Leiam as notas iniciais!!!!!!!!

Pov. Percy

Acordei soando frio e sozinho. Annie já havia se levantado e apenas Nico dormia na cama ao lado. Tive tantos sonhos estranhos e escuros que não me lembro de nenhum com exatidão.

Me levantei me sentindo meio tonto e ouvi vozes vindo do banheiro. Sorri distinguindo a voz de Annie e voltei a me deitar esperando que elas saíssem de lá.

_Só sei que o doutor concordou Thalia...

_Nossa esse é médico de verdade, aceitando visitas sábado a noite.

_Ele era amigo da família, gosta muito deles.

_Hum. Bom, vamos acordar esses meninos senão ficaram a tarde inteira ai.

Ouvi Annie rir baixinho e se deitar ao meu lado. Ela beijou delicadamente todos os cantos do meu rosto e me deu um selinho demorado. Fingi acordar e me espreguicei, fazendo-a rir.

_Bom dia Blue bear!

_Bom dia... E, Blue bear?

_Arram... Você parece um urso acordando eeeee você gosta de azul!

_Ah... Entendi...

_Vem, levanta esse esqueleto preguiçoso. Nós temos o dia inteirinho para curtir.

_Sei não...

_Por que não?

_Pra mim seria interessante ficar aqui e...

_E?

_Fazer isso!- Disse me jogando em cima dela e fazendo cosquinha.

Annabeth ria sofregamente implorando para que eu parasse. Thalia e Nico me encaravam com as sobrancelhas arqueadas e eu me senti estúpido. Parei e eles riram.

_Seus babacas! Fizeram isso para que eu parasse.

_Aaaah Pers, vai fazer biquinho vai?-Disse Thalia fazendo uma cara meiga.

_Eu odeio vocês...- Respondi mimado.

_Aaaah, mentir é feio bebezão!- Disse Nico me cutucando.

_Hunf. Respondi cruzando os braços.

_Vamos Percy, sorria lindo-Disse Annie sorrindo.

_Não, não quero. Só se você me convencer...- Respondi.

_Annie, ele quer beijinho! Oooooown!- Disse Nico.

_Oras, resolvemos isso então!- Disse Thalia.

Juro foi tão rápido que eu nem tive como me defender. Os três pularam em cima de mim e a única coisa que fiz foi dar risadas e me defender deles.

Depois de um tempo conversando resolvemos levantar para tomar café, devo dizer, almoçar. Tio Zeus já não estava em casa. Sim, ele passa até o fim de semana trabalhando. Mas, sem comentários sobre ele agora.

_Gente, estou a fim de comer um doce... Acho que vou com a Annie comprar alguma coisa.

_Por que não podemos ir?- Perguntou Nico.

_Por que... Porque não, ora. Temos que ter nosso tempo de melhores amigas sem vocês- Disse Annie.

Sem mais argumentos as vimos levantar e sair pela porta da cozinha mesmo. Nico sorriu pra mim de um jeito... Sinistro.

_Ah, fala logo o que foi!

_Eu acho... Que nós devíamos jogar videogame.

_Videogame?

_Arram.

_A Thalia não tem videogame Nico... Nem tem como.

_A Thalia não... Mas se sabe né, o sogrão tem.

_O sogrão? A o tio Zeus. Pera, o tio Zeus? Não, impossível.

_É possível. Eu estava dando uma voltinha na casa esses dias e me toquei de uma coisa, eu nunca entrei no quarto do Zeus. E, olha que eu já vim várias vezes nessa casa. Aí eu aproveitei que a Thalia estava no banho e não tinha mais ninguém em casa e entrei lá. Cara, é o paraíso!

_Eu acho melhor nós não entrarmos lá. Tio Zeus não é a pessoa mais afetuosa do mundo Nico.

_Você é tão medroso! Ora, vamos Percy!

_Eu...

É ele tinha razão. O quarto era um paraíso. Uma cama king size bem no meio do quarto, uma TV enorme na parede, um móvel com todos os jogos que você possa imaginar, uma mini cozinha e várias outras coisas.

_Foi uma boa ideia não?- Perguntou.

_Cala a boca e liga logo o videogame- Respondi.

Começamos a jogar e perdemos a noção do tempo. Só sei que achamos que ouvimos um carro chegando. Tendo certeza de que eram as meninas continuamos jogando.

