Já era domingo. Uma fria brisa corria pelas ruas movimentadas de Chicago. Eu simplesmente adorava esse clima. Dentro de dois meses, teríamos o Natal. E a virada do ano.

Sorria acariciando minha barriga enquanto imaginava que este seria meu ultimo Natal sem meu bebê ao meu lado. Enquanto olhava Chicago pela grande janela daquele apartamento, já criava planos para meu pequeno bebê. Imaginava inúmeras coisas que poderíamos fazer juntos. Nós três.

- Logo cedo acordada, sweet? - escutei aquele sotaque que eu era tanto apaixonada.

- Tem um pequeno aqui que não se aquieta há algumas horas. - disse virando meu rosto para Niklaus. O mesmo me olhou sorrindo caminhando até a mim tranquilamente.

- Mas você se sente bem, correto? - sua expressão mudou rapidamente, para preocupação.

Desde quando decidi não esconder nada de Nik e lhe contei sobre meu pequeno problema, Niklaus ficava a cada meia hora me questionando se estou bem. Há uma semana, quando ele teve alta do hospital, estou basicamente sendo obrigada a ficar trancada aqui, juntamente com ele. Segundo Nik, enquanto eu carregar seu filho em meus ventres, eu estava sob seus comandos. No momento que ele me dissera isso, tive um pequeno ataque de fúria, o que o assusstou e muito.

Porém, logo eu já ria e concordava com aquilo. Tinha que me preocupar com nosso filho.

- Niklaus, eu já lhe disse que quando eu não estiver me sentindo bem, eu irei te avisar. - disse revirando meus olhos sutilmente.

- Caroline, você não irá contar. - ele negou incrédulo - Eu te conheço. Então irei sempre insistir em saber se está bem ou não. - deu de ombros soltando aquela sua linda risada. Rolei meus olhos incomodada, mesmo sabendo que ele estava certo.

- Tudo bem. - murmurei deixando-o me abraçar carinhosamente e depositar um delicado beijo nos cantos de meus lábios - Você não se esqueceu de que tem um compromisso hoje, certo? - disse sem olhá-lo, mas já sentindo seu descontento. Niklaus suspirou alto e negou com a cabeça.

- Você não me deixaria esquecer, sweet. - ele disse negando incrédulo.

PDV NIKLAUS

Como tinha prometido a Caroline, esta tarde iria até Hayley para demonstrar interesse sobre a gravidez. Não sei como e nem por que, Caroline estava conseguindo me fazer sentir melhor em relação a criança de Hayley. Antes eu não me contentava em nada, principalmente em saber que Hayley colocaria meu nome no registro da criança.

Até que já tinha me adaptado em ter dois filhos. Por mais estranho que pareça. E por mais descontente que eu esteja.

Deixei Caroline no shopping, já que a mesma se encontraria com Vicky e Annabelle para almoçarem juntas, e parti na direção da casa de meus pais. Esther tinha feito questão de deixar Hayley morando com eles, para os cuidados de seu neto. Nunca tinha visto minha mãe tão contente de saber que seria avó. Nem mesmo quando Finn anunciou que Sage carregava sua primeira neta nos ventres, Esther não tinha demonstrado tanta alegria. Ela esperava que essa criança pudesse trazer algo em relação comigo e Hayley, mas claro que eu jamais deixaria Caroline por Hayley.

- Quem é vivo sempre aparece! - escutei a espantada voz de minha irmã mais nova. Sorri com certo sarcasmo e a vi entrando na sala com surpresa na face.

- Little sister, não imaginava que estaria por aqui. - ela me deu um sorriso contente.

- Saberia se ligasse mais vezes para sua irmã. - ela rebateu com sarcasmo.

- Eu nunca te liguei, Bekah. - disse negando e ela riu concordando.

- Não imagino o motivo de sua visita. - Bekah disse sentando-se despreocupadamente no sofá e avaliando-me desconafiada.

- Eu imagino. - escutamos a voz de nosso irmão mais velho. Elijah descia as escadas tranquilamente - Uma jovem loira conseguiu fazê-lo vir visitar Hayley.

Rebekah franziu o cenho quase não conseguindo compreender.

- Caroline lhe fez vir aqui? - ela perguntou assustada.

- E por que o espanto? - questionei em dúvida. Rebekah suspirou alto e se remexeu desconfortável no sofá.

- Eu lhe disse, irmã. Caroline não é o que você pensa. - Elijah disse se aproximando de nós sutilmente - Se eu não me engano, Hayley está no escritório. - ele avisou a mim cautelosamente.

- Não entendo o porque de Caroline lhe fazer vir ver Hayley, esta aproveitadora. - Bekah referiu-se a Hayley com um olhar nada amigável.

