Alvorada escrita por Katy Clearwater
Capitulo oito: Confissão
Não fui a mais nenhuma aula aquela semana e Ang ficou insistindo em me levar ao médico, mas não quis ir.Meu problema não era físico o que me deixou de cama foi minha consciência esbravejando que eu era uma devassa. Eu chorava quase o tempo todo que Ângela não estava porque não queria incomodá-la com minhas lágrimas.
- Bells não adianta. Vamos a um hospital agora! Você deve estar com alguma virose ou sei lá. – Ângela estava nervosa e vestia o casaco ao falar.
- Ang não se incomode comigo. Estou bem. – respondi encolhida na cama embaixo do edredom.
- Bem? – exclamou Ângela – Como pode dizer que está bem não levanta dessa cama faz quatro dias. – me deu uma pontada de culpa quando vi uma lágrima de estresse rolar no rosto de Ang. Muito bem Bella! Magoe todos que te amam você é boa nisso!
- Não quis te incomodar. Vou voltar para casa hoje e meu pai me leva ao médico.
- Não esta me incomodando Bells! Está me preocupando! E não vai dirigir até Forks desse jeito de forma alguma. – Ângela estava super irritada e em todos os anos que a conhecia nunca havia a visto gritar, bem não até hoje.
- Ângela eu tenho de voltar para casa. – supliquei e Ângela bufou.
- Ótimo! Eu vou ver meus pais esse fim de semana e levo você em casa. – Ângela levantou os braços em símbolo de insatisfação e tirou o casaco.
- Não se incomode comigo. – choramingar não adiantava. Ângela me lançou um olhar furioso.
- Amigas não incomodam amigas Bells. Acho que vou dizer isso para Alice e de quebra para o irmãozinho dela. – Ângela bufou e passou a mão no rosto. – Sabe que eu não gosto de me meter quando você não quer falar, mas isso já está insuportável. Você reparou que começou a ficar estranha depois que eles chegaram? – me encolhi mais na cama e soltei um suspiro ruidoso.
- Sim eu notei isso. – respondi com a voz embargada estava chorando de novo, que ótimo!
- Quer conversar sobre isso? – Ângela agora estava mais calma e se sentou na minha cama.
- É complicado. – foi tudo que disse e Ângela revirou os olhos.
- Poderia ser mais especifica só dessa vez? – estar tão determinada a saber das coisas não era o feitio da Ângela, mas se eu não contasse a ela não poderia contar a mais ninguém.
- Edward me beijou. – disse cobrindo meu rosto com o edredom novamente.
- Terminou com Jake? – perguntou Ângela surpresa.
- Não!
- Não o ama mais? Digo não ama mais o Jake?
- Sim amo e sei que ele não vai me perdoar por isso. – Ângela ficou sem palavras e abriu a boca sem emitir um som sequer. Nós não éramos aquele tipo de amigas que se abraçavam para chorar, mas hoje era o dia das exceções e Ângela passou os braços ao redor do meu ombro para me amparar em seu ombro.
- Tem que contar a Jake. – Ângela disse enquanto alisava meu ombro.
- Eu sei, mas não quero perdê-lo. – minhas lágrimas embaraçavam minha voz.
- Bells se você o ama tem que dizer a verdade. – me abracei um pouco mais a Ângela e ela consolou-me de bom grado. – Jake te ama com o tempo vai saber perdoar.
- Não vai. Perdoaria se fosse qualquer um menos Edward. – chorava cada vez mais porque ao ver o pôr do sol sabia que sexta-feira estava no fim e que teria de encarar Jake a qualquer momento.
- Posso te ajudar em alguma coisa quanto a isso?
- Não Ang. Acho que não. Tenho que me virar sozinha. – enxuguei meu rosto e levantei para começar a arrumar minha mochila para ir para casa.
Terminei de arrumar tudo bem rápido e Ângela não aceitou não como resposta a oferta de me levar para Forks. Saindo do meu dormitório pude ver Alice e Edward na entrada do campus. Eles passaram assim toda semana, me vigiando de longe e eu falava com Alice apenas pelo telefone e apenas o essencial. Eu sabia que a estava magoando, mas se não a evitasse não poderia evitar Edward.
