Duas semanas se passaram desde o ataque que causou a morte de Matthew Garfield. Os pais do aluno retiraram a irmã primeiranista da escola, com medo. Naquele sábado teria um memorial em Hogwarts para homenagear o garoto. Os colegas da Lufa-Lufa estavam arrasados e os amigos mais intimos choravam pela morte.

O resto da escola só comentava esse assunto. Mas para Hermione era muito mais, ela tinha aquele bilhete que avisava que os ataques iriam começar em breve, além do mistério do fantama/espirito de Ellie Rose. Quem seria aquela menina e o por que de que ela e Malfoy eram os unicos que podiam ve-la?

Enquanto Hermione tentava pensar em respostas Draco estava tendo problemas para dormir. Coisas estranhas apareciam nos sonhos dele e durante a noite, por alguns segundos, ele jurava que alguem o observava durante o sono. Os pesadelos se baseavam em gritos e uma menina afogada numa banheira, não cehia de água mas de sangue, ela morrera sem oxigênio. Draco acordava ofegante e suando frio.

Mas coisas estranhas aconteciam com Hermione também, durante a noite, ela escutava os gritos de Malfoy no quarto ao lado do seu. Ela entrava no quarto dele, e gritava para ele acordar, mas ele nunca o fazia. Então, do nada, ela sentia um frio na sua espinha e via uma sombra no outro lado da parede. 

Quando ela se virava ela não via ninguém.

Os dois nunca foram de acreditar em espiritos ou coisa parecida. Mas os acontecimentos do ano passado tinham sido tão frustantes mas diferentes dos daquele ano. Alguma coisa estava acontecendo ali, e ambos tinham o sentimento de descobrir o que era.

Gina e Luna haviam escutado toda a história de Hermione. As três, naquele momento, estavam no dormitório das garotas da Grifinória, Luna entrou com a permissão da Mulher-Gorda é claro.

- Coisa mais estranha - falou Gina - Você acha que esse.. fantasma ou sei lá, dessa menina, é o responsavel pela morte daquele menino?

- A menssagem foi escritas em garras, você sabe - apontou Luna - Então não foi um humano que fez aquilo.

- Ela é só uma menina Gina, e tão meiga, seria impossivel de ter sido ela - Hermione deu sua opinião - O fato que me intriga é ninguém mais poder vê-la a não ser eu e Malfoy.

- Você nos contou e também contou dos gritos estranhos dele durante a noite - Gina riu com um pensamento dela - Talvez ele esteja só se dando um pouco de diversão.

- Gina! - Hermione exclamou horrorisada e jogou um travisseiro na ruiva - Que coisa mais nojenta de se falar, pelo amor de Merlim.

- Se dando diversão? Ele estava jogando cartas? - perguntou Luna, inocentemente e Gina caiu na risada. Até mesmo Hermione teve que se controlar para não rir.

- Não desse tipo Luna, não desse tipo - Gina dizia dramaticamente. - Amanhã tem viajem para Hogsmeade, acho que podemos comprar nossos vestidos para o memorial que vai ser daqui duas semanas.

- Com tudo que está acontecendo, nem sinto vontade de comprar vestido algum - Hermione suspirou - Mas eu sou obrigada a ir nesse memorial idiota.

- Talvez seja legal, você sabia que o novo ministro, Kingsley, planeja vir montado em Bufadores Enrrugados da Bélgica? - Perguntou Luna em seu tom "lunático" - Vai ser incrivel.

- Claro Luna, ele vai... - Gina revirou os olhos - Hermione, tente não pensar nesses acontecimentos altamente bizarros, quem sabe o memorial sirva para te animar um pouco. Fazer você parar de pensar nos problemas.

- Gina está certa, eu já encomendei o meu vestido, chega ainda hoje - Luna comentou alegre - Ele vem com pedaços de asas de morcego pendurado, espanta os Filkidinkes.

Nenhuma das outras duas decidiram perguntar o que era.

- Muito bem, vocês estão certas - Hermione concordou - Mas eu não gostaria de ir comprar o vestido em Hogsmeade, talvez eu use o do meu quarto ano.

- Nem pensar! - Gina gritou - Você vai comprar um vestido novo, mesmo que aquele lá seja lindo! Se você não comprar eu juro que eu digo para Lilá e Parvati e você sabe que elas vão gritar com você até suas orelhas virarem um balão e explodirem.

- Que horror! - Exclamou Luna.

Hermione revirou os olhos.

- Certo Gina, você não tem aula agora?

Gina olhou surpresa.

- Merda!Tenho sim, bom, vejo vocês mais tarde - Ela corria pegando suas coisas e calçando seus sapatos - E nada de mecher nas minhas coisas Luna!

