Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 13
Capítulo 12 — Incertezas fatais.


Notas iniciais do capítulo

Então lá estava eu limpando minha unha na calma da sexta-feira quando eu me lembrei "EITA! Tenho que postar em Alex" pois é, pois é eu estou meio distraída esses dias... Eu quero dizer antes que leiam esse capítulo que Belley é vida ♥ pfvr, gente, deixem que eu me despeça deles ficando deprimida pelo resto da minha vida, ok? KKKKKKKKKKKK sqn. Espero que gostem e leitores novos, comentem, por favor. Um obrigada especial às meninas que comentaram e é isso ai ♥ vou parar de balela.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/296081/chapter/13

While your lips are still red — Nightwish

Meu celular tocou quando eu o liguei somente para telefonar para minha mãe e os olhos atentos de Bella se voltaram para o aparelho escuro em minhas mãos. Tentei dar um sorriso torto para ela enquanto me retirava do quarto, mas aposto que tudo que saiu foi uma careta. Era quase impossível fingir normalidade quando o nome “Desconhecido” piscava na tela do meu celular.

— Espero que já esteja bem longe há essa hora. — A mesma voz murmurou em um tom sarcástico.

— Vá se ferrar, seu filho de uma puta. — Eu vociferei com a voz baixa. — Eu faço a minha própria vida, minhas próprias escolhas.

Estava quase esmagando o celular de tanta raiva que eu estava, mas eu assustaria Bella se ela me visse jogando-o na parede. Sem esperar resposta, desliguei o celular e o coloquei cuidadosamente em cima da estante que tinha na enorme sala. Ela franziu o cenho e coçando os olhos, caminhou até onde eu estava, colocando as duas mãos — que por acaso estavam mais geladas do que deveriam — em meu rosto, fazendo-me encará-la.

Só então eu percebi que meus olhos estavam acima de seu rosto, fitando a parede que parecia interessante agora.

— Riley… — Ela disse, paciente demais para o que ela era normalmente. Sua voz tinha aquele tom desconfiado e incluso que eu sabia que ela usava quando queria saber de algo. Sempre funcionava quando ela queria arrancar algo de mim só que dessa vez eu não poderia me deixar convencer. — Você sabe que pode me contar tudo, não é?

Eu assenti, tentando mostrar solenidade.

— Eu sei — Passei a mão em meu cabelo e a olhei com um sorriso torto, sem graça. — São somente… alguns problemas lá na Wilder… parece que o Peter fez algo errado e colocou a culpa em mim.

— Você nunca se deixa estressar com os problemas do trabalho. — Ela franziu o cenho.

— Dessa vez é sério.

 Ela soltou o meu rosto e assentiu, suspirando.

— Quando quiser me contar o que é… bom, estarei na praia. — Bella falou e rumou de volta para o quarto, provavelmente para colocar o biquíni. — Você está pálido demais, por que não vem tomar um sol comigo? — Ela convidou já de costas.

Bella vestia um biquíni preto que eu preferi não exercer comentários sobre. Eu não queria sair para o sol, queria acabar logo com essa palhaçada de ameaças. Não era tão simples assim: eu sequer sabia quem estava nos ameaçando! Então deixei que ela me puxasse para fora da casa, com uma empolgação que me pareceu estranha. Já que ela odiava sol.

— Mas hoje eu estou gostando. — Ela mexeu os ombros eu me forcei a olhar para cima e não para os seus seios que por sua parte superior do biquíni não ter alças, estavam mais atraentes do que em biquínis normais.

Ela sorriu largamente e correu em direção ao mar que jogava as ondas levemente para a areia e ela parecia tão despreocupada que eu sabia que acabaria com nossa Terceira Semana se eu contasse algo assim. E como Bella era um desastre nadando, fui atrás dela, gritando para que ela não fosse muito para o fundo porque o mar estava agitado demais para ela simplesmente sair correndo como uma desesperada.

Alcancei-a assim que ela parou de correr, cansada e parou quando a água estava na cintura. Bella sorriu como se nunca tivesse tomado banho de mar e estivesse encantada com a vastidão. Eu estava pronto para escutá-la falar alguma coisa do tipo “Cara, isso é água de verdade só que salgada” quando ela se recuperou e começou a caminhar mais para o fundo, puxando-me pela mão.

