Its Our Story escrita por Atena


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Percy, Atlântida.

 

Resolvi sair. Minha cabeça estava muito cheia e fazia tempo que eu não visitava o mundo mortal - apenas três vezes durante os últimos dois anos.

Olhei a hora – onze da noite – e fui tomar banho. Vinte minutos depois eu estava saindo com a toalha na cintura e bagunçando o cabelo quando vejo meu pai sentado na minha cama.

— Porra, pai! Quer me matar? – pergunto assustado.

Ele somente rola os olhos e sorri.

— Vai sair? – ele pergunta inocentemente enquanto eu pego roupas no closet.

— Vou, pai. E você pode trazer Atena aqui. Nem sei por que pergunta aliás, sendo que ela vem aqui todo dia – eu digo.

— Como você sabe? – Ele pergunta assustado.

— Ah, vejamos... quem sabe os sons? 

Ele sorriu e deu de ombros.

— Vai aonde?

— Não sei, mundo mortal talvez. Preciso esvaziar a cabeça antes de ir para o acampamento – respondo e ele me olha culpado.

— Sinto muito, mesmo, mas você tem que ir, eu prometo que será breve – ele diz preocupado.

— Claro, vai passar bem rápido. Um mês no acampamento com a companhia constante dela. Sem dúvida vai ser rápido – digo irritado e me visto no closet mesmo

— Eu vou esperar Atena. Não chegue bêbado, ok?

— Claro, claro.

Saio a tempo de vê-lo sair do quarto e me olho no espelho. Nada mal, uma blusa de gola V preta, jaqueta de couro verde-escuro, jeans pretos e all star preto. Vestindo tanto preto assim até pareço o Nico. Aliás, estou com saudades dele. Não o vejo desde a Segunda Guerra de Titãs.

Bagunço o cabelo de novo e me transporto para uma rua deserta de Nova York. Estalo os dedos e um Maserati Grancabrio vermelho apareceu. Entrei e acelerei.

Em pouco tempo achei um lugar legal. Devia ter acabado de abrir porque em cima da porta tinha uma faixa escrita ''Inauguração''. Parecia ser bom, já que estava bastante cheio. Ou ao menos parecia.

Entrei e olhei o local. Era bastante aconchegante. Ali na frente tinha uma área cheia de mesinhas aonde garçonetes vestidas de um uniforme circulavam entregando os pedidos aqui e ali; ao lado da área das mesinhas tinha um balcão longo cheio de banquetas onde alguns caras solitários bebiam sozinhos, e lá no fim tinha uma pista grande com um palco médio. A área das mesinhas e do balcão era iluminada por uma luz baixa o suficiente para enxergar, o que deixava o local aconchegante, e a pista era iluminada por várias luzes coloridas. Nada mal, pensei.

Me dirigi até o balcão e sentei em uma das banquetas, pedi um uísque com gelo e peguei o meu celular – agora que não sou mais um semideus eu posso – e liguei para o Nico, que mesmo não podendo tinha. Ele demorou pra atender mas atendeu.

— Alô? – parecia que ele tinha acabado de acordar.

— Ah! Acordei você? – Perguntei com falsa compaixão.

— Ah não, imagina. É só uma hora da manhã, porra. – Ele rosnou – Aliás, quem é?

— Me desculpe sabe, é que bateu uma saudade e eu resolvi ligar para o meu primo. Não é, Niquito? – falei me virando e apoiando as costas no balcão, o copo em uma mão e o celular na outra.

— Percy? Percy, seu viado. Porque ficou dois anos sumido?

— Me desculpe se eu sou ocupado –falei fingindo indignação.

— Claro, claro. Esqueci que estou falando com o deus dos heróis.

Franzi a testa.

— Como você sabe?

— Meu pai, ué. Onde você está? Quero ir ai te chutar por não ter me ligado.

— No bar que abriu aqui em Nova York – eu disse rindo.

— Ok, eu estou indo.

Desliguei o celular e fiquei chacoalhando o copo – agora vazio. Como será que Annabeth estava? Será que o cabelo dela ainda tinha aquele cheiro agradável de shampoo de limão? Será que a pele dela ainda tinha aquela textura gostosa? Fazia dois anos que eu não a via, nem ao menos uma foto, mas eu lembrava dela como se a visse todos os dias.

Fui tirado dos meus pensamentos quando um retardado de cabelos pretos e olhos castanhos escuros amedrontadores apareceu na minha frente gritando e me envolveu em um abraço de urso.

— Nico, seu idiota – falei rindo. – Quer me matar?

— Tinha que ver sua cara, deuses – ele falou tentando parar de rir.

— Palhaço.

Então o olhei bem. Ele tinha crescido uns quinze centímetros, mas ainda era um pouco mais baixo que eu, visto que eu também cresci, e estava mais forte. Usava uma camiseta gola V, jeans pretos e coturnos pretos. Típico.