A ruiva saiu tão rapidamente pela porta do dormitório que quando Hermione escutou um barulho forte teve certeza que a amiga tinha caido nas escadas.

- Eu estou bem! - Berrou Gina do lado de fora, antes de sair.

Hermione riu enquanto Luna parecia pensar em alguma coisa seriamente. Hermione suspirou e olhou em volta, com saudades do tempo que dormia ali. Começou a se levantar da cama de Gina e acenou para a Luna, pronta para ir a sua Sala Comunal foi quando a voz sonhadora da loira apareceu.

- Você devia dar uma chance para o Malfoy.

Hermione se virou e a olhou surpresa.

- O que? Não, eu já disse, eu acho que ele não merece uma segunda chance - disse, firme.

Luna sorriu.

- Você devia pensar melhor Hermione Granger - ela falava calmamente, quase em câmera lenta - Você queria que eu e Gina a ajudasse a desvendar o que está acontecendo. Mas como vamos fazer isso, ajudar a descobrir uma coisa que nem podemos ver?

Hermione finalmente a olhou.

- O que está tentando dizer Luna? - Perguntou curiosa.

Luna sorriu mais largamente.

- Nós não podemos ver Hermione, mas Draco Malfoy pode - a loira disse - Ele consegue ver essa Ellie Rose, ele é que tem pesadelos a noite, não sou eu ou Gina. Ele é o único que pode ajudar a você descobrir. Dê uma chance a ele.

Hermione se inrritou um pouco.

- Por que todo mundo quer que eu de uma chance a ele? - Ela perguntou mais para si mesma - Gina me disse isso e até mesmo Neville me disse isso, e agora você. Por que ao invés de me dizerem para fazer isso, vocês mesmo não vão lá e falam com ele?

- Porque isso não é dever nosso, Hermione - Luna retrucou, agora parecendo inrritada - Mas pense no que eu te disse. Agora, se me der licença, vou mecher nas coisas da Gina.

E então Luna começou mecher nas coisas da ruiva. Hermione riu, mas deixou passar. Saiu da torre da Grifinória e se espantou quando viu que já estava quase anoitecendo, alguns alunos mais novos estavam terminando suas aulas e os mais velhos entrando no seu ultimo periodo. Como Hermione tinha Advinhação, uma matéria que não havia se inscrito, tinha esse periodo sempre livre. 

Chegou na frente do quadro da menina loira, esta sorriu para a castanha.

- Senha?

- União - respondeu.

Quando entrou, pisou em algo liso e escorregou, quase tinha caido se não se segurasse no sofá. Olhou para o chão e viu o liquido viscoso e vermelho escuro. Sangue.

Viu que as gotas de sangue faziam um caminho até o piso superior, onde havia o seu quarto e o de Draco. Seguiu a trilha e subiu apressada as escadas. Olhou em volta e achou que não tinha ninguem ali. Continuou a trilha que deu na frente a porta de Draco.

Bateu mas não recebeu resposta.

- Malfoy? - Chamou e ficou no vacuo.

Abriu a porta mesmo assim, vendo o loiro com a cara cheia de sangue sentado na cama. O nariz dele estava quebrado, sangrando. Na boca, um pequeno corte. O olho esquerdo dele estava de um roxo e estava inchado.

- Oh meu deus! - Ela exclamou horrorizada e se sentou ao lado dele - O que aconteceu com você?

- Eu estava pensando em como seu cabelo parece uma palha, fiquei com pena e decidi me bater na parede até ficar tão feio quanto você - ele zombou, maldoso.

Hermione sentiu ficar magoada com ele a chamando de feia. Mas aquele não era um momento para brigas.

- Me diga o que aconteceu - mandou.

Draco revirou os olhos.

- Corvinais malditos - anunciou - Me encurralaram na masmorra, perto da sala de poções. Nem tive tempo de pegar minha varinha, só senti uma mão vindo na minha cara. Nem pude me defender. Bando de filhos da puta covardes.

Hermione não gostava de palavrões, mas sabia que ela da linguagem deles os falar a cada minuto. Sentiu pena do loiro e tinha certeza que iria castigar os corvinais depois. Mas só depois. Agora ela tinha outra coisa pra frazer.

- Fique aqui - mandou ela, antes de sair do quarto, indo para o seu próprio.

Vasculhou nas mesas atras do pequeno tubo de Ditamo, achou uma poção para dor e outra para cicatrização. Havia até uma para os ossos, e pegou achando que talvez seria necessária. Achou curativos e mais coisas de medi bruxos que nem sabia que tinha em seu quarto.

Voltou para o quarto de Draco.

- O que você pensa que vai fazer com todas essas coisas? - Perguntou o loiro.