— Você tem medo de se afogar, Riley? — Ela perguntou erguendo as sobrancelhas em tom de desafio.

Eu sei nadar, você não. — A lembrei e seu rosto se contorceu em uma careta adorável. — E além do mais, você está se esforçando para manter os pés no chão enquanto eu não estou nem fazendo força…

— Ok! — Ela exclamou, exasperada. — Já entendi, Senhor Eu Sei Nadar e Você Não. — Revirou os olhos e tossiu quando uma onda bateu em seu rosto e a fez perder o equilíbrio até achar meu braço e se segurar nele, cravando as unhas. Apesar da dor — supérflua —, eu ri do seu breve desespero para manter-se firme no chão.

— Tudo bem, suba em minhas costas… — Eu não precisei nem terminar a frase para ela ter apoiado os pés em minhas coxas e subido agilmente em minhas costas, prendendo os pés ao redor de minha cintura e colocando os braços em meus ombros.

— Não me leve muito para o fundo! — Ela disse com a voz alta como se sua boca não estivesse perto de meu ouvido.

Eu ri de sua empolgação e a trouxe à minha frente quando chegamos a uma profundidade confortável para mim, puxando um de seus braços fim de que ela entendesse que era para desprender os pés de minha cintura e voltar-se para frente. Ela sorriu assim que me encarou e plantou um beijo rápido, leve e salgado em meus lábios. Entrelaçou os dedos em meu cabelo e alargou o sorriso.

— Quando eu era pequena, sempre pedia para ir à praia. Meu pai um dia me levou para La Push, mas estava fazendo tanto frio que era insuportável pensar em entrar. — Uma onda a fez oscilar de leve e, com uma pontada de pânico, ela apertou a mão em meu ombro, apertando as pernas ao redor de minha cintura. — Nunca tive chances de tomar banho de mar em Forks e… Que horrível noivo você é, Riley! Nunca me levou a uma praia.

— Bom — Inclinei meu rosto para o lado e sorri com as suas sobrancelhas levantadas, mostrando sua empolgação. —, eu te levei um dia. Você ficou dentro da casa toda hora porque não queria se queimar.

— Você deveria ter me chamado em um dia em que eu estivesse favorável a me arriscar no sol. — Ela disse e o modo como ela falou “Sol” sorrindo ao mesmo tempo, me fez ter vontade de beijá-la.

E foi isso que eu fiz até que uma onda nos interrompeu e jogou água salgada em meus olhos. Era por esses e outros motivos que eu preferia piscina a mar. Era mais calmo, limpo e as chances de se afogar por causa de onda eram consideravelmente menores. Em vez de reclamar, Bella sorriu e voltou a prender os dedos em meu cabelo, apertando os olhos.

— Você promete que passaremos nossa lua-de-mel em uma praia?

— Prometo. — Lhe sorri com o máximo de sinceridade que podia.

Ela me beijou de novo e sorriu. Eu estava preocupado demais para caçoar da Bella fingindo me afogar e mesmo eu tentando não deixar isso interferir em nossa Terceira Semana, eu não tinha êxito nenhum. Cada sorriso que ela dava era, segundo a minha mente, cada sorriso que eu perderia se eu fizesse mesmo o que estavam propondo.

Seis anos era muito tempo para se deixar para trás. E a pessoa que estava nos ameaçando não tinha senso nenhum sobre o que era o amor e a dependência. Ou talvez tivesse e quisesse que sofrêssemos justamente por ser doloroso. Tudo que eu queria era ficar com a Bella e… só. Aposto que esse era o pensamento menos ambicioso que eu tive em toda a minha vida. Eu sabia que não era pedir muito, era só o normal: Ter filhos, casar, envelhecer sexualmente ativos. O básico.

 — Ah, merda de sol! — Bella xingou esfregando as bochechas. — Esqueci-me de colocar protetor… será que poderíamos ficar na piscina? Daqui a pouco vou ter queimaduras em meus ombros e eu vou começar a despelar e vai ser aquele negócio todo… Argh! — Ela estremeceu como se enojasse e eu sorri com a fragilidade que ela aparentava.

— A piscina é melhor mesmo. — Dei de ombros.