Eu tinha que levar o carro de Jake de volta e Ângela não me deixou de forma alguma dirigir sozinha. Ela sentou no volante e sorriu para mim quando ligou o carro.
- Bem mais silencioso que o seu. – ela ironizou. Eu sorri sem humor nenhum para não deixá-la triste.
Ângela dirigia bem melhor que eu, todos dirigiam bem melhor que eu. Chegamos a Forks no inicio da madrugada e Ângela me deixou na porta de casa.
- Amanhã eu pego o carro na sua casa. – disse enquanto saia do carro.
- Tudo bem. Até amanhã.
Fui para porta de casa enquanto Ang já estava virando a esquina com o carro. Destranquei a porta de casa sem fazer barulho e passei pelo quarto de Charlie antes de me dirigir ao meu. Meu pai dormia profundamente e resolvi não acordá-lo podia conversar com ele amanhã. Fui para meu quarto e me joguei na cama encolhendo-me como uma bola. Adormeci sem mesmo sentir e acordei com o sol entrando pela fresta da janela na manhã seguinte.
Levantei e estava com dor de cabeça de tanto chorar. Desci até a cozinha para pegar um café e vi o bilhete de Charlie na mesa.
“Não sabia que vinha para casa fui pescar com Billy, mas volto cedo para jantarmos juntos.”
Um bilhete curto e pratico bem a cara do meu pai. Preparei um café forte e tomei um banho logo depois de me sentir mais desperta. Vesti uma roupa qualquer e fui caminhando até a casa da Ângela para pegar o carro do Jake. A me ver a preocupação tomou conta do olhar de Ângela.
- Quer que eu vá com você? – me perguntou Ângela com uma super boa vontade na voz.
- Não. Tenho que fazer isso sozinha, mas obrigada. – ela me deu um sorriso tímido enquanto eu entrava no carro. Acenei para ela e pisei no acelerador sem olhar para o velocímetro queria chegar a La Push o mais rápido possível.
Fiz o caminho de Forks a La Push em 10 minutos e isso era um super recorde para mim. Cheguei à casa de Jake e todo o seu bando estava reunido, Leah me olhou com desprezo e entrou para casa quando me viu chegar. Jake revirou os olhos para ela e deu um sorriso largo para mim que logo se transformou numa cara de preocupação quando ele me olhou nos olhos.
- Bells o que houve? Por que está com essa cara? – perguntou ele com urgência me abraçando apertado. Minha culpa começou a latejar no meu peito e eu só pude começar a chorar novamente.
- Precisamos conversar. – Embry, Seth e Quil que estavam sentados na entrada da casa de Jake sentiram o clima da conversa e seguiram o mesmo caminho que Leah tinha feito há segundos atrás.
- O que houve Bells? Fale comigo. - Jake implorou quando minhas lágrimas desceram compulsivamente.
- Eu te amo! – disse entre as lágrimas e entrelacei meus braços em seu pescoço beijando-o intensamente. Jake não resistiu e me beijou também. Eu sabia que poderia ser nosso último beijo e isso só serviu para me desesperar mais.
- Bells eu não imaginei que seu amor por mim lhe causasse tanta dor para chorar dessa forma. – ele falava com nossos lábios ainda juntos e me segurando num abraço apertado.
- E não causa. – me separei de Jake e sentei na escada. Ele me olhou confuso enquanto eu enxugava minhas lágrimas.
- Pode me explicar o que está havendo? – Jake deu um sorriso e se aproximou de mim para acariciar meu rosto. Eu ia sentir muita falta daquele toque quente.
- Eu fiz uma coisa horrível e qualquer mulher normal não contaria, mas não posso mentir para você e tenho que falar. – eu encarava o chão durante todo o tempo que falei com Jake.
- Leah já me contou que ela veio embora porque os Cullens estão na sua faculdade. E também me contou que você matou aula para passar à tarde com Alice. – Jake falava tranquilamente e ainda alisava meu rosto.
- Foi apenas isso que ela falou? – ergui minha cabeça e encontrei o olhar confuso de Jake.
