Nerds Também Amam escrita por Luana


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora. Ando muito desmotivada, e não estou satisfeita com esse capítulo =(



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Acordei um pouco desanimado. Durante a noite fiquei me remexendo na cama, imaginando se de fato deveria continuar com aquela história sem sentido. Era um bom plano? Era um plano besta? Eu estava indubitavelmente perdido entre as duas possibilidades. Isabella Swan era fútil e imatura, não sabia nada da vida e me parecia uma cabeça de vento. Não achava que conseguiria agüentar estar com ela por muito tempo. No entanto, algo em meu íntimo dizia que eu poderia fazer bom uso dessa proximidade. De certo modo, eu sentia que ficaria mais “seguro” quanto as freqüentes “brincadeiras” de Jacob Black. Isabella não gostaria de ver o produtor/diretor/câmera-man do documentário sendo atormentado e desistir da idéia, sua popularidade valia muito para se deixar atrapalhar pelas brincadeirinhas sujas do Mister ameba.

Tomei café correndo e me dirigi à escola. Não sabia exatamente o que eu diria ou o que eu faria, mas eu queria que desse certo desde o início, eu estava realmente nervoso. Chegando a escola, me dirigi a minha sala e me preparei para o que ia acontecer. Neste horário eu teria aula com a Swan. Entrei e me dirigi a minha classe habitual e me surpreendi ao vê-la, sentada em seu lugar, me chamar com o dedo. Eu não era um dos cachorrinhos dela, deixaria isso claro agora.

– Bom dia, Swan – disse com toda a minha boa educação. – Quero apenas esclarecer, eu aceitei fazer um acordo com você, mas não vai me tratar como seus amiguinhos. Se quiser me chamar, utilize meu nome.

– Céus, como você é chato, Edward – respondeu-me fazendo questão de frisar debochadamente meu nome. Minha expressão endureceu. Com um revirar de olhos ela apontou para a cadeira ao lado – Senta aí.

Fiz o possível para demonstrar minha melhor expressão de desagrado e cruzei os braços a minha frente. Após um tempo mais a encarando notei que ela era mesmo uma pirralha mimada e mandona. Bufei e sentei-me logo em seguida.

 – Temos que conversar sobre nosso acordo. Não tenho problemas com que os outros saibam do documentário, mas não ouse espalhar que eu fiz esse pedido a você! Se alguém perguntar, foi você quem pediu a mim para que participasse e eu muito generosamente aceitei a proposta. Você tem que se mostrar encantado pela possibilidade de passar suas horas livres descobrindo todas as maravilhosas qualidades que eu tenho.

Fiquei olhando-a, momentaneamente sem reação, enquanto a garota piscava os olhos de modo inocente e abria um amplo sorriso. Essa garota era real? Existiam pessoas tão apaixonadas por si mesmas?

– Alguém, alguma vez na vida, já te ensinou o que significa ter humildade Swan? Porque eu tenho certeza que já aprendeu o que significa auto-admiração e excesso de amor próprio. Imagino que se fosse humanamente possível, namoraria a si mesma.

– Pare de ser tão irritante, garoto. E me chame de Bella, não queremos que os outros pensem que você não gosta de mim, certo? – Swan disse baixo, automaticamente aproximando seu corpo do meu. – Aliás, você gosta de mim, não é Edward?

Sua voz baixa e rouca, sua proximidade e seu perfume me deixaram um tanto desconcertado. Eu não era exatamente um perito nesse tipo de comportamento, mas sabia que ela havia adentrado meu espaço pessoal. Uma voz fraca e mentirosa dentro de minha cabeça dizia que ela estava flertando comigo, ou chegando muito perto disso, no entanto minha esmagadora consciência me lembrou que isso era estupidamente imaginativo. Percebendo que ela ainda me observava, engoli em seco. Isso não passou longe dos sentidos de Swan e logo ela se encontrava com um sorriso divertido e um tanto debochado no rosto.

– É óbvio que não gosto de você – falei carrancudo. Eu de fato não tinha nada contra ela, mas não queria vê-la se divertindo as minhas custas.