_Thalia! Filha cadê você?- Gritou Zeus.

Eu e Nico nos olhamos e arrumamos o quarto o mais rápido que pudemos. Quando íamos sair do quarto...

_Oi tio! Beleza?- Perguntei no maior cinismo.

_O que fazem no meu quarto?- Gritou.

_Estamos procurando a Thalia sogrão! O menina viu! Desde pequenininha você dizia: Essa menina gosta de se esconder viu!. Menininha difícil viu! Estamos procurando a um tempão!- Disse Nico numa falsa indignação.

_Dizia é?- Perguntou Zeus tentando lembrar- Mas de qualquer jeito, acho que ela saiu! Saiam daqui agora!

_Saiu? Ah, essa menina não tem jeito!- Eu disse entrando na brincadeira.

Quando a porta se fechou num estrondo atrás de nós caímos na gargalhada e fomos para a piscina.

Vinte minutos depois as meninas chegaram com dois potes enormes de sorvete. Elas entraram na piscina e ficamos lá o dia inteiro.

A noite, assistimos um filme, e lá pra as 19:45 eu e Annie saímos da casa. Não posso mentir dizendo que eu não estava nervoso, porque eu estava. Eu tremia, por isso Annie foi dirigindo. Não sabia o que ele iria falar, o que eu realmente tenho. Tanto tempo tentando entender o que acontece e agora tão perto da verdade eu estou com medo. Medo de tudo, medo da minha felicidade acabar.

_Calma meu lindo... Eu estarei do seu lado...- Annie disse apertando suavemente minha mão.

Forcei um sorriso e liguei o rádio tentando me distrair. Chegamos á um consultório e Annie apertou forte minha mão enquanto adentrávamos lá dentro. A secretária avisou que anunciaria nossa presença ao médico. Pude reparar que Annabeth também estava nervosa mas não queria deixar transparecer. Ficamos de mão dadas até que a secretária nos mandou entrar.

_Boa noite-Disse um médico.

Na hora me lembrei dele. Era aquele amigo estranho da minha mãe que sempre estava lá em casa. O olhei incrédulo e Annie apertou minha mão novamente.

_Bem, Percy fico feliz que tenha vindo.

_É... O-oque eu tenho?- Perguntei.

Ele riu calmamente e pegou uns papéis. Quando ele aproximou-os de mim pude ver que eram jornais. Estendi minha mão para pegá-los mas ele me impediu.

_Percy, eu... Eu quero que entenda que todos aqui estamos tentando te ajudar. Que somos todos seus amigos e queremos apenas seu bem.

_E-eu... Eu entendo- Respondi.

Ele sorriu e finalmente me entregou os papéis.

Pov. Autora

Finalmente Percy Jackson iria descobrir o que acontecia com ele. Mas, realmente não estava preparado para aquilo. O jornal que foi dado a ele na hora pareceu uma brincadeira. Acidente grave deixa mulher em coma. E lá estava a foto de seus pais abraçados e um pequeno garotinho sorrindo para os dois.

O filho de Sally e Poseidon Jackson, Percy Jackson, não estava no carro no momento ocorrido. O garoto, agora com dezesseis anos de idade foi informado a pouco do ocorrido .Os pais estavam á caminho da casa deles após deixar o garoto no colégio,quando um caminhão desgovernado invadiu a contra mão e se chocou com o carro do casal. Poseidon Jackson, segundo as informações, não corre risco de vida, ao contrário de sua esposa. 17/6.

Cinco meses após o violente e triste acidente com o casal Jackson, Sally ainda esta em coma. Poseidon viaja neste momento incansavelmente em busca dos melhores médicos e o filho deles, Percy (16) reagiu da pior maneira possível ao ocorrido. O garoto não aceita o estado de sua mãe, que hoje é tratada em casa na supervisão do próprio Dr. John Summers no apartamento da família. Então leitor, perguntamos, quando finalmente acabará o drama da família Jackson? 15/11.

_Percy...- Annabeth tentava falar.

O garoto simplesmente olhava horrorizado para os papéis em sua mão. Era impossível. Sua mãe, em coma? Na casa deles? Não, não era possível. Afinal, todos os dias ele ia conversar com ela, que sorria daquele jeito tão doce...

_Percy? Percy?- Gritava Annabeth.