Ela se pôs novamente atrás de mim e pude vê-la encostar o rosto em cima de seu braço. E depois ela se ajeitou de novo, pondo os lábios brevemente na parte lateral de meu pescoço. Bella parecia tão calma e leve que eu queria fazer alguma coisa o mais rápido possível para acabar com esse desconforto que eu sentia toda vez que ela sorria. Era como se algo dentro de mim estivesse lembrando-me que eu a perderia, que eu não deveria estar com ela.

Eu me recusava a aceitar a ideia de partir só para me proteger. No entanto para protegê-la eu faria qualquer coisa… Qualquer coisa mesmo.

— Esse seu silêncio está me incomodando. — Ela sussurrou, ainda calma. — Eu sinto como se seu corpo estivesse aqui, mas sua mente estivesse em outro lugar… Talvez devêssemos voltar para casa e resolver esse problema na empresa.

— Não, Bella. — Murmurei e a coloquei no chão quando chegamos a areia. Ela me olhou por alguns segundos e voltou os olhos para baixo, andando ao meu lado em silêncio. Peguei em sua mão somente para mostrá-la e mentir que estava tudo bem e seu aperto foi um pouco mais forte do que era em dias normais. — Essa é a nossa terceira semana, lembra? O Peter é idiota, o Sr. Wilder já sabe, então não há com o que se preocupar.

— Por que então que você não fica mais calmo? Menos tenso? Mais você mesmo? Faz seis anos que estamos juntos. Eu conheço você melhor do que ninguém. Não adianta dizer que isso é impressão minha porque não é! Eu sei que não…

— Não sei como minha mãe está. — Eu falei a primeira desculpa que veio a minha mente e Bella bufou, desistindo de falar sobre aquilo. — Faz duas semanas que eu não falo com ela ou qualquer outra coisa…

Por ora, eu sabia que ela não falaria mais nada sobre aquele assunto por estar conformada com a desculpa. E eu sabia muito bem que, por não querer brigar, ela ficaria sem nada falar por algum tempo. Pelo menos sobre aquilo.

Forcei-me a esquecer de todo o rebuliço que tinha dentro de minha mente quando Bella pulou na direção da piscina, agarrando as pernas em uma bomba perfeita. Sorri para mim mesmo e a segui também com uma bomba que espalhou um pouco da água por a piscina estar mais cheia do que normalmente estaria. Provavelmente por causa de uma recente chuva.

Nadando de modo desajeitado até a borda, ela segurou-se lá, apertando os olhos pelo cloro na água. Seus braços se atiraram para meu pescoço assim que eu me aproximei o bastante para ela não agarrar o ar. Ela depositou um beijo tímido e calmo em meus lábios antes de jogar suas pernas ao redor de minha cintura, os dedos afundando-se em meu cabelo molhado.

— Você é tão baixinha que estamos a 1metro e setenta e seus pés não alcançam o piso. — Murmurei.

— Se você queria alguém com quase dois metros de altura, procurava alguém sem ser eu. — Ela disse com uma expressão petulante que eu sabia muito bem ser fingida. — Alguém alta e atlética como aquela garota que faz vôlei, sabe? Linda.

— Eu prefiro as baixinhas. — Sussurrei.

Pude ver os lábios de Bella fazendo um esforço imenso para não sorrir e ao final de tudo, ela não conseguiu. Nunca conseguia reprimir um sorriso e eu me lembrava — muito bem, por sinal — de uma vez em que estávamos em uma reunião séria e só por um dos acionistas ter derramado café em seu paletó cinza, ela riu discretamente. Os outros a olharam como se tivesse problemas mentais até o Sr. Wilder também começar a rir, acompanhando-a.

E eu tinha certeza que ele não estava rindo pelo café derramado no paletó — isso era normal — e sim pela risada de Bella que era impossível de se manter sério. 

— Por que você não me ensina a nadar, Birds? — Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas enquanto erguia uma mão para ajeitar os cabelos molhados. — Talvez seja necessário um dia…

— Pode ser. — Com a minha resposta afirmativa, ela sorriu largamente.

Ficamos, por sinal, a tarde inteira na piscina porque Bella demorava muito para aprender alguma coisa e quando finalmente aprendia, não queria parar. Eu só a consegui tirar da piscina com a promessa que amanhã voltaríamos e como uma criancinha animada, ela sorriu e comemorou puxando-me pela mão para casa porque o ar frio do fim da tarde, estava fazendo-a estremecer.