— Como você está? – Perguntei.

— Ah, normal, como sempre – ele respondeu acenando a mão em sinal de descaso. – Mas como você está? A última vez que eu te vi foi no Olimpo, e você tinha acabado de aceitar morar com seu pai por causa do namoro da Annabeth com o Luke.

Congelei e arregalei os olhos, mas tratei de esconder o desconforto.

Sentei e pedi mais uma dose de uísque.

— Como você descobriu? – perguntei tomando todo o conteúdo do copo de uma vez.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— E pelo visto ainda não a esqueceu – ele murmurou baixinho, mas não devia ser pra eu ouvir, já que quando eu o olhei com o maxilar apertado ele arregalou os olhos. – Quero dizer, era óbvio pelo jeito que você a tratava. Até Thalia percebeu, e não se preocupe, Annabeth não entendeu. E aliás, Thalia saiu da Caçada.

Arregalei os olhos

— Como é? Por quê?

— Ela não disse e eu não perguntei, e tem mais, eu e ela voltamos para o acampamento.

— Isso é bom, porque eu vou ficar lá durante um mês para a construção do meu chalé que vai ser chefiado pela ''Arquiteta Oficial do Olimpo'' – falei movimentando os dedos no ar.

— Você está ferrado – ele disse rindo. – Mas mudando de assunto, quero te propor um desafio.

— Um desafio? – perguntei semicerrando os olhos.

— Você tem que ficar com aquela loira ali – ele disse apontando para uma garota de cabelos loiros.

Ela tinha o cabelo liso até o meio das costas, olhos – que eu só pude ver porque ela estava me olhando – azuis. Um corpo que, em minha opinião masculina*, perfeito, e uma pele branquinha. Usava um vestido azul colado de um ombro só um palmo acima do joelho, scarpins pretos – conviver com Afrodite faz você aprender o nome de uma peça ou duas – e usava uma maquiagem leve. Dei de ombros e larguei o copo do balcão. Não estava a fim de fazer isso, nem um pouco, mas eu nunca nego um desafio.

Caminhei devagar até ela.

— Oi – eu disse e sorri.

— Hey – Ela disse sorrindo.

— Disfarça ok? – ela franziu as sobrancelhas – Atrás de mim tem um cara de preto, ele é meu primo. E me desafiou a ficar com você ent...

Eu nem pude terminar, ela passou os braços em volta do meu pescoço e me beijou. Fiquei estático por um segundo, mas depois tomei as rédeas da situação.

— Uau – eu disse quando nos separamos.

Ela corou e olhou pra baixo.

— Posso conhecer seu primo? Aliás, meu nome é Mellanie – ela disse sorrindo.

— Claro, e me chamo Percy – Eu ri.

Puxei-a pela mão e a levei onde Nico estava.

— Hey Nico, essa é Mellanie. Mel – ela sorriu pelo apelido –, esse é Nico, meu primo.

As próximas horas se resumiram em conversas idiotas, mãos bobas da minha parte e dela e bebidas. Era mais ou menos 4h00 quando eu e Mellanie saímos de lá bêbados demais para dirigir, então pegamos um táxi... e a partir daí não lembro de mais nada.



Acordei com o sol entrando pela janela e machucando meus olhos. Olhei para os lados tentando imaginar onde eu estava. Pelo o que eu me lembrava, meu quarto tinha a decoração branca, azul e marrom, não branca e lilás, e que porra de dor de cabeça era aquela? Tentei me levantar, mas tinha alguém deitada em cima de mim.

Oh oh, pensei.

Olhei e me deparei com uma garota loira e nua em cima de mim, o que me fez lembrar de algumas coisas.

Merda, será que tínhamos nos protegido? Não queria ser pai tão cedo.

A empurrei para o lado delicadamente para não acordá-la, mas é claro que não funcionou.

— Bom dia – eu disse sorrindo.

— Bom dia – ela disse manhosa, piscando os olhos.

— Olha, eu tenho que ir, meu pai me mata se descobrir que eu não dormi em casa – disse me vestindo.

— Tudo bem.

Peguei meu celular.

— Qual seu número? – eu perguntei e ela respondeu. Dei um toque e desliguei. – Agora você tem o meu.

Dei um selinho nela e fechei as cortinas, antes mesmo de me virar ela estava dormindo.

Fiz um copo com água e um comprimido aparecerem e os coloquei no criado mudo; sai da casa em silêncio e quando estava longe o suficiente eu me teletransportei para o palácio. Caminhei devagar para o meu quarto e comecei a fazer as malas. Seria um mês longo.


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Notas finais do capítulo

*Opinião masculina: Sou mulher tá gente, mas o Percy é homem, então...