O garoto parecia estar em outro lugar, apenas assistindo a cena. Sua namorada o olhava com lágrimas impiedosas caindo pelos olhos tão bonitos... Aquele estranho chamando uma enfermeira tão ao longe... E de repente o escuro.

Annabeth acariciava o rosto do moreno com carinho e atenção esperando que ele acordasse. A garota não sabia mais o que fazer. Quantas horas se passaram? Nem ela sabia. Só não havia saído de perto daquele menino que se tornará tão especial para ela nos últimos tempos.

Os olhos claros tinham dificuldade de se acostumarem com aquele lugar tão claro. A primeira coisa que viu foi sua loira sorrindo preocupada. Tentou se levantar mas sentiu uma leve tontura que o impediu de se mover. Por que estava ali mesmo? Ah sim, a verdade.

_Olá Percy- Ouviu a voz do doutor dirigida a si- Realmente não esperava essa sua reação. Está pronto para falar sobre isso?

O garoto apenas balançou a cabeça. Parecia que havia uma secura descomunal em sua boca e garganta que o impedia de falar.

_Bom, Annabeth se quiser nos dar licença- Pediu o doutor.

_Não! Não, ela fica!-Tirou de algum lugar a voz.

_Certo. Percy, eu acho que você entendeu o que falava o jornal... Eu realmente sinto muito. Sua mãe e seu pai se tornaram uma família para mim nos últimos tempos e eu espero poder ajuda-lo.

_Por que eu não posso vê-la do jeito que está?- Sussurrou o garoto.

_Ah Percy, é complicado. O que aconteceu á sua mãe, pelo fato de vocês serem muito ligados, afetou seus sentimentos e sua mente. Você a ama tanto que não quis admitir á si mesmo que isso está acontecendo justamente com sua mãe. É fundamental que você não volte por uns dias á sua casa. Quero que fique com Annabeth, que peça a ela ajuda para digerir a informação.

_Como... Como se chama isso?

_Psicose. Eu espero que quando estiver preparado para ver sua mãe, no real estado em que ela está, não tenha uma reação igual a essa. Você tem de ser forte Percy. Por você, por sua mãe e por essa garota que não te abandonou. Por essa garota que, qualquer um pode ver, é louca por você. Não se afaste dela ou de seus amigos, eles são as pessoas que te ajudaram nessa adaptação.

_Não vou...

_As férias estão próximas certo?

_Sim...- Murmurou Annie ao meu lado.

_Viagem! Vocês e seus amigos! Distraiam a cabeça! Quando voltarem das férias, você vai começar um tratamento Percy. Agora se quiserem ir...

O garoto estava desnorteado. Annabeth o ajudou a se levantar e prontamente segurou sua mão. Estava tão chocado que depois de muita insistência da garota em segurar sua mão que finalmente retribuiu o aperto.

Ela dirigiu lentamente até sua casa e o deixou tomar um rápido banho. Avisou sua mãe sobre a situação e quando chegou no quarto o moreno ainda olhava para o teto.

_Eu vou tomar um banho e já venho...- Avisou.

Tomou um banho rápido e encontrou o garoto na mesma situação. Se deitaram e ela arriscou um rápido selinho que despertou um olhar mais vivo do rapaz.

A noite foi um tanto conturbada. Ele não se movia mas por vezes ela o pegava tremendo por conta de pesadelos. O abraçava nessas horas o que por momentos resolvia. Ás quatro da manhã Annabeth olhou para Percy e o viu acordado. Sorriu e ele se inclinou dando um beijo cálido em seus lábios macios. Ela era mesmo seu remédio, e naquele instante ele sabia que ela enfrentaria tudo com ele. Não precisava palavras, aquele sentimento que foi estava mais ativo que nunca naquela noite o atingiu de uma maneira tal que ele não queria solta-la mais. Como não conseguiam dormir, ficaram no quintal para ver o sol nascer e qualquer um que visse sentiria inveja daquele casal tão bonito.

Annabeth e Percy apenas ficaram juntos aquele tempo sem precisar dizer nada. Ele apenas precisava de carinho naquele momento. Só precisava de seu remédio. De sua Annabeth.

_Eu prometo cuidar de você meu amor...- Sussurrou acariciando os cabelos do moreno que estava deitado em seu colo.

_Eu sei... Nunca duvidei disso.- Sussurrou ele de volta antes de adormecer junto dela.