino e sorriu, uma expressão vitoriosa em seu rosto.

– Esse elfo é, de fato, muito inteligente!

Haru revirou os olhos e sorriu para o jovem à sua frente.

– Você não está receoso de estar perto de outras raças? – perguntou.

– Não. Claro que não! Meu sonho era conhecer um humano. Eles nunca aparecem por aqui, apesar de morarem tão perto da floresta.

– Os humanos são medrosos – Io completou.

Haru pegou o lumpy e o colocou em seu colo, enquanto ajeitava-se no chão. A voz da elfa ecoou mais uma vez, e o menino percebeu a expressão do elfo à sua frente.

– Eu sou Haru, e você? – queria comprovar uma suspeita.

– Liam – o elfo falou. – Aquela é a minha mãe. Ela sempre tem medo que eu fuja, mas é impossível. Não consigo sair dos arredores da aldeia.

– Por quê?

– Ora, você não sabe? Tem algo muito estranho acontecendo no Reino da Floresta. Os adultos colocaram uma barreira para impedir que as crianças saiam. Sete elfos pequenos já desapareceram nos últimos dois dias.

Haru entreabriu a boca, surpreso. Então, os elfos estavam ainda mais hostis por causa do que acontecia. Liam ainda explicou que os anciões e os adultos desconheciam o porquê de aquilo estar acontecendo. A antena do lumpy balançou levemente, e ele saltitou algumas vezes.

– Interessante – comentou. – Eles provavelmente devem achar que outra raça está fazendo isso, porque acham que os elfos são perfeitos.

– Os elfos se acham uma raça superior, assim como o Io? – Haru recebeu um olhar reprovador do lumpy, mas apenas sorriu.

– Que raça não se acha superior às outras? – o elfo comentou. – Mas vocês acham que poderia ser um elfo? Eu nunca conheci nenhum capaz de fazer isso. Somos uma raça pacífica entre nós.

– Os adultos só não querem que vocês saibam que existem elfos que agem dessa maneira. Nem eles querem acreditar.

Haru olhou o rosto abatido do elfo e a expressão séria do lumpy. Ele agarrou Io e o colocou de volta no capuz. Então, levantou-se e estendeu a mão ao garoto, para que ele se levantasse também. Havia uma expressão decidida estampada em seus olhos azuis.

– Já disse que eu tenho uma espada de verdade? – sorriu. - Vou descobrir quem está por trás do desaparecimento dos elfos. Você quer me ajudar?

Liam sorriu de volta e lhe agarrou a mão. Em um salto, estava de pé, o mesmo olhar decidido do humano em sua face. Liam contou que a barreira era ativada, quando se detectava a altura de uma criança. Rápido, Haru subiu em seus ombros e disse para ele andar em direção à magia. Então, eles cambalearam para frente e saíram da barreira de proteção.



Shuu estava entre as folhas das árvores do Reino da Floresta. Ao longe, ele podia ver o local para onde o elfo que ele vira foi levado. Era uma cabana de madeira, que ficava, diferente das casas dos reinos – que ficavam em clareiras -, localizava-se entre árvores, folhas e ervas daninhas. As crianças que adentravam aquele lugar não saíam mais. O ladrão tentara entrar duas vezes na cabana, quando o homem saíra para buscar mais vítimas. Contudo, ele não conseguira, como se houvesse alguma barreira.

Seu olhar estava fixo à casa. Mas, logo, ouviu passos abaixo de si. O homem. Ele apoiou-se com a parte de trás dos joelhos no galho e mirou o chão. De fato, era o homem. Mas ele estava acompanhado de duas crianças. Seus olhos, por trás da máscara, arregalaram-se quando viu o garoto amarelo, sendo levado para a cabana na companhia de um elfo.

Naquele momento, ficou ainda mais preocupado.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do Liam? Ele é fofo, ou não é? *-*'
Comentários?
Espero que tenham gostado, e até a próxima!
Takoyaki ~ SHUU VAI SALVAR TEU UKE DO ABUSADOR DE ELFOZINHOS!