O Caminho De Seus Súditos escrita por Hikaru Hamano Inca


Capítulo 8
Trem


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Novembro de 1942, cidade de São Paulo, Pensão

Akane estava deitada em seu quarto na pensão, no centro de São Paulo, olhando para as fotos de Shindou em diversos porta-retratos. Ela tinha porta-retratos nas paredes, nas mesas de cabeceira, na mesa principal, na penteadeira e tinha até seu cobertor com o rosto do garoto.

_ Tinha que ficar com aquela Puta, Takuto?!_ Ela se perguntou_ Okatsu não vale nada e você ainda tinha que engravidá-la, meu amor! Sinceramente, não te entendo!

A garota caminhou até a janela e olhou para a movimentação da rua, e percebeu uma pessoa de cabelos rosa na direção da pensão. Voltou para a cama, procurando no meio das fotos um pequeno canivete suíço. Então, ouviu batidas em sua porta.

_ Pode entrar Kirino-kun!_ Ela disse com o canivente em mãos.

_ Akane, Shindou quer falar com você, pedir sua opinião sobre a gravidez e se ele deve criar o filho e se casar com a Okatsu_ Ele entrou falando e se sentou numa cadeira perto da cama.

_ Ele não pode se casar com ela!_ Akane falou esmagando uma foto de Shindou com Okatsu_ Desde aquele dia da danceteria, eles estão juntos, e ele nem liga para o que ela fazia antes de todos nós conhecermos ela! Ele não acredita que ela era uma biscate, que tinha que fazer todo aquele esquema pra conseguir dinheiro, e por fim, é a única testemunha de um crime que chocou a cidade. Só podia ser a Okatsu!

_ Calma Akane, ele não quer, nem ela, mas os pais dele estariam exercendo uma pressão nele_ Kirino falou segurando o ombro da garota.

_ Ele vai sair de casa? Fugir?_ Akane perguntou com um sorriso no rosto.

_ Claro que não, Okatsu inclusive está sendo obrigada a ir morar com eles_ Kirino respondeu se levantando_ E Shindou, para se destrair está saindo mais de casa. Irei acompanhá-lo até o interior de São Paulo, onde ele passará algumas semanas.

_ E ele não me chamou?_ Akane perguntou incrédula, com um pouco de raiva na voz.

_ Não, ele disse que era um passeio rápido, para refletir_ Ele respondeu, com temor na voz, esperando pela reação da garota.

_ Você vai comprar uma passagem para mim e nós iremos para o Interior, como uma feliz considência, que o destino armou para nós!_ Akane sorriu.

_ Tem certeza_ Kirino parecia com medo.

_ Claro, eu tenho que ter o Shindou pra mim, e agradá-lo de todas as formas!_ Akane falou fria_ Agora, vá comprar a passagem para mim!

Kirino fez uma reverência e saiu do quarto, com temor. O bom, é que em alguns dias, poderia falar com Jeanne.

~X~X~

Novembro de 1942, cidade de São Paulo, Casa da Família Shindou

Shindou chegara em casa, e encontrou seus pais falando com Okatsu.

_ ... E seu irmão não pode viver aqui por isso, entendeu garota!_ Falou a mãe de Shindou com cansaço e irritação na voz, como se fosse a décima vez que ela repetisse a mesma coisa.

_ Você deveria deixar Tasuke viver aqui com a irmã!_ O Pai de Shindou defendeu a garota grávida.

_ Por favor senhora!_ Ela falou segurando na barriga.

_ Takuto vai decidir!_ Ela falou.

_ Então o irmão dela vai vir para esta casa!_ Shindou falou, surprendendo aos presentes.

_ Obrigada Takuto-kun!_ Ela falou abraçando o garoto, fazendo-o corar.

_ De nada!_ Ele falou correspondendo ao abraço.

_ Então, devemos preparar mais um quarto, e já aviso que será desprovido de toda e qualquer mordomia_ A mãe de Shindou falou com um pouco de irritação na voz.

_ Ele é muito simples e bom, não precisa desse luxo todo!_ Okatsu falou.

~X~X~

Outubro de 1942, centro de São Paulo

Tasuke andava pelas ruas de São Paulo, procurando uma lavanderia específica, onde iria buscar, não uma roupa, mas uma encomenda de assassinato. Quando chegou ao local, encontrou um outro garoto.

