Eu levantei da cama e quase voltei para ela depois que a dor de cabeça me atingiu. O estranho é que era uma dor de cabeça meio que sem motivos, já que eu não havia bebido na noite anterior.

Ah! A noite anterior. Quase ia me esquecendo dela.

O Edward ainda não havia chegado em casa quando eu cheguei com o Jasper, então sobrou para mim ter que cuidar dele... que tem quase o dobro do meu tamanho. Pois bem, ele vomitou no meu pé - no meu sapato novo, lindo e caro - e eu tive que me segurar para não socá-lo. Sério. Então eu andei com ele até a torneira que servia para molhar o jardim, e lavei o meu pé, morrendo de nojo.

E eu ia deixá-lo no quarto de hospedes, mas ele estava muito bêbado, então quando nós entramos lá, eu o empurrei direto para o chuveiro e liguei a água fria. Ele tentou protestar, mas foi em vão. Ele tirou a camisa, e eu tentei fingir que não estava constrangida, mas quando ele fez menção de tirar a calça, eu o impedi.

Depois que ele se acalmou um pouco e se acostumou com a água gélida que o atingia, eu saí de lá, fui buscar umas roupas do Edward pra ele dormir, e algumas toalhas. Antes de voltar para o banheiro, fiquei pensando se ele teria se despido, e cogitei só jogar as roupas pela porta e sair, mas considerando o estado de bebedeira dele, eu resolvi ir lá ajudá-lo. Para o meu alívio ele estava vestido. E acordado. Então eu desliguei o chuveiro, ajudei a enxugá-lo e saí de lá, para que ele pudesse se vestir.

- Obri... obrigado. - Ele falou quando eu te entreguei um copo com água, que havia pego na cozinha.

- Disponha. - Eu disse e saí do quarto, pare que ele dormisse. Ele ainda estava bem bêbado, mas o banho frio e o copo d'água haviam ajudado.

Fui pro meu quarto, tomei um bom banho quente, coloquei um pijama fofo e confortável, e então dormi. E, bom, isso é tudo o que eu me lembro.

- Janett? - Perguntei quando entrei na cozinha. O relógio marcava pouco mais de dez da manhã.

- Pois não, senhorita Cullen?

- Você sabe onde eu encontro algum comprimido para dor de cabeça?

- Na gaveta da sua suite, senhorita. - Eu agradeci e voltei até o meu quarto, onde encontrei os comprimidos.

Resisti à vontade de tomar dois, pois eu sabia que poderia me fazer mal. E quando estava saindo do quarto, pensei que seria bom deixar um para o Jasper, na cabeceira da cama. Se eu estava com uma dor daquelas, não quero nem imaginar a ressaca com a qual ele acordaria.

Fui para o quarto de hospedes, onde ele estava, coloquei a cartela com os comprimidos sobre a cabeceira e um copo de água que tirei do frigobar, tentando fazer silêncio para não acordá-lo. Mas, bem lentamente, ele abriu os olhos. Quando eu vi que ele só me encarava, e não dizia nada, eu sorri um pouco e saí do quarto. Eu já estava fechando a porta quando ouvi sua voz.

- Obrigado. - Ele disse, com a voz rouca de sono e ressaca. E acho que depois disso ele voltou a dormir.

Já lá pelas quatro da tarde eu resolvi ir para o meu quarto, dormir; ainda estava bem cansada, e a minha cama estava me chamando. Edward havia acordado depois do meio-dia, comido um sanduíche, e voltou a dormir. Jasper ainda estava dormindo. Então eu fiz o mesmo.

***

POV Jasper

Não sei bem se fui acordado por minha dor de cabeça, ou pelo barulho da porta sendo aberta. Talvez tenha sido pelo conjunto dos dois.

- Feche os olhos. - Eu ouvi Edward dizer, e fechei. Segundos depois ele acendeu a luz do quarto, e ainda assim a minha cabeça doeu um pouco.

Quando abri os olhos outra vez, olhei para a cabeceira ao lado da cama e encontrei o comprimido que a Alice havia deixado ali, pela manhã. Assim que o tirei de lá, e levei até a boca, Edward colocou um prato com dois sanduíches no lugar onde ele estava.

- Não tô com fome. - Falei no exato momento em que tirava um pedaço de um e engolia. Edward riu.

- Você tem que comer. Já são quatro e meia da tarde.

- Mas já?! Uau, como eu dormi por tanto tempo?

- Não só você. Todos nós. - Ele riu mais uma vez.

Ao terminar de comer, eu tomei um banho, vesti umas roupas que o Edward havia me emprestado, para que eu fosse para casa, e peguei as chaves do meu carro.

Quando saí do quarto de hospedes, parei em frente à porta do quarto da Alice. Não sabia se ela estava dormindo ou não. Não sabia nem mesmo se ela estava lá. Por fim resolvi bater, e bati bem fraquinho. Não houve resposta, então eu abri a porta, bem devagar.

Alice estava ali, dormindo tranquilamente. E ela estava tão linda. Não resisti ao impulso de me aproximar dela, e de repente eu estava agachado ao lado de sua cama, muito perto, observando-a. Então eu tive que me afastar, e ainda me sentia muito esquisito quando saí do quarto, tentando não fazer barulho.

Dirigi até a minha casa bem devagar, ouvindo a música mais tranquila que eu conhecia.

- Rose? - Eu bati na porta do quarto da minha irmã, quando cheguei em casa.

- O que é? - Ele perguntou impacientemente, com uma boa cara de sono e ressaca.

- Será que você tem um tempo? Eu estou meio confuso... Acho que talvez eu possa estar apaixonado.