- Sim. Por quê? Têm algo mais? – Jake me perguntou intrigado, porém ainda calmo.
- Edward também estava lá. – Falei envergonhada.
- Isso ela também me disse. – respondeu Jake a minha afirmação com outra enfadonhamente.
- Ele me beijou e eu deixei. – parecia que o mundo tinha parado. Jake perdeu a respiração por alguns segundos e depois respirou fundo e fechou os olhos.
- Bella vá embora, por favor. – disse Jake entre os dentes ainda de olhos fechados.
- Jake, eu...
- Vá embora Bella! – Jake agora gritava e apontava a direção para fora de La Push.
- Jake pode me ouvir. – implorei tentando alcançá-lo, mas ele se desvencilhou do meu toque.
- Não chegue perto de mim. Eu deixei bem claro que se quisesse o vampiro não precisava vir me dizer nada era só ir embora com ele. – Jake berrava e eu pude ver que lágrimas também queriam brotar em seus olhos.
- Jake eu não quero ficar com Edward. Beijá-lo foi um erro. Me perdoa, por favor? – novamente tentei alcançá-lo, mas ele se desvencilhou.
- Não. Eu não posso perdoar. Não com ele. – Jake perdeu as forças para gritar comigo. Eu não quis comentar o fato dele ter me beijado quando eu namorava com Edward para não causar mais discussão.
- Jake, por favor... Não me deixe. – implorei aos prantos e nada adiantou.
- Não fui eu que te deixei Bella foi você que escolheu. Agora vá! Espero que você seja muito feliz com o seu sanguessuga. – Jake entrou e bateu a porta na minha cara com tanta força que eu pensei que a casa fosse cair.
Fui embora andando e chorando sem me preocupar com meu carro ou meus pés. Depois de quase uma hora andando cheguei à entrada de La Push e me deparei com uma cena familiar. Edward encostado no seu carro me esperando sair do território dos lobos.
- Agora é moda na família usar carros velhos? – perguntei ironicamente com o rosto coberto de lágrimas, pois Edward estava encostado em seu antigo volvo prata como sempre fazia.
- Não a moda não é essa, mas gosto deste porque você gostava dele. – Edward se aproximou de mim e eu queria poder matá-lo, mas não tinha força para isso. Ele me aproximou de si e me abraçou. Eu devia, mas não resisti no momento não tinha forças para nada só para chorar.
- Ele me deixou. – disse em meio a mais um mar de lágrimas.
- Ele é um idiota. – Edward disse entre os dentes.
- Isso é culpa sua! – disse aos berros – Está feliz agora que estou miseravelmente infeliz! – continuei a berrar e Edward não disse nada enquanto eu desabafava. Finalmente parei de gritar e não tive forças para ficar de pé. Edward me amparou e me levou até seu carro me sentando no banco do carona.
- Sei que está com raiva de mim, mas me deixe te levar para casa. Não vai conseguir chegar lá nesse estado. – eu não tinha forças para dizer mais nada e assenti com a cabeça.
Edward me levou para casa em silêncio e quando chegamos não havia nem sinal de Charlie. Edward estacionou o carro e me pegou no colo, eu não me opus. Acho que não faria oposição a nada por um bom tempo. Edward abriu a porta da minha casa com a chave reserva que Charlie nunca mudava de lugar e me levou até meu quarto me deitando em minha cama.
- Você vai ficar bem? – Edward me perguntou ao pé do ouvido quando me deitou na cama.
- Não! Jamais voltarei a ficar bem. – respondi chorando cada vez mais.
- Bella... – Edward me envolveu em seus braços recostando minha cabeça em seu peito gelado. – eu sinto muito.
- Edward, por favor, não diga nada. – pedi apenas uma vez e Edward se calou. Ele acariciou meu cabelo e começou a cantarolar a minha canção de ninar.
Tentei ao máximo não pensar no olhar que Jake me deu e parar de chorar, mas era impossível esquecer as chamas de ódio que queimavam no fundo de seus olhos. Edward sentiu meu corpo tremer e me abraçou mais apertado ainda não sei quando foi, mas acabei adormecendo em seu peito gélido enquanto ele cantarolava a minha melodia.
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