– Tudo bem, Edward. Não quero que goste de mim, você me ajuda e eu ajudo você. Só disso que precisamos. Hoje você senta aqui, caso haja algo que queira conversar, horários pra gravar, roteiro, qualquer coisa. Depois disso, acho que não precisamos andar grudados na escola. No intervalo talvez, após as aulas, tudo bem. Mas sem exageros. – ela ia tagarelando sem mal parar para respirar.

Revirei os olhos e instintivamente tapei sua boca com minha mão. Vi Swan arregalar os olhos e tomei ciência do que havia feito. Puxei a mão de volta, no entanto não me desculpei pelo ato.

– Você fala demais, mulher. Apesar de você não ter percebido ainda, esse será o meu documentário. Você é o tema, mas eu continuo no comando. Você já disse o que queria, agora digo eu. – falei sério e encarando-a de modo firme. – Você vai manter aquele seu gorila preso em uma gaiola ou tentar controlá-lo. Ao sinal da primeira peça de Jacob Black eu acabo com o documentário. Ele vai deixar meus amigos em paz, também. E você vai ter que me ajudar em um assunto.

– Com o que Edward?

Respirei fundo e mais uma vez refleti sobre o que eu diria agora. Deus, eu estava tão desesperado que ia apelar para Swan! Tinha passado horas pensando nisso tudo, porém não havia certeza suficiente em mim para contar essa parte mais pessoal para ela. Eu tinha total conhecimento de que não tinha muitas chances sem sua ajuda. Na verdade, a percentagem favorável é quase nula. Eu sabia que precisava contar, sabia que precisava de ajuda. Sentindo-me humilhado pela situação em que me encontrava, desviei o olhar para a porta. Do lugar onde me encontrava pude ver o professor se aproximando pelo corredor. Após esses segundos de divagação voltei meu olhar para Swan e ela me fitava com olhos de divertido entendimento.

– Tudo bem, cabeção. Depois você me diz quem é a garota e eu vejo se posso fazer esse milagre – dizendo isso virou seu corpo inteiramente para frente e escondeu-se atrás de uma espessa cortina de cabelos.

Continuei fitando-a por alguns momentos mais, olhos arregalados e boca um tanto aberta. Como ela sabia? Tinha total certeza de não ter lhe dado pistas. Enquanto olhava para ela não pude deixar de notar que seu cabelo era realmente acetinado e não tinha um tom de castanho normal. Era avermelhado. Bonito. Ouvi o professor chamar meu nome e, virando-me para olhar para a lousa, franzi o cenho, perturbado diante destes pensamentos.

Liguei minha câmera e a posicionei em cima da classe, com ângulo focado na Swan, sem chamar atenção. Tinha vontade de pegar alguns momentos do cotidiano dela, mas sem que percebesse. As imagens espontâneas eram sempre melhores, tinham mais veracidade e emoção. Passei o restante da aula sem olhá-la, ou conversar com ela, mas fiquei admirado ao ter que fazer um trabalho em dupla e descobrir que ela tinha mesmo um cérebro dentro daquela cabeça. E ela o utilizava bem. Na lanchonete, paguei meu almoço e ia me dirigindo ao mesmo lugar de sempre quando fui puxado por uma Swan exasperada.

– Eu não disse que você tinha que sentar comigo no almoço? Para um nerd, às vezes você é bem obtuso, Cullen. – disse-me revirando os olhos. Isabella era o tipo de garota que revirava tanto os olhos que algum dia ainda os teria voltados para a nuca.

– Nossa, estou completamente espantado de que você conheça a palavra “obtuso”, Isabella. Andou lendo o dicionário? – para minha surpresa ela não retrucou, e eu tive a impressão de ver um sorriso discreto tomar seus lábios por um momento.

Quando chegamos a mesa, Isabella se sentou e me puxou para baixo, para que sentasse também. Tive que usar toda a coordenação que eu não tinha para não cair com a bandeja. Só percebi que a conversa tinha parado quando Swan pigarreou, e lançou um sorriso para todos, logo quebrando o silêncio.

