Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 16
Realizada.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo /o/



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Encostei minha cabeça no peito firme de Evan, sentindo-o subir e descer de acordo com a sua respiração. Eu me sentia completa, com uma paz tão imensa que poderia jurar que estava no céu. No meu céu particular.

Sobre as nossas cabeças, na janela de vidro decorada, o sol ainda tentava ultrapassar a neblina, iluminando meu rosto vez ou outra, esquentando minhas mãos que ainda estavam frias.

Eu havia acabado de ter o momento mais perfeito em toda a minha vida, tudo estava incrivelmente bem, como se mais nada importasse.

Nem eu, nem Evan, dissemos nada por um longo período de tempo, como se estivéssemos aproveitando ao máximo aquele momento. Um dos poucos, desde que nos conhecemos, que não era feito de brigas,  nenhum de nós estava magoado mais, tudo tinha ido embora. Qualquer dúvida, qualquer dor, qualquer problema, tudo tinha partido, deixando apenas em meu peito uma felicidade imensa.

Já devia ser quase meio dia, e Daniel deveria estar louco atrás de mim, mas nem isso me fazia querer ir embora, apesar de eu saber que era necessário.

Levantei minha cabeça, a apoiando em uma de minhas mãos sobre meu  cotovelo e encarei os olhos negros de Evan.

- Tenho que ir pra casa. 

Ele fez um bico dramático antes de sorrir.

- Você tem os olhos azuis mais lindos que eu já vi.

Revirei os olhos rindo.

- Não adianta ser galanteador. - Suspirei. - Se eu não for, Daniel virá atrás de mim.

- Deixe que venha. - Ele deu de ombros se divertindo com a situação.

- Você não se importa com ele mesmo, não é?

- Daniel e eu temos uma história. - Murmurou, completando em seguida. - Mais longa do que você imagina.

O assunto era sério, mas eu não queria tratar de coisas sérias agora, queria apenas permanecer com aquela paz que estava sentindo. Por isso respondi.

- Isso foi incrivelmente gay.

Evan riu. Passei minhas pernas sobre ele, tentando alcançar o chão de madeira para poder me levantar. Mas ele foi mais rápido, depositou suas mãos em minha cintura me prendendo em cima dele.

- Não quero que você vá embora.

Encostei meus lábios nos dele.

- E eu não quero ir. Mas é necessário, minha família deve estar louca atrás de mim. - Murmurei contra seus lábios. E completei. - Tenho que ir.

- Você podia morar aqui.

Ri, me soltando de suas mãos procurando minha calça que estava caída perto do armário, antes de voltar e me sentar na cama, para poder responder.

- Claro, Daniel ia amar a ideia.

Evan se sentou na cama. Tirei sua camisa que eu estava vestindo, para pegar meu sutien caído no chão. Senti seus dedos acariciarem a pele das minhas costas e depois seu hálito quente na mesma. Como uma tortura lenta, me impossibilitando de fazer algo racional. Como ir embora. O que eu deveria fazer se quisesse voltar para vê-lo depois.

- Você se importa muito com o que Daniel vai pensar. - Murmurou. - Deveria ter pensamentos próprios.

- E eu tenho. - Respondi, colocando meu tênis. - Você é meu pensamento próprio. - Me virei para depositar um beijo em seus lábios, antes de me levantar e descer as escadas à procura da minha blusa. 

A encontrei perto do sofá e a vesti lá mesmo, me preparando para voltar para o quarto, quando ouvi a voz de Evan.

- Fico feliz em saber disso! 

Ri aparecendo na entrada, caminhei até ele e me curvei para beijá-lo antes de ir.

- Não se ache demais.

Ele me puxou para cama novamente, grudando nossos lábios e intensificando o beijo que era para ser rápido. Novamente pude sentir suas mãos na pele de minhas costas, que já estavam cobertas pela blusa. Por mais que eu não quisesse tive que impedi-lo, retirando suas mãos de lá e me levantando novamente.

Evan me olhou com uma cara engraçada, antes de perguntar.

- Vai me deixar aqui, assim?

- Sinto muito. - Imitei sua voz dramática. - Realmente tenho que ir.

- Tudo bem, tudo bem. - Erguei os braços em forma de rendição. - Me deixe levá-la até perto de casa pelo menos.

Concordei vendo-o se levantar, retirando o celular do bolso antes que me focasse demais em seu corpo e me esquecesse que tinha que ir para casa.

Disquei para o número de Daniel, só para ter certeza se ele estava ou não em casa, para não correr o risco de vê-lo socando Evan novamente. Ele atendeu no terceiro toque, uma música alta encheu meus ouvidos seguida pela voz gritada de Daniel.

- Melanie? Oi, onde você está?

- Estou saindo do shopping. - Respondi alto, tentando fazer com que ele me ouvisse. - E você?

- Bom, eu te esperei, mas como você não chegou vim para a casa do Steve, está tendo uma festinha aqui. - Ele riu. Provavelmente bêbado. - Se quiser vir direto pra cá, lhe passo o endereço.

- Não. - Respondi rapidamente. - Preciso tomar um banho e relaxar, foi uma manhã longa. - Evan riu atrás de mim, o ignorei revirando os olhos. - Nos vemos à noite. Boa festa. - Desliguei.

- Uma manhã longa? - Ouvi a voz marota de Evan, me fazendo rir antes de me virar para ele. 

Evan estava mais próximo do que esperava, o que facilitou para que eu jogasse meus braços sobre os ombros dele e encostasse nossos lábios de leve.

- Um pouco. - Olhei para cima, pensativa. - Vamos?

- Vamos. 

Mais um selinho, antes de começarmos a descer as escadas. De lá até a saída foi um pulo, logo chegamos até sua moto, escondida estrategicamente atrás de um arbusto. 

- Belo lugar para esconder sua moto.

- Não gosto que as pessoas saibam que eu me escondo aqui.

- Então quer dizer que não é aqui que você mora? - Rebati, pegando o capacete que ele me estendia. - Isso é uma novidade, pensei que gostava de lugares rústicos.

- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Melanie.

Ri, imitando seu movimento e me sentando na moto. Enlacei meus braços pela sua cintura e me apertei contra ele. Nunca ia me acostumar a andar naquele treco.

- Pretendo descobrir.

Minha voz era repleta de duplo sentindo. Evan tinha muitos segredos e eu realmente gostaria de saber mais sobre eles. Alguns em particular, como: o que ele viu na noite da morte de Amber e qual era aquela rixa que Daniel tinha com ele. 

Mas não era a época certa para lhe perguntar nada sobre aquilo. Nós estávamos bem. Estávamos juntos, pelo menos era o que me parecia. Não havia porque eu colocar mais dúvidas, mais perguntas em minha cabeça, sendo que eu sabia que iria demorar para saber a resposta e provavelmente passaria noites em claro me perguntando quais seriam.

Evan não respondeu, apenas pude ouvir seu riso abafado antes de ele dar partida na moto, e nos fazer mergulhar na neblina densa que parecia não querer deixar o Pico Da Viúva. Jamais.


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Notas finais do capítulo

Eu adoro esse capítulo ♥ pois é heuheu é um dos meus preferidos *-*
Espero, então, que tenham gostado de ler, tanto quanto eu gostei de escrever *O*

Ah, não se esqueçam de curtir a página hein ;) Tá repleta de coisas novas *u*

Beeijos ;*



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