Seu rosto estava vermelho e como ela era mais branca que eu, seus ombros estavam doloridos por causa do longo tempo que passamos expostos ao sol. Culpei-a por isso e ela somente deu de ombros sorrindo e gemendo desgostosamente quando percebeu que aquele movimento também doía. De qualquer jeito, enquanto resmungava que toda a culpa lhe era atribuída, passei creme hidratante em seu rosto e nos ombros.

— Você não pode me culpar, ok! Eu passei duas semanas em um lugar onde não existia sol e depois vim para cá e… e…  eu só estava empolgada e olha só para você também! Está com as bochechas queimadas.

— Mas melhores que as suas. — Lembrei-a.

— Mas estão! — Ela exclamou.

Ela esfregou a mão no rosto, fazendo uma careta.

— Deixe secar, Srta. Camarão!

Bella acabou sorrindo e pegando um pouco de creme para passar no alto de minha bochecha também. O toque dela era tão cauteloso que eu quase não sentia o ardor e o sorriso leve que ela deixava em seus lábios fazia-me ter vontade de desmanchá-lo somente para beijá-la. Eu o iria fazer se o maldito celular dela não tivesse tocado…

Ela soltou um muxoxo e limpou as mãos em uma toalha, levantando-se da cama e indo até a mesinha que ficava do outro lado do quarto. Acompanhei-a com o olhar, pedindo internamente que fossem seus pais que estivessem ligando e não uma pessoa que a estivesse ameaçando ou acabando com nossa Terceira Semana. Ela suspirou antes de atender, olhando para o teto como fazia quando queria se controlar.

— Oi, Edward? — A voz dela era interrogativa, não sabendo possíveis motivos para que aquele cara detestável ligasse para ela. Na verdade, ele não tinha nenhum a não ser querer levar um murro merecido que eu tinha me esquecido de dar. — Onde eu estou? Pra quê você quer saber? — Bella parecia um pouco mais raivosa, mas não tanto quanto eu estava internamente.

— Desligue essa merda. — Eu murmurei, rabugento.

Ela sorriu.

— Bom, eu estou de férias agora. Tente falar com a pessoa que está no meu lugar lá na Wilder. — Ela revirou os olhos e esperou por um momento, provavelmente esperando que Edward falasse algo. — Não sei qual é o nome dele, mas o Sr. Wilder deve saber. — Bella parou de novo, franzindo o cenho. — É, não tem muito sinal aqui nessa parte do litoral. É, eu sei. É que eu estava em Forks e o meu número não pegava, então fiquei sem conexão com a Wilder. Sabe, esse é o verdadeiro sentido das férias.

Meu celular tocou e eu somente o peguei para saber se não era minha mãe. O nome Desconhecido brilhava em minha tela, por isso desliguei a ligação sem paciência para escutar ninguém me dizendo o que fazer e por que o fazer.

— Não — Ela disse cuidadosamente, olhando-me. — Ele está aqui comigo também.

Então tudo na minha mente fez sentido. Não completo, mas por uma parte. Edward era o filho da mãe que estava me ameaçando, querendo que eu fosse para longe da Bella porque a queria. Fazia sentido por uma parte e por outra, eu achava aqueles motivos completamente infantis. Mas eu não sabia o que se passava na mente doente dele.

Por que ele queria saber onde a Bella estava? Por quais motivos aceitáveis ele queria saber se eu também estava com ela? Ele poderia ter dado a desculpa que era alguma coisa que ele queria com a Diretora da Wilder, mas isso não era convincente o bastante. Não para eu que sabia das coisas. Afinal, ele tinha o número do Sr. Wilder e não havia precisão em ligar para a Bella.

Raivoso, saí do quarto com meu celular em mãos e o número de Félix já discado. Ele atendeu no primeiro toque, prestativo.

— Cara, eu pensei que me deixaria de férias por todas três semanas que prometeu. — Ele disse com seu velho bom humor.

— Houve um imprevisto. — Eu disse.

— Sempre há! Quem quer que eu siga agora? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ok, pra quem acreditou no que o Riley pensou sobre o Edward, não acreditem ok? q1 Se uma pessoa quer acabar com a vida de outros, os motivos não são tão fúteis assim, tudo bem? Então fiquem calmos que o Edward ainda não está na lista de suspeitos ♥ Então.... esse capítulo foi curtinho, né? Fiquei surpresa... enfim, espero que tenham gostado e que comentem, sim? Beijos, boa noite! ♥