– Olá pessoal, como já perceberam, Edward vai sentar com a gente agora.

Vi muitos olhares de deboche e uma carranca no rosto de Jacob.

– Amor, que palhaçada é essa? Tá zoando com a minha cara? – vi que Isabella não se importou com o irritamento dele, mas eu sim.

Não que eu me importasse com o que agradava Jacob Black ou não, mas o modo como falou me deixou incomodado. Após alguns segundos percebi que não queria que ele a tratasse assim. Nada pessoal, mas não era cavalheiresco. Eu não tinha certeza de saber como tratar uma mulher, não tinha experiência com essas situações, mas ser rude era imperdoável. Mimada ou não, Isabella era uma mulher e como tal deveria ser tratada com delicadeza. Cerrei os punhos e me preparei para repreendê-lo, mas me detive ao sentir Isabella colocar a mão em minha perna e apertar. Fiquei em choque e com muito custo impedi maiores reações. Era um gesto completamente inesperado, mas logo percebi que era apenas um aviso. Isabella estava me mandando ficar quieto. Não queria, mas assim o fiz.

– O Edward está fazendo um documentário para o festival anual de cinema que ocorre entre as escolas da Península Olimpic, e eu serei o tema. Então, por favor, sejam bonzinhos com ele. Todos vocês Jacob. Nada de gracinhas, ok? – disse enquanto seu namorado revirava os olhos e em seguida dava de ombros.

– Que seja Bella. To vazando, tenho treino. – e dizendo isso Jacob se levantou e levou mais quatro caras com ele.

Imaginei que ela fosse ficar sentida ou talvez irritada pela saída insensível dele, mas para minha surpresa ela voltou seu sorriso para as amigas e começou a conversar animadamente sem dar a mínima importância para o ocorrido. A essa altura eu já começava a me preocupar com a possibilidade de ser emocional demais. Do outro lado do refeitório podia ver claramente meus amigos me observando. Jasper, como sempre, mantinha uma expressão desligada, Emmet me olhava com aprovação no olhar e quando viu que eu estava olhando, fez sinal de positivo com a mão. Ele estava aprovando a situação. Rosalie fazia cara de paisagem, mas eu sabia que não gostava de me ver ali. Corri os olhos por entre as outras mesas para encontrá-la e logo a vi. Essa semana Alice havia escolhido mexas azuis para enfeitar os cabelos. Ela estava conversando com outra garota, Ângela Weber se não me engano, e quando deu um sorriso de tirar o fôlego, suas covinhas apareceram. Deus, como ela podia ser tão linda? Fui tirado de meus devaneios quando Isabella cochichou em meu ouvido para que eu parasse de babar na mesa. Eu bem poderia estar mesmo babando que não notaria. Constrangido me virei para ela.

– Não precisa ficar vermelho, Edward. É bem normal babar por Alice nessa escola. Você sabe que ninguém consegue namorar ela. – Isabella disse isso com certa diversão na voz. Como se soubesse de algo.

– Ok, você já sabe mesmo – suspirei vencido – vai me ajudar com isso?

– Vai ser impossivelmente difícil fazer com que ela te queira, mas eu sou Isabella Swan. Eu sempre consigo o que eu quero. – e com uma piscadela Bella se virou, dispensando-me de sua companhia.

Eu não tinha muita certeza de nada, mas algo me dizia que eu estava cometendo uma grande loucura por confiar nessa garota. Voltei para minhas aulas e deixei-me esquecer das horas passadas com Isabella Swan. Apenas consegui chegar a uma conclusão: esse documentário seria beeem trabalhoso.


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Notas finais do capítulo

Reviews, eu quero reviews. Não há escritor que aguente essa falta de resposta. Tenho bem mais leitores do que os que tem se manifestado. Eu faço isso com tanto carinho, tentando manter uma boa escrita, sem erros. Mas sem reconhecimento parece que vocês não estão gostando. Estou realmente triste com isso pessoinhas =(



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