- Te curar é claro - ela revirou os olhos com o óbvio.

Hermione encheu um pano com Ditamo mas quando foi passar no nariz de Draco ele empurrou a sua mão com força.

- Não ouse me tocar sangue-ruim - vociferou.

- Não ouse me tocar sangue-ruim - Hermione repetiu, imitando a voz do loiro mas de uma maneira mais gay - Você tem duas opções Malfoy, me deixar curar esses seu machucados ou ficar ai, sangrando como se tivesse sido atacado por algum animal.

- Eu realmente fui atacado por animais... - ele resmungou.

Hermione ignorou.

- Então, prefere ficar sangrando e com dor ou deixar eu te ajudar? - ela perguntou, e para sua surpresa sua voz saiu doce.

Draco pareceu pensar.

- Tudo bem, mas se você decunfigurar o meu rosto eu juro que eu te mato - ele ameaçou.

- Pode ter certeza do que pior que que ele já é, não fica - ela riu de sua própria piada.

Hermione passou o pano com Diatamo em volta do nariz e Draco sentiu o lugar ficar amortecido e o sangue sumir, os pequenos cortes se fecharam. Os dois ficaram em silêncio e apenas se olhavam enquanto ela passava a pomada. Depois, constrangida e corada, Hermione pegou a poção para concertar ossos e deu para Draco tomar. O nariz voltou mas estava torto.

- Episkey! - Hermione sussurou o feitiço e o nariz voltou, como se nada tivesse acontecido.

A castanha então pegou a poção para dor e deu para ele beber. Ele o fez, e a dor no olho roxo passou em segundos. Hermione sussurou um encantamento e o roxo sumiu. Só havia os dois cortes na boca. Ela passou Ditamo no curativo que colocou nos cortes.

- Pronto - anunciou - Os cortes vão sumir daqui algumas horas, é só você tirar o curativo. Morreu por isso?

- Quase - ele disse sério, mas depois olhou pro chão - Obrigado Granger.

Hermione ficou surpresa.

- De nada, você é bem vindo - ela disse e foi em direção a porta.

Mas parou bruscamente. Pensou no que Luna disse. Era verdade que Malfoy seria o unico que podia a ajudar a descobrir a verdade, a descobrir tudo que estava acontecendo. Ela só precisava de coragem para perguntar. E por isso respirou fundo e se virou.

- Malfoy, você me ajudaria a descobrir o que está acontecendo? - Ela perguntou baixinho, mas ele ouviu.

- Por que eu te ajudaria? - Ele retrucou.

- Porque eu acabei de te ajudar e seria como uma troca de favores - ela apontou.

- Eu não te pedi para me ajudar, você fez porque quis. Eu não quero ajudar você. Eu estou pouco me fudendo para o que está acontecendo - Ele revirou os olhos, olhando em volta.

- Isso não é verdade! - ela gritou - Eu escuto você gritando durante a noite Malfoy, sei que tem pesadelos! Eu sei que coisas estranhas estão acontecendo com você assim como estão acontecendo comigo.

- O que está acontecendo com você Granger? O Weasley te deu um pé na bunda? Tava na hora...

- Não! - Ela gritou mais alto - Eu recebi uma ameaça de morte Malfoy, um aviso de um ataque e no mesmo dia um aluno morreu. Um nascido trouxa. Sem contar que você é o unico que pode me ajudar. Você pode ve-la!

Draco logo soube que ela estava falando de Ellie Rose. A menina altamente estranha. Fastasma ou o que a bunda dele fosse. Ele realmente não ligava.

- Eu não ligo que aquele aluno morreu, provavelmente foi... uma brincadeira que deu errado - nem ele acreditou nas suas palavras.

- Você e eu sabemos que não foi - Hermione disse baixinho - Talvez essa seria sua chance de se provar. Sabe Malfoy, todo mundo me disse que eu tenho que lhe dar uma segunda chance, eu não aceito isso, eu acho que você é quem tem que se dar uma segunda chance.

Ele a olhou depois de suas palavras. Ela havia parado de gritar e ele sentiu que aquilo tinha entrando fundo em sua memória.

- Me provar? - Perguntou, quase em um sussuro.

- Talvez essa seja a sua chance de corrigir os seus erros do passado - ela apontou, calmamente - Achei que você quisesse corrigir isso. Mas me enganei. Bom, vejo você na aula amanhã.

E então Hermione saiu do quarto. Estava triste. Desceu as escadas do Salão Comunal e foi até uma prateleira onde pegou um livro. Mal começou a ler quando ouviu passos loucos descendo as escadas e a voz ofegante de Draco.

- Eu aceito - disse ele.