POV. Griff Grimjow

– Griff... – Ela me chamou e eu sorri, indo em sua direção.

– Naomi. – Sorri mais ainda, pegando-a pela cintura e beijando-a.

– Griff, eu preciso te falar... – Ela começou a dizer, mas eu coloquei o dedo em sua boca e pedi para ela ficar em silêncio.

– Antes, quero te mostrar uma coisa. – Falei, sem conseguir tirar o sorriso bobo do rosto.

Peguei em sua mão e andei com ela por entre a cidade. Todos ali olhavam para nós dois. Alguns com raiva (Naomi tinha muitos pretendentes), outros com dó (não entendia por que), outros com cara de “Ai que lindo” e ainda havia aqueles que nos olhavam com cara de deboche. Como era o caso dos meus companheiros do Centro de Treinamento.

– Griff... – Ela me chamou de novo, mas continuei andando.

Saímos da cidade e chegamos na praia. Teve uma hora que ela reclamou que estava cansada, então eu a peguei no colo (ignorando suas reclamações e pedidos para ser colocada no chão, logo seguidos de risos) e finalmente cheguei onde queria.

Era final de tarde, todo mundo ainda estava trabalhando, eu tinha acabado de sair do Centro de Treinamento. Levei Naomi para um lado afastado da praia. Perto da fronteira com o outro Distrito.

Aquele lugar era calmo, sossegado. Dava para ouvir a cidade de longe, mas o pôr do sol atraía toda a nossa atenção.

– Aqui... Aqui é lindo. – Ela disse, seus olhos castanhos fixos no horizonte.

– Podíamos fugir, não acha? – Perguntei, sorrindo. Ela olhou para mim com um sorriso triste. – O que foi?

– Nada. – Ela respondeu, voltando a olhar para o mar.

– Fala pra mim, Naomi. – Pedi. – O que você ia dizer, que eu não deixei?

– Griff... – Ela sussurrou, uma lágrima escorrendo por sua bochecha.

– O que foi? – Perguntei, me ajoelhando na areia, na sua frente.

– Eu to grávida, Griff... Eu to grávida de você.

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– Griff? GRIFF! – Meu pai me chamou. – Vai se atrasar para a Colheita! Que cara é essa? Quer que eu jogue um balde de água fria em você? Levanta!

– Pai. – Chamei.

– Que?

– Você acha que eu devia ter ficado e dado apoio à ela? – Perguntei, passando a mão nos cabelos.

– Você acha que devia? – Ele perguntou.

– Não sei. Estou entrando em um dilema. – Respondi, olhando para o teto.

– Entre em um dilema enquanto se arruma pra Colheita. Anda. – Ele disse, fechando a porta.

Coloquei o travesseiro na cara e fechei os olhos.

Odeio esse dia.