_ Então precisam de alguém pra matar um homem que não acredita que nós, nas nossas notícias do Japão, da Guerra!_ Shinsuke perguntava no balcão para um outro homem, de cabelos ruivos. O dono da lavanderia, Matsuno Kuusuke.

_ Sim, a Shindou necessita de alguém pra matar!_ Ele falou.

_ E eu estou interessado_ Tasuke falou para os outros, se intrometendo na conversa.

_ Bem, já que os dois estão interessados, e, pelo visto, já conhecem tudo sobre a Shindou, podem ser os selecionados para matar esse infiel!_ Falou Matsuno_ Podem kme chamar de Max, é como me chamam por ter morado na América!

_ Ok, aceitamos!_ Os dois falaram, apertando as mãos.

~X~X~

Novembro de 1942, Cidade de Guaraná, Floresta

Dias depois, os dois corriam pela cidade de Guaraná, atrás de alguém, um garoto de cabelos pretos.

_ Shinsuke, agora!_ Tasuke falou, e Shinsuke segurou o garoto.

_ Adeus!_ E Tasuke pegou uma faca, cortando a barriga dele, sujando o chão e as mãos de sangue.

_ Essa foi boa, Tasuke!_ Shinsuke falou para o garoto.

_ Agora, vamos procurar um lugar para eu lavar a mão, senão, a polícia lesada pode me pegar!_ Falou Tasuke.

_ Claro, e enquanto isso, vou visitar um amigo!_ Shinsuke falou se despedindo.

Tasuke andou por alguns minutos e achou uma lagoinha, onde começou a lavar as mãos.

~X~X~

Novembro de 1942, cidade de São Paulo, Estação

Na estação, Shindou e Kirino conversavam sobre toda a situação, na qual Shindou estava envolvido.

_ Sinceramente, acho que você deveria cuidar da criança e deixa Okatsu por aí, vagando, ou levá-la para o lugar onde conhecemos, afinal, ela disse que ali era o lugar onde ela vivia_ Kirino falou limpando o rosto com um pano.

_ Não, não farei isso!_ Shindou reprovava a idéia em seu tom de voz_ Seria errado colocar ela de novo naquele lugar, junto de todas as outras...

_ De que lugar estão falando?_ Uma voz feminina cortou a conversa.

Akane estava com uma mala simples, e com uma passagem nas mãos, o que surpreendeu Shindou.

_ Akane?_ Ele ficou assusstado, e começou a suar frio.

_ Sou eu mesma..._ Ela se aproximou do ouvido do garoto_ Shin-sama.

Shindou corou violentamente, e suou mais frio ainda.

_ Está passando bem?_ Akane perguntou.

_ Não é nada!_ Kirino cortou Shindou, que estava disposto a falar_ E falavamos sobre a Okatsu e o lugar onde a conhecemos, coisa e tal.

_ Aquele bordel?_ Akane sorriu amarelo_ É daquilo que falam? Daquela zona terrível que vocês me levaram para diversão e um homem morreu, só porque tinha tentado violar essa garota!_ Akane amassou a passagem, de tanta raiva que estava.

_ Akane, ela matou o homem, porque ele queria violentá-la!_ Shindou falou_ Ela ia ser presa se não tivessemos sumido com ela do mapa!

_ Shin-sama, você nem sabe se o filho é seu!_ Akane falou, ainda sorrindo.

_ Ele é!_ Shindou gritou, assusstando a garota.

O silêncio chegou depois do grito de Shindou. A garota havia ficado assusstada, e começou a chorar.

_ Shin-sama... você não gosta de mim?_ Ela murmurou_ Sim ou não?

_ Akane, me desculpe, eu não queria ter gritado com você..._ Ele foi cortado pelo tapa, que Akane deu em sua cara.

_ Akane_ Kirino interferiu_ Venha comigo ao banheiro, por favor!

Eles foram até outro ponto da estação, onde começaram a conversar.

_ Viu, ele ficou desconsertado!_ Akane falou rindo.

_ Akane, você não é normal!_ Kirino falou, limpando o rosto novamente.

_ Oras, eu só quero ter o Shindou_ Akane falou_ Não importa o que eu tenha que fazer, eu terei Takuto Shindou!

_ Ok, vamos voltar, o trem sai em alguns minutos!_ Kirino falou, levando Akane de volta a plataforma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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