- Pensei que estivesse ao lado de Esther. - falei com certa surpresa.

- Você sabe que não concordo com sua decisão de ficar com Caroline, mas também não me agradou saber que você a traiu com Hayley. - Rebekah disse enojada - Hayley desde quando nos conhecemos, ela sempre foi e sempre será uma vadia em nossas vidas. - Bekah bufou estressada e acabei rindo de leve.

- Rebekah, ela carrega um filho de Niklaus, agora ela é da família. - meu irmão dissera repreendendo nossa irmã mais nova.

- E Caroline? - Bekah questionou soando irônica - Também carrega um filho de Niklaus...

- Ela também é da família. - Elijah diz dando de ombros com um gentil sorriso. Deixando Rebekah com uma indelicada careta.

- Prefiro manter Caroline bem longe desta famíllia. - disse negando incrédulo.

- Não se preocupe, Nik. - Bekah disse audaciosa - A gente não morde. - sorriu de lado - Caroline será muito bem recepcionada em meu casamento.

Dei uma leve risada e passei meus dedos em minha tempora direita tranquilamente.

- Vou atrás de Hayley. - avisei já indo na direção oposta das escadas.

Meus irmãos já não me disseram mais nada enquanto eu caminhava pelo corredor que levaria-me até o escritório, onde supostamente Hayley estaria. Atrás das duas portas amadeiradas com pequenos quadrados de vidros, encontrava-se o escritório que tanto passei horas e horas trabalhando. Pelas pequenas janelas das portas pude ver Hayley sentada distraída atrás da grande mesa enquanto lia algo, que, pela sua atenta expressão, parecia um pouco interessante.

Apenas uma das portas estava aberta. Silenciosamente fui adentrando no lugar, sem fazer Hayley me notar. Apenas dei duas leves batidas na porta ao lado, para anunciar minha presença.

A mulher morena de olhos negros, levantou seus olhos e sua expressão mudou rapidamente para surpresa, enquanto seu cenho franzia e seus lábios se contraiam.

- O que faz aqui? - ela me perguntou confusa.

Comecei a me lembrar de tudo que Caroline havia me dito. De toda sua lição dada-me.

- Eu vim avisar que, a partir de agora eu quero saber de tudo em relação essa gravidez. - disse sério e ela olhou-me espantada.

- Por que isso agora? Já estou grávida há um bom tempo, e desde que você soube, você nunca demonstrou interesse pela criança. - ela disse cruzando os braços a frente do peito.

- Não seja dura. - disse impaciente - Você não pode me impedir de querer o bem dele. Além do mais, ele não tem nada a ver com o que aconteceu.

Ela suspirou tomando uma postura mais relaxada e virou seu rosto para sua própria barriga lisa, que não havia nenhum índice de uma criança alí dentro.

- Devo agradecer a quem por essa sua mudança? - ela olhou-me em dúvida. Ergui uma sobrancelha, surpreso por saber que Hayley já imaginava aquilo - Caroline?

- Ela não lhe guarda nenhum rancor. - disse negando silenciosamente com a cabeça - E nem muito menos do irmão do filho dela. - sorri levemente.

Hayley novamente suspirou e pareceu compreender. Ela afirmou silenciosamente e me olhou tranquila.

- Estou recebendo um ótimo atendimento médico de sua família. Se algo acontecer, você será o primeiro a saber. - ela avisou sentando-se melhor na cadeira. Concordei com a cabeça.

- Eu ligo para saber se está tudo bem. - digo já dando as costas - Era apenas isso que vim tratar com você, querida.

Assim que lhe dei as costas, Hayley chamou pela minha atenção. Deixei de andar e a esperei falar:

- Eu estava ansiosa para descobrir o sexo, resolvi por conta próopria fazer um exame... e descobri que é um garoto.

PDV CAROLINE

Há algumas horas que Vicky, Anna e eu estávamos passeando pelo shopping. Já tínhamos almoçado e estávamos apenas indo em algumas lojas. Vicky, como madrinha de meu bebê, já tinha comprado alguns presentes e estava como boba.

- Care, eu queria fazer surpresa, mas não vou aguentar. - Vicky disse tirando algo de dentro de uma de suas compras. Eu a olhei desconfiada e ela retirou um lindo par de sapatinhas vermelhos bem pequeninos.

- Oh, meu Deus! - levei minhas mãos a boca, completamente maravilhada com o lindo presente surpresa que Vicky tinha em mãos - Oh, Vicky, que lindo! - peguei os sapatinhos cuidadosamente - Eu amei! Amei!

Ela riu e acariciou minha pequena barriga.

- Eu tenho certeza de que ela vai amar! - Vicky disse insistindo na ideia de que era uma garota.

- Vicky, obrigada! - agradeci rindo emocionada - Mas é um menino!

- É uma garota! - Anna e Vicky disseram ao mesmo tempo e rimos juntas.

Meu celular começou a tocar e vi que era uma nova mensagem de Niklaus.

O mesmo já estava me esperando no estacionamento do shopping e questionando (pela oitava vez desde a hora em que me deixou aqui, há três horas) se eu estava bem. Suspirei revirando meus olhos, essa preocupação de Niklaus já estava me irritando completamente!

Sentia aquele gel frio em minha barriga, fazendo-me ficar arrepiada. As mãos de Niklaus seguravam a minha mão direita, enquanto aquela mulher passava o pequeno aparelho em minha barriga. Meus batimentos estavam descontrolados e sem rítmo. Sentia minha ansiedade transbordando pelos meus poros.

- Está tudo bem com o bebê, mãe. - a enfermeira disse carinhosa e sorri vendo aquela imagem na pequena televisão ao lado - Ele está grande e saudável.

- Já dá para saber o sexo? - a enfermeira riu quando Nik e eu perguntamos ao mesmo tempo.

- Um momento. - ela pediu avaliando melhor a tela e mudando o caminho daquele aparelho em minha barriga - Vocês querem o quê? - ela nos olhou intrigada.

- Menino. - disse ao mesmo tempo que Klaus me contrarirou:

- Menina.

A enfermeira riu de leve enquanto revirei meus olhos. Eu não saberia lidar com uma garotinha. Menino será muito mais fácil.

- E quais nomes? Já pensaram? - ela perguntou de olhos na telinha.

Klaus me olhou um pouco confuso. Ainda não tínhamos conversado sobre os nomes, isso ainda era o de menos. Porém eu já tinha escolhido um:

- Antonny. - sorri de leve. Klaus olhou-me sorrindo e concordou.

- E se for menina? - a enfermeira questionou sorrindo. Olhei para Klaus, como se lhe desse autorização para escolher. Ele ficou pensativa por uns instantes, até parecer ter uma ideia.

- Clare. - Nik disse um tanto sorridente. Sorri concordando e achando um belo nome.

A enfermeira ficou silenciosa enquanto víamos meu pequeno bebê já formado. Ele era simplesmente lindo. Era grande até para uma gestação de cinco meses.

- Então, papai, você ganhou. - ela disse sorrindo - É uma garotinha, uma saudável garotinha!

- O que acha de sairmos para um jantar? - Nik disse afagando minha mão enquanto dirigia cauteloso para o apartamento de Vicky.

- Para comemorar que todos estavam certos, menos eu? - disse me fazendo de incrédula e ele riu solene.

- Clare será tão linda quanto a mãe, Caroline. - Nik disse com um sorriso amável e maravilhoso.

- Eu não sei se estou preparada para ser mãe de uma garota, Nik. - resmunguei com medo. Ele me olhou confuso e em seguida olhou para a estrada.

- O que lhe deixa assustada, Care? - me olhou confuso novamente.

- Eu não posso ser uma mãe exemplo para minha filha, Niklaus! - disse com repugnância e ele suspirou de leve - O que terei a contar para ela? Como direi: siga meu exemplo...! Sou uma ex prostituta, Niklaus... Irei traumatizar minha própria filha!

De repente o carro parou e ofeguei assustada. Nik olhou-me com seus olhos demonstrando-me um pouco de raiva.

- Eu não quero lhe ouvir dizer isso, nunca mais. - ele disse com a voz um pouco baixa e astuta - Você será uma ótima e maravilhosa mãe, Caroline. E sim, será um ótimo exemplo para Clare. - afirmou com firmeza - Você é batalhadora, determinada e destemida. Caroline, reveja sua história. Clare não se traumatizará contigo, meu amor; ao contrário, ela sentirá orgulho de ti. Assim como eu sinto. - ele segurou meu rosto.

Sentia lágrimas descendo pelo meu rosto, e NIklaus loogo as limpou gentilmente.

- Eu queria lhe levar para jantar por um motivo. - ele disse meio envergonhado. Eu o olhei confusa e ele suspirou - Caroline, você é tudo para mim... Digo, Clare também. - ele riu de leve e ri limpando minhas lágrimas que teimavam em cair - E é por isso que eu quero estar sempre contigo. Eu quero que você seja apenas minha, e que sempre que eu acordar, veja-te ao meu lado e poder te chamar de minha. Eu quero ter um futuro contigo e Clare. Quero me casar